–Dr. White?! O que fazemos?! Lexie! – Os enfermeiros estavam gritando – Lexie White!

Finalmente volta a mim e começo a dar as ordens:

–Já deram que remédios?

–Todos que podíamos de acordo com o prontuário, ela não respondeu a nenhum...

–Não temos escolha, peguem o desfibrador! – Umas das enfermeiras me entregam o aparelho – Carreguem em 200! Afastem-se!

Encosto o aparelho em seu peito e dou o choque, ela não responde. Peço para que carreguem novamente e nada. Alexis não respondia a nada. Larguei o desfibrador e comecei a bater seu coração manualmente. Todos estavam me encarando, eles sabiam que não havia mais esperanças, mas eu tinha que fazer isso, ela não podia morrer! Ela não podia morrer!

Michael entra na sala e me observa, meu rosto está mostrando com clareza meu pânico, ele se aproxima de mim e coloca sua mão em meu ombro:

–Lexie, ela se foi. Você pode parar. Lexie... – Michael me puxa e deixa-me de frente para ele, suas mãos seguram meus pulsos – Lexie! Ela se foi!

–Ela não pode morrer! Não pode! – Lagrimas caem dos meus olhos.

Faço-o soltar meus pulsos e começo a dar socos no peito da Alexis, isso era a minha ultima chance. A cada soco minha esperança se dissipava, mas no terceiro soco ela começou a respirar, seu coração voltou a bater, e meu corpo relaxou, pelo menos eu continuaria viva, por enquanto...

–Você conseguiu Lexie, salvou uma vida. Esse momento sempre ficará em sua mente, parabéns – Michael me parabeniza.

–Seria mais legal esse momento se não tivesse com ameaça de morte...

Saio correndo daquele quarto e vou para o terraço, onde há uma pista de pouso apenas de helicópteros, o vento invade meu corpo como um calmante. Respiro fundo umas duas vezes, parecia que eu estava acordada fazia dias, eu precisava dormir, mas estava sem coragem. Vou até a grade de segurança e observo a cidade, ainda não tive tempo de ir na praia, umas das coisas que eu mais queria fazer.

–Lexie, você esta bem? – Michael diz, colocando sua mão em meu ombro.

–Eu não sei! Okay?! Eu não sei! – Grito – Falo para todos que eu estou bem, mas eu não estou! Minha vida está um fiasco, e agora isso?! Eu não estou bem!

Aquilo acaba comigo, eu me viro e começo a ver o céu, lagrimas caem novamente do meu rosto. Todos na praia parecem estar felizes, como se nada estivesse acontecendo, como se não ligassem que provavelmente tem um kamicase aqui.

–Acho melhor você ir dormir. Que tal você ir encontrar Justin para cuidar da Alexis e depois vá dormir. Sem querer ofender, mas você esta com olheiras enormes! – Michael diz, com um tom sério e engraçado.

–Okay, mas não tenho certeza que conseguirei dormir, todo dia tem alguém lá querendo se dar bem...

–Vá logo então, ninguém faz isso depois do almoço...

Eu e Michael descemos de elevador até o segundo andar, onde tivemos de nos separar, começo a caminhar para o sentido oposto dele, mas por um segundo eu viro meu rosto para trás e vejo seus olhos escuros me observando. Dou um pequeno sorriso e vou a procura de Justin, que como Richard, estava flertando com as enfermeiras. Como elas são burras, depois reclamam que eles não as respeitam, deveria pensar nisso antes de abrir as pernas.

–Dr.Smith, você pode atender minha paciente agora? - Falo com toda a minha calma e paciência.

–Claro, depois de terminar meu trabalho aqui eu passo lá. É a terrorista? – Ele responde sem olhar na minha cara, apenas beijando o pescoço da enfermeira.

–Isso.

–Okay, depois eu passo lá e cuido de suas queimaduras, só me deixe cuidar dessa paciente primeiro... – Justin fala, apertando a bunda da garota.

Saio o mais rápido que posso de lá, se eles inventarem de fazer a ‘‘consulta’’ na sala de descanso eu os expulso. Estava parecendo uma zumbi, então eu segui o conselho de Michael: fui dormir. Deitei na cama e fechei os olhos, fiquei por uma meia hora tentando dormir, mas parecia que havia olhos na escuridão, eu estava enlouquecendo!

Sento-me e enterro meu rosto na minha mão, minha vida havia virado de cabeça para baixo, morar com meu irmão stripper com seu amigo stripper, ser ameaçada por um terrorista, não ter tempo nem para arrumar seu quarto. Se eu continuar viva até amanha, eu iria dar a volta por cima, ir á praia, com certeza amanhã eu irei á praia, eu mereço isso!

Será que vou sobreviver até amanha?