Lá estava eu, com uma roupinha bem social. Camisa branca de manga longa, blazer roxo(já notaram minha obsessão por coisas no tom de roxo?) com dois botões, uma saia branca até o joelho, sapatos pretos do tipo “mata rato no canto” e um rabo de cavalo alto.

O prédio era a coisa que mais se destacava naquela “cidade”. Uns 20 andares, branco, uma porta de vidro preto, mas que não se dava para ver através dela e era automática(abria sozinha). Tinha um outdoor que falava “Segurança e Polícia de Satellite”.

Entrei. Pareciam me matar com o olhar. Acho que as únicas mulheres de lá era eu e a recepcionista. Quantos carinhas de azul tinha lá! Acho que já adivinharam qual é esse emprego. Policial!

–Posso lhe ajudar?-perguntou a moça morena, ou seja, a recepcionista.

–Vim por causa do emprego.-falei, seriamente.

Quando falei isso, ouvi uns sussurros da parte dos policiais. Falavam que era um absurdo, não era lugar para mulher, entre outros. Fiz uma cara um tanto que feia.

–C-certo! O tenente Ushio irá fazer o teste com você!-disse a recepcionista, que se assustou com minha expressão.-É no quarto andar, a sala está com uma placa com o nome dele.

–Obrigada!-e fui para o elevador.

Estava bem nervosa. Não sabia o que iria acontecer, quais seriam as perguntas e se iria ser aceita. Coloquei a mão na maçaneta, ressenti em abri-la, mas suspirei fundo e fui.

Me deparei com um grandalhão. A pele era bem morena, os olhos escuros, o cabelo era preto e as sobrancelhas, grossas.

–Então é a candidata a vaga?-perguntou com frieza.-Tem certeza que quer esse cargo?-e apontou para uma cadeira.

–Claro!-respondi com um certo orgulho, me sentando.-Acha que não sou capaz?

–Talvez! Então, qual é o seu nome?-disse seriamente, me encarando.

–Kitsuni. Kitsuni Maboroshi.-falei, talvez me arrependesse de ter falado o nome verdadeiro, mas era preciso.

Ele suou frio quando falei meu nome. Ficou um pouco pálido.

–O senhor está bem?

–Sim. Continuando...-pigarreou.-Vamos fazer o teste de força. Siga-me!

Fomos em direção a outra sala. Era branca como todas as outras, só que, maior. Tinha equipamentos de tudo que tipo: “pesos”, cordas, entre outros.

–Pessoal. Esta é Kitsuni.-apresentou Ushio.-Ela é candidata a vaga.

–Tá falando sério?-disse um dos policiais.-Mulheres não podem ser policiais. Não são fortes o suficiente!

–O que disse?-fui me aproximando dele.

–A prova será derrotar um dos meus homens.-se adiantou o tenente.-Pode escolher quem quiser.

–Pois bem. Eu escolho o que acabou de se pronunciar.-e indiquei ao senhor “machão”.

Ele apenas me olhou. Os outro que estavam lá, começaram de zombar da situação. O local da luta era ali, mas em uma área especifica. Um tipo de tatame.

O policial se posicionou naquele piso. Tirei os sapatos e fui para lá. Para tirar sarro de mim, ele começou de imitar uma dessas “patricinhas”.

–Eu não posso machucar as minhas unhas! Acabei de faze-las!-zombava, o garotão.

–Está tendo ataques, hein?-ironizei.-Queridinha!

–Chega de papo!-falou ele, indo para cima de mim.

Desviei indo para o lado. Dei um chute no traseiro dele, fazendo-o cair de boca no chão. Mas antes ele deu uma rasteira em mim, caindo de bunda no chão. Se levantou e ficou de frente para mim, com um ar de vitorioso.

–Desista!-disse ele.-Eu sou mais forte.

–Será?-perguntei.

Dei um sorriso de lado e “engatei” os meus pés na perna dele, puxando-o para baixo. Ele tentou revidar, mas para a infelicidade dele, fui mais rápida. Com um movimento brusco, fiz com que ele ficasse de barriga para baixo. Coloquei as mãos dele nas costas, deixando sem saída. Tentando se soltar, posicionei o joelho contra a bacia dele.

–Game Over!-sorri para ele, que se contorcia feito uma minhoca.

–Muito bem!-disse Ushio, depois de um suspiro.-Pelo jeito você foi aceita. Parabéns!

–Obrigada!-agradeci, mas antes de sair de lá...-Podem chamar um massagista para cuidar do senhor ali?-apontei para o cara que acabou de levar um certo corretivo.

–E um belo exame de raio-x!-reclamou o policial, estendido no chão.

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Recebi um uniforme parecido com deles, só que roxo(Eba!!!). Meu turno era de 12 horas(começava pelas 08:30 AM e terminava 08:30 PM). Só o duro foi contar para o pessoal que era esse meu emprego, pois o Rally tinha “ficha” por causa de roubos/furtos.

Acharam que era loucura me meter nesse emprego. Mas me justifiquei:

–O emprego é fácil. Se ganha bem(2.000 yens por dia, Hehe!) e vai ser um passe livre para conseguir informações sobre mim mesma!

–Se é assim, deixamos ficar com o emprego!-suspirou Nerve, com os braços cruzados.

–Mas eu não pedi permissão!-brinquei, com um sorriso.

–Mas se fosse com o Yusei... Você ia ficar de joelhos!-comentou o ruivo.

–Rally, se você fazer novamente uma dessas suas insinuações, juro que te mato ou coloco atras das grades!-ameacei, um pouco corada.

–Paz e amor, mulher!-brincou Tank, fazendo sinal de dois com os dedos.