Ich Bin Nicht Ich escrita por seethehalo


Capítulo 22
Midnight


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse é o capítulo mais esperado!!
Ficou bem curtinho, mas eu adorei escrever. *-*



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     Me encostei de costas na porta, por dentro. “Julia, você tem problema?” Era o que eu me perguntava. Fiquei ali em pé pensando em nada por alguns minutos, depois “escorreguei” e sentei no chão. Mais uns minutos se passaram e alguém bateu na porta.

     Toc-toc-toc. E uma voz suave e abafada perguntou:

     - Tem alguém acordada aí?

     Levantei do chão e abri:

     - Tem.

     Bill estava parado na soleira.

     - Não consegue dormir? – indagou.

     - Bem vindo ao clube! – Minha exclamação o fez rir.

     - Obrigado. E já que a gente não vai conseguir dormir mesmo, vamos dar uma volta?

     - Vamos pra onde? Dez minutos atrás eu estava aí no corredor e fui abordada por um segurança.

     - Ah, qualé, você tá num hotel. Um cinco estrelas, aliás. Até parece que dormir é a única coisa que tem pra se fazer por aqui.

     Eu ri.

     - Tá bom então. Vamos passear de pijama. Peraí que eu vou pegar os meus chinelos. – Entrei, peguei os chinelos, abaixei um pouco o cabelo e saí novamente.

     A luz do elevador me cegou. Entrei de olhos fechados e as mãos no rosto pra me reacostumar com a claridade.

     - Ain... – resmunguei – virei morcego!

     Bill não resistiu à piada diante da minha observação.

     - Pára de rir! Tá todo mundo dormindo!

     - Eu não me importo. Vamos nos transformar em vampiros e assombrar o hotel!

     Impossível não rir daquilo. Ignorei o bom senso e gargalhamos juntos até chegarmos ao 14º andar.

     - O que a gente veio fazer aqui? – perguntei

     - Comer! Quem sabe a gente não durma depois de um lanchinho da madrugada?

     - Não será preciso! – disse rindo – Logo eu vou ficar com sono de tanto rir!

     Eu não comi nada, só tomei uma coca. Adeus, sono.

     Retornamos aos nossos quartos. Já não estava mais cega. De volta ao breu do corredor do sexto andar (onde eram os nossos quartos), quando o elevador se foi eu não enxergava um palmo diante do meu nariz. Nem sei como eu andava.

     - Eu duvido que, depois de encarar uma lata de coca, eu consiga dormir agora... – eu disse.

     - Você vai dormir. Eu é que não vou. – Bill falou isso mais baixo do que o zumbido de uma mosca.

     - Como pode saber?

     O silêncio respondeu.

     Fiquei parada e perdida na escuridão sepulcral do lugar. Durante longos minutos, permaneci imóvel no corredor. A quietude me gelava a alma. De repente senti um arzinho quente sobre mim... ergui os olhos, como se enxergasse alguma coisa.

     Aquele ar quente ficava mais forte... sentia a respiração ofegante do Bill cada vez mais perto. Sua mão tocou o meu rosto, fazendo com que eu me arrepiasse. Meus olhos, abertos sem razão, se fecharam. Me senti empurrada por um vento inexistente, e quando me vi percebi que nós dois estávamos compartilhando um beijo.

     Nunca, na minha vida, sentira algo mais doce e mais sincero do que aquele beijo desavisado no escuro. Não sei se era rápido ou devagar, eu queria que nunca acabasse... Não havia barulho, por causa da hora; nem cenário, devido àquele breu; nada. Havia apenas duas pessoas, um rapaz e uma garota; no meio do nada; juntos, num beijo quente, apaixonante, sagrado, irreal.

     Então acabou. Uma brisa gelada oriunda do desconhecido desselou nossos lábios e abriu nossos olhos. Não houve necessidade de palavras. Cada um entrou no seu quarto, e não sei quanto a ele mas eu realmente dormi. O sol já estava nascendo, mas não importava... Eu simplesmente dormi e depois acordei. E por incrível que pareça, não acordei com a sensação de que tudo fora um sonho.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem, mais capítulos adiantados!!



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