Memórias - Autorizado. Resetar. escrita por Luka Baskerville


Capítulo 3
Re - - - - Estruturando.


Notas iniciais do capítulo

Eu, sei, meu, povo... Demorei. Não vou dizer o porque, vocês sabem porque.

Enfim. aqui está o terceiro capitulo.



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Já dentro do avião, Megurine se afundava em músicas e mais músicas, até chegar em uma gravação caseira. Era um ensaio de piano e voz... Vozes. Iniciava com algumas risadas e tecladas rápidas de introdução. Não havia letra, apenas cantarolações da voz da mulher fazendo dueto com outra menina. Um refrão foi arriscado: “Eu quero lhe abraçar, eu quero te beijar... Quero que me diga que isso não é um erro”. Luka balançou a cabeça e não ligou muito para aquilo. Desligou o celular. O avião já iria pousar.

                O aeroporto estava cheio, não lotado. A comissão desceu primeiro, depois os empresários... Por ultimo, Luka. Na saída do desembarque, algumas pessoas, dentre repórteres e fãs, a aguardavam. Era simpática com todos, até uma pergunta tirar todas as suas respostas: “Você tem alguma relação mais íntima com a nova diva da música?”. Megurine fez uma cara de completa confusão. Não sabia do que e de quem o rapaz estava falando. Quando abriu a boca para ao menos perguntar, o seu empresário a puxou pelo braço, “Não há nada a ser declarado.” Entraram no carro e saíram em direção ao hotel. A luz do forte Sol de Nova York batia nas janelas de vidro espelhado dos enormes prédios e voltava em flashes nos olhos da moça.  O hotel ficava em uma parte calma de toda a cidade. Mais à noite seria o show... Sua cabeça latejava.

                - Senhorita Megurine?... Senhorita? – Perguntava o gorduchinho senhor ao seu lado. Luka fez um movimento com a mão “fale baixo, fale baixo”. – Você quer comer algo antes de chegar ao hotel?

                - Não, estou bem. Eu como no meu quarto. Você tem a set list? – Perguntou enquanto passava a mão sobre a cicatriz por debaixo da franja, na lateral da testa. O homenzinho puxou uma pasta e dela tirou alguns papéis escritos, os colocando no colo da mulher. Megurine arregalou os olhos deixando uma expressão quase cômica invadir seu rosto.

                - É uma lista de dez músicas. Entre algumas, haverá uma troca de roupas e na última, nós preparamos uma surpresa para o público! Uma queima de fogos no palco logo depois do refrão e –

                - Não. – Falou ela quebrando o raciocínio grandioso do homem. A última música se chamava “Palette”... Ao percorrer os olhos pela letra, lembrara do ritmo da música. Era inédita, completamente nova. O show era DELA, por que ELA MESMA não podia fazer o que ELA queria ou planejava? – Essa música não pode ser tocada todo o tempo com impacto.

                - Mas, senhorita...

                - Algo me diz isso. Eu não me lembro bem POR QUE a escrevi... Mas algo me diz que ela não pode ser assim. Vou seguir o motivo dela, mesmo não sabendo qual, exatamente. – Finalizou pondo os papéis no colo.

                - Não acha que é está ‘em cima’ demais para mudar algo? Digo... Os músicos

                - Os rapazes são bem treinados e todos eles tem uma sintonia musical enorme. – Ela virou o rosto para o homenzinho com um olhar de única sobrancelha arqueada. As bochechas do empresário ficaram mais rosadas que o normal. Dera uma leve bufada e concordou com Luka.

• • •

                Marcava meia noite no relógio da casa de Miku. Toda a sala fora arrumada e Gakupo havia ido embora. Ainda no escuro, deitada no sofá, a menina pensava no que Kamui havia dito; sobre fazer as pessoas lembrarem das coisas. Em cima da mesinha de centro, uma caixinha de música em forma de baú fora aberta. Com pequenas notas de piano, tocava uma musica da menina... “From y to y”. Lembrou-se de como começou a escrever a letra enquanto segurava a tampa da caixa com uma das mãos... “PLIN!” uma luz se abriu na mente de Miku: “Fazê-la lembrar usando a música!”. Rapidamente fechou a caixinha, levantou-se e foi até o telefone discando o número do estúdio.

                - ... Alô? Senhor Setsu? NÃO, NÃO POR FAVOR NÃO DESLIGUE! É A MIKU! Sim.. É... É... A moça das maria-chiquinhas no cabelo... Então... Tem alguém no estúdio? ...  O senhor poderia abri-lo para mim? Por favor... Por favor... Por favor, por favor, por favor, OBRIGADA!! –desligou e efetuou uma nova ligação, desta vez, para um taxi.

                A cidade toda estava quieta. Poucos carros passavam nas ruas. No estúdio, Miku entrara em uma sala de gravação individual, daquelas usadas só para uma composição de arranjos, para se ter uma idéia geral da música. Tudo estava direcionado para seu notebook. Nos fones, a musica em piano composta pelas duas. Eram só cantarolações, a letra ainda estava sendo escrita. Hatsune tinha o começo e o refrão, e agora, os desejos afiados para escrever o resto... Lembrava dos beijos quentes dos lábios da namorada... Do jeito que suas mãos percorriam sua cintura e quadril, a lingua que escorregava pelo pescoço e o corpo, febril pelo desejo, esfregando-se no dela... Tinha a noite toda... Alí estava para colocar tudo o que ela sentia para fora.

• • •

                Meia noite e meia. Gakupo chegara em casa e, sentada no sofá da sala, Meiko bebia uma xícara de chá.

                - O que houve, amor? – falou a moça o acompanhando com o olhar.

                - Meiko... O Kaito te falou algo sobre o acontecido no restaurante?

                - Não... Mesmo eu achando que foi muito esquisito o fato de o acidente da Luka ter acontecido na mesma hora em que fomos embora.

                - Bom. Os noticiários relataram que ela escorregou e bateu a cabeça... Mas, bom, não foi bem assim. – Kamui colocou o paletó do qual havia se despido em cima da cadeira da sala de estar e foi até o sofá, se sentando. Meiko retirou os pés, dando espaço para o marido.    O rapaz começou a contar toda a história. A mulher ouvia tudo com atenção, até ficar perplexa. Não acreditava que o irmão teria feito aquilo. O ponto que mais lhe chamou a atenção foi quando o homem começou a falar do relacionamento de Kaito com Miku:

                - Começou tudo bem... Mas ele, do nada, ficou diferente! Estava me sufocando... Perseguindo. Me obrigava a fazer coisas que eu não queria e nem estava preparada para fazer. – Miku tremia enquando abraçava os próprios braços. – Eu comecei a ficar assustada e com nojo dele. Tentei manter distância para ele acabar comigo. Se eu tentasse falar algo, ele iria bater em mim.

                - Como assim, Hatsune? – A menina se encolheu. – Ele... Não acredito... Ele já bateu em você? É isso?!

                - Uma vez... Dizendo que era para eu aprender o meu lugar, que era com ele... Foi na época em que eu andava muito com o Len e a Rin.

                - Por que não falou nada?!

                - Eu quis afastá-lo por nojo! Foi aí que conheci a Luka e... Tudo aconteceu. Não falei nada para ela por que tinha medo do que poderia acontecer... Mas... Mas.. – ela começou a chorar, cobrindo o rosto com as mãos. Gakupo a abraçou, acalmando a garota.

                Meiko quase deixou a xícara cair no chão. O marido estava esfregando as mãos para conter a raiva.

                - E como está... A Luka?

                - Não lembra de nada sobre ela e a Miku. Digo, não lembra da relação delas, sendo mais exato. Eu a vi saindo com empresários...

                - Trauma, pancada... E perda de sangue.

                - Talvez. – um silêncio se estabeleceu por alguns minutos.

                - Vi no noticiario que ela está em turnê pelos EUA...

                - Ah! Entendo... Não deve demorar, espero. Mas vai ser um tempo para Miku pensar. – A mulher pousou uma das mãos no rosto, suspirando pesadamente. – Onde está o Kaito?

                - No quarto. Ficou o dia todo lá. – respondeu Meiko. Gakupo se levantou e foi em direção à porta do quarto do rapaz. – Amor, não acha que está tarde?

                - Não. – respondeu, meio frio. – Kaito! Kaito, abra essa porta! Eu sei que você está acordado! – falou, batendo na porta. Não houve resposta. – Kaito... Abra.Essa.Porta.Agora!

                - Kaito, escute-o... – completou a mulher. Um barulho de tranca pôde ser ouvido. O rapaz de cabelos azuis apareceu na frente dos dois sem expressão alguma.

                - Vá para a sala agora. Nós vamos ter uma conversa... Mas dessa vez... Você vai conversar com a “Lei”. Não com um vocalista de uma banda. – Falou o homem de cabelos roxos, mostrando o distintivo de detetive na carteira.


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Notas finais do capítulo

Alguém quer dar um palpite no que vai acontecer?! quero saber, quero saber!