Maldição Wilde escrita por A Costa, Rosalie Potter


Capítulo 34
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Já estamos no capítulo 32 e eu não estou acreditando-até hoje-que só temos seis comentários E.E



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–O que? –Sophia deu um pulo da cadeira enquanto os outros olhavam para Melina sem saber o que fazer. Ela deixa pra soltar a bomba na mesa do almoço então Ian até mesmo engasgou. –Rafael vai ser o seu monitor?

–Dá pra ser pior?! –Taylor fala com o olhar faiscando.

–Eu juro que o mato. Cara, ele es... –Alex achou melhor não citar a palavra. –Ele engravidou minha irmã. –Corrigiu. –E agora está na cola da minha namorada. E vocês ainda me pedem para não matar ele? Isso já é demais pra mim!

–Não se preocupem. –Melina suspirou. –Não vou deixar ele me fazer mal e nem me encher demais. Qualquer coisa eu solto a Trace para cima dele.

“Por que você não me solta pra cima dele?”

“Quieta Makayla!”

–Que bom. –Sophia falou e de repente dois rapazes chegaram. Eles eram conhecidos, assim como Alex, por trazerem e fazerem coisas ilegais dentro do reformatório. Travis, um dos garotos, murmurou no ouvido da ruiva:

–Festa hoje á noite no meu quarto, depois do toque de recolher. Pode chamar os outros. Te vejo lá

Enquanto o outro murmurava o mesmo no ouvido da morena. E tão rápido quanto vieram, se foram para a mesa que compartilhavam com os amigos. Ian, Taylor e Alex olhavam pra elas esperando que compartilhassem a informação:

–Festa hoje á noite no quarto do Travis. –Melina explicou. –Estranho, eles pararam de me convidar a algum tempo. E convidaram a Sophia, garota certinha. Acho que os boatos de que ela está solteira já se espalharam. –A última frase foi quase um tapa na cara de Ian.

–Querendo vocês duas ou não, ainda são duas das garotas mais gostosas de todo o reformatório. –Ian e Alex fuzilaram o pobre coitado com o olhar. –O que foi, é verdade. Elas são gostosas!

–Está bem, já pode parar. –Sophia disse com as bochechas coradas.

–Ok. –O rapaz riu e Melina e a ruiva se entreolharam com um sorriso também. Fazia tempo que ele não ria ou fazia uma piada e realmente já estava preocupante. Muito preocupante. –Sophia, vai continuar com o prato intocado mesmo?

–Estou nos três primeiros meses de gravidez, ou seja, estou enjoando pra caramba. E essa comida realmente não ajuda muito.

–Não tem vontade de comer nada mesmo? –Alex perguntou curioso. Já fazia algum tempo que a ruiva não comia praticamente nada e quando comia, acabava colocando pra fora.

–Eu estou com um desejo horrível de comer trufas de chocolate recheadas com creme de cereja. –A boca da garota até salivou. –Estou até mesmo sonhando com isso, mas claro que eu não vou encontrar isso aqui.

–Com certeza não. –Melina riu. –E então, nós vamos á festa ou não pessoal? Soph, se não quiser...

–É claro que vamos. –A ruiva disse surpreendendo á todos. Sophia era do tipo que gostava de ficar em casa, lendo um bom livro, quieta no seu canto. Mas depois de tudo que estava passando, queria experimentar uma novidade pra se distrair.

–Então vamos todos. –Taylor deu um sorriso de canto. Também queria se distrair, pegar umas garotas, beber, esquecer Kathleen.

A ruiva deu um sorriso enquanto afastava sua bandeja certa de que não iria comer nada mesmo.

~X~

–Os médicos me passaram um laudo há algumas horas.

Sophia olhou para a psicóloga abismada. Quanto menos soubessem de sua gravidez, melhor. Ela sabia que a diretora e os professores já sabiam e já não suportava mais os professores perguntando se ela estava bem de cinco em cinco minutos. Mas é claro que com todos esses sabendo, Ruby também saberia. Mas ela não queria conversar disso com a psicóloga. A ruiva não estava acostumada á conversar com ninguém sobre os problemas, ainda mais com uma desconhecida que só estava ali para ganhar seu salário no final do mês.

–E...?

–E eu soube que está grávida. Como sou sua psicóloga, eu estudei bastante sua ficha e sei que você está aqui por ser acusada de calúnia e difamação. Foi acusada por acusar Rafael, o irmão de uma das nossas internas, de estupro. E esse bebê... Tem algo á mais que queira me contar?

–Sabe senhora Hoffman, eu sempre tive bastante interesse pela psicologia. É esse o curso que quero cursar porque sempre tive jeito pra isso, pra conversar sobre os problemas das pessoas, para ouvir e dar conselhos. Na escola, pessoas que eu nem conhecia vinham e sentavam ao meu lado para desabafar e eu dava o máximo de mim para ajudar. –A ruiva se lembrou com nostalgia que realmente as coisas eram assim. –E uma coisa que eu aprendi com essa minha “experiência” se podemos dizer assim, é que quando você quer que uma pessoa desabafe, precisa dar espaço á ela e a deixar falar apenas do que estiver pronta. Eu não estou.

–Entendi. –Ruby deu um sorriso de canto. –Então vamos á assuntos melhores. Eu soube por fontes seguras que você é muito chegada em Melina Wilde, nossa pequena garota problema.

Sophia fuzilou a psicóloga com o olhar. Detestava quando ouvia falarem de sua melhor amiga assim, como se ela fosse problemática, o que não era. Era verdade que quebrava algumas regras, mas era uma menina boa.

–Não precisa me olhar assim. –A mulher riu. –Não estou falando que não deva andar com ela. Pelo que eu vi e ouvi, ela parece ser extremamente divertida. E as pessoas dizem que ela tem melhorado muito depois da sua chegada, então parece que unimos o útil ao agradável. Quero apenas que fale dela, de como é a relação de amizade.

Sophia fechou os olhos. Era fácil falar daquilo, pois tudo que falaria era verdade:

–Eu nunca fui uma garota de muitos amigos por estar sempre muito ocupada ou ter gostos diferentes de todos. E quando eu entrei nesse lugar estava completamente perdida. Desorientada era a palavra certa. E então surgiu ela, que tentou me ajudar logo de primeira, de um jeito torto. Então descobrimos gostos em comum e logo descobrimos que tínhamos mais em comum do que pensávamos. –Levando em conta que ambas carregavam a mesma maldição. –Ouço muitas pessoas se referindo á ela como uma garota problema. Eu discordo veementemente. Melina é uma ótima garota. Tem um coração gigante, é extremamente leal, sincera, carinhosa e quando gosta, ela demonstra isso. Ela é minha melhor amiga e sinceramente não sei o que faria se ela não estivesse aqui.

–Isso é bom. –Ruby anotou qualquer coisa na caderneta. –Soube que você namora.

–Namorava. –A garota consertou sentindo o gosto ácido na boca. –Ian Wolf.

–Por que terminaram?

–Porque estou grávida. –Ela deu de ombros como se dissesse “não adianta que não vou entrar em detalhes”. –E, se não for abusar muito, eu realmente agradeceria se não falássemos nele. Por favor.

–Você mesma disse que temos que dar espaço. Estou aqui pra ser sua amiga Sophia, não quero te obrigar á falar de nada que se sinta desconfortável. –Ela abriu um sorriso extremamente acolhedor que fez com que Sophia se sentisse segura por um segundo. –E então, você disse que queria fazer psicologia. Continua com esses planos?

–Eu não sei. –A mesma admitiu. –Eu realmente adoraria seguir essa carreira. Mas eu tenho um histórico de reformatório e logo um bebê pra cuidar. Mas eu quero muito e, acho que se consigo agüentar viver aqui, conseguirei o que quero.

–Com as suas notas, eu não duvido. –A psicóloga viu que sua paciente abriu um sorriso esperançoso. –Bem, como eu disse, tenho acesso á sua ficha então vi todos os seus cursos. Teatro e dança, quatro anos. Francês, quatro anos. Inglês, seis anos. Canto, oito anos. Piano, três anos. Errei?

–Em nadinha. –Sophia disse se surpreendendo ao ver que sua psicóloga sabia muito mais do que ela pensava.

–Eu tomei á liberdade de visitar alguns dos seus cursos. Espero que não se incomode com isso. Sua professora de Teatro e Danço disse que você era muito boa, mas sua insegurança a barrava. Seu professor de Francês e o de Inglês disseram o mesmo, que você era praticamente fluente. Seus professores de canto te elogiaram imensamente e disseram coisas maravilhosas sobre a sua voz, assim como a professora de piano. Cheguei á conclusão que você é muito talentosa. Nunca pensou em seguir uma carreira artística?

–Eu amo tudo isso. Amo dançar, cantar, atuar, tocar... Mas não, nunca. É uma carreira muito instável e eu sou muito tímida e insegura. Além disso... Os artistas têm seu passado virado e revirado e o meu como à senhora pode perceber pelo lugar em que eu estou, tem muito pano pra manga.

–Já pensou em nomes para o bebê?

–Não. –Ela sorriu. –Mas vou pensar. Quando decidir, eu te conto.

–Bom. –A outra sorriu. –E como está sendo pra você, a sensação de ser mãe?

–Estranha. Eu sou muito nova pra estar grávida e a ficha de ter uma vida nascendo dentro de mim ainda não caiu, mas eu amo esse bebê demais. O amor é tanto que me consome. É algo bem novo pra mim.

–Acredite, eu entendo isso muito bem. –Ruby olhou para o relógio junto com Sophia. A ruiva constatou que já tinha acabado o tempo e se levantou.

–Até a próxima consulta senhora Hoffman.

–Ruby. Chame-me de Ruby. Até lá Sophia.

A ruiva deu um sorriso meigo e saiu da sala. Mal deu dois passos e bateu de frente com o pai biológico do seu filho. Apenas fingiu que não viu e passou reto, mas é claro que ele não a deixaria ir desse jeito:

–Sophia, passa desse jeito, parece que nem me conhece quando já fomos tão... Íntimos.

–Ah, é verdade... Você é o novo pesadelo particular da minha melhor amiga. –Sophia usou um tom cínico de voz e nem se virou, apenas continuando seu caminho.

–Sim, eu sou o monitor da Melina. Pelo visto já ficou sabendo da novidade. E deve saber então também que eu vou morar aqui á partir de agora. Serviços voluntários, isso faz bem para a minha imagem e para a da minha futura empresa.

Sophia quase estacou. Já seria difícil esconder a gravidez com ele zanzando vez ou outra pelo reformatório, imagina com ele morando ali? Seria bem mais complicado. Teria que fingir muito bem e não deixar que a informação vazasse. Então se virou com um sorriso:

–Olha pra minha face e vê se eu estou me importando.

–Não pode ficar e fingir que eu não existo.

–Não posso? Então fica olhando. –E dizendo isso ela pegou o caminho para o próprio quarto.

Entrando encontrou Melina sentada na cama com uma pequena cesta.

–O que é isso?

–Encomenda pra você. –A ruiva deu um grito de felicidade ao ver que era uma cesta cheia de trufas recheadas com creme de cereja. Melina riu enquanto a amiga se sentava ao lado dela. –Alex disse que não deixaria o afilhado nascer com cara de bombom.

–Alex sendo divo. E sendo assustador. Como ele consegue essas coisas tão rápido?

–Não pergunte pra mim. –A morena levantou as mãos em sinal de rendição.

–Você sabe que vai me ajudar á comer tudo isso.

–Estava esperando que dissesse.

As duas se entreolharam rindo e cada uma pegou uma trufa. A boca de Sophia salivou e quando ela mordeu o primeiro pedaço caiu deitada e ronronou:

–Obrigada meu Deus!

–Terminando isso daqui, fazer unhas. Hoje quero ser uma adolescente normal. –Melina sorriu e Sophia retribuiu. Elas estavam longe de ser normais, mas isso não as impedia em momento algum de tentar.

~X~

Quando o sinal de recolher estava quase tocando, Melina já se levantou num pulo e abriu o guarda-roupa. Sophia olhou curiosa:

–Me deixa adivinhar: Roupas contrabandeadas?

–Correto! –A morena sorriu. –Estou procurando pra mim e pra você fica tranqüila. Hoje quero caprichar em nós duas. Eu pra marcar minha volta ás festas e você por vários motivos. É a sua primeira festa, é a primeira vez que eu posso deixar você realmente mais solta e queremos deixar o Ian babando não é mesmo?

Sophia corou o que só fez Lina rir ainda mais. Sophia apenas observava enquanto a amiga ia jogando roupas em cima da cama.

–Vou começar comigo para minha cabeça não embaraçar. –A morena de olhos verdes falou enquanto a amiga só assentia. –Enquanto eu tomo banho eu lhe agradeceria se achasse um colar dourado com pingente redondo na minha caixinha de jóias. Está uma bagunça.

Enquanto a amiga tomava banho, Sophia pegou a caixinha de jóias. Realmente estava uma bagunça, mas ela logo achou o colar. Separou o mesmo e começou á organizar a caixinha. Brincos num compartimento, anéis em outro, colares em outro e assim ia. Quando Melina saiu do banheiro ela já tinha acabado.

A morena pegou o colar e colocou enquanto adicionava os brincos e fazia a maquiagem tudo numa rapidez que deixou Sophia zonza. Por fim calçou os sapatos, passou o perfume e colocou um relógio deixando a ruiva boquiaberta com o resultado final.

Melina estava linda. Usava um vestido preto de alças finas que ia até quase o meio das coxas e tinha uma faixa que mostrava um pouco do ventre. Usava o colar dourado com pingente redondo, um brinco de argolas dourado, um relógio preto, sapato creme de salto alto e fechado, delineador preto nos olhos no traço gatinha, boca rosada, cabelos soltos e unhas pretas com detalhes em metálico. (http://www.polyvore.com/melina_wilde/set?id=140290981 ).

–UOU! –Sophia gritou. –Você está uma gata Melina Wilde!

–Sim, eu sei. –A morena riu. –Mas calma que agora é a sua vez.

E então lá foi Melina vasculhar o guarda roupa novamente jogando as roupas para a cama. Sophia só observava enquanto a boca ia se abrindo com as peças de roupa escolhidas. Lina só ria enquanto empurrava a amiga para o banheiro:

–Vai tomar banho que agorinha o sinal toca. –Sophia obedeceu terminantemente.

Enquanto deixava a água quente escorrer pelo seu corpo, a ruiva se perguntou por que aceitara ir á aquela festa. Não era muito de sair, nem de ambientes fechados, muito menos de burlar as regras. Mas ela tinha estado tão tensa pelo decorrer daqueles dias que ela precisava tentar relaxar e mudar um pouco. Pensando nisso ela viu quando Melina entreabriu a porta e jogou para amiga a roupa escolhida depois de muito pensar. Sophia quase desmaiou, mas resolveu vestir mesmo assim. Afinal, mudar não era o que a mesma queria por aquele dia? Antes que ela colocasse a saia, ouviu o sinal tocar.

Saindo do banheiro a morena a puxou e sentou:

–Vou domar seus cachos. Não é muito difícil, mas você vai ter que ficar quieta. –Sophia assentiu enquanto a outra passava alguns produtos e modelava os cachos ruivos. Depois escolheu á dedo e maquiou a ruiva enquanto a outra ansiava pelo resultado final. Melina para completar colocou o brinco e colar na amiga e enquanto Sophia passava o perfume, a morena escolheu o sapato. –Pronto. Agora pode olhar no espelho.

E pela segunda vez naquele dia, Sophia quase desmaiou. Quase não acreditava que ela era mesma, afinal, nunca se viu tão linda e tão... Sexy. Usava um top preto de alças finas com uma jaqueta de couro da mesma cor por cima. A saia era vermelha e ia até o começo das coxas. O colar tinha um pequeno pingente de cobra e o brinco chamava a atenção já que era um max brinco que imitava um dragão. Os cachos estavam completamente definidos, modelados e baixos. Usava um batom e gloss vermelhos, a sombra da mesma cor e um traço gatinha bem puxado feito com delineador preto. As unhas estavam numa francesinha na cor basicamente preta e a bota preta de cano e salto alto dava o toque final.

–Se eu fosse homem, te pegava. –Melina brincou e Sophia riu.

–Obrigada Melina.

–Disponha sempre.

E então as duas respirando fundo saíram do quarto. Os três rapazes a esperavam do lado de fora e simplesmente deixaram cair o queixo. Alex se sentiu feliz por estar namorando com Melina, caso contrário sabia que com aqueles trajes muitos babariam pela morena de olhos verdes. E trocou um olhar com Taylor que dizia “Se alguém começar á folgar com a Sophia, você segura e eu bato”. Taylor já estava acostumado á ver a morena sexy porque ia com elas ás festas no passado e sabia o quanto sua melhor amiga era gata. Mas tinha que admitir que ver Sophia tão sensual o deixou boquiaberto. Já Ian estava num misto de conflitos. Antes de qualquer coisa ele se perguntava como Melina poderia ser tão assustadora e tão gata ao mesmo tempo. E Sophia... Deus, tudo o que ele mais queria era beijar e dizer que estava linda, mas sabia que tudo que poderia fazer era sentir ciúmes.

–Vamos? –A morena disse rindo. –Lembrem-se: Essa ruiva não pode chegar perto de nada ilícito por causa do bebê.

–Eu não chegaria nem se não estivesse grávida. –Os três rapazes suspiraram aliviados. Ela ainda era Sophia, apesar de não se parecer com Sophia.

Os três chegaram á porta do quarto de Travis e entraram. Sophia foi quem mais se surpreendeu pelo fato de ser sua primeira festa dentro do reformatório. Eles aproveitaram muito bem o espaço colocando camas para um lado. Tudo estava escuro com luzes multicoloridas tremeluzindo, a música extremamente alta, usaram a cômoda para colocar as bebidas e no meio uma pista de dança brilhava. Lena estava num canto, de vestido verde esmeralda justo e cabelos presos.

–Vocês vieram. Sejam bem vindos. –Travis recepcionou olhando as duas garotas, quase as comendo com os olhos. Mas recebendo três olhares fuzilantes, apenas se retirou.

–Como pode ter tanto barulho? –Sophia perguntou.

–Eles tiveram sorte de cair no quarto que era a antiga sala das consultas de psicólogos. Ou seja, sala anti-som.

A ruiva assentiu como se entendesse e se encaminhou para perto da mesa das bebidas enquanto Melina parecia cumprimentar uns amigos de festas antigas e Alex sempre ao lado dela, afinal, alguns estavam de olho na morena. Taylor procurava Kathleen com os olhos e Ian não tirava os olhos de sua ruiva.

“Porque não uma bebida?”

“Tentativa de aborto falha.”

“Eu tinha que tentar”.

Mas ela sentia vontade de experimentar e sabia que essa era Makayla tentando influenciá-la já que não ainda não podia obrigá-la. De qualquer forma, se sentia terrivelmente tentada a beber algo alcoólico e por isso que se tocou que tinha que ficar o mais longe possível daquela mesa. E então uma idéia surgiu. Sua primeira resposta mental foi “não”, mas até Kayla concordava. E se aquela era uma noite pra ser diferente, por que não?

Quando Melina viu sua melhor amiga indo para a pista de dança, parou de falar no mesmo momento e ficou a observando pensando no que diabos sua melhor amiga estava fazendo ali. E seu queixo caiu quando a ruiva começou á dançar sensualmente no ritmo da música.

Sophia fechou os olhos e fez como aprendeu no primeiro ano de Teatro e Dança. Deixou com que seus quadris e cintura seguissem a música. O ritmo estava impregnado em seu sangue e ela sentia cada centímetro de seu corpo responder á isso. Alguns rapazes pararam, hipnotizados pela ruiva e tentando entender como a garota tímida e doce se transformara naquilo.

Alex arregalou os olhos que ficaram do tamanho de um ovo de ganso enquanto olhava pra Taylor como quem diz “Seguramos, arrastamos e prendemos ela no quarto até o Natal do ano que vem”. Melina estava rindo e também foi para a pista, apenas pra dar mais coragem á amiga e fazer com o melhor amigo e o namorando ficassem mais loucos ainda.

E Ian... Ian estava numa terrível indecisão entre três opções: Arrancar os olhos dos rapazes que babavam na ruiva, tirar ela de lá ou... Beija-la. Mas apesar da indecisão, ele só conseguiu ficar parado, hipnotizado, encarando algo que um dia tinha sido dele.

Sophia, quando a música acabou e abriu os olhos, encarou Melina e as duas riram saindo da pista de dança.

–Vou contar isso para o James. –A garota de olhos verdes brincou fazendo a ruiva corar. –Aposto que essa imagem de garota santa vai sair da cabeça dele. Sophia, o que diabos foi aquilo? Você sabia dançar e não me contou?

–Eu nem sei de onde surgiu coragem.

–Hum. Moreno, alto, bonito, começa com “i” terminam “an”.

–Melina!

–É verdade. E ele está vindo aí.

–Não saia daqui! Não quero falar com ele!

–Bem, eu tenho um jeito melhor de evitar isso. –A morena correu e falou algo no ouvido de Travis. E antes que Ian pudesse sequer pensar em falar com a ruiva, o anfitrião da festa rodeou a cintura da garota e começou á falar qualquer coisa que o moreno não conseguiu ouvir.

–Obrigada. –A ruiva sorriu.

–Disponha. Melina é uma amiga antiga e bem... Pra salvar uma garota legal como você, sempre que chamar. –Ele deu um sorriso divertido. –Os meninos estão babando, mas ninguém vai chegar perto. Todos aqui te respeitam demais pra isso.

–Isso é bom. –Ela riu mais uma vez. –Como eu vim aqui pra me divertir, acho que vou dançar mais uma. Devo-te essa Travis.

E foi para a pista de dança enquanto sentia que por aquela noite, ser uma adolescente normal não era ruim.


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