O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 43
Surpresas!




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–Desista, Julie, já viveu o bastante, não? perguntou os olhos (já que eram as únicas coisas que eu via)

Soltei uma risada cínica.

–Quem é você para decidir isso? perguntei.

–Sou seu passado, presente e futuro. respondeu os olhos.

–Não é. respondi firme.

–Como pode afirmar isso? perguntou os olhos.

–Se você soubesse meu futuro saberia que estou prestes a lhe dar um soco. respondi.

A criatura riu.

–Agora eu sei.

ao invés de dar um de meus poderosos socos dei um chute na criatura, nunca achei que conseguiria chutar alguém com tanta força fazendo a criatura bater as costas na parede.

Comecei a rir, achei muito engraçado, uma risada melancólica me invadiu.

–Ju? era o Mike.

–Vamos. Falei como resposta.

–Não iremos levar a Laura? ele perguntou.

–Não, você ouviu quando ela falou que não deveríamos leva-la.

Entramos na casa da Laura. Eu estava totalmente perturbada e derrubava tudo que via.

Deve haver outra porta por aqui. Mike falou empurrando a parede como se ela fosse sair do lugar.

Me aproximei do espelho, o escuro era enorme e eu não enxergava nada do meu reflexo, abri a gaveta da cômoda, tochas!

–Achei algumas tochas! falei.

–Ótimo! Mike respondeu feliz.

–Como iremos ascender?

–Não há fósforos ai? ele perguntou.

Tirei as coisas da gaveta e achei uma caixinha de fósforos e álcool. Rapidamente ascendi duas tochas e distribuí.

–Vai ser mais fácil de ver agora. Falei para mim mesma.

–É. Mike concordou distraído.

encostei-me na parede impaciente, não estava com vontade de procurar a porta, para não atrapalhar ficaria sentada.

–Belo chute. Mike falou puxando assunto enquanto distraía-se procurando alguma passagem secreta.

–Tem algo errado em tudo isso. respondi.

–Talvez o fato de ter chutado sua amiga -ele ironizou- Se bem que aquilo lá não era sua amiga. ele consertou.

Encostei minha cabeça em meus joelhos e fiquei olhando para o chão.

–Não acho que seja o caso. falei para o chão.

Mike deu de ombros.

–Temos que encontrar alguma porta. ele falou deixando nossa conversa de lado.

Bati minha cabeça na parede.

–Caramba! falei coçando minha cabeça.

–Acertou, Julie. Mike falou fazendo-me prestar atenção na porta que havia saído das pedras da parede.

entramos no corredor que parecia um túnel.

–O Destino é sempre tão original. ironizei.

Mike assentiu.

Chegamos à um lugar cheio de portas de diversos tamanhos e formatos.

–Qual deve ser a correta? Mike perguntou.

–O Destino não deixaria a porta correta aqui se ele não quer que entremos. Respondi.

Mike pensou um pouco e concordou.

–Vamos sempre acabar fazendo o que o Destino quer. Completei.

–O Destino quer que escolhemos uma porta, podemos só deixar de escolher.

Pensei um pouco.

–Mas iremos ficar parados aqui até a eternidade. respondi.

Mike não pode deixar de concordar.

Sentei e olhei para o teto que rapidamente se mexeu.

–Mike, tem alguém em cima do teto.

Mike olhou para o teto que estava completamente normal.

–Eu vi um olho vermelho, enorme nos observando.

Neste ponto Mike não podia mais argumentar no que eu via, por que e sempre verdade.

–O que devemos fazer? ele perguntou.

–Esperar. respondi.

Ficamos sentados esperando algo acontecer, eu estava certa, logo Laura apareceu pela entrada.

–Olá. ela falou. Os olhos dela estavam pretos.

–Oi. respondemos.

–Precisam de ajuda? ela perguntou.

–Na verdade precisamos sim. Mike respondeu.

Laura nos olhou com um sorriso estranho.

–Sabe, alguma das vantagens de ser um fantasma é passar pelas coisas sólidas.

–Então o que sugere? perguntei.

–Imaginem como seria bom sermos todos fantasmas. ela falou com um brilho nos olhos.

Mike e eu já não tínhamos medo da Laura.

–Então, mate-nos. Falei confiante.

Laura nos olhou surpresa.

–Sério? ela perguntou com um olhar de dúvida.

–Sim. respondi firme.

Laura tirou uma adaga da capa e se aproximou de nós.

Nos olhamos para ela sem esboçar nenhum sentimento.

Laura revirou os olhos.

–Não acredito em vocês.

–Laura para de enrolar, você não queria nos matar, pronto, estamos encurralados. Falei.

Laura se aproximou de mim com a adaga. Respirei fundo.

Os olhos pretos de Laura foram ficando azul esverdeados novamente e ela ajoelhou-se e voltou a chorar.

–Tudo bem, Laura. falei abraçando-a.

–Não, não está tudo bem. ela falou levantando-se e desaparecendo.

–Era tão óbvio que ela não conseguiria nos matar. Falei rindo.

–Mas acho que isso a deixou meio consternada. Mike respondeu.

–Ela pode não ter coragem, mas eu tenho! falou alguém.

–Pode vir. falei tirando a adaga que Laura havia deixado cair e apontando para o nada.

–Uma adaga? deve estar brincando. O ser de capa apareceu do nada.

Revirei os olhos.

–Eu não desisto tão fácil assim.- respondi - e eu já entendi por que está atrás de mim.

Não consegui ver a expressão do ser de capa.

–Essa não é uma adaga comum, não é? -perguntei.- Pode até enganar o Destino dizendo que está o ajudando, mas você está ajudando si mesmo e seus outros parceiros.

–Continue. O ser falou.

–Precisaram da Laura por que ela não está realmente morta e pode segurar a adaga sem se machucar, por quê se vocês fantasmas por completo tocarem na adaga ela irá fazer-lhes morrer dolorosamente, mas esta adaga é também a salvação para vocês que são almas penadas e que querem descansar. expliquei inteligentemente e olhei para ver a cara surpresa que Mike fazia.

O ser de capa respirou fundo e do fundo da capa vi um sorriso sarcástico acompanhado de uma gargalhada que ecoa em meus piores pesadelos.

-Está errada. ele falou roucamente.

Por quê nunca posso estar certa?

-Precisávamos da Laura para roubar a adaga...

-De quem? perguntei.

-Do meu túmulo. respondeu a criatura.

Pensei um pouco, mas nada veio a minha mente.

-Mas a Laura não pode nos matar, ela está no meio entre a vida e a morte, precisamos de um ser completamente inteiro. O ser continuou.

Respirei fundo e encarei o ser.

-É claro que isso não é tão fácil quanto parece... resmunguei.

-Exatamente... falou o ser entre uma respiração pesada e outra.

-Qual é o preço? perguntei.

-Você morre.

-Sempre o mesmo preço... falei baixinho.


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