Jogo Das Creepypastas escrita por Flandre Scarlet, Kim Shin Yeong, Ana Demoniac


Capítulo 6
Capítulo V - Uma assassina voraz


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Ah, eu to bem, obrigada. Eu sou a Naru, sou nova aqui e amiga da Flandre Scarlet. Vou estar como co-autora aqui até a fic acabar, depois vou me retirar porque quero no meu perfil um projeto de fic só meu. Não consegui pegar o espírito AINDA, então sai um pouco da ordem cronológica da história. Mesmo assim, espero que gostem. O capítulo será narrado pela Jane.
Boa leitura



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Cai ao chão, quase que derrotada. Meu corpo todo doía como se eu tivesse sido atropelada por um caminhão e estava repleto de ferimentos: os joelhos e os cotovelos ralados, a canela cortada, alguns arranhados pelo rosto e hematomas espalhados por aí. Mal aguentava andar, mancava sobre uma das pernas, a que a canela não havia sido ferida.

O inimigo podia não ter braços, apenas pernas, mesmo assim possuía uma força e agilidade descomunal. Sim, estou falando de BOB, ou como gosto de chamar: Tio BOB Peladão.

Nunca fomos amigos, para falar a verdade, mas também nunca fomos inimigos. Nunca fomos até o momento. Bem, porém, o que eu mais queria era Jeff: teria a oportunidade de matá-lo, e ele estava tão perto... Aprisionado no mesmo mundo que eu! Quanta sorte, não? Então, eu teria que vencer aquele maldito nu para poder enfrentá-lo. Não estava nem um pouco interessada em ganhar aquele jogo e me tornar guardiã daquela droga daquele portão, apenas não poderia morrer antes de ter certeza que Jeff estivesse morto.

A criatura aproximou-se correndo de forma desajeitada, os ombros balançando, e berrou monstruosamente, parecia que meus tímpanos iriam estourar. Ele chutou-me contra uma árvore e eu cai novamente. Senti uma forte pontada na barriga e algo quente escorrendo pelo tórax. Sangue. Minha blusa estava rasgada, pude ver claramente o corte feito em minha barriga. Não era tão profundo a ponto de me matar, mas era capaz de me deixar incapacitada.

Eu estava ali, tão vulnerável, então por que aquele monstro não me matou? Simples, ele estava brincando comigo. Queria ver minha expressão de dor, ódio, um misto confuso de emoções e pensamentos. Eu não ia dar esse gostinho a ele.

Trinquei os dentes e tirei outra faca do cinto em minha cintura, que estava oculto devido à blusa preta, e usei todas as minhas forças para avançar contra o monstro. Ele veio em minha direção também, contando com o fato de eu estar fraca e ferida, porém, ele não contava com (n/a: A minha astúcia!) que eu soubesse de todos os seus ataques. Notei um ligeiro movimento da sua perna direita, então seria com ela que ele atacaria. Assim que BOB tentou me chutar, eu esquivei, inclinando o corpo para frente, depois agarrei sua perna e acertei a articulação com meu cotovelo, rompendo-a. A criatura rugiu de dor e cambaleou para trás. BOB avançou com a cabeça na tentativa falha de me morder, e então eu contra-ataquei enfiando-lhe a faca no estômago.

O soltei e ele caiu de joelhos, minha faca ainda presa em seu abdômen. O sangue do ferimento escorria lentamente. Sorri sadicamente e estufei o peito com uma pontada de orgulho. Os gemidos de BOB foram interrompidos pelo sangue que borbulhava em sua garganta, ele se engasgou e depois vomitou todo esse sangue. Eu já sabia o que acontecia, matara dezenas de pessoas dessa forma. Então, entediada com a cena, passei a faca pelo pescoço de BOB, cortando sua jugular.

Não tinha mais o que fazer ali, ele sangraria até a morte. Abandonei o cenário e me dirigi até um lago ali perto para limpar minhas feridas. Tirei a blusa toda manchada de sangue e a enfiei no lago, tirando-a logo em seguida e torcendo. Passei o pano úmido por todas as minhas feridas, retirando o sangue que as cobria. Se tinha algo que eu odiava eram crostas de sangue seco sobre a pele.

Olhei ao redor procurando por uma direção e algo me chamou a atenção: uma cidade. Sim, Scary possuía cidades comuns, com altos arranha-céus e avenidas com carros, porém, todos vazios e parados. O cenário era comum, apenas não tinha uma população.

Manquei preguiçosamente até a área urbanizada, tinha em mente invadir as casas e procurar por algo pra beber, comer e um chuveiro com água quente. Talvez até um coleguinha para matar. Entrei num prédio com um grande letreiro escrito "HOTEL", tentei usar o elevador para não ter que subir toda a escadaria, no entanto, para o meu azar, ele estava quebrado. Típico de Zalgo. E se não estivesse quebrado, ele quebraria comigo dentro. Suspirei desanimada e recorri às escadas. Morrendo de dor e de preguiça para continuar a subir, parei logo no primeiro andar. Passei por uma porta verde escrita "1º andar" e não me importei se ela bateria com força ou não. Na verdade, eu até a forcei um pouco para que fizesse barulho e, caso tivesse alguém ali, esse alguém soubesse que eu tinha chegado.

Caminhei por um extenso corredor, todas as luzes estavam apagadas, o que me deu uma aguda decepção. Afinal, um prédio com energia estaria com todas as luzes apagadas? E se estava sem energia, não teria um chuveiro com água quente! Tive uma vontade enorme de dar meia volta descer aqueles degraus, sair do prédio e procurar por outro local, um que tivesse energia e um chuveiro com água quente. Oh, Zalgo, o que custa um chuveiro com água quente?! Foi aí que todas as luzes se acenderam.

– Obrigada, Zalgo! - gritei num tom de deboche.

Fui direto a uma suíte no fim do corredor e a primeira coisa que fiz foi entrar no banheiro. Despi-me de minhas roupas e as joguei em cima da tampa da privada, logo em seguida entrei no box e liguei o chuveiro. Olha, pode parecer exagero, mas tive uma fugaz sensação de êxtase no momento em que a água quente entrou em contato com minha pele gelada. Fazia um frio da porra lá fora, e fazia meses que não tomava um banho decente.

Quando saí do chuveiro minha cabeça pesava, não, nada de consciência, apenas uma dor insuportável, como se ela pesasse mais que o meu corpo. Enrosquei-me numa toalha branca que havia dependurada ali e deixei meus cabelos molhados livres. Caminhei arrastando pé ante pé para fora do banheiro. Estava pronta para me jogar na cama e dormir profundamente quando ouço passos no corredor. Virei-me para olhar a porta e caminhei até ela, batendo o dedinho do pé numa cômoda que havia encostada na parede.

– Ai, merda! - praguejei agarrando meu pé. A dor era latejante e fez um arrepio subir por minha espinha.

Fiquei pulando no outro pé por alguns segundos, como se aquilo fosse ajudar a dor a passar, e depois voltei à porta. Tive a sensação momentânea de ter visto um vulto passar correndo no fim do corredor. E, claro, não poderia tomar uma ação mais sensata: fui até lá.

A primeira porta do corredor estava entreaberta, dando uma pequena visão do quarto. Abri a porta lentamente, surpreendendo-me por não ouvir rangido algum. Tratando-se de Zalgo, esperava por algo bem clichê: que a porta rangesse de forma desgastante e demasiado alta. E então penetrei no quarto, percebendo uma pequena inquietação escondida atrás do outro lado da cama. Parecia alguém choramingando. Andei cautelosamente ao redor da cama até me deparar com Sally virada de costas, mas visivelmente encolhida no chão, agarrada aos joelhos e balançando ritmicamente para frente e para trás. Aproximei-me dela e toquei seu ombro, a menina virou-se como um animal feroz e agarrou meu braço. Dei um pulo e tentei livrar meu braço, mas a garota que rosnava logo a minha frente não queria soltá-lo. Sally puxou-me para ela e mordeu meu ombro com tanta força que foi capaz de fazê-lo sangrar. Chutei o rosto na menina e ela ganiu, escondendo-se debaixo da cama. Abaixei-me para olhá-la e ela não estava mais lá, quando me levantei dei de cara com a peste de pé sobre a cama. Ela pulou sobre mim, fazendo-me cair ao chão, e eu chutei sua barriga para que ela saísse de cima de mim. Chutei-a com mais força que desejava, pois ela voou para longe. Pronta para atacar novamente, eu a interrompi:

– Sally! - gritei, a menina parou no mesmo instante - Calma, vamos conversar.

– Não tem conversa, é um jogo de sobrevivência e você invadiu meu território! - vociferou.

– Ei, ei, espere! Vamos formar uma aliança!

O rosto da pequena assumiu uma expressão confusa, mas Sally não baixou a guarda.

– Sozinhas é quase impossível! São muitos para matarmos!

– É por isso que eu tinha um plano. - falou - Ficaria aqui até o momento em que achasse que os outros já haviam se matado lá fora.

Fiquei surpresa. Não era um plano tão ruim assim.

– Sim, sim, mas... - fiz uma pausa - Aquele que sobreviver lá fora será o mais forte, que conseguiu matar todos os outros. Como conseguiria lutar sozinha contra ele?

Sally ficou pensativa.

– Tem razão...

– Viu? - instiguei.

– Mas como vou saber que você não vai me matar? - perguntou num tom acusador.

– Ora, Sally, somos meninas. Estamos no mesmo time. - argumentei, ela era só uma criança de oito anos, não precisava de argumentos com base sólida - E também, você é uma adversária e tanto, acho que não seria párea para você.

Ela assentiu.

– Tem razão... - concordou pensativa - Certo, então vamos formar uma aliança só de garotas! Venceremos aqueles meninos bobões! - ela sorriu empolgada.

Sorri também. Sally aproximou-se de mim para me dar um abraçou, porém, eu não a abracei. Tirei um pequeno punhal do meu cinto e cravei na testa da menina. Sally me encarou atordoada, sua expressão um misto de tristeza, decepção e ódio. Seus olhos giraram nas órbitas e então ela caiu sem vida. Suspirei.

– Finalmente!

E então me joguei na cama logo ao lado, pronta para desmaiar de cansaço. E nem me importei de estar nua!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Beijos!