O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen
- Quais é que levo, Leah? Os dourados ou os vermelhos? – pergunta Esme virando-se para a criada com um vestido vermelho já vestido e uns sapatos vermelhos numa mão e uns dourados na outra.
Leah sorri para a sua senhora. Ganhou verdadeira afeição a Esme e Esme têm-se transformado numa pessoa mais amável para com os criados. Leah admira-a. Considera-a uma mulher lutadora que não se deixa domar pelos homens num mundo onde são eles que mandam.
- Os dourados dão mais nas vistas.
- Dão, não dão? E acho que ficam bem com os brincos dourados com rubis que vou pôr e com o colar a condizer. Para não ir toda de vermelho. – sorri e encolhe os ombros.
Calça os sapatos e põe os brincos.
- Põe-me o colar, por favor.
Leah aperta-lhe o colar e Esme dá uma voltinha em frente ao espelho.
- Estou bonita? Achas que o Carlisle vai gostar? – pergunta, ultimamente importa-se bastante com a opinião dele, mais do que com a de qualquer outro homem.
- Tenho a certeza que sim. Está maravilhosa!
Esme sorri e vai até à janela. Vê a carruagem do irmão chegar.
- Ele já chegou.
Sorri para Leah e desce as escadas em passos rápidos mesmo a tempo de ver o irmão entrar.
- Emmett! – corre para ele e abraça-o.
Emmett recebe-a nos braços e rodopia com ela antes de a poisar no chão e lhe dar um beijo no nariz.
- Acho que pela primeira vez posso dizer que tenho saudades tuas. – diz provocando-a.
- Parvo. – liberta-se dos braços dele e dá uma voltinha. – Estou bonita?
- Linda.
- E os sapatos. – levanta um pouco o vestido. – Ficam bem? Leah disse que ficavam maravilhosamente com o vestido.
- Leah? Quem é a Leah?
- É a minha criada de quarto.
Emmett franze uma sobrancelha.
- A minha irmã a pedir opinião à criada? Já nem a reconheço.
Esme encolhe os ombros.
- O que é que tem? A Leah é muito simpática e eficiente, não é como a minha outra criada. Merece a estima que lhe tenho.
Carlisle entra na sala.
- Boa noite. – cumprimenta.
Emmett cumprimenta-o.
- Amor, estou bonita? – pergunta Esme com um sorriso.
Carlisle sorri.
- Linda. – assegura beijando-lhe a mão.
A porta é aberta de novo para a entrada de Carmen e Eleazar.
- É assim que tu o seduzes? Chamando esses termos carinhosos? – pergunta Emmett ao ouvido da irmã quando Carlisle se afasta para receber os recém-chegados.
- Cala-te.
Esme também os recebe.
- Somos só nós? – pergunta Eleazar.
- Somos. – diz Carlisle.
- A minha irmã ainda me vai pagar bem caro por me fazer passar o Natal longe da corte. – murmura Emmett fazendo os outros rirem.
- A Alice não vem? – pergunta Carmen.
Uma sombra passa pelo olhar de Carlisle.
- Parece que cortou definitivamente relações comigo.
Esme baixa os olhos para esconder a culpa.
- Vamos jantar? – pergunta.
- Claro. – concorda Carlisle conduzindo os convidados até à mesa da sala de jantar.
- Este ano optamos por um Natal mais sossegado. – diz Eleazar. – Afinal já falta pouco para o nascimento do futuro conde.
Carlisle sorri.
- Quanto tempo?
- Dois meses. – diz Carmen.
- Os meus parabéns. – felicita Esme antes de se sentar.
Depois do jantar sentam-se todos junto da lareira. Esme e Emmett conversam num canto da sala, deixando os outros três sozinhos.
- Como é que tem sido a vida de casado? – pergunta Eleazar.
- Estou feliz. – diz Carlisle. – Não podia encontrar esposa melhor.
Eleazar sorri para Carmen.
- Digo a mesma coisa. – diz.
Carlisle sorri.
- E filhos? – pergunta.
Carlisle encolhe os ombros.
- Nunca falei com ela sobre isso. Esme toma um chá para não engravidar e nunca lhe disse que queria ter filhos.
Eleazar sorri.
- Mas queres?
- Quero.
- Acho que a casa fica muito vazia sem crianças. – diz Eleazar.
- Concordo. Mas não sei se ela está muito inclinada para isso. E não a vou obrigar simplesmente porque o desejo.
- Claro. – concorda Carmen. – O importante é que estejam felizes e que se deem bem.
- Em relação a isso não há qualquer problema. Somos muito felizes.
......
A passagem de ano é passada na corte, apesar de terem preferido passar o Natal em casa.
Esme dança com Carlisle e depois passa para os braços de Eleazar.
- Como está? – pergunta Esme enquanto dançam.
- Bem.
- E a Caremn?
- Também.
- Ela veio? Ainda não a vi.
- Veio, mas está sentada a conversar, conversas de mulheres. Deve saber o que é.
Esme ri.
- Então não sei.
Esme rodopia conforme a dança obriga e volta a estar junto dele.
- Carlisle está muito feliz. – diz Eleazar. – Nunca o vi tão feliz.
Esme olha para o sítio para onde Eleazar está a olhar.
- Ele também me faz muito feliz. – diz Esme com sinceridade.
A verdade é que nunca pensou poder ser tão feliz estando casada. Nunca pensou poder estar sempre com o mesmo homem. Cada vez sente mais carinho por ele. Cada vez o ama mais, pode dizer-se.
- Vou-lhe confessar que no início pensei que estava com ele apenas pelo dinheiro e o poder, pensei que ia trai-lo mais tarde ou mais cedo.
Esme sorri.
- Vou falar-lhe abertamente. No início seduzi-o. Apenas desejava a boa vida que teria casando com ele. Mas depois de o conhecer melhor percebi que o amo, cada vez o amo mais.
Eleazar sorri. Realmente o amor muda as pessoas.
- Desejo que continuem tão felizes como até aqui.
- Também o desejo, mais do que qualquer outra coisa.
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