Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 26
Estou muito feliz por estar aqui


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal.

Desculpe pela demora. Eu começei a escrever esse capítulo a bastante tempo, mas eu queria deixar ele maior, mas hoje eu desisti e deixei o resto para colocar no próximo capítulo já que este já tinha mais de 2.500 palavras.

Esse capítulo é dedicado a MandyYSz (que recomendou a fanfic) OBRIGADA, MANDY!

Boa leitura.



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Pov Mônica

— Para, não faz isso! — Eu estava gritando. — Mamãe?

— Mônica vai para o seu quarto. — Meu pai mandou.

— Por que fez isso, papai?

— Filha, vai para o seu quarto agora. — Minha mãe murmurou.

— Não, por favor. Mamãe, você não pode...

Acordo daquele pesadelo horrível com o corpo completamente soado. Meu coração estava disparado e uma lágrima escorria do canto dos meus olhos. Eu estava tendo aquele mesmo sonho frequentemente, e já estava começando a duvidar se meu estado mental estava realmente bem.

Me levanto da minha cama e vou de imediato tomar um banho, eu estava precisando de um bem quente, como sempre.

Quando saio e visto qualquer roupa, decido que não estou muito bem e que não vou para a escola hoje, afinal não estamos fazendo praticamente nada, já que as férias estão quase começando. O único que continua dando todas as aulas é o Licurgo, e eu odeio as aulas dele.

Eu desço as escadas e vou para a sala assistir televisão. A casa estava completamente silenciosa, meus pais ainda não tinham voltado de viajem, só chegariam entre hoje ou amanhã, e Socorro disse que ficaria mais alguns dias fora e minha mãe já concedeu suas férias, para que ela não tivesse problemas com o seu pagamento.

Fiquei a manhã toda assistindo desenhos bobos e rindo que coisas que não faziam sentido.

Em determinado momento do dia, minha amiga Nicole, da minha antiga cidade, me ligou. Fazia tempo que não nos falávamos e aquilo me fez bem. Me fez esquecer aquela memória que veio me atormentar em meus sonhos.

Quando desligamos já era quase 11hs da manhã e um tempo depois minha meus pais chegaram em casa. Eles mal falaram comigo, o que não era muito comum, mesmo sendo pais distantes, eles nunca me ignoraram dessa forma.

— Gente, está tudo bem?

— Agora não, Mônica. — Minha mãe falou.

— Mas eu só perguntei se...

— Mônica, cala a boca! Não está vendo que eu não quero papo agora?

— Estou saindo. — Meu pai disse pegando as chaves do carro. Ele não olhou para mim ou para a minha mãe. Eles devem ter brigado.

— Mônica, não me perturbe hoje. Eu só quero dormir. — Ela disse e subiu as escadas para ir para o seu quarto.

"Céus, o que está acontecendo?"

Toda a minha vontade de ficar em casa hoje se esvaiu, por isso eu fui para o meu quarto me arrumar para sair um pouco, talvez eu fosse andar de skate, há um bom tempo que eu não faço isso.

Coloquei uma roupa mais adequada para o dia: um shorts jeans e uma blusa leve, um All Star bem velho e confortável que eu tenho ficou bem legal, não que eu estivesse muito preocupada com minhas roupas agora. O que realmente estava me atormentando era a discussão dos meus pais.

"O que será que aconteceu para eles terem discutido?"

Peguei meu skate e desci as escadas, passei pela cozinha para pegar uma garrafinha de água e dei de cara com o Cebola entrando pela porta dos fundos.

Ele me olhou envergonhado e sorriu.

— Desculpa, ela tava aberta então já entrei.

— Tudo bem, mas o que você veio fazer aqui?

— Você faltou na escola, então eu queria saber se você está bem. E também vim te avisar que o professor de filosofia passou um trabalho.

— Droga! Isso é sério? — Ele me olhou confuso. — Sobre o trabalho, e a propósito, eu estou bem, só não fui por preguiça.

— O trabalho é para daqui a dois dias.

— O trabalho é sobre o quê?

— O que é preciso para indivíduos viverem em sociedade. — Olhei para ele confusa querendo dizer: "Mas não era de filosofia?" — Filosofia e sociologia. O professor pediu para fazermos um grupo de quatro pessoas, conversarmos, compartilharmos opiniões uns sobre os outros e fazermos relatórios.

— Ai, mas que merda. — Cebola sorriu.

— Eu acho que nunca te vi falando assim. — Ele parou e olhou para mim. — Você estava saindo?

— Estava.

— E que a Magali colocou você no nosso grupo. Seremos eu, o Cascão, a Magali e você.

— Típico da Magali.

— Combinamos de fazer nos encontrarmos no parque daqui a meia hora.

— Eu estava indo para lá. Andar de skate.

— Então vamos juntos.

— Vou pegar um pouco de dinheiro, vem comigo. — Subimos as escadas e entramos no meu quarto. Eu olhei debaixo da cama, dentro do closet e até dentro do banheiro, mas não encontrei minha carteira. — Onde ele está?

Olhei para o Cebola novamente e vi que o rosto dele estava vermelho. Eu acho que não pensei muito bem trazendo ele para o meu quarto, além disso ele deve pensar que estamos sozinhos na casa.

Ele foi para a janela e começou a olhar para lá com muita concentração.

— Você sente falta de quando ainda morava lá? — Perguntei sem pensar. — Me desculpa, eu não deveria...

— Não, eu gostava do conforto. Mas aquela casa era um inferno para mim. — Ele começou a sorrir. — Mas devo admitir que a vista do meu quarto era ótima.

Dei um tapa do braço dele.

— Safado!

— É sério, você deveria ter visto a sua cara quando descobriu que sua janela tinha vista para o meu quarto.

— Você também fez uma cara bem esquisita. — Ele gargalhou. — É muito bom ver você assim. O seu sorriso é muito bonito. — Senti o meu rosto esquentar. — Quer dizer, sua gargalhada é gostosa. Não, é qu...

— Deixa para lá, Mônica. — Ele continua sorrindo. — Aquela ali não é a sua carteira? — Ele perguntou apontando para a minha cama completamente desarrumada.

"Ele mudou de assunto. Obrigada."

— Eu não sei o que ela está fazendo ali, mas tudo bem. — Peguei minha carteira e falei: — Vamos?

Ele não respondeu, só me seguiu. Descemos as escadas e fomos direto para a porta principal.

Só quando estávamos na rua ele perguntou o porquê eu queria dinheiro se o parque é tão perto de casa, eu respondi que eu ainda não tinha almoçado e pretendia comer um lanche.

Eu ainda não tinha almoçado e desconfiava que ele também não. Na hora em que Cebola apareceu na minha casa, a aula tinha acabado a pouco tempo, além disso sua mochila ainda estava em suas costas, sendo assim, ele nem mesmo passou em casa para deixar ela.

Se minha dedução estiver certa, eu vou exigir que o FBI me contrate, fala sério!

No caminho recebi uma ligação rápida da Magali, ela perguntou se o Cebola já tinha ido me buscar e pediu desculpa por não ter ido ela mesma, mas ela passou em casa correndo para tomar um banho e se arrumar para ficar bonita, o Cascão também estaria lá e ela queria impressionar, eu ri e falei que não me importava. Desliguei logo depois.

Entramos juntos em uma lanchonete. Eu pedi dois lanches para a viagem, já que provavelmente o Cascão e a Magali estavam nos esperando, ou talvez se beijando.

Quando recebi os dois hambúrgueres e dei um para o garoto que me acompanhava, o mesmo me olhou negando com os olhos o que eu estava oferencendo.

— Fala sério, Cê. Eu já paguei, além disso, você já viu o tamanho disso? Eu não vou consegui comer os dois.

— Eu não posso aceitar. — Olhei para ele com o meu "olhar mortal" — Tudo bem, tudo bem. — Ele pegou o lanche. — Obrigado.

Andamos e comemos ao mesmo tempo que fazíamos piadinhas bobas um com o outro.

O Cebola era um idiota, mas ele agora é realmente um cara legal, talvez tudo o que ele falou de ruim fosse só para afastar as pessoas mesmo, esse homem que eu conheço agora não é uma pessoa má.

— Você vai para o acampamento? — Ele me perguntou com a boca cheia.

— Vou sim, porcão. E você?

— Vou, consegui dinheiro suficiente para isso e já que vão ser poucos dias, consegui organizar tudo com a minha chefe.

— Sua chefe? Onde você trabalha? Desculpa, é claro que eu sei que você trabalha, só não sei onde.

— Em uma loja de sapatos no shopping.

Eu iria perguntar mais coisas, mas tínhamos acabado de chegar no parque. Vi Cascão e Magali se aproximando juntos, eles estavam vermelhos mas não ofegantes, então eu deduzi que algum dos dois devem ter dito algo embaraçoso.

"FBI lá vou eu"

Terminamos de comer os hambúrgueres e fomos todos sentar-mos-nos um lençol na grama.

Eles me explicaram como aquele trabalho louco deveria ser feito. Todo nós deveríamos criar uma base de confiança uns nos outros, conversar sobre nossos medos, nosso passado, o que esperamos sobre o futuro, isso era a parte de filosofia. A base de confiança era para entendermos o que é preciso para viver em sociedade, é um relatório deveria ser feito sobre isso.

— Que trabalhinho mais complicado. — Eu disse com desdém.

— Você está bem preguiçosa ultimamente. — O Cebola falou.

— Tudo bem, pessoal. Eu faço o relatório e como o trabalho é tão complicado, é melhor começarmos logo. — A Magali pediu.

— Vamos começar fazendo perguntas, acho que vai ser mais fácil. — O Cascão sugeriu. — Pode começar por mim. Alguém quer fazer uma pergunta?

— Por que as vezes você parece ser um cara tão relaxado para quem te olha de longe? Cara você é tão inteligente, mas às vezes suas notas na escola são um lixo. — O Cebola disse diretamente e sem papas na língua.

— Não sei. Talvez seja só preguiçoso, mas eu estudo e muitas vezes não tenho resultado. Então às vezes simplesmente desisto.

— Então você simplesmente desiste do que não consegue com facilidade? — Magali perguntou com raiva na voz.

— Claro que não! Vou ser sincero, em exatas eu realmente me esforço. E sim, eu não consigo mais do que um oito, mas eu tento. Em humanas eu só estudo o suficiente. Já aconteceu porque eu simplesmente não entendia o porquê de eu estar fazendo aquilo, ou simplesmente não estar entendendo nada. — Ele parou de falar e ficou olhando para o nada. — Minha vez. Mônica, por que na ultima festa você bebeu tanto?

— Meus pais viajaram e me deixaram em casa sozinha. Eles não se importaram nem em falar para onde iriam, e eu não perguntei só para ver se eles se davam conta. Eu fiquei sabendo para onde eles estavam por um tabloide. Eles não se importariam em me ver bêbada se me vissem em coma alcoólico.

— Você não acha que exagera? Às vezes eu também sito que meus pais também me ignoram, mas eles só estão trabalhando. — Magali verbalizou.

— Sim, eu exagero. Mas eu vivi a minha vida toda assim. Se mãe é quem cria, eu já tive uma dezessete. As governantas da minha casa que sempre estiveram do meu lado. E meu pai... — Bufei. — Ele já me magoou muito, mas eu ainda amo ele. Ele é o meu pai afinal, não é?

— Você está frustrada, eu entendo. Faz uma pergunta para outra pessoa. — Pediu Cascão.

— Magali, por que as vezes você não faz muitas coisas que quer, por medo do que os outros vão pensar?

— Eu acho que não faço por causa dos outros e sim por causa de mim. Acho que tenho medo de me magoar. Mas eu estou tentando concertar isso. É mais fácil se arrepender de algo que você nunca tenha feito.

— Falou pouco, mas falou bonito. — Cascão brincou.

— Cebola... — Magali voltou a falar. — Você era uma das melhores pessoas que eu conhecia, você se afastou de tudo e de todos, e dois anos atrás você começou a ser um bundão. Mas a sua personalidade voltou ao ponto inicial. Por que disso?

— Eu me afastei porque tinha medo de perder outras pessoas que eu amava. Eu tinha medo de me magoar. Me perdoem se eu fiz vocês sofrerem também. Eu acho que eu queria provar que eu não precisava provar nada para ninguém. Sei que é confuso, mas às vezes eu sentia isso. E eu acho que não voltei exatamente ao ponto inicial, acho que aprendi coisas com isso.

— Como o quê? — Magali perguntou novamente.

— Como não ser um completo idiota com as pessoas. Um dia você vai precisar de alguém, e vai ser odiado. E eu não quero ser mais assim, quero ser uma pessoa melhor.

— Mas por quê? Qual é a sua motivação?

— Primeiramente por causa da minha irmã.

— Então existe outra coisa. Uma outra pessoa, Careca? — Cascão sorriu malicioso.

— Eu não sou careca! — Desconversou. — Minha vez de perguntar de novo. Magali, já que você me fez tantas perguntas, vou começar por você. Qual é o seu maior medo?

— Baratas? Mas eu acho que meu grande medo realmente é fazer o que eu amo e não ser reconhecida por isso. E você Cascão?

— Eu tenho medo de morrer afogado, eu não sei nadar. Mas eu sinto também que temo me esforçar ao máximo para alguma coisa e nunca alcançar meus objetivos.

— Cascão, só agora você deu a resposta do porquê você ser tão relaxado. — Eu comentei. Ele Sorriu e coçou a nuca envergonhado. — Mas eu não sabia que você tem medo de água.

— Você tinha que ver quando nós éramos crianças. — Cebola comentou.

— Eu pergunto agora. — O garoto de cabelos cacheados disse. — Mônica?

— Maior medo? — Pus a mão no queixo para pensar melhor. — Eu tenho medo de minhoca.

— É sério isso?! — Cebola perguntou rindo. — Eu pensei que você iria dizer alguma coisa relacionada ao seus pais.

— Minha vida não gira em torno deles, sabia? — Fiz bico. — Mas sim, eu tenho um medo relacionado a eles também, mas acho que não estou pronta para falar ainda.

— Tudo bem, Mô. Não precisa falar nada que não queira. — Magali falou, Cebola afagou meu ombro e Cascão sorriu.

— Obrigada, pessoal. Sabe, uma das coisas que eu mais admirei quando cheguei aqui, foi a facilidade que fizemos amizade. Com exceção do Cebola é claro. — Ele fez uma careta. — Mas vocês são a melhor família que alguém poderia escolher.

— Valeu, Mô. — Cebola agradeceu. — Mas agora é a sua vez.

— Só sobrou você, não é? — Perguntei para ele, que assentiu. — Está esperando o quê?

— Calma, estressadinha! — Ele bagunçou meus cabelos. — Acho que os meus todo mundo sabe. Tenho fobia dos fenômenos da natureza e tenho medo de perder quem amo. Vocês e minha irmã, a única família que me resta.

— Isso é muito legal, mano. — Cascão riu. — Mas você sabe que agora o resto da galera está de boa com você, não é?

— Sei, mas vocês são especiais.

Mesmo aquele trabalho sendo bem esquisito e complicado, eu simplesmente adorei. Foi uma ótima ideia essa a do professor. Além de conhecermos mais uns sobre os outros, nos tornamos uma verdadeira família.

Perguntamos sobre nossas expectativas sobre o futuro, e ninguém sabia exatamente o que pensar, mas todos nós sabíamos que curso queríamos fazer na faculdade. O Cebola queria cursar física ou engenharia, o Cascão, por mais surpreendente que fosse, queria biologia, Magali queria psicologia e eu administração.

Não conversamos tanto quanto eu esperava sobre o nosso passado. Mas contamos muitas histórias sobre a nossa infância. Como eles se conheciam a mais tempo, relembravam histórias e riam delas. Algumas eu já conhecia, outras não. Mas também contei sobre minha infância com os amigos que ficaram para trás.

Eu sinto muita saudade de onde eu morava antes, mas agora estou muito feliz por estar aqui.


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Notas finais do capítulo

Oi, pessoas. No próximo capítulo vai rolar o que muitos de vocês esperam desde o primeiro capítulo (se você não souber do que eu estou falando, essas são as minhas expressões para você: )

É uma pena que quase ninguém lê as notas iniciais e/ou as finais.

Snapchat: larissa4nil3

Beijos, e novamente obrigada por recomendar a fanfic MANDYYSZ, é por causa de pessoas como você que eu continuo a escrever essa fanfic.



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