O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 23
O tão esperado presente




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Quando olhei o relógio, já eram sete horas, fui na cozinha e peguei uma caixa de fósforos e álcool, abri a porta abrindo o álcool e procurando o presente do destino, mas ele não estava lá. Fechei a porta e guardei meus "utensílios" para abrir o presente. O telefone começou a tocar, fui atender.

"Oi, querida" uma voz doce falava do outro lado da linha.

–Quem é? perguntei esquecendo meus modos.

–Lorraine.Falou a voz parecendo estar um pouco brava com o modo da minha voz.

–Oi, Lorraine. falei desanimada.

–Ju, eu vou para uma reunião até mais tarde hoje e não poderei tomar conta de vocês e dos seus amiguinhos, tudo bem?

Eu não acreditei, meus amigos, eu e o destino, sozinhos? isso não daria certo.

–Quer dizer que vamos ficar sozinhos?perguntei num tom, mas acredito que ela ouviu em outro.

–Quer que eu chame uma babá? ela perguntou irônica.

–Não! - eu não tinha boas lembranças de babás - tudo bem.

A campainha tocou.

–Lorraine, eu tenho que ir, tchau. falei desligando o telefone e não dando-lhe a chance de continuar me abandonando.

Peguei meus utensílios e abri a porta. Era Laura.

–Oi, Ju, cheguei mais cedo para lhe ajudar a arrumar as coisas, vai tacar fogo em mim? ela perguntou assim que viu meus "nada perigosos" utensílios.

–Não. -falei rindo e colocando-os de lado.- pode entrar.

Laura entrou e colocou as coisas dela em no chão.

–Vai ser legal! falou Laura olhando o nome dos filmes.

–É. falei, eu sei que deveria ter contado sobre as ameaças do destino, ela teria que saber, mas eu não queria a preocupar.

-Mas, antes de tudo, queria lhe fazer uma pergunta- falou Laura me olhando ansiosa- Você realmente confia no Felipe?

–Sim - Respondi firme - Por quê vocês não gostam dele?

–Não sei, Ju, ele não parece má pessoa, pelo contrario, mas é um pouco estranho o jeito que vocês confiam um no outro, é como se vocês se conhecessem a mais de dois anos.

Dei de ombros.

–Eu acho estranho, acredito que o Mike também, nunca pensamos em ser um quarteto.

Era bem óbvio que ela estava com ciúmes, o que é totalmente normal, ela tinha razão, mas eu ignorei este fato.

– Não vejo grande problema. Falei olhando em seus olhos verdes-azulados, não era uma combinação muito comum o que faziam eles serem muito bonitos.

Laura riu.

–Hum, vejo que tem mais do quê só amizade nisso.

Fiquei vermelha.

–Não tem nada. falei jogando uma almofada da qual ela se esquivou.

Laura começou a rir muito alto, da minha cara, claro, quando notamos haviam almofadas por toda a sala e eu e Laura estávamos rindo sem conseguir parar.

–Minhas primas virão para a festa. falei assim que tive a oportunidade.

–Você tem primas? perguntou Laura.

–Não sei, talvez da parte da minha mãe ou o meu tio tenha e meu pai tenha esquecido de me contar.

Laura e eu arrumamos a sala, e ela continuou com a teoria de que eu gosto do Felipe, mas eu já não ligava. A campainha tocou e eu fui atender enquanto Laura guardava o resto das almofadas.

–Oi, Mike. falei abrindo a porta e olhando para ver se meu presente já havia chegado.

–Oi, Julie. Ele falou entrando e colocando a mochila no chão. ele parecia estar de muito bom humor, fiquei contente com isso porque sempre que Laura e Mike estão de bom humor sempre nos divertimos mais .

Laura ia explicar a teoria dela para o Mike quando Felipe bateu na porta (acredito que ele não saiba que tem campainha). Abri e ele colocou as coisas dele em cima da mesa. Antes que eu tivesse a chance de fechar a porta vi duas meninas na calçada, uma parecia ter 17 anos, ela era morena com cabelo curto liso e a outra parecia ter 14 com cabelo marrom encaracolado.

–Oi, Feliz aniversário, Julie. Falou a mais velha.

–Obrigada. respondi feliz por ter contato com minhas primas nunca vistas antes.

A mais nova me entregou um embrulho, que eu abri imediatamente, era uma foto, um retrato comigo, minha mãe e mais algumas pessoas do lado, eu era bem pequenininha, um ano talvez.

–Espero que goste. falou a mais velha sorrindo.

–Eu adorei. respondi.

Subi para meu quarto e coloquei perto dos meus outros presentes, olhei para o MP3 que havia ganhado, me bateu uma vontade enorme de ouvir minha musica favorita.

"Well I think it's fine, building jumbo planes or taking a ride on a cosmic train switch on summer from a slot machine"

Eu amava esta música, ouvi por um tempo até chegar no refrão.

"I know we've come a long way we're changing day to day, but tell me, where do the children play?"

De repente a música começou a parar e um barulho estranho começou a entrar em meus ouvidos, comecei a ouvir outra coisa, como se algo tivesse sido gravado em cima da musica.

"Oi, Julie, sou eu, seu amigo destino, lembra de mim?"

A voz era rouca, fria e assustadora.

"Gostou do meu MP3? feliz aniversário! espere pelo meu presente até meia noite, vou mandar alguém especial lhe entregar"

Tirei o fone, pensei em joga-lo pela janela, mas eu acho que tenho que parar com este vicio, corri para a sala onde meus amigos conversavam tranquilamente.

–Mike, Laura, olha! falei dando-lhes o fone de ouvido.

Mike e Laura ouviram e pareciam que estavam ouvindo musica normal, já que estavam felizes e cantando junto.

–Qual o problema? perguntou Mike.

–O Destino! ele estava falando, pela musica, eu ouvi ele. falei olhando para eles indignada pelo fato do destino querer me fazer de louca. contei até dez.

–Não tem nada, Julie, você deve estar ouvindo coisas. falou Laura.

Não acreditei que Laura me falou aquilo, meus dois melhores amigos estavam achando que eu estava imaginando e ouvindo coisas mesmo sabendo que eu estava sendo perseguida!

Lavínia, que eu acho que é a mais velha, olhou para mim com cara de "o que está acontecendo?", me senti tonta, mas consegui voltar ao normal.

Felipe tirou o fone de ouvido do Mike e fez uma cara de surpresa. Laura tirou o fone de ouvido e ficou me olhando enquanto Mike voltava a jogar no celular.

Felipe pegou o MP3 e jogou na lareira, clássico, deveria ter pensado nisso.

–O que o destino quer com você? ele brincou.

–Se eu soubesse... falei me encostando na parede.

–Quem lhe deu o MP3? ele perguntou.

–Fui eu. Falou Mike olhando para ele.

Foi meio estranho ver Mike e Felipe se encarando como que, em algum momento um ia matar o outro.

–Eu pensaria melhor em sua amizades. falou Felipe me olhando.

–Fala sério, cara, você não a conhece a menos de uma semana, eu a conheço desde que tinha três anos. falou Mike pouco interessado.

–Então, por quê deu um MP3 assombrado para sua amiguinha desde o maternal?

–Para com isso! falei empurrando-o.

Felipe caiu nas almofadas, ele ia falar algo, mas resolveu se manter calado e sentar-se no sofá.

Mary, Lavínia e Laura ficaram me olhando.

Mike pegou a mochila dele e estava indo embora, mas Laura o segurou.

– Eu não acredito que o Mike sabia que o MP3 estava assombrado. falei olhando para Felipe que deu de ombros.

–Podemos começar a assistir? perguntou Laura.

–Vamos! falei tentando evitar outra briga.

Laura pegou a mochila do Mike e deixou do outro lado da sala e apontou para o sofá.

Sentamos no tapete da sala, coloquei o 1o DVD e começamos a assistir.
 


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