Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 6
Cap. 5: Garoto estranho e fofo


Notas iniciais do capítulo

Amores quanto tempo! Ah não demorei tanto a postar... Espero matar a curiosidade de vocês sobre quem é o grande herói da Jullie. E não fiquem tristes mais nesse Cap o Nate não vai aparecer... Mas juro que irei postar logo o próximo que será todinho dele com a July hahaEspero que gostem. Desculpa os erros e boa leitura!



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Tentei abrir os meus olhos com dificuldade, eles estavam pesados e ardiam um pouco. Minha cabeça estava doendo tanto que parecia que eu tinha sido atropelada. Tateei a onde estava deitada, e o lugar era macia e quente e algo estava me cobrindo. Tentei novamente abrir meus olhos, mas dessa vez tive sucesso.

Estava um pouco escuro o que dificultava ainda mais minha visão. Eu estava em um quarto, e não fazia a mínima idéia de quem era. Ele era todo pintado de azul, tinha alguns pôsteres de banda que na verdade eu nem conhecia, tinha alguns quadros com um tipo de expressão forte,- talvez tenham sidos até mesmo feitos pelo o dono do quarto.

Sentei-me ainda meio zonza e pude ver uma pessoa sentada em uma poltrona perto de um lustre que o ajudava a ler. Esfreguei os olhos com as mãos para tentar ver que era, e esse se virou para mim notando assim que eu já havia acordado, ele se levantou vindo até mim.

– Adam o q...- Ele me interrompeu me entregando uma muda de roupa feminina.

– Toma, acho que ira se sentir melhor depois de um banho. - Disse voltando para a sua poltrona sem me dar mais atenção.

Eu não sabia o que estava fazendo ali e muito menos o que falar com ele. Será que ele que tinha batido no Brian? Se foi, de alguma forma acho que devo agradecê-lo.

– É obr..- Tentei de novo, mas ele novamente me interrompeu, apontando para uma porta sem nem tirar os olhos do livro.

Que merda, o que tanto ele lê afinal.

– O banheiro! – Peguei as roupas e fui até a porta, mas antes de fechá-la me virei para ele e esse também me olhou.

– Obrigada. – Consegui não ser interrompida. Fechei a porta rápido sem espera com que ele respondesse.

–-x--

Era estranho tomar banho na casa de um garoto, e ainda mais em seu quarto. Mas pelo o que eu pude ver ele não é bem o tipo de cara que costuma espiar ou até mesmo trazer as garotas para tomar banho em seu quarto.

Será que sou a primeira?

Tirei meu vestido com um pouco de dificuldade e o deixei em cima da pia já dobrado junto com minha calcinha. Entrei no boxe com cuidado, pois ainda estava tonta então não queria me arriscar em cair.

Liguei o chuveiro e esse estava no frio. Meu Deus eu não tomo banho frio. Enrolei-me na toalha que estava junto com as roupas que ele havia me entregue e fui até a porta a deixando entre aberta.

– Adam, a água esta muito fria. – Ele se levantou sem dizer nada e simplesmente empurrou a porta.

Juro que se ele olhou para mim eu não vi, mas que eu fiquei super vermelha por estar apenas de toalha, sim eu fiquei.

Ele foi até o chuveiro e virou uma válvula para o lado e logo saiu ajeitando o óculo.

– Pronto. – Disse fechando a porta com força, e essa fez um barulho horrível.

Fiquei de baixo do chuveiro tentando entender, o porquê dele me ajudar e simplesmente não querer falar nada. E essas roupas, onde ele tinha as arrumado. Talvez ele tenha uma irmã, é deve ser isso.

Eu não sabia nem que horas eram, mas pelo menos não teria o problema de ter que voltar para casa, pois para minha mãe eu iria dormi na casa dos Maxthon.

Bem, eu não estava muito longe de lá.

Sai do banheiro enxugando os cabelos na toalha e me sentando novamente na cama. Ele retirou os óculos e se virou para mim.

– Está com fome? – Me pergunto sem expressão.

– Não, obrigada. Na verdade eu estou com um pouco de dor. – Confessei sentindo ainda mais a dor de cabeça que estava me matando.

– Vou pegar um remédio, você pode ligar a TV se quiser. – Disse saindo do quarto.

Logo que ele saiu me levantei indo até a Tv, mas quando passei ao lado da poltrona onde ele estava, não conseguir me conter de curiosidade e tive que virar a capa do livro que ele estava lendo, confesso que fiquei um pouco abismada, afinal o livro já era bem velho e empoeirado e adivinha que ironia, o nome do livro era “O Fantasma da Ópera”, é acho que todo o mundo esta de sacanagem comigo, poxa, por que tinha que ser logo de fantasma? Isso me fazia lembrar o meu amigo, e como eu não o via desde, que bem, eu o mandei para o inferno.

É acho que com toda essa confusão eu sou até capaz de escrever o meu próprio livro, “O meu amigo fantasma”, até que não ficaria um titulo ruim. Eu foliei um pouco as paginas sem tirar de onde estava marcado, e cada pagina virada era uma cortina de poeira que vinha até mim, o que me fez tossi um pouco. Na parte de trás da capa havia um nome escrito.

“ Abbe Pritons”

Dei um pulo derrubando o livro do chão quando escutei a porta sendo aberta.

Se eu continuar levando esses sustos acho que vou ter que começar a tomar um remédio tarja preta. Meu Deus!

Peguei o livro o mais rápido que eu pude, mas não adiantou grande coisa, pois ele já estava parado atrás de mim com um copo na mão e uma cartela de comprimido.

Passei as mãos nos cabelos nervosa sem saber o que dizer enquanto ele apenas me olhava.

– Desculpe, eu só... – Ele me interrompeu como sempre.

Mas que inferno, ele nunca me deixa terminar uma frase sem que eu fosse interrompida.

– Toma isso vai aliviar a dor. – Me entregou o remédio e pegou o livro da minha mão e o pós na estante perto de outros livros com a mesma aparência. – Eu disse que podia ver Tv não mexer nas minhas coisas.

Adam 1 x 0 Jullie

Estamos começando bem. Maravilha!

– Desculpa...

– Tudo bem. – Disse por fim, indo até a Tv e ligando em um canal de filmes.

– Adam? – O chamei enquanto mudava de canal sem nem se quer olhar para mim.

– Fala.

– Por que você me ajudou? – Cocei o braço sem graça, merda é realmente difícil falar com esse garoto. - Quer dizer, a gente se conhece há um dia, você nem fala comigo direito... Então por que me ajudar tanto?

Ele se virou e ficou um tempo me olhando, parecia até que estava analisando meu corpo, mas acho que eu devia estar imaginando coisas.

– Jullie certo? – Nossa, pelo menos meu nome ele lembrava. Concordei com a cabeça e ele suspirou, acho que essa conversa era mais difícil para ele do que para mim. – Acho que dá para perceber que não sou muito de fala, e não é por ser você. – Ele se encostou à cama. – Meio que eu ouvi a sua briga com o seu amigo e não foi intencional. Só estava ao lado e foi difícil não ouvir... E devo dizer que você estava bem alterada. – Ele me olhou com um olhar de reprovação. - Então quando eu ia sair de perto seu amigo me viu e pediu para eu te ajudar.

– Meu quem? – O Nathaniel?

– Seu amigo.- Ele deu uma pausa.- Acho que o nome dele é Nathã...

– Nathaniel. – ele balançou a cabeça concordando.

– Isso. – Ele ajeitou novamente os óculos de uma forma até que fofa.- Bem, eu não dei atenção a ele, como não tinha dado a você quando tentou falar comigo na varando... Desculpa.- Ele falou e podia sentir que era sincero.

– Mas então como você me achou? – Eu tinha tantas coisas para perguntar, mas acho melhor ir de vagar, aproveitar que ele esta falando para variar.

– Eu voltei para varanda e de lá dava para ver toda a extremidade do terreno da piscina, foi ai que eu te vi. Achei estranho o modo que aquele garoto te segurava, então entendi a preocupação do Nathaniel. – Ele se virou, acho que ele tinha corado. – Sei lá, acho que dentro de mim dizia que você estava encrencada, mas se não, desculpa se atrapalhei algo. – Ele estava muito sem graça, e confesso que achei isso encantador.

– Acredite, você me salvou. – Sorri de lado. Eu tinha que pergunta mais uma coisa e tinha que ser agora. – Adam, posso te fazer só mais uma pergunta? – Ele assentiu olhando em meus olhos o que me fez ficar também um pouco sem graça.

Afinal como eu não ficaria? Eu estava de madrugada no quarto de um garoto que eu nem conhecia direito, e estava prestes a contar a coisa mais estranho do mundo...

– Você viu mesmo o Nathaniel?

– Por que você esta me perguntando isso de novo? Ele me fez a mesma pergunta... – Ele revirou os olhos. Droga como eu digo isso?

– Adam, talvez você irar me chamar de louca, mas o Nathaniel está morto! Quer dizer, estava, está... Sei lá. – Eu cocei os olhos já sentindo o sono chegar. – Ele sempre foi meu amigo, só que ele morreu de câncer e agora depois de seis longos anos simplesmente apareceu. – Ele me olhava serio, diria até como se estivesse com um olhar de ódio, ou dor...

– Você está contando alguma piada?

– Não eu juro! No começo até achei que alguém estava tentando brincar comigo, mas eu o vi sumir na minha frente, atravessar porta... Coisas de fantasmas. – Ele deu um riso irônico.

– Acho que você bebeu de mais. E já esta tarde. – Ele se levantou e foi até a porta... Parecia está meio frustrado. – Vou dormi no quarto ao lado, você pode ficar aqui.

– Espera, eu...

– Boa noite Jullie. – Disse saindo do quarto e fechando a porta.

Droga, agora ele acha que eu sou louca, ou uma alcoólatras que fantasia e mata os amigos... Merda logo agora que a gente estava começando a se dar bem.

–É Nathaniel, cadê você quando eu preciso? Tudo bem que eu pedi para ir embora, mas eu... não era para levar tão a serio – Falei sozinha me deitando na cama e me sentido acabada. –Nate, eu preciso tanto me desculpar com você e... Agradecer.

Fechei os olhos e dormi ensaiando as desculpas que deveria dar ao meu amigo quando ele resolvesse aparecer, se ele resolvesse voltar a aparecer, porque confesso que em seu lugar talvez nem eu me perdoasse.

Sim, eu sou uma grande I-D-I-O-T-A!

–-x--

Talvez eu estivesse sonhando ou coisa do tipo, mas pude jurar estar sentir como se alguém estivesse sentado ao meu lado toda noite passando a mão em meus cabelos, o que me fez acorda até mais tranquila, certo, nem tão tranquila assim, pois quando eu vi onde estava me lembrei de tudo o que tinha acontecido na noite passada.

Vi que ao lado da cama tinha uma bandeja com uma maçã cortada, fatias de queijo, dois pedaços de pão e um copo grande de suco e pela cor podia jurar que era de laranja – oba, meu favorito.

Sentei-me apoiando minha cabeça - que já não doía tanto quanto de madrugada- no travesseiro e pus a bandeja em meu colo, e tentei esquecer os meus problemas -onde um desses seria pensar em uma boa desculpa de onde estava para as gêmeas- e pode aproveitar aquele café da manhã digno de um hotel cinco estrelas. Serio, mesmo o Adam sendo um tanto quanto estranho e não gostar de falar com ninguém, ele consegue ser um bom hospedeiro, será que ele sempre cuida bem assim das visitas ou é só comigo?

Até parece né Jullie!

Comi tudo com muita vontade, e estava realmente tudo muito bom. Quando terminei fui até o banheiro e joguei uma água no rosto – nossa o reflexo no espelho não era nada bonito, é agora eu sei o que é uma ressaca. Fiz um gargarejo, para tentar tirar o cheiro de álcool da boca e o para ajudar o hálito matinal.

Sai do banheiro e juro que dessa vez quase tive um infarto, pois não que fosse surpresa, afinal o quarto era dele, mas confesso que não esperava o vê já com a bandeja na mão.

– É... Bom dia. – Disse tentando ajeitar os cabelos, que não estavam nada bonito. – Obrigada pelo o café, estava muito bom.

– Não é nada. – Ele já ia sair do quarto quando se virou para mim. – Seu amigo esta preocupado, ele veio aqui mais cedo.

– O Nathaniel? – Falei com os olhos arregalados.

– Quem mais seria? – Ele revirou os olhos. – Serio, acho que você está imaginando coisas, porque o cara não parece nem um pouco com um fantasma, mesmo eu nunca tendo visto um de verdade. – Ele disse por fim e fecho a porta.

É, diz isso porque não foi ele que o viu atravessando paredes e sumindo do nada, e eu fui no velório dele há seis anos atrás e sei muito bem que ele está morto. Sei que não estou louca!

Okay, talvez um pouco perturbada.

Mesmo com tudo isso para dizer, não adiantaria de nada afinal ele já não estava no quarto, mas isso não era importando, o que mais me importava agora era ir embora e descobri uma forma de tentar chamar o Nathaniel. -Espero que para isso eu não precise ir em nenhuma seção espírita. Depois eu me preocupava em explicar tudo – tudo, na parte de ter ido parar na casa do Adam – para as gêmeas.

Dei um nó no cabelo e peguei meu vestido que já estava em uma sacola dobrado, junto com meus sapatos e bolsa.

Nossa, o Adam fez mesmo tudo isso? Ou ele é gay ou seria um marido bem prestativo.

Desci as escadas e vi que a casa estava em silêncio, como a casa era bem escura segui a luz onde me levou até a cozinha. E lá estava o rapaz em frente a pia lavando alguns pratos.

– Sua mãe já saiu? – Perguntei, e pude notar que ele ficou um pouco surpreso com minha presença.

Hah, estamos quitis agora nerd!

– Sim, ela teve que ir a uma reunião de trabalho. – Respondeu sem parar de lavar os pratos.

– E sua irmã, estar dormido ainda? – Ele ignorou minha pergunta e foi até o outro lado da cozinha para guardar os pratos, será que disse alguma coisa errada?

– Eu não tenho irmã. – Disse depois de um tempo e se virou me olhando.

Cara ele fica ainda mais lindo sem óculos. Os olhos deles são tão azuis que até parece que estou olhando para o céu aberto sem nenhuma nuvem para atrapalhar.

– E essa roupas são da sua mãe então? – Bem, não era comum ver mulheres mais velhas usando esse tipo de roupa, mas se ele não tem irmã de quem mais seria?

– Não. – Disse apenas, sem tirar os olhos de mim. – Vem, vou te levar em casa.

– Ah, não precisa, você já me ajudou bastante. –Virei o rosto para que ele não visse minha ruborização.

– Anda logo. – Ele abriu a porta sem nem dar atenção para que eu estava rejeitando o seu convite. – Toma. – Ele me deu um capacete, e confesso que andar de moto não fazia muito o estilo dele.

– Você tem moto?

– Não um carro de F1. – Primeira ironia que o via falar, e confesso que me fez rir.

– Idiota eu sei, mas moto não faz muito seu estilo. – Disse sincera segurando o riso enquanto ele deu de ombros.

– Não gosto de carros. – Ele subiu na moto e fiz sinal para que eu o seguisse, sem dizer mais nada subi. – Onde você mora?

– Pacific Heightns, Vallejo St nº 236, é uma casa grande amarela.

– Okay, segura firme. – Ele pegou uma das minhas mãos e a pós em volta de sua cintura.

Tentei tira-la, mas ele deu uma arrancada com a moto que fui obrigada a abraçá-lo firma. Nossa e como que ele era forte, mesmo sobe a camisa, dava para sentir o quanto ele era definido – talvez .

O que diabos esse garoto faz para ser tão lindo e tão estranho ao mesmo tempo?

O percurso todo foi assim, eu abraçada ao seu corpo, com o coração acelerado não apenas por estar tão próxima a ele, mas por ele correr um pouco mais do que o necessário.

Assim mesmo minha casa não cedo muito perto, a gente chegou a poucos minutos. Desci da moto com as pernas bambas tentando me manter equilibrada, ele levantou a viseira do capacete e eu tirei o meu.

Será que meu cabelo tinha bagunçado tanto assim, pois na hora que lhe entreguei o capacete ele soltou uma risada, que mesmo constrangida eu adorei ter ouvido – e é claro que eu era motivo dela.

– Desculpa. – Adam passou a mão no rosto e prendeu o capacete a trás dele. – Vem cá...- Depois se apoio de lado e passou a mão no meu cabelo o colocando atrás da orelha. – Bem melhor. – Sorriu e fechou a viseira e deu partida, assim me deixando com cara de taxo, mas vermelha que uma sirene de ambulância.

– Obrigada! – Gritei, mesmo sabendo que ele não iria me ouvir.

Abri a porta e por sorte minha mãe já tinha saído para trabalhar e como meu pai estava em uma viajem de negócios também não estava em casa.

Logo quando entrei em casa, acabei caindo sentada ao ver a figura que me olhava da escada de entrada. Ele estava com um short estilo surfista e com uma blusa regata branca da Calvin Klein – aonde diabos ele arruma essas roupas?-, ele me olhava sem expressão alguma, o que seria normal para uma pessoa morta.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Comentem para fazer o pobre coração de uma autora feliz haha' Beijos e até o próximos cap. (: