A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 22
Capítulo XXII - Viny Y-Piranga




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XXII

VINY Y-PIRANGA

– Eles estão aqui! – Annie gritou á plenos pulmões.

– Ei! Calma Annie! Quero continuar ouvindo, tá ligado? Mesmo que seja bronca. – Viny disse.

Ela mostrou a língua para ele, num ato de rebeldia.

Viny olhou para índio, que estava vermelho enquanto Annie olhava pra ele. Perdidamente apaixonada.

– O amor é lindo né? – ele disse com a voz altamente clara. Viny pôde sentir as chamas dos olhos de Índio queimando-o, mas segurou o riso enquanto duas pessoas se aproximavam entre a vasta folhagem.

– Finalmente! Você é muito lerdo! – reclamou Annie quando a figura apareceu e todos puderam ver que era Erik.

– Porque não me deu uma vassoura? Assim eu viria mais rápido, senhorita sabichona! – Erik retrucou.

– Sabichona é a m...

– Calma pessoal! Calma! – Viny estendeu as mãos querendo separá-los de uma possível Guerra Mundial Bruxa. Não entendia como duas pessoas inteligentes como eles, poderiam se desentender de tal maneira.

– Ela que começou!

– Não teria se você viesse rápido!

– Já falei pra me dar uma vassoura.

– Calem a boca! – Índio gritou. – Minha cabeça vai explodir desse jeito! Não sabem ficar quietos?

Erik fechou a cara enquanto Annie baixou a cabeça com lágrimas nos olhos.

– Vamos logo falar com a Zô! – disse Índio, um pouco mais baixo, porém ainda irritado.

– Tudo bem, vamos lá.

Já estava tarde e provavelmente todos estavam neste momento jantando no salão. Eles seguiram Annie pela escada da arvore no centro do pátio, exaustos, até chegar na sala do conselho, onde os conselheiros murmuravam enquanto Zoroastra girava sua varinha entre os dedos e pequenos beija-flor rondavam pela sua cabeça, pálidos como leite.

– Caramba, parece que o Basilisco vai fumar. – Viny exclamou.

– Quê? – Annie perguntou. Antes que Viny fizesse uma explicação profunda do que ele quis dizer, Dalila, que percebeu a presenças dos alunos, virou-se na direção deles e disse.

– Olha só quem está aqui. Os diabretes.

Viny deu um passo e abriu a boca para protestar, mas Capí segurou sua mão como sinal de reeprensão. Pelo Capí, Viny ficaria quieto... Por ora.

– Meu fofinhos! – Zô se levantou e os passaros ao seu redor se dissiparam. Ela estava séria, de uma forma que eles nunca a haviam visto desde que pisaram os pés na escola. – Onde vocês estiverem esse tempo todo? Porque estão sujos e machucados? Atlas – ela se dirigiu ao professor no canto da sala. Ele carregava um bebê no colo. – Chamem a Kampai!

Atlas saiu da sala ás pressas com o bebê ainda no colo.

– Não importam onde estiveram. – disse Pompeu. – Temos que mostrar pra esses pivetes que aqui não é a casa da mãe Joana.

– Concordo plenamente. E você Vladimir? – Dalila afirmou, lançando um olhar ameaçador para o terceiro integrante do conselho. Vladimir baixou os olhos e concordou com a cabeça em um ritmo frenético.

– C-Claro Dalila! De fato, temos que fazer alguma coisa. M-Mas... Você não acha bobagem? – ela o reprimiu com mais um olhar, desacreditando no questionamento do conselheiro. – D-Digo... Eles são apenas crianças...

– Crianças que não sabem que existem regras a serem seguidas. – interrompeu-o. - O que sugere Pompeu?

– Bom... dadas as circunstancias... Que tal... limpar os banheiros da escola? Aposto que depois disso, nunca mais farão algo que quebre as regras.

– Claro, com um banheiro igual o que o senhor usa, quem vai querer fazer bobagens novamente? – Viny deixou escapar. Era impossivel ficar quieto sem fazer nada. Estava ficando muito, mas muito nervoso.

– Uma boa punição... – ela ignorou o comentário de Viny. - Porém não está á altura de tamanha confusão que esses diabretes causaram.

Se Viny pudesse, botaria fogo naquele cabelo dela. Não conseguir por na cabeça que existia pessoa com tal maldade no coração como ela.

– O que acha Vladimir? – ela se virou para o gordinho que começou a suar frio. Ele tremia de nervosismo. E estava claro que não queria tomar nenhuma decisão.

– E-Eu não sei...

– Já sei! Tive uma excelente ideia! – Dalila gritou de súbito, assustando a todos, inclusive Zô, que brincava alegremente com seus beija-flores voadores (Viny queria esganá-la por não dar a mínima atenção para a decisão que o Conselho estava tomando). Ela os ignorou e prosseguiu – A punição será limpar a escada da arvore por uma semana! A escada I-N-T-E-I-R-A.

Ela falou como se tivesse vindo a ideia de criar o telefone sem fio ou algo do tipo, e a ênfase na palvra “inteira” foi tamanha, que nenhum dos Pixies estava acreditando que ela realmente tinha dito aquilo. Impossivel ela ter dito aquilo.

– O QUÊ? – Índio exclamou incrédulo.

– COMÉQUIÉ? – Viny falou um pouco alto demais e se afastando da mão de Capí, que o segurava para que ele não fizesse nada de errado.

– TÁ DE BRINCADEIRA! – Caimana perguntou.

Capí não disse nada, apenas ficou pálido e se segurou no ombro de Viny que, percebendo a fraqueza repentina do amigo, o segurou para que não caísse no chão.

Foi a vez de Zoroastra falar.

– Você não pode puni-los dessa maneira Dalila. – a voz dela era firme. Os pequenos pássaros já não se divertiam mais ao redor da diretora e o clima ficou pesado dentro da pequena sala.

– Eu não apenas posso, como vou fazer! Sou membro do conselho! Estamos todos de acordo não estamos? – ela perguntou para os companheiros, mas sequer esperou uma resposta.

– Mas, uma semana? Uma semana inteira? Já está passando dos limites Dalila! – Zoroastra disse furiosa. – Olha para esses garotos e me diga... o que eles fizeram para você?

Ela olhou com nojo para eles e respondeu de forma seca.

– Não foi a mim que eles fizeram.

– Se é isso o que você quer, tudo bem!- ela disse. Viny sentiu o rosto esquentar. – Porém, três dias! No maximo três dias! Você não vai tratar os meu alunos como se fossem um bando condenados!

Dalila ficou quieta com a reprimenda da diretora. Mas ao menos estava satisfeita com o castigo que foi imposto aos pixies, pois girou os calcanhares e saiu da sala com a cabeça erguida, seguida por Vladimir e Pompeu.

– Acho que o assunto está resolvido! Abraço coletivo? – ela estendeu os braços para eles que ficaram momentaneamente desconcertados e foram abraçá-la.

Enquanto a diretora acariciava a cabeça dos seus queridos alunos, uma frase surgiu na cabeça de Viny. Uma frase que traria muitos problemas em um futuro próximo.

“Ela vai se arrepender de ter feito isso. Dalila... Me aguarde.”


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