O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen


Capítulo 5
Desejada




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Esme sai do coche pela mão do irmão.

- Esta noite ficas junto de mim, estamos entendidos?

Emmett olha de lado para a irmã.

- E porquê?

- Porque vou pôr em prática a minha sedução.

- E porque tenho de ser eu?

- Suponho que não tenhas mais nada para fazer. – levanta uma sobrancelha para ele.

- Talvez tenha.

- Duvido. A ralé com quem te dás não é convidada para este tipo de bailes.

- E porque não?

- Porque é demasiado importante. – diz com um encolher de ombros.

Entram juntos na enorme casa. À entrada estão os anfitriões, e o filho juntamente com a noiva. É um baile em honra do noivado deles.

Esme e Emmett cumprimentam educadamente os quatro, o rapaz que não deve ter mais de vinte anos, olha com desejo para Esme que lhe lança um sorriso provocador.

- É assim que serás uma boa esposa? – pergunta Emmett ao ouvido dela.

- Mete-te na tua vida, faz favor.

Esme olha em volta do salão tentando encontrar Carlisle. Está lá ao fundo junto com alguns nobres. Os Condes de Shrewsbury, Eleazar e Carmen, estão entre eles.

Carlisle passa o olhar pelo salão e encontra o de Esme. Um sorriso desponta no seu rosto. Esme retribui um sorriso tímido e baixa os olhos. Emmett inclina ligeiramente a cabeça.

- Vamos cumprimenta-lo, convidas Lady Carmen para dançar e eu convido Lorde Eleazar. E depois dançamos nós os dois e eu volto a afasta-me para cumprimentar suas Majestades que se ainda não chegaram estão a chegar.

Emmett assente.

- Pergunto-me porque obedeço às tuas ordens como um rapazinho.

Esme disfarça uma gargalhada.

- Talvez porque é graças a mim que vives numa casa maravilhosa e que nadas em dinheiro.

- Por acaso nunca nadei.

Esme belisca-lhe o braço.

- Ai.

- Cala-te e faz o que eu te disse.

Caminham juntos até ao grupo.

- Boa noite, milordes. – cumprimenta Esme com toda a cortesia.

- Boa noite, Miss Esme, Excelência. – cumprimenta Eleazar.

- Boa noite. – a voz de Carlisle soa perto de si, mas nem sequer se vira para ele.

- Como estão? – é Emmett quem pergunta com bastante educação.

- Bem, obrigado. – responde Eleazar. – E vocês?

- Maravilhosamente. – Francis faz Eleazar e Carmen sorrirem. – E com uma vontade imensa de dançar. – estende a mão para Carmen. – Vossa Graça dá-me a honra?

Esme esconde um pequeno sorriso. O irmão pode ser um chato, mas que é uma grande ajuda nas suas conquistas, é. Quando ela lhe diz para fazer alguma coisa ele fá-la na perfeição.

 Emmett e Carmen afastam-se para dançar.

- E Vossa Graça dança comigo? – pergunta Esme.

Eleazar oferece-lhe a mão e juntam-se aos outros pares no centro do salão.

Carlisle fica a vê-los dançar. Esme faz questão de conversar com David como se fossem grandes amigos e de se rir com os seus comentários.

Carlisle não consegue perceber porque é que ela preferiu ir dançar com Eleazar em vez de ser com ele. Estavam tão próximos da última vez que estiveram juntos, que foi apenas há três dias. “Será que ela ficou ofendida por não a ter convidado para o baile?” Pergunta-se não conseguindo desviar o olhar dela.

A dança acaba e Carlisle respira fundo pronto para a convidar para dançar. Mas ela nem se vira para ele. Troca umas palavras com o irmão e vai dançar com ele.

Carmen e Eleazar voltam para junto de Carlisle.

- São pessoas simpáticas. – comenta o Conde. – Na corte dizem tão mal deles, especialmente dela, que as pessoas ficam com ideias erradas.

- Espero que não a aches simpática demais. – comenta Carmen olhando para ele de lado.

- Meu amor, eu só tenho olhos para ti.

Carlisle também só tem olhos para Esme e ela não olha para ele uma única vez.

Edward aproxima-se dele.

- Está tudo bem? – pergunta.

Carlisle olha para ele brevemente.

- Estava só a pensar. Não ligues.

Edward, amigo de Carlisle, não acredita muito no que ele diz, mas não insiste e segue o olhar dele. “Pelos vistos ela já arrebatou o coração de Carlisle.” Pensa com um sorriso. “Alguém que o faça.”

Assim que a dança acaba Esme afasta-se para cumprimentar os reis.

- Majestades. – faz-lhes uma vénia.

- Miss Esme, como está? – pergunta o rei pegando-lhe na mão e beijando-a.

- Bem, Majestade. E é um prazer encontrá-los aqui.

A rainha faz um sorriso cínico.

- Temo-nos encontrado muito ultimamente. Miss Esme não costumava frequentar tantos bailes na sociedade.

Esme faz o seu sorriso mais simpático.

- Graças à bondade do seu marido, Sua Majestade, em ter elevado o meu irmão a Marquês, passámos a ser convidados para muitos mais bailes. Agradeço muito a Vossa Majestade por isso. – diz virando-se para o rei.

- Para quem não passava de um burguês ascendeu realmente bastante. – comenta a rainha.

- A corte está cheia de ascensões e eu orgulho-me em ajudar os meus amigos. – diz George sorrindo para Esme.

- E eu estou grata por ter considerado o meu irmão seu amigo.

- Serão sempre meus amigos.

George volta a pegar na mão dela e leva-a aos lábios.

- Dança comigo?

Esme assente com um sorriso aberto para a rainha como quem diz que não está a tentar conquistar o marido. Afinal, também não pode dar nenhum passo em falso, senão perde a sua recente conquista.

Assim que acaba a dança Esme afasta-se com um cumprimento e uma vénia e depara-se com Rosalie junto dela.

- Oi. – diz Rosalie.

- Olá. – Esme pega-lhe no braço e puxa-a até ao vão de uma janela para conversarem. – Como estás?

- Bem. Estás a tentar conquistar o rei de novo ou é impressão minha?

Esme sorri.

- Alguma vez eu me sujeitava a uma humilhação dessas, a ir atrás de um homem que já não me quer.

- É óbvio que ele te quer. – diz Rosalie.

- Quer, eu sei que sim. Mas acabou tudo comigo e só se estivesse muito desesperada seria capaz de o aceitar outra vez. E para além disso, já tenho uma pessoa no meu isco.

Rosalie abre muito os olhos.

- Quem?

Esme encosta a boca ao ouvido dela.

- Carlisle Cullen, Duque de Somerset.

Rosalie abre e fecha a boca várias vezes.

- Como? Dizem que ele nunca teve nenhuma amante.

- Já mordeu o isco, minha querida. Está aqui. – abre uma das mãos e toca com o dedo indicador da outra na palma.

- Já dormiram juntos?

- Não chegámos a tanto. A ideia não é torna-lo meu amante, a ideia é casar.

Rosalie tapa a boca com as mãos para evitar fazer uma exclamação alto demais.

- Casar? Como o Duque de Somerset?

- Sim. Achas que a tua amiga não tem classe para isso? Ele já está na minha mão. Já estou na fase do afastamento. Acabará por vir atrás de mim. Basta ver a forma como me olha.

Rosalie olha para Carlisle acompanhado de Edward, conversam, mas Carlisle desvia regularmente o olhar para o sítio onde elas estão.

- É um bom partido. – diz Rosalie. – Mas é quase impossível.

- Dizes bem, quase. Para mim nada é impossível. Eu serei Duquesa, Rosalie, Duquesa de Somerset.

......

Carlisle não consegue dormir.

“Porque será que ela mal me dirigiu a palavra?”

Decide esquece-la. Fingir que nunca falou com ela. Ignora-la. Mas passado dois dias percebe que não o consegue fazer. Não dorme porque pensa nela e durante o dia anda distraído, pelo sono e pelos pensamentos que estão sempre nela.

Envia-lhe um bilhete para se encontrar com ele e darem um passeio no parque, apreciar o bom tempo.

“Tenho a certeza que aceitará.”

Precisa de a ver. Mais esta vez. Precisa mesmo. Já não consegue viver com a sua rejeição.

...........

Esme recebe o bilhete. Abre-o com um sorriso. Quase nem precisa de o abrir para saber do que se trata. Mas abre-o só mesmo para ter o prazer de ler as palavras que ele lhe escreve, para decifrar o desejo de estar com ela em cada linha.

Querida Esme,

Recordo-me de me ter dito que gostaria que nos encontrássemos mais vezes, para conversar como dois bons amigos. Convido-a então para um passeio pelo parque no dia que quiser, basta enviar-me um bilhete a combinar o dia e a hora e lá estarei ou irei busca-la como preferir.

Carlisle

Esme sorri e sobe as escadas a correr.

- Emmett! Emmett! Emmett!

Entra no quarto do irmão sem sequer bater e encontra-o a vestir a camisa para mais uma noite num bordel de Londres.

Vira-se.

- A casa está a arder?

- Claro que não. Olha para isto! – estende-lhe o papel.

Emmett lê e devolvi-o.

- Dou-te os parabéns, minha irmã.

- Espero que nunca tenhas duvidado que conseguia.

- Duvido que consigas casar, isso duvido.

Esme arranca-lhe o papel das mãos.

- Nem o meu irmão acredita em mim. Quando for Duquesa ei de esfregar-to na cara.

Ele ri.

- Esfregar-me o quê?

Esme pega numa almofada e atira-lhe.

- Isto.

Sai do quarto e entra no dela para responder ao bilhete.

Não sei quando nos poderemos encontrar. Quem sabe, talvez um dia.

..........

Carlisle recebe o bilhete com espectativa. Mas assim que o abre perde toda a esperança. Ela diz-lhe que não. Suavemente, com palavras pouco claras, mas um não.

Triste senta-se na cadeira sem saber o que pode fazer. Queria vê-la. “Será que fiz algo que a ofendeu?” Pergunta-se passando a mão nos cabelos. “E porque me importo tanto? Porque desejo tanto vê-la?”

...........

- Estás apaixonado. – é a resposta de Edward quando passeiam juntos pelo parque.

Carlisle não sabe o que lhe diga. Apaixonado? Será possível?

- Pela Esme? – pergunta.

- É uma mulher muito apaixonante. Devias aproveitar. Dar umas voltinhas com ela.

- Edward, não tenciono torna-la minha amante. – declara.

- Então porque é que estás tão interessado em ir atrás dela?

Carlisle não sabe. Mas não a vai tornar sua amante. Nunca o fez com nenhuma mulher.

- Não sei. Apenas a quero ver. Falar com ela. Estar com ela.

- Anda muito apaixonado este meu amigo, anda. Ela não é mulher para passear contigo de braço dado e ter conversas no banco do jardim. Ela é mulher para levar para a cama.

- Edward, pára com isso! Ela é uma mulher como qualquer outra.

- Com a diferença que já dormiu com metade da Inglaterra.

- Ela não é nenhuma prostituta. – defende-a Carlisle. – Quando falei com ela disse-me que às vezes se farta de ser tratada sempre assim.

Edward desata a rir.

- Quer dizer que se fez de vítima perante ti.

- Não se pode falar contigo. – Carlisle dá meia volta.

- Onde vais?

- Para casa.

Edward vai atrás dele.

- A ideia não era ofender.

- Não ofendeste.

- Então, porque é que vais para casa assim?

- Porque quero pensar. Perceber porque é que ela me rejeita.

Edward suspira.

- Porque te está a seduzir.

- Estás a ver? É por isso que vou para casa.

- Eu só estou a dizer a verdade.

- Então não digas nada.

Carlisle afasta-se. Como é que uma mulher que conheceu há tão pouco tempo lhe pode dar a volta a cabeça desta maneira?


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Notas finais do capítulo

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