Maldição Wilde escrita por A Costa, Rosalie Potter


Capítulo 33
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar.
Só... Cometem, ok?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391147/chapter/33

–Acho que vou desistir da matéria. –Alex disse aquilo com um sorriso serpenteando pelos lábios. Melina era uma ótima professora, apesar de suas notas não serem as melhores.

–Você não está pronunciado corretamente. Escuta. –Melina pronunciou a frase novamente em um francês fluente e Alex observou se segurando para não rir. Ele estava apenas pronunciando errado porque adorava a ouvir falar em francês. Era como música para seus ouvidos. –Descendit l'escalier avec une extrême rapidité.

Descendit l'escalier avec une extrême rapidité. –Ele sorriu ao ver a expressão incrédula que a garota fazia. Lina jogou o livro em cima do namorado que por um ótimo reflexo o pegou no ar, antes de acertar seu rosto.

–Você sabia.

–Andei treinando. –Melina cerrou os olhos e deu um pequeno sorriso. Mas ele acabou por sumir ao ouvir algumas batidas na porta.

O casal esperou e logo outras batidas vieram.

–Sr. Wolf. Sr. Burg. –A voz da diretora soou em alto e bom som e Melina abafou um xingamente.

Alex juntou tudo que poderia denunciar a presença da morena no quarto, inclusive os cadernos em cima da cama e o casaco vermelho que a garota usará no caminho entre os dois dormitórios. Jogou tudo debaixo da cama de Ian e a morena se escondeu lá também já que era mais escuro.

–Já vou. –Alex disse e abriu a porta segundos depois. Melina segurou tentou acalmar a respiração irregular e colocou a mão sobre a boca.

–Sr. Burg? Algum problema em abrir a porta?

–Eu estava no banheiro na verdade.

–Certo. Preciso que me acompanhe...

–Para quê?

–Me acompanhe porque sua tutora está ao telefone e quer tratar de assuntos pessoais. –A diretora evidentemente estava nervosa pelo fato de ter sido interrompida.

–Mas... Agora?

–Sim, agora?

–Ah... –O loiro engoliu em seco e suspirou. –Ok.

Melina ouviu a porta ser fechada e os passos se distanciando, esperou um pouco e pouco antes de decidir realmente sair da cama, a porta se abriu novamente e Melina viu aqueles tênis conhecidos andando pelo quarto.

Agarrou o tornozelo de Ian e se arrependeu no segundo seguinte ao ouvir o seu grito.

–Calmo Ian! Por Deus! Sou eu...

–Sua... Vampira sanguinária! Quase me matou de susto!

Melina sorriu de forma travessa.

–Desculpa, eu assustei o bebê chorão, foi?

–Cala a boca. –Ele disse com uma careta.

A morena puxou suas coisas de debaixo da cama e colocou seu casaco de volta.

–Tchau. –Ela disse, mas antes que pudesse pegar a maçaneta da porta, Ian a impediu.

–Ei, o que você estava fazendo aqui? O Alex não está.

–Ele estava, mas a vaca daquela diretora quase nos pegou.

–Fazendo coisa errada, morena.

–Agora você quem deveria calar a boca. –Ela o fuzilou com o olhar.

Ela tinha mais com o que se preocupar. Sophia, por exemplo. Ela estava se controlando para não socar o rosto de certo mauricinho até que seus dentes estivessem quebrados e ele não pudesse pronunciar o quão imprestável era.

–Ok, então vamos calar a boca.

–Ótimo. Até algum dia.

Ela estava evitando Ian e o único que percebia isso era Alex. Na verdade, os dois estavam, digamos que, decepcionados com Ian. Mas nenhum deixava isso transparecer. Deixar Sophia naquele momento parecia inconveniente, e um tanto estúpido, na verdade extremamente estúpido. Ninguém conversava sobre o assunto, não fazia um comentário que pudesse levar ao assunto, portanto ninguém discutia assuntos pessoais.

Ela procurou suas cantas que estavam espalhadas em cima das de Alex e assumiu aquele olhar inatingível. Era incrível como ela conseguia mudar a expressão doce e compreensiva de quando estava com Alex ou Sophia para algo impassível e tenebroso, quase como se não tivesse coração, ou uma alma.

(...)

–Eu não consigo decorar todas essas malditas fórmulas, ruiva. –Melina largou o lápis e se virou para Sophia que parecia segurar o riso.

–Não é decorar, é aprender. –Ela disse.

–Grande merda! –Ela exclamou e cruzou os braços como uma criança.

Um silêncio acabou por dominar o ambiente e Lina observou a expressão de Soph. Sabia que ela queria dizer algo, e que estava pensando em como dizer isso.

–Joga na rodinha! –A morena soltou.

–Perdão? –Melina revirou os olhos.

–Você está se coçando para abrir a boca e soltar a bomba. Então, deixe-a explodir com tudo que tem direito sobre a minha cabeça...

–Ah... –Sophia mordeu o lábio, sinal de que estava nervosa. –Eu conversei com a Kathleen, e ela não parecia muito normal, sabe? Estávamos conversando e de repente ela simplesmente mudou de personalidade.

–Bipolaridade? Sempre soube que ela tinha. –Melina disse de forma sarcástica.

–Estou falando sério. Foi como... Como se não fosse ela mesma. –Sophia pareceu dizer aquilo mais para si mesma do que para a colega de quarto.

A morena observou aquilo e pensou no que aconteceu no corredor antes de conversar com Soph. Kathleen agia de forma estranha. O que ela havia dito mesmo? Algo como “Apesar de não ser da sua conta, não estou indo ver um cara”.

“Ah, Deus! Mais um mistério!”

“Tenho certeza que essa não vai dar trabalho, é só matar a loira revoltada.”

“Trace, se você fosse matéria física, te enfiaria uma estaca.”

“Ai que medinho.”

Melina revirou os olhos mentalmente. As coisas com Trace e Makayla pareciam estar normais e a morena estava feliz por não quem se preocupar tanto com isso. Obviamente ela não poderia baixar a guarda e nem iria. Como alguém disse um dia “A sensação de vulnerabilidade possui uma essência amarga”. E Lina odiava se sentir vulnerável.

–Soph? –A ruiva voltou sua atenção para Melina.

–O que?

–Realmente tem alguma coisa errada com a Kath, mas não algo, e sim alguém.

(...)

Faltava pouco para uma das entediantes consultas com a psicóloga começar e Melina esperava com Alex, no dormitório, enquanto a garota pensava em algo realmente incomum.

Seu irmão havia quase babado por Sophia quando a viu. Talvez houvesse uma chance para os dois, apesar de imaginar que a ruiva negaria qualquer investida de James. Mas ela esperava que desse certo se acontecesse.

Acabou por dar um pequeno sorriso que Alex logo percebeu.

–Pensando em mim, morena? –O pensamento o fazia sorrir também.

–Não, seu projeto de doninha. –Ele fez uma careta e a olhou com uma expressão confusa. Melina revirou os olhos. –Draco Malfoy é a pessoa mais convencida que eu já conheci.

–E o que isso tem com eu ser um “projeto de doninha”?

–Esse é o apelido dele.

–Ah... Mas então no que você pensava.

–Bem, o Ian terminou com a Soph e... Eu meio que percebi um clima entre o meu irmão e ela. Pelo menos da parte dele. –Alex suspirou.

–Eu não acho que vá acontecer, Lina. O Ian ama a Sophia e é só uma questão de tempo até ele cair na real e aceitar que foi um idiota.

Melina mordeu o lábio. Estava tão cega com a possibilidade de se tornar mais próxima da ruiva e como cunhada. Mais cega ainda com o fato de talvez James deixar ser tão idiota e sair com uma garota descente.

Como ela odiava todas elas. Kelly. Maya. E como ela poderia se esquecer de Alexandra, a Megera. Só de pensar no nome sua raiva tomava proporções enormes. Aquela latina promíscua que havia feito de tudo para separar Lina do irmão ganhava um lugar especial em sua lista negra.

–Você está certo. –Ela disse por fim e olhou para o relógio. –Eu preciso ir para a consulta.

–Eu te levo. –Os dois se levantaram juntos da cama da morena e após colocar seu tênis de cano longo, ela saiu acompanhada dele.

Eles não se falaram o caminho todo até o prédio cinza que ficava ao lado do feminino. Subiram as escadas para o terceiro andar e após bater na porta esperaram que a Dra. Hendrickson permitisse a entrada da morena.

A porta finalmente abriu e a garota iria se despedir do namorado quando ouviu uma voz arrepiou de cima abaixo. Trincou os dentes e se impediu de dar-lhe um beliscão para provar que era a terrível realidade.

Virou-se e fitou o sorriso sarcástico que Rafael dava. Evitou olhar para Alex, pois sabia que ele com certeza não estava feliz.

Ela finalmente se voltou para o namorado e ficou surpresa porque ele estava simplesmente impassível. Os lábios rígidos e o maxilar travado e as mãos nos bolsos, se segurando para não socar a cara do mauricinho, mas seus olhos cor de tempestade estavam frios como gelos e fariam qualquer um temê-lo naquele momento.

–Eu já vou, Alex. –Ela disse e se aproximou para sussurrar de modo que apenas ele pudesse escutar. –Tente não socar ninguém. –Ela sorriu ao perceber sua expressão relaxar ao receber um beijo suave em seu rosto.

–Vou tentar.

Ela entrou e fechou a porta lentamente, sendo observada meticulosamente por Rafael. Ela se segurou para não pular em seu pescoço e esmagá-lo com as próprias mãos. Após pensar nas consequências de essa ideia sentou-se na cadeira de sempre e planejou o que diria em seguida.

–Onde está a minha psicóloga?

–Aquela louca? –Rafael deu um pequeno sorriso e balançou a cabeça, divertido. –Digamos que dei um jeito nela.

–Um jeito, hein? –Melina cruzou os braços assumindo uma pose autoritária. –E que jeito seria esse, Rafael?

–Nada com que deva se preocupar. O que importa é que está liberada das consultas.

O tempo pareceu parar. Sem mais consultas? Sem mais psicólogos detestáveis ou perder o seu tempo falando mentiras?

–Como assim? –Foi tudo que conseguiu dizer.

–Eu vou ser o seu, digamos que... Supervisor. –Ele sorriu e ela viu o brilho em seus olhos se acenderem.

–Supervisor?

–Garotas más precisam de alguém que as impeça de fazer bagunça, Melina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maldição Wilde" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.