Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 7
Cap. 6: Desculpa...


Notas iniciais do capítulo

Hey leitores lindooos!

Recomendo minhas outras duas fic para quem ainda não leu.

A gente nem ficou - fic que estou escrevendo junto com a linda da Isa -http://fanfiction.com.br/historia/414065/A_Gente_Nem_Ficou/

Sempre foi você!
http://fanfiction.com.br/historia/391536/Sempre_Foi_Voce/

Hoje não vou enrolar muito aqui. Aproveitem o cap ao máximo, pois eu achei ele fofo hahah'
Booa leitura e desculpe os erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391541/chapter/7

- Natha...

- Que bom te ver bem Juh. – Ele me interrompeu e substituiu a expressão seca por um sorriso, que sempre que o via algo dentro de mim se apertava.

- É, obrigada.- Disse me levantando do chão sem graça. – Nathaniel, eu preciso te pedir desculpa. – Olhei para baixo para assim evitar olhar nos olhos.

- Eu não estou zangado com você Juh. – Droga, assim fica difícil.

- Mesmo assim, eu tenho que me desculpar, bem, acho que não foi legal algumas coisas que eu te disse. – Levantei a cabeça para ver sua expressão, mas ele estava novamente ilegível, apenas deu de ombros.

- Você só disse a verdade. Eu estou morto.

Eu queria chorar, mas não conseguia. Era difícil eu suporta poder falar com meu amigo morto, ainda mais com ele mesmo dizendo que está morto. Isso me machucava, machucava muito. Não sei o que deu em mim, só voltei até o controle sobre meu próprio corpo quando já estava com os braços ao redor do pescoço do loiro que estava na minha frente.

Ainda mais estranho do que eu poder o ver, era o fato que eu podia o tocar. Isso era algo que fazia me sentir feliz e estranha ao mesmo tempo.

Suspirei perto do seu ouvido me sentido mais leve ao seu lado podendo sentir a sua pele tocando a minha.

- Como sua amiga eu não devia ter falado aquilo. Por favor, me desculpe. – Supliquei afinal eu precisava que ele dissesse que me perdoava, para que assim eu pudesse me sentir melhor e quem sabe perdoar a mim mesma.

Ele que ainda estava com os braços no mesmo lugar sem contribuir o abraço, de repente me apertou forte – será que no outro lá tem musculação? Pois não me lembro de ele ser tão forte assim.

- Juh, não preciso de te desculpar em nada. Esta tudo bem.

O afastei um pouco e o olhei nos olhos. – Droga garoto, porque nem morto você perde esse brilho acinzentado estranho e lindo dos seus olhos?

- Nathaniel, eu preciso que você me Perdoe! – Ele sorriu de lado me puxando para mais um abraço.

- Jullie, quem deve ser perdoado aqui sou eu? – Ham? Essa eu não entendi.

- Como assim você? Você não fez nada Nathaniel! – Falei seria ainda em seus braços.

Como queria ficar ali pela eternidade, juntinho como ele.

- Por que se eu não tivesse morrido eu que iria ter te salvado, ou melhor, nunca deixaria ninguém te tocar como o Brian. – Ele passava as mãos em meus cabelos enquanto fala, o que fazia meu coração quase pular para fora.

- Você não tem culpa de nada, eu que sou uma idiota. – Afundei minha cabeça em seu peito tentando ouvir seu coração, mas nada. Nem se quer uma pulsação.

- Você não é idiota, Juh. Você sempre foi minha certinha. – Disse puxando meu rosto com uma das mãos para que eu o olhasse novamente, mas droga eu só via sua boca.

Enquanto ele ficava com um sorriso bobo e inocente, eu mordia meus lábios tentando me controlar. Como queria beijá-lo. Será que beijar um fantasma seria ainda mais estranho do que conversar com o mesmo? Okay, agora chega de pensar besteira Jullie, ele é seu amigo!

- Que rosto vermelho é esse Juh? – Ele segurou meu nariz sorrindo. – Está igual uma palhacinha agora, rosto e nariz vermelho. – É o meu rosto estava corado, mas agora com o clima totalmente quebrado eu só podia rir junto com ele.

- Para Nathaniel. – Disse meio ou riso, tirando a sua mão do meu nariz.

-Juh, me chame de Nate? – Ele pediu perto do meu ouvido novamente, fazendo assim com que eu me arrepiasse.

- O-okay, Nate.

 Deitei minha cabeça em seu ombro me sentido feliz, por está ao lado dele novamente e principalmente por ter conseguir o seu perdão – bem acho que isso foi tipo um perdão dublo- que tanto ensaiei a noite toda. Aliás, a noite que passei na casa de um garoto que conheço há um dia. Adam Pritons, garoto difícil de conversar, estranho, fechado, mas que tem um lado fofo que me faz esquece de todo o resto.

Será que um dia seremos amigos?

--x--

Eu estava deitada na cama vendo meu desenho mais do que favorito, e é claro que ria horrores com Jake. Mas não era apenas eu na minha cama, lá estava meu lindo e velho amigo que por sinal esta mortinho da silva, deitado ao meu lado com as pernas cruzadas tentando entender qual era a grande graça que eu via naquele estranho mundo do “Adventure Time”, na verdade nem eu sabia o porquê gostava tanto daquele mundinho de sonhos, mas ele era a única coisa que me fazia me sentir como eu era antes como uma criança que pode sonhar com qualquer coisa.

Eu realmente sinto falto do tempo que eu podia sonhar e brincar de verdade com meu amigo ainda vivo mesmo que agora depois de tanto tempo eu o possa ver nunca será como antes. Mesmo que ele não tenha mudado o modo de ser – porque a aparência, mesmo que ainda esteja com o mesmo rosto de antes, o seu corpo desenvolveu muito bem -, mas eu mudei, não só a aparência da nerdzinha que ninguém falava para até o modo de agir, pois a Jullie antiga nunca teria falado coisas tão horríveis como eu havia dito para o meu amigo na noite passada.

Mas o que mais me deixa confusa que apesar de toda a minha mudança, parece que o Nathaniel não se importa com isso. É como se para ele eu continue sendo a menininha sozinha que um dia ele disse que iria se casar, é engraçado, afinal mesmo que para ele dizer isso tenha sido apenas uma brincadeira para mim por outro lado havia se transformado em um sonho que agora nunca irar se realizar.

--x--

Acordei assustada, e olhei para todos os lados do meu quarto a procura do Nate que estava ao meu lado quando cai no sono, mas agora ele não estava mais lá.

 Ele sempre desaparece do nada gostaria tanto de saber o que ele faz quando não esta ao meu lado, afinal só eu posso vê-lo assim só comigo ele pode conversar, ou será que ele fica com outros mortos que decidiram não continuar o caminho para o outro lado? Aliás, eu até mesmo gostaria de saber o que o fez também não ter ido para sei lá onde que temos que ir depois da morte. Às vezes algo dentro de mim pensa que talvez ele possa ter ficado por mim, mas será que isso é realmente possível?

 Para Jullie, não pense nisso, afinal por que ele ficaria por você, tudo bem vocês eram grandes amigos na infância, sim, na infância. Ele não teria motivos algum para ficar por causa da “amiguinha”, certo?

Merda tenho que parar de pensar nisso e tentar aproveite o tempo que ele não está aqui para pelo menos para variar agir naturalmente como uma garota normal que não vê seu amigo morto!

Levantei-me da cama e fui até o banheiro para tomar um banho relaxante na banheira que quase sempre não era usada. Tirei todas minhas roupas e com a banheira já cheia entrei mergulhando até a cabeça.

Confesso que de tudo que passava em minha cabeça durante o banho 90% tinha aqueles olhos cinza. E os outros 10% era o quanto eu ainda estava chateada comigo mesmo, pelas coisas que disse ao Nathaneil. Serio, logo eu a garota que passou seis anos indo ao cemitério só para falar com o “nada”, como posso ter sido capaz de dizer aquelas coisas para ele... Até mesmo o mandei ir para o inferno! Ahr! Droga, logo agora que posso vê-lo o trato dessa forma. Isso é um pouco perturbador.

 Nathaniel, meu melhor amigo e talvez deva dizer minha paixonite de criança?

Não que eu não sinta algo a mais do que só amizade... Sim, eu sinto. Mas não posso. Ele está morto. Morto. Como terei meus filhos e uma família com uma pessoa morta, que, aliás, só o Adam além de mim é capaz de vê-lo.

Mamãe sempre soube quando eu era criança que meu sonho era casar com o Nathaniel, mas o que ela pensaria agora se dissesse que ainda penso nisso? É eu ganharia uma passagem só de ida para o manicômio de São Francisco.

Droga, acho que essa água está fazendo com que minha cabeça ferva e em vez de relaxa eu estou começando a ficar mais atordoada do que antes!

Levantei-me em um pulo e logo quando ia estica a mão para apanhar a tolha, alguém faz o favor de fazer isso por mim... Que gentil da parte dele, me ajudando... MAS QUE MERDA É ESSA?

- NATHANIEL!! O que você faz dentro do meu banheiro??? – Gritei, mas ao lembrar que minha mãe já devia ter voltado do trabalho tentei diminuir o tom de voz.

- Juh, desculpa. Juro que não fico te olhando no banho com freqüência! – Ele se virou apenas esticando a mão para que eu pegasse a toalha.

Mas espera, com freqüência?

- Você não tinha dito que não me olhava nua? – Sim, eu fiquei completamente vermelha, e não foi pela água quente.

- Não por que quero, só por acidente, mas achei que não era necessário dizer isso. – Ele riu meio que abafado.

Ahr, eu mato esse garoto... Mas ele já esta morto, Merda!

- Nathaniel, saia do meu banheiro depois tenho algumas regras para impor sobre suas aparições.

- Mas eu achei que você queria me ver. – Ham?

- Eu nem ao menos chamei você. – Bem, só estava pensando muito em você, mas isso não vem ao caso e ele não precisa saber.- Agora saia!!

- Tudo bem. – Ele se virou para mim antes de sair.- E Juh, você ainda está sem a toalha. – Ele me olhou sorrindo, mas não da forma pervertida que qualquer garoto olharia uma garota nua, ainda mais sendo eu. – Tchau. – Disse e desapareceu. Droga! Deixei a toalha cair no chão e cai direto dentro da banheira.

Meu Deus, juro que fico muito feliz em vê-lo, mas não que ele me veja nua, NUA! Bem, pelo menos não sou mais a tabua reta que era quando criança, devo dizer que desenvolvi bastante...

Ahr, merda! E ele viu meu desenvolvimento... Éh agora sim, eu que quero morrer!

--x--

Sai do banheiro apenas enrolada na toalha. -Droga, eu tinha que te levando minha roupa... Mas por sorte meu quarto estava vazio. Não tinha nenhum rapaz loiro ali. Devo ficar triste ou feliz por isso?

Vesti um vestido simples e soltinho, amarrei meus cabelos em um rabo alto e nada do Nathaniel aparece. Aproveitei e pus as roupas sujas na lavadora, esvaziei a banheira. E quando já não tinha mais nada o que fazer me atirei na cama.

-Onde diabos o Nathaniel foi parar? - Eu disse que a gente tinha que conversar.

 Ajeitei-me na cama olhando para o teto, quando de repente... Puf! Lá estava ele quase que encima de mim, com o rosto tão próximo do meu enquanto me olhava que eu podia sentir sua respiração bater contra o meu rosto.

- N-Nathaniel, o que você está fazendo? – Tentei virar o rosto para que ele não visse que estava corada. Afinal, porque eu sempre tenho que ficar vermelha perto dele?

- Você me chamou Juh. – Ele sorriu doce, fazendo com que meu coração disparasse a mil por hora.

Mas espera, eu não chamei, ou chamei? Serio, eu não estou entendendo mais nada.

- Certo, certo. – Tentei controlar meus próprios batimentos cardíacos. – Primeiro saia de cima de mim. – E assim ele fez.

- Desculpa, bem, pelo o banheiro. – Ôh droga. Suspirei.

- Tudo bem, mas é sobre isso que quero falar com você. – Ele fez sinal com a cabeça para que eu pudesse continuar. – Primeiro devemos por uma ordem nessa bagunça. – ele riu, droga fique seria Jullie. – Como você pode aparecer quando bem entende devemos impor algumas leis.

- Pode continuar, sou todo ouvido. – Ele sorriu de lado e eu tossi tentando me controlar.

- Bem, não apareça em hipótese alguma no banheiro, não importa se eu estiver ou não lá. – Ele concordou. – Acho que esse negócio de você ficar aparecendo do nada também não é muito legal, afinal daqui uns dias com tanto susto que veio levando eu que vou estar morta. – Ele soltou uma gargalhada, e como eu já tinha percebido ele parece não ligar muito com a palavra morte, ou morto.

- Mas Juh, eu só apareço porque você me chama.- Mas o que?

- Eu nunca te chamei! – Declarei filme, bem acho que nunca o chamei em voz alto, só penso às vezes. Será que isso conta?

- Chama sim. Eu não chego a ouvi-la claramente, mas sei que você me chama. – Ele deu de ombros como se não ligasse muito para tudo isso.

- Mas Nathaniel eu nunca te chamei! – Ele coçou a cabeça parecendo confuso.

- Mas eu podia jura que escuto você dizer meu nome. É estranho porque é como se sua voz estivesse em minha cabeça. – Jura que acha estranho? Estranho mesmo sou eu estar falando com um fantasma querido.

- Tudo bem, então acho que devo apenas me acostumar com suas aparições repentinas. – E ir ao cardiologista.

- Mas alguma coisa? – Ele perguntou de forma formal, mas não seria.

- Acho que só mais uma... Nunca mais, serio, nunca mesmo. Tente me ver sem roupa! – Ele riu se jogando na cama.

- Mas eu não vi de propósito, Juh. – Ele passou as mãos para trás da cabeça.

- Prometa! Se não eu te mato.

- Interessante, mas eu já estou morto. – Droga, é mesmo. Que idiota.

- Não importa, eu do um jeito. – Agora não só ele, mas até eu não me contive e ri, ri muito, como não fazia a muito tempo de verdade.

- Ok, eu prometo! – Ele bateu no travesseiro dando espaço para que eu me deitasse ao seu lado.

- Eu sentia tanta saudade disso. – Falei sincera lhe dando um beijo no rosto.

- Eu também.- Disse ele enquanto passava levemente a mão em meu cabelo.

E foi assim o meu final de semana. Trancada em meu quarto, vendo filmes e desenhos o dia e a noite ao lado do meu melhor amigo, e é claro, conversamos muito sobre tudo e mais um pouco.

Era estranho como parecia que eu até tinha onze anos ainda, era como se eu estivesse voltado no tempo. Na época em que era só eu e o Nate, e ele ainda era vivo.

Como era bom sentir isso novamente, está ao seu lado. Poder ouvir sua voz, seu cheiro – nossa não sabia que fantasmas tinham cheiro, e o dele é bom. –, só o que faltava era poder sentir o seu coração. Pois o meu eu nem sentia mais, ele batia tão rápido que talvez até já estivesse saltado para fora do meu peito.

Seria ingenuidade de mais se eu ficasse tentando descobrir o porquê do meu coração está assim. Mas eu sei, e isso não é um conto de fada clichê, que a heroína sofre e sofre até descobrir o que sente. Eu sempre soube desde meu onze anos, que ele foi e sempre será o homem que eu amo – ou agora devo dizer fantasma que eu amo?

 Só achei que isso fosse amor de criança, mas vejo que estava enganada.

Mas como eu soube disso aos onze ano logo que ele morreu, também sei agora. Que nunca poderei ficar com ele, afinal... Ele está morto!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Fofo? Chato? Lindo? Brega? Comentem por favor. E aos meus lindos leitores fantasmas, apareçam! Sigam o exemplo do Nate e voltem a vida para comentar hahah'

Eu agradeço muito a todos que vem comentando e veja só, já tenho 50 comentários *--* Muito obrigada mesmo.

Enfim, espero que tenham gostado. Beijos e até o próximo cap.