O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen
Notas iniciais do capítulo
Mais um como prometi.
A carruagem para em frente a uma casa simples nos arredores de Londres.
Esme sai da carruagem e é recebida por uma criada que a conduz para dentro de casa e lhe tira o chapéu da mão.
Jasper, o seu amigo pintor, como lhe costuma chamar, vem a descer as escadas com um sorriso e recebia beijando-lhe a mão, um beijo perlongado e sedutor.
- Mon amour, como estás, minha musa?
- Bem.
- Vem, vem que já tenho a sala à tua espera.
Pega-lhe na mão e conduze-a pelas escadas acima. Esme entra numa sala com os materiais de pintura de um lado, uma cadeira comprida vermelha do outro e um biombo ao fundo.
- Vai que eu estou à tua espera, ma vie.
- Não preferes que o faça à tua frente? – pergunta provocadora começando a desapertar o corpete.
Ele para-lhe as mãos agarrando-as atrás das costas.
- Por favor, ma cherè, isto é arte.
Esme sorri e afasta-se para se despir atrás do biombo. Sempre gostou muito deste seu amigo. Um pintor francês que fala inglês com toda a perfeição mas nunca deixando de misturar palavras francesas, nem perdendo o seu sotaque.
Jasper já está sentado no seu banco com uma tela à frente quando ela sai com um robe vestido, o cabelo solto a cair-lhe pelas costas abaixo.
- Musa, senta-te, senta-te, ma cherè.
Esme despe o robe ficando completamente nua à frente dele.
- Linda, bela, magnifique. Minha musa, só tenho pena de não poder pintar o teu belo rosto. – diz passando a mão no rosto dela delicadamente. – Nunca tive modelo mais bonita.
Esme deita-se no cadeirão. Galileu espalha-lhe o cabelo.
Esme mantém-se quieta e sossegado enquanto ele a pinta. Sempre se perguntou como é que Jasper lhe consegue resistir. Qualquer homem fica louco por ela vendo-a vestida, quanto mais nua. Jasper sempre foi diferente, diz sempre que ela não está nua, está vestida pela arte, não é como os outros homens, é especial. Talvez por isso ele seja o único homem, sem ser o irmão, de quem ela realmente gosta.
Quando acaba Jasper levanta-se com um sorriso.
- Linda como sempre. – elogia aproximando-se dela.
Esme passa-lhe a mão pelo rosto trazendo-o mais para junto de si.
- És um excelente pintor.
- E tu uma excelente modelo.
- Posso ver? – pergunta sentando-se e vestindo o robe.
Delicadamente ele vira a tela para ela.
- Pintaste o meu rosto. – diz com espanto.
- Este é para mim. – diz Jasper. – Tenho sempre de fazer um rosto diferente cada vez que te pinto, este é o original, o teu corpo e o teu rosto e fica para mim como uma recordação.
Esme sorri.
- Desde que não o mostres a ninguém.
- Será o nosso segredo. – senta-se junto dela. – Mas suponho que o rei iria adora-lo.
Esme desata a rir.
- Tenho impressão que sim, mas prefiro que sejas tu a ficar com ele. Assim quando fores velhinho e continuares solteiro terás uma mulher nua só para ti.
Ele ri.
- E a mais bela de todos, ma cheré.
Esme sorri.
- Soube que o rei acabou tudo contigo. – diz levantando-se e caminhando até ao quadro onde começa a arrumar as tintas. – Vais parar agora ou continuarás a seduzir e a ser amante dos homens?
Esme sorri pela preocupação que ele mostra.
- Estou a tratar de arranjar noivo. – diz.
Jasper levanta os olhos para ela.
- Noivo? Quem?
- Ainda é muito cedo para revelar, ainda não é uma certeza.
Jasper suspira.
- Já vi que vais leva-lo ao altar da mesma maneira que levas os outros à cama.
Esme baixa os olhos sem dizer nada. Sabe que ele tem razão.
- Mereces mais. – murmura Jasper. – Mais do que ser amante de homens, mais do que casar com um que está apenas interessado no teu corpo.
- É só isso que sei fazer. Sempre os seduzi.
Jasper volta a suspirar.
- Não me critiques, por favor. – pede Esme.
- Não o vou fazer. Não mereces. Sabes que tens aqui um amigo.
Estende-lhe a mão, ela agarra-a e com doçura Jasper leva-a aos lábios beijando-a demoradamente.
- Mon amour.
Esme sorri.
- Serei sempre o teu amor.
...
- Onde estiveste?
Esme suspira assim que ouve a voz do irmão.
- Não tens nada a ver com isso. – declara.
- Claro que tenho. Sou teu irmão.
- Para meu horror!
- Deixa de ser assim e diz-me onde estiveste.
Esme deixa-se cair no sofá.
- Estive a passear por aí, está um dia tão bonito.
- De carruagem? – Emmett levanta uma sobrancelha.
- Sim! – Esme perde a paciência. – Já disse que não tenho de te dar justificações da minha vida. A casa é minha e tu estás na minha casa portanto se me começares a chatear muito expulso-te e terás de viver na corte ou voltar para a nossa casa de campo.
- Piedade! – goza Emmett. – Não me obrigues a viver longe de Londres, por favor, morreria de tédio.
- Então não me chateies.
- Tudo bem, então.
- Está noite vais sair?
- E o que tens tu a ver com isso?
- Emmett!
- Calma, eu digo. Vou ao sítio onde os homens gostam de ir numa noite de verão. – diz com um sorriso.
- Poupa-me. – pede Esme levantando-se. – Se fosse só nas noites de verão.
Emmett ri enquanto vê a irmã a subir as escadas.
...
Carlisle não consegue dormir. Os pensamentos dele estão em Esme. “Como é possível nunca ter reparado nela?” Pergunta-se a todo o momento.
Deseja vê-la. Estar com ela. Falar com ela.
“Se eu a convidasse para sair?” Pensa. “Mas assim ela iria pensar que a quero como amante.”
Senta-se na cama e passa a mão nos cabelos desalinhados. Esme é diferente de qualquer outra mulher que conhece e provoca-lhe sentimentos que nunca sentiu.
Deita-se para trás na cama. “Ela já dormiu com metade da Inglaterra, mas pareceu-me tão sincera no baile.”
Acaba por adormecer e sonha com ela.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentem!
Beijos