O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 78
Mais problemas por quê nunca tenho um só




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–Me dê a carta. Falei estendendo a mão.

Ele se afastou.

–Não quero.

–O que você quer? Fiz uma careta.

Ele me olhou de canto de olho.

Revirei os olhos.

–Felipe...

Ele resmungou e jogou a carta na minha direção.

–Obrigada. Respondi pegando a carta antes que ela caísse no chão.

"Cara Juliette,

Infelizmente eu fiquei encarregado de lhe dar a péssima notícia do falecimento de Letícia anti ontem, meus pêsames, eu realmente não entendo, ela estava muito bem, o médico inclusive disse que ela receberia alta hoje depois de completar os exames e do nada... A Lorraine está completamente maluca ela não fala coisa com coisa e passa a maior parte do dia sentada na grama do quintal olhando as nuvens, inclusive, se não for grande viagem minha, quando passo por ali (de vez em quando) a vejo conversando com o ar, será que Letícia não quis ir com a Laura? Henrique está esquisito, acho que o medo nos faz querer evitar o mundo, colocar um óculos escuro, roupas escuras e ficar ouvindo musica enquanto assiste TV, ah quase esqueci... o medo emagrece.

Algumas coisas estranhas estão acontecendo na escola, tipo a Amanda, ela não foi vista desde anti ontem... espera... desde... Foi o Destino? Nem ela nem a irmã aparecem na escola e todas aquelas seguidoras dela estão entrando na onda gótica.

Tenho outra coisa para lhe falar, o casamento dos seu pai é daqui à cinco dias e ele está louco atrás de você, sei que não poderá vir, mas deveria tentar ou achar um modo de aparecer rapidamente, acho que ele está se sentindo sozinho e preocupado, deve passar pela mente dele que você morreu também, mas é quase isso.

Eu só não entendo ainda como aquilo foi acontecer... da Letícia... eu não consigo acreditar que ela morreu, eu simplesmente não consigo eu imagino que posso entrar na sua casa e ela vai ficar ali sorrindo, é que nem com a Laura... ah, Julie podia não acontecer, deveríamos todos morrer juntos, bom... sempre morremos um pouco junto com as pessoas.

Quanto a mim eu estou andando com meus amigos de sempre lá da escola e tentando acabar minha experiência que ontem meio que explodiu...

Meus pêsames novamente,

Michael M."

Felipe me encarava com tédio enquanto eu relia a carta.

–Você sabia que ela tinha morrido. Por quê está chorando? Ele perguntou inclinado a cabeça para realmente provar a si mesmo que eu estava chorando.

Revirei os olhos.

–Por que eu realmente aprendi a gostar de alguma coisa que veio da Lorraine.

Ele me abraçou.

–Eu gostava da Amanda. Ele falou distante.

Revirei os olhos.

–Aliás todas as meninas gostavam de mim... menos você.

Sorri.

–É sou muito estranha mesmo.

–Até a Laura...

–Tadinho de você, por minha culpa não vai conquistar todas as garotas da terra. Brinquei.

Ele semi cerrou os olhos.

–Vou sim é só matar as que não gostam de mim.

Ri.

–Me mate então.

Ele resmungou algo.

–Acho que deveria parar de gastar energia por nada. Falei observando enquanto ele andava no teto.

Ele revirou os olhos e se sentou na cadeira ao meu lado novamente.

–Eu acabei todos os registros! Ele anunciou mostrando todos os papeis.

–Sério? estão todos numerados?

Ele fez que sim.

–Ótimo! Comemorei.

Felipe me encarou ansioso.

–Não.

Ele fez uma careta.

–Agora eu só preciso revisar todos e...

De repente os livros com os arquivos começaram a queimar.

–O quê?!

–Não fui eu. Felipe falou se afastando.

–Apaga!

–Não consigo.

–Melhor sairmos daqui.

–Sério?

Peguei todos os papeis da mesa desorganizados e comecei a correr.

–Verdade! o fogo não me queima. Felipe anunciou parando de correr.

–Vêm. Falei puxando seu braço.

Duas folhas de anotações caíram no fogo.

–Droga. Falei olhando para biblioteca em chamas e as folhas de papel que viraram cinzas.

–Que foi?

–Droga, droga, droga! por quê nunca dá certo?! Gritei.

Ele revirou os olhos.

–Por quê não é para dar certo. Mariana falou por entre um dos corredores permitindo-nos só ouvir o eco das suas risadas.

–Ah Julie, já sabemos que estas pessoas morreram. Felipe falou cruzando os braços.

–Você não entende, eu preciso saber como.

–Meu pai as matou. Ele deu de ombros.

Revirei os olhos.

–Este fogo quer dizer que eu estava no caminho certo, Felipe.

–Então continue.

–Mas...

–Só continue como se nada tivesse acontecido.

–Mas eu precisava daquilo para a vida de todo mundo voltar ao normal.

–De repente a vida te vira do avesso e você percebe que o avesso é o seu lado certo.

Dei de ombros.

–Os registros foram destruídos, minhas anotações... -Ele apontou para uma pilha de papeis- ok, duas das minhas anotações foram destruídas como vou conseguir aquelas informações novamente?

Ele deu de ombros.

–Use o que você tem, você vai passar um tempão lendo isso tudo até lá você pensa num jeito.

–Ok. Falei pegando vários papeis do chão.

–Pode deixar, desta vez eu levo. Ele falou revirando os olhos.

–Como se a culpa fosse minha... Falei revirando os olhos.

–Então... você podia me contar... disse que sabia de quem eram as partes mutiladas do caldeirão... de quem seria? Ele perguntou de repente.

Sorri.

–No tempo certo descobrirá, mas acho estranho não saber de quem se trata.

Ele revirou os olhos.

–Julie, sabe que eu respeito você e tudo, mas que droga.

Fiz uma careta.

–Por onde estamos indo, não íamos para minha cela?

–Ah, esqueci de lhe contar, Heather lhe convidou para ficar no quarto dela, deve ser melhor que uma cela.

Arregalei os olhos.

–De jeito nenhum! ela quer me matar.

Ele segurou meus dois braços e sorriu.

–Julie... todos querem lhe matar.

–A sua família fala coisas que simplesmente não combinam com as caras que vocês fazem.

–Então vai aceitar o convite? acho que não vai querer dormir naquela palha de centenas de anos, não é?

Revirei os olhos.

–Eu não posso acabar meu plano com ela me observando.

Ele deu de ombros.

–Então que tal resolvermos estas anotações agora?

–Não sei se você pode ajudar. Respondi me afastando dele.

–Como assim?

–Ah, Felipe, você sabe que eu confio em você e tal, mas eu simplesmente não me sinto segura sabendo que você sabe meu plano e que as vezes até sem querer ele descobre por quê você fala algo que parece nada a ver e...

–Como quer fazer algo secreto no castelo do meu pai? ele vê tudo aqui.

–Tem razão...

Ele sorriu vitorioso.

–Podíamos sair do castelo... Falei.

–Não, espera...

–Oras, podíamos ir lá para aquela vila. Apontei para as casinhas distantes.

Ele coçou a cabeça.

–Não tem outro jeito?

Ri.

–Por quê? as princesas estão atrás de você?

Ele deu de ombros.

–Sei lá...

–Eu vou sozinha então.

–Para encontrar mais príncipes perfeitos? de jeito nenhum, vamos juntos.

Revirei os olhos.

–Bom saber que me apoia nas decisões de pesquisas.

Ele riu.

–Óbvio, pesquisas, é adoro pesquisas...


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