Family Portrait escrita por imradioactives


Capítulo 20
Influências Artísticas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391954/chapter/20

O dia voou. E mesmo assim, eu consegui aproveitar cada segundo dele. Pude matar a saudade de meu pai. Fiquei praticamente o dia inteiro deixando tudo cada vez mais confortável para ele e para Théo.
Eu podia afirmar que aquele aniversário, sem dúvidas, foi um dos melhores que eu já tive.
Era noite, quase 23h, e eu já conseguia perceber os sinais de cansaço na expressão de meu pai e de Théo. Eles iriam ficar em um apartamento próximo à minha casa, e eu iria vê-los todos os dias até quarta-feira. E então as despedidas começaram. Eu, minha mãe e Patrick acompanhamos os dois até a frente de casa, onde já estava o carro que meu pai tinha alugado pelos dias que iria ficar aqui em Seattle. Sebastian, Bryan e Connor ficaram na porta, observando a cena de longe. Eu me afastei um pouco com Théo, e por um momento me passou pela cabeça levá-lo até o telhado, para mostrar a vista que Bryan tinha me mostrado anteriormente. Mas de alguma forma aquilo pareceu errado, como se eu não tivesse o direito, como se aquele lugar não fosse meu. Então eu apenas o segurei ali, conversando comigo até o último minuto, como se amanhã eu não pudesse mais vê-lo. Eu o abraçava de dois em dois segundos, eu queria a todo momento tê-lo por perto, saber que ele ainda estava ali. Qualquer sinal que meu pai desse de que estaria entrando no carro, eu já grudava em Théo novamente.
Mas um hora eles teriam que ir embora. E foram. Dei vários abraços em meu pai, ele me beijou a testa incontáveis vezes, e disse que eu poderia aparecer no apartamento qualquer momento do dia seguinte. E ele sabia que eu iria. Com Théo foi a mesma coisa.
Observei o carro se afastar pela rua, com os braços cruzados em frente ao peito. Ao sumirem de vista eu olhei para minha mãe e Patrick andando na minha direção, ela chegou perto de mim e passou a mão pelo meu ombro, hesitando um pouco antes de me abraçar de lado. Enrijeci ao toque dela, mas fui voltando ao normal enquanto andávamos até a casa. Os meninos já haviam entrado e estavam jogados no sofá, conversando sobre qualquer coisa. Me sentei ao lado de Connor e ele me abraçou, deixando um beijo no topo da minha cabeça.
- Podemos deixar a organização da sala com vocês? – minha mãe perguntou, olhando para nós quatro.
- Claro que sim, senhora Campbell. – Connor respondeu, atraindo os olhares de Bryan e Sebastian, e até o meu.
- Quanta gentileza, Connor, obrigada. – minha mãe respondeu.
- Isso, Lizzy, não se chama gentileza. Se chama “quero agradar minha sogra”. Não confunda. – Sebastian disse, fazendo minha mãe e todos ali rirem. Connor jogou uma almofada nele, que Sebastian pegou e rapidamente jogou de volta, mas acertando meu rosto em cheio.
- Eu não estava brincando! – eu reclamei, abraçando a almofada. Ele sorriu para mim e se levantou, jogando Bryan pra fora do sofá e o arrastando para o lugar certo. Eu e Connor nos levantamos e fizemos o mesmo com o outro. Recolhemos os pratos e os copos, retiramos a mesa do centro da sala e limpamos tudo em menos de uma hora. Logo depois Connor se despediu, indo embora. Subi pro meu quarto para colocar uma roupa mais confortável, Bryan subiu atrás de mim, entrando no seu.
Depois de trocada, sentei na beirada  da cama, refletindo sobre o dia de hoje. Eu me sentia melhor, bem melhor, com certeza. Mas era inevitável pensar lá na frente. Quando meu pai e Théo fossem embora e todo o pesadelo voltasse a virar realidade. Respirei fundo, tentando levar isso pra longe. Me levantei e meus olhos encontraram o desenho de Seattle que estava pendurado no quadro, e então eu já sabia como seria a maneira perfeita de terminar minha noite.
Desci as escadas, e quando estava quase entrando no corredor do hall, senti uma mão segurando meu braço e me puxando de volta.
- Sebastian! – eu o repreendi – Você precisa parar de fazer essas coisas. – nós estávamos sendo iluminados apenas pelas luzes “reservas” que ficavam presas à parede, que Patrick tinha o costume de ligar quando todos iam dormir.
- Saindo de casa as escondidas? – ele disse, sorrindo.
- É claro que não. – eu revirei os olhos – Só estava indo lá pra fora.
- Entendo. – ele balançou a cabeça,  encarando. – Alice...nós passamos praticamente o dia inteiro juntos, comemorando seu aniversário, e eu percebi que eu ainda não te dei os parabéns.
- Que isso, Sebastian, eu não ligo pra isso. Não tem problema nenhum. – eu sorri para ele, vendo sua boa vontade.
- Mas todo mundo te deu os parabéns, menos eu. – ele abaixou a cabeça. Nem todos.
- Sebastian... – eu comecei, sorrindo. Mas quando dei por mim, ele já estava com os braços em minha volta, me apertando contra ele. Levantei os meus e envolvi sua cintura, passando as mãos pelas suas costas. Ele começou a sussurrar as palavras clichês de feliz aniversário em meu ouvido. Então ele me soltou, passando a mão de leve pelo meu cabelo.
- Obrigada de verdade Sebastian. Obrigada também por arrumar as coisas hoje enquanto eu estava no aeroporto. Foi muito importante para mim. – ele sorriu para mim e se virou, subindo as escadas.
Continuei meu caminho. Saí da casa, subi pela árvore, pulei no muro, andei até o telhado e passei para o outro lado, andando até o meio e olhando em volta. E Seattle continuava lá, brilhando, como todas as noites, para quem quisesse ver. O vento começou a soprar e eu fechei os olhos, sentindo aquela vibração tomar conta do meu corpo, e por um momento, me sentindo como se eu estivesse aos poucos me encaixando aqui. Como se essa cidade de alguma forma pudesse ser minha casa, meu lar.
- Pensei certo quando achei que poderia te encontrar aqui. – ouvi a voz de Bryan de longe, atrás de mim. Abri os olhos sem olhar pra trás. – Eu estava te procurando. – não respondi, deixei que ele se aproximasse e parasse ao meu lado. O observei rapidamente de lado, ele estava com as mãos nos bolsos da calça, olhando para a mesma visão que eu. Suspirei.
- Diga. – finalmente falei, sem olhar para ele.
- Eu percebi que as coisas não foram as mesmas entra nós depois que...bem...depois que eu tentei te beijar. – eu não disse nada, esperando ele continuar, curiosa para saber até onde ele levaria essa conversa. – E eu sei que eu já me desculpei, mas parece que não adiantou. – ele ficou em silêncio, e eu entendi que era minha vez de falar.
- Aonde você quer chegar, Bryan? – eu finalmente olhei para ele.
- Eu quero saber o que eu tenho que fazer para as coisas voltarem ao normal. Eu percebi que você se aproximou de Sebastian e...
- Sebastian? – eu perguntei – Isso tudo por causa do Sebastian?
- Claro que não, Alice. Isso tudo porque eu quero resolver as coisas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar amores! Por favoooooooooor!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Family Portrait" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.