Confiante de que estaria fazendo o certo, encaixei a chave na fechadura, girei, e sem mais delongas segurei firme na maçaneta e a empurrei para baixo, fiz uma leve força para puxa-la e finalmente á abri.

Não acreditei no que vi, uma biblioteca idêntica á minha, olhei para trás e para frente era exatamente a mesma coisa. Entrei por aquela outra biblioteca tranquei a porta e guardei a chave. Sai daquela biblioteca e me deparei com a mesma sala que tenho em casa, só os móveis eram diferentes.

Enquanto andava pela sala, escutei um barulho vindo de fora, uma pessoa estava destrancando a porta da sala. Me escondi atrás de um grande sofá.

Um moço entrou e calmamente caminhava para a biblioteca, mais sem querer minha bolsa escapuliu do ombro e caiu no chão imediatamente ele parou e disse:

-Tem alguém aí? É um ladrão? Se for fique sabendo que eu não tenho nada. Mas de qualquer forma apareça!

Devagar me levantei e falei:

– Não sou um ladrão, sou só uma simples garota.

–E o que a senhorita faz aqui?-Ele disse.

–Vim esclarecer um mistério.

–Mas que mistério?

–Não lhe devo satisfações.

–Desculpa, esqueci de me apresentar. Sou Jack Walker, e qual é o seu nome?

–Sou Julie.

–E o que você veio fazer aqui?

–Vim procurar o meu namorado, David. Ele passou pela porta sem a chave...

–Ah, sinto muito. Será difícil de recuperá-lo.

–Porque?

–Como você já deve saber, quando ele passa por a porta sem a chave ele vira um cristal e fica caído no chão da biblioteca.

–E aí o que acontece?

–Eu venho buscá-lo.

–Porque?

–Sou um vendedor de cristal.

–E o que você faz com os cristais?

–Os vendo.

–Mas porque?

-Porque esse é o meu trabalho. Venha comigo para a biblioteca, acho que deve lhe mostrar uma coisa.