O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen


Capítulo 3
Musa


Notas iniciais do capítulo

Mais um como prometi.



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A carruagem para em frente a uma casa simples nos arredores de Londres.

Esme sai da carruagem e é recebida por uma criada que a conduz para dentro de casa e lhe tira o chapéu da mão.

Jasper, o seu amigo pintor, como lhe costuma chamar, vem a descer as escadas com um sorriso e recebia beijando-lhe a mão, um beijo perlongado e sedutor.

- Mon amour, como estás, minha musa?

- Bem.

- Vem, vem que já tenho a sala à tua espera.

Pega-lhe na mão e conduze-a pelas escadas acima. Esme entra numa sala com os materiais de pintura de um lado, uma cadeira comprida vermelha do outro e um biombo ao fundo.

- Vai que eu estou à tua espera, ma vie.

- Não preferes que o faça à tua frente? – pergunta provocadora começando a desapertar o corpete.

Ele para-lhe as mãos agarrando-as atrás das costas.

- Por favor, ma cherè, isto é arte.

Esme sorri e afasta-se para se despir atrás do biombo. Sempre gostou muito deste seu amigo. Um pintor francês que fala inglês com toda a perfeição mas nunca deixando de misturar palavras francesas, nem perdendo o seu sotaque.

Jasper já está sentado no seu banco com uma tela à frente quando ela sai com um robe vestido, o cabelo solto a cair-lhe pelas costas abaixo.

- Musa, senta-te, senta-te, ma cherè.

Esme despe o robe ficando completamente nua à frente dele.

- Linda, bela, magnifique. Minha musa, só tenho pena de não poder pintar o teu belo rosto. – diz passando a mão no rosto dela delicadamente. – Nunca tive modelo mais bonita.

Esme deita-se no cadeirão. Galileu espalha-lhe o cabelo.

Esme mantém-se quieta e sossegado enquanto ele a pinta. Sempre se perguntou como é que Jasper lhe consegue resistir. Qualquer homem fica louco por ela vendo-a vestida, quanto mais nua. Jasper sempre foi diferente, diz sempre que ela não está nua, está vestida pela arte, não é como os outros homens, é especial. Talvez por isso ele seja o único homem, sem ser o irmão, de quem ela realmente gosta.

Quando acaba Jasper levanta-se com um sorriso.

- Linda como sempre. – elogia aproximando-se dela.

Esme passa-lhe a mão pelo rosto trazendo-o mais para junto de si.

- És um excelente pintor.

- E tu uma excelente modelo.

- Posso ver? – pergunta sentando-se e vestindo o robe.

Delicadamente ele vira a tela para ela.

- Pintaste o meu rosto. – diz com espanto.

- Este é para mim. – diz Jasper. – Tenho sempre de fazer um rosto diferente cada vez que te pinto, este é o original, o teu corpo e o teu rosto e fica para mim como uma recordação.

Esme sorri.

- Desde que não o mostres a ninguém.

- Será o nosso segredo. – senta-se junto dela. – Mas suponho que o rei iria adora-lo.

Esme desata a rir.

- Tenho impressão que sim, mas prefiro que sejas tu a ficar com ele. Assim quando fores velhinho e continuares solteiro terás uma mulher nua só para ti.

Ele ri.

- E a mais bela de todos, ma cheré.

Esme sorri.

- Soube que o rei acabou tudo contigo. – diz levantando-se e caminhando até ao quadro onde começa a arrumar as tintas. – Vais parar agora ou continuarás a seduzir e a ser amante dos homens?

Esme sorri pela preocupação que ele mostra.

- Estou a tratar de arranjar noivo. – diz.

Jasper levanta os olhos para ela.

- Noivo? Quem?

- Ainda é muito cedo para revelar, ainda não é uma certeza.

Jasper suspira.

- Já vi que vais leva-lo ao altar da mesma maneira que levas os outros à cama.

Esme baixa os olhos sem dizer nada. Sabe que ele tem razão.

- Mereces mais. – murmura Jasper. – Mais do que ser amante de homens, mais do que casar com um que está apenas interessado no teu corpo.

- É só isso que sei fazer. Sempre os seduzi.

Jasper volta a suspirar.

- Não me critiques, por favor. – pede Esme.

- Não o vou fazer. Não mereces. Sabes que tens aqui um amigo.

Estende-lhe a mão, ela agarra-a e com doçura Jasper leva-a aos lábios beijando-a demoradamente.

- Mon amour.

Esme sorri.

- Serei sempre o teu amor.

...

- Onde estiveste?

Esme suspira assim que ouve a voz do irmão.

- Não tens nada a ver com isso. – declara.

- Claro que tenho. Sou teu irmão.

- Para meu horror!

- Deixa de ser assim e diz-me onde estiveste.

Esme deixa-se cair no sofá.

- Estive a passear por aí, está um dia tão bonito.

- De carruagem? – Emmett levanta uma sobrancelha.

- Sim! – Esme perde a paciência. – Já disse que não tenho de te dar justificações da minha vida. A casa é minha e tu estás na minha casa portanto se me começares a chatear muito expulso-te e terás de viver na corte ou voltar para a nossa casa de campo.

- Piedade! – goza Emmett. – Não me obrigues a viver longe de Londres, por favor, morreria de tédio.

- Então não me chateies.

- Tudo bem, então.

- Está noite vais sair?

- E o que tens tu a ver com isso?

- Emmett!

- Calma, eu digo. Vou ao sítio onde os homens gostam de ir numa noite de verão. – diz com um sorriso.

- Poupa-me. – pede Esme levantando-se. – Se fosse só nas noites de verão.

Emmett ri enquanto vê a irmã a subir as escadas.

...

Carlisle não consegue dormir. Os pensamentos dele estão em Esme. “Como é possível nunca ter reparado nela?” Pergunta-se a todo o momento.

Deseja vê-la. Estar com ela. Falar com ela.

“Se eu a convidasse para sair?” Pensa. “Mas assim ela iria pensar que a quero como amante.”

Senta-se na cama e passa a mão nos cabelos desalinhados. Esme é diferente de qualquer outra mulher que conhece e provoca-lhe sentimentos que nunca sentiu.

Deita-se para trás na cama. “Ela já dormiu com metade da Inglaterra, mas pareceu-me tão sincera no baile.”

Acaba por adormecer e sonha com ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Beijos



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