Ponto De Atração escrita por Duplicata


Capítulo 42
3 dias


Notas iniciais do capítulo

Olá coisas lindas! Cá está, a sereia e seu "desafio" e o presente, enfim, revelado.



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3º dia

[Jeremias]

Resista a sereia. Tudo bem, isso pode ser estranho, mas para um semideus estranho é o normal, o cotidiano.

Meus companheiros me ajudaram a andar pelo rio raso, dizendo que sabiam onde a sereia poderia estar, mas não precisei de muito, pois logo na frente em cima de uma pedra uma mulher meio peixe meio humana estava sentada.

- Olhem!- Exclamei, admirado.

Olhei para trás, meus companheiros estavam congelados, como se tivessem sido desligados da bateria.

Praguejei em grego antigo, mas andei a frente, a sereia me avistou e sorriu.

- Mas veja! Uma visita! Há tanto tempo que não recebo uma!- A sereia disse olhando bem em meus olhos.

- Sou o primeiro então?- Perguntei surpreso por Anthony não ter passado por ali ainda.

- Sim, seu amigo Anthony não veio aqui ainda.

- Não é meu amigo. Não mais.

- Sei...

A sereia saiu da rocha em que estava sentada e arrumou os longos cabelos negros, de longe a aparência dela impressionava muito, não só pela cauda de peixe, mas pelo brilho que ela emanava, pelas joias de pérolas coloridas que usava, os peitos de mulher estavam cobertos por duas conchas, mas a beleza parava por ai. Os olhos eram como de lagartos, verticais com duas fendas negras, os dentes eram pontiagudos e provavelmente muito afiados, as unhas estavam grandes demais e tudo isso contribuía para um visual macabramente instigante.

- Venha aqui e vamos conversar...- Ela começou e senti que era isso que eu devia fazer, ir lá e conversar com ela.

- Sim.

Aproximei-me e senti o cheiro de peixe que ela exalava, nada agradável.

- Quer brincar comigo? Quem achar a concha que eu escondi no fundo desse rio vive e quem perder... Bem, morre- A sereia sorriu e fiquei tentado a aceitar, mas vi em meu braço a fita e lembrei-me de Arin, de que ela estava me esperando e de que eu devia sair vivo dali.

A sereia estava usando o charme, ou algo assim, pois eu estava realmente tentado a fazer tudo o que ela quisesse.

- Hum... Que tal um jogo novo para ser mais interessante?- Propus.

- Um jogo novo?- Ela passou a língua nos dentes afiados e mexeu no cabelo de um modo encantador.

- Sim... Ele se chama esconde- esconde, você fecha os olhos e conta até 100 e eu me escondo, então você me procura e se não me achar em uma hora eu venço, se me achar antes então você vence. Ah e antes temos que fazer apostas, a coisa mais valiosa que você tem contra a coisa mais valiosa que eu tenho. Quem ganhar, ganha tudo.

- E se você perder?

- Suponho que você tenha planos para mim.

- E se você ganhar?

- Eu levo as apostas.

- Parece razoável. Vamos jogar disso.

Peguei minha espada brilhante e coloquei no chão como minha aposta e a sereia sorriu, ela adorava adornos brilhantes. Ela pensou um pouco e então retirou da cintura um lindo cinto todo de ouro, brilhante e chamativo.

- Afrodite me deu este cinto para guardar, é muito precioso e não creio que vá ganhar.

Santo Hermes! O presente! O cinto de Afrodite! Aquele que faz qualquer homem se apaixonar pela deusa!

- Vou contar aqui- A sereia se debruçou sobre uma rocha e começou a contar.

- 1... 2...3...4...

Peguei rapidamente minha espada e o cinto e desatei a correr, mas a sereia se virou para me perguntar algo e viu minha fuga.

- Traidor! Filhos de Hermes são sempre traiçoeiros! Volte aqui!

A sereia não era boa em corridas, a cauda de peixe não devia ajudar muito, em compensação ela tinha aqueles poderes estranhos e começou a cantar a medida que avançava. Minha mente pediu para ficar, meu corpo se tornou mais lento e eu queria ficar ali, me entregar a sereia, mas novamente vi a fita e me foquei nela. Arin. Ela estava me esperando e eu iria ganhar, era questão de tempo agora. Arin.

Tentei correr, mas eu ainda não conseguia muito bem, a sereia começou a lançar coisas contra mim e senti dor, reparei que ela estava lançando sangue sugas contra meu pescoço. Afastei algumas, continuei a correr, o cinto caiu na água e a sereia urrou de ódio pelo cinto estar molhado, mas o peguei e continuei a correr, agora, com Arin em mente a sereia não me afetava mais e então corri em direção a terra e desapareci na floresta, agora o caminho de volta parecia muito fácil.

[Anthony]

As loucas haviam me deixado, mas eu ainda deveria enfrentar uma sereia, que deveria ser igualmente louca, ou pior.

Frankie resolvera ficar por ali e segui sozinho pelo leito do rio, esperando encontrar a maldita sereia. Em pouco tempo a vi sentada numa rocha, olhando para um espelho e reclamado de semideuses.

Mau começo.

- Olá- Falei com meu melhor tom.

- Anthony Michael, filho de Zeus!- Ela nem olhou em minha direção- Olá!

- Então hum... Você tem algo que eu preciso.

- Tipo?

- Eu não faço a menor ideia.

A sereia saiu da rocha em que estava sentada e arrumou os longos cabelos negros, de longe a aparência dela impressionava muito, não só pela cauda de peixe, mas pelo brilho que ela emanava, pelas joias de pérolas coloridas que usava, os peitos de mulher estavam cobertos por duas conchas, mas a beleza parava por ai. Os olhos eram como de lagartos, verticais com duas fendas negras, os dentes eram pontiagudos e provavelmente muito afiados, as unhas estavam grandes demais e tudo isso contribuía para um visual macabramente instigante.

- Isso não ajuda muito... Que tal uma brincadeira?

- Sério?- Olhei para ela com cara “tenho coisa melhor para fazer”

- Sim, dessa vez não irei perder.

- O que...

- Não importa, quer ou não quer?

- Tudo bem, o que vai ser?

- Vamos procurar a pérola que eu escondi no fundo desse rio, quem a encontrar primeiro vence, o perdedor morre- Ela sorriu confiante e senti uma pontada de medo, mas eu sabia que poderia fazer isso.

- Tudo bem. Vamos lá.

- Lhe dou uma vantagem. GO!

Enfiei a cabeça na água e procurei freneticamente pela pérola, mas tive que voltar a superfície para respirar, repeti o processo algumas vezes e nada saia do fundo do rio, se não areia e cascalhos.

Senti-me frustrado e então percebi que eu não venceria.

- Ache...

Em uma fração de segundos invoquei uma tempestade e a sereia não pode terminar a frase.

- Me dê agora o presente- Falei apontando minha espada para ela.

- Não. O jogo é claro, você perdeu, você morre.

- Não, as regras mudaram. Me dê o presente e talvez viva.

A sereia sorriu e veio para perto de mim o cheiro de peixe me invadiu e senti náuseas.

- Jovem, você terá que aprender com as regras, mas essa sua vida já acabou e terei que matá-lo agora.

Concentrei a eletricidade do raio em minha espada e ela brilhou furiosa, a sereia foi para trás com a enorme cauda, mas coloquei minha espada bem no meio da barriga dela, fazendo-a parar.

- O presente.

- Anthony...

- O PRESENTE!

- O outro semideus já passou aqui! Já o levou.

- O QUÊ?- Gritei já tomado pela raiva de Jeremias ter sido mais rápido que eu.

- Jeremias... Aquele trapaceiro! Roubou com um jogo novo e levou o presente.

- Faz quanto tempo?

- Umas cinco horas? Talvez mais ou menos, não sei ao certo.

Droga!

Cravei a espada na sereia que se desfez em pó branco como neve. Minha raiva fez o céu rugir entre raios e trovões e desejei com todas as minhas forças que Jeremias não fosse tão burro ao tentar me derrotar.

Eu não seria mais justo, estava na hora de usar os poderes divinos. Controlei o vento ao redor de mim para que ele me levasse o mais rápido possível para a entrada da floresta e senti como se eu estivesse rompendo a barreira do som, pois em poucos segundos eu já estava lá, empunhando minha espada apenas esperando por Jeremias.


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Notas finais do capítulo

E agora o que vai acontecer? Alguém tinha ideia do cinto ser esse presente? Até breve! :3