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Como se fosse em câmara lenta, ele colocou a mão dentro da caixa e retirou um papel, o abriu cuidadosamente e leu em voz alta enquanto procurava por alguém na multidão.

– Lucy Heartphilia. – quando terminou de pronunciar meu nome os seus lindos olhos escarlates pousaram em mim, senti um leve arrepio.

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– Peço que todos ajudem os nossos aliados e amigos e espero que se deem bem. – Mira-san falou com a mesma gentileza de sempre.

– Agora que está tudo resolvido, vamos fazer uma festa!! – o Master anunciou empolgado.

Depois disso só se viam cadeiras, mesas e até pessoas voando. Sorri discreta e divertidamente. Com ou sem os Grandes Jogos Mágicos, passando ou não 7 anos em branco, sendo considerada a Guild mais forte ou a Guild mais fraca, a Fairy Tail sempre será a mesma! E apesar de tudo, eu amo essa Fairy Tail!

– Lu-chan, vamos para uma mesa mais tranquila. – Levy-chan pegou a minha mão e começou a me arrastar até uma mesa onde o Gajeel e o Lily estavam sentados.

– Interessante você escolher exatamente esta mesa, Levy-chan. – comentei com um pequeno sorriso malicioso.

– É-É a m-mesa mais tranquila. N-Não tem n-nada a ver c-com o G-Gajeel. – se justificou corada.

– Mas eu não disse nada Levy-chan, apenas fiz um comentário inocente. Você que interpretou dessa maneira. – me defendi tentado prender o riso.

– Isso não vale Lu-chan! – resmungou fazendo bico. Nisto chegamos à mesa do Gajeel.

– Yo bunny-girl, baixinha. – cumprimentou debochado.

– Eu não sou baixinha. – Levy-chan reclamou cruzando os braços emburrada.

– Yo príncipe dos ferros. – falei igualmente debochada e rolei os olhos enquanto sentava no banco.

– Gehee. – deu sua risada de assinatura. – Gostei do apelido.

– Não era pra gostar. – resmunguei.

– Olá Levy, Lucy. – Lily nos cumprimentou educadamente. Quanta diferença do Gajeel pro exceed.

– Bem que você poderia aprender com o Lily, Gajeel. – Levy-chan alfinetou.

– Olá Lily. – sorri para o pequeno exceed preto e fui correspondida.

Engatei em uma conversa com o Lily e deixei o Gajeel e a Levy-chan discutindo. Depois de um tempo percebi que o Master tinha subido para a sua sala no 2º andar.

– Nee, Levy-chan. – cutuquei levemente o seu ombro.

– Sim? – deu uma pausa na sua briga com o Gajeel e me respondeu.

– O Master acabou de ir para a sala dele. – dei um olhar significativo para a azulada.

– Então está é a hora perfeita! Tchau pra vocês dois! – saiu apressadamente da mesa me puxando junto. Só deu tempo de acenar para os dois seres confusos e chegamos ao nosso destino. Bati levemente na madeira.

– Podem entrar. – ouvimos a voz abafada do nosso Master e entramos na sala. Ele estava sentado em uma cadeira atrás de uma mesa e na sua frente estava Laxus sentado em uma das quatro poltronas que ali estavam.

– Olá Master. – cumprimentamos em uníssono.

– Sentem-se, por favor. – indicou as poltronas e nos sentamos ali. – O que as traz aqui?

Levy-chan olhou para Laxus que nos encarava com um olhar levemente curioso e depois para o mim, como se pedisse permissão para falar. Sorri levemente dando a confirmação que ela queria.

– Hoje a Lu-chan me entregou isso. Acho que o senhor reconhece este ritual. – entregou a folha onde eu havia escrito as frases que a senhora com que eu sonhava dizia. O Master leu silenciosamente e olhou seriamente para nós.

– Onde você conseguiu isso, Lucy?

– De algum tempo para cá eu comecei a sonhar com uma senhora, e em cada sonho ela dizia um frase diferente, então comecei a escrever elas. – expliquei apreensiva.

– Entendo. – falou simplesmente. – Lucy, você notou alguma mudança em você?

– Hai, meus sentidos estão ficando cada vez mais aguçados e eu sinto o meu poder mágico se expandindo a cada dia.

– Você ainda está sentindo essas mudanças ocorrerem? – assenti com a cabeça e o Master pareceu aliviado. – Isto é bom.

– O que está acontecendo Master? – Levy-chan perguntou.

– A Lucy tinha um selo. – explicou. - E fizeram um ritual para retira-lo.

– Que selo era este? ­– Laxus se pronunciou pela primeira vez desde que entrei naquela sala.

– Um selo de poder. – a primeira mestra da Fairy Tail, Mavis Vermilion, apareceu de repente na sala e respondeu a pergunta do Laxus. – A Lucy nunca usou o seu verdadeiro poder, pois ele estava selado dentro dela. Consequentemente, não sabemos qual é a sua verdadeira magia, só saberemos depois de algum tempo.

– Mas porque é bom que eu ainda esteja sentindo as mudanças causadas pela remoção do selo? – perguntei confusa.

– Isso significa que o selo está se rompendo lentamente. E isso é bom, pois se todo o seu poder fosse liberado de uma só vez o seu corpo não aguentaria e o seu destino seria a morte. – a Primeira explicou e eu engoli em seco.

– Por isso você tem que treinar e tornar o seu corpo mais resistente. Mas você precisará de ajuda. – o Master tornou a falar.

– Eu irei ajudar a Lucy. - Mavis-sama falou surpreendendo a todos.

– V-Você irá me t-treinar, Mavis-sama? – gaguejei completamente surpresa.

– Sim. – a Primeira sorriu gentilmente e me vi saindo do meu estado de choque e retribuindo o seu sorriso.

– Que bom que não precisamos nos preocupar com isso, a Lucy estará em boas mãos. – o Master suspirou aliviado.

– Mas eu irei precisar da sua ajuda Laxus, por isso peço que se disponibilize a me ajudar a treinar a Lucy-chan!

– Eu? – questionou confuso e a Primeira assentiu. – Tudo bem então. – deu de ombros.

– Peço que descanse por seis dias Lucy-chan, porque depois começaremos o nosso treinamento. Enquanto isso é bom que você faça ao menos duas missões leves.

– Tudo bem. – sorri. – Obrigada por me ajudarem.

– Não precisa agradecer. – Laxus rolou os olhos e os outros sorriram assentindo. Curvei-me brevemente e me retirei da sala, sendo seguida pela Levy-chan.

– Uau! – a baixinha exclamou e eu ri levemente.

– Vamos voltar para a mesa do Gajeel. – puxei a azulada até lá e retomamos a conversa com o Lily e o Dragon Slayer de Ferro.

– Lucy-san? – escutei alguém me chamar e vi o Rogue na minha frente.

– Hai? – respondi sentindo um leve calor nas minhas bochechas. Pergunto-me porque estou corada.

– Quando for para a sua casa poderia me chamar, por favor? – olhei pela janela quando escutei o pedido e percebi que já era fim de tarde.

– Desculpe, perdi a noção do tempo. – pedi envergonhada. – Mas eu estou indo agora, tudo bem para você?

– Hai. – respondeu simplesmente. – Vou apenas pegar o Frosch e poderemos ir.

– Claro. Irei te esperar do lado de fora da Guild. - ele assentiu e foi buscar o seu exceed. Despedi-me dos meus amigos e fiquei esperando o Rogue do lado de fora do prédio.

Depois de apenas um minuto o Dragon Slayer veio em minha direção com um sapinho rosa nos braços.

– Oi. – o exceed fazendo cosplay de sapo cumprimentou timidamente. Que kawaii! Deu vontade de apertar!

– Oi pequeno! – sorri pra ele. – Qual o seu nome?

– Fro se chama Fosch, e a Fada-san? – se apresentou um pouco mais solto do que antes.

– Eu sou Lucy, Lucy Heartphilia. – sorri novamente.

– Fro pode te chamar de Fada-san? – Kya! A vontade de apertar aquela coisa kawaii só aumentou!

– Claro que pode Fro! Agora vamos para a minha casa?

– Hai. – respondeu fofamente.

No caminho para casa fiquei conversando com o Fro e o Rogue se manteve calado. Quando chegamos destranquei o apartamento e entrei junto com eles.

– Fiquem à vontade. Vocês já jantaram? - perguntei indo para a cozinha e sendo seguida por eles.

– Ainda não. – Rogue respondeu por eles dois.

– Panquecas servem? É que os meus amigos acabaram com a minha comida e ainda não fiz as compras. – falei depois de verificar toda a comida que eu tinha.

– Panquecas são ótimas. – Rogue respondeu.

– Fro também acha. – sorri para eles dois e me pus a fazer as panquecas. Depois de terminadas eu as dividi para em três pratos e preparei a calda de chocolate, fiz suco de laranja e arrumei à mesa.

– Está tudo delicioso. – Rogue murmurou depois de provar, sorri agradecendo e sentindo o sangue subir para as minhas bochechas.

– Fro também acha. – concordou fofamente.

– Obrigada. – sorri novamente.

Eu e o Fro conversávamos enquanto jantávamos e o Rogue raramente falava alguma coisa. Já dava para perceber claramente que ele era muito reservado. Quando terminamos eu recolhi o que foi usado e organizei a louça suja na pia, já que não gosto de lavar louça a noite.

– Preferem ir tomar banho primeiro ou me esperar? – perguntei gentilmente.

– Nós esperamos. – sorri levemente e peguei a roupa e a toalha.

– Se quiserem podem assistir à TV, o controle esta na mesa de centro. – ofereci antes de ir para o banheiro. Tomei um banho não muito demorado e vesti um conjunto de pijama rosa claro composto por uma calça e uma blusa de mangas longas.

Depois que eu sai o Rogue e o Fro foram tomar banho, aproveitei o tempo e puxei um colchão que eu tinha de reserva e coloquei no chão do meu quarto, peguei alguns cobertores e um travesseiro e coloquei ali. Após algum tempo saíram do banheiro, o Rogue estava com uma calça de moletom preta e uma camisa também preta um pouco grande para ele que parecia confortável.

– Não é lá muito confortável, mas acho que por enquanto está bom para dormir. – apontei para o colchão no chão.

– Está bom assim. – murmurou indo se deitar ali.

– Fro também acha. – o pequeno afirmou bocejando e indo se deitar ao lado do travesseiro do moreno, adormeceu instantaneamente.

– Boa noite. – murmurei também bocejando e me cobrindo com o cobertor.

– Boa noite Lucy-san. – escutei o moreno sussurrar e sorri levemente me entregando ao mundo dos sonhos.