Welcome To The World Of Guertena escrita por Satsuki Ichi


Capítulo 6
O Quarto das Bonecas


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nadas, peço que perdoem a minha demora. Fiquei quase um ano sem atualizar a fanfic que queria aproveitar para dizer que eu NUNCA vou abandonar ela, nem nenhuma fanfic que eu esteja escrevendo. Eu posso demorar muito para postar (muito mesmo, por causa dos meus bloqueios criativos) mas eu nunca vou abandonar elas ou excluir, ok?
Bem, para ser mais específica, eu criei essa fanfic graças as minhas amigas a partir de um interprete sobre o jogo, e eu salvei o roteiro do interprete no meu pc, mas ele (explodiu) ficou ruim e eu perdi todos os meus arquivos e não lembrava de quase nada que havíamos criado. Claro, consegui lembrar algumas coisas importantes da história, então continuarei a escrevê-la normalmente. A única coisa que vai mudar um pouco é o diálogo, ok?
Obrigada, boa leitura!



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Garry finalmente entrou na sala, e nem precisou se voltar parta fechar a porta já que a mesma se fechou sozinha. E como esperado, ela agora estava trancada. Garry respirou fundo e olhou para o grande quadro da boneca, a principio ignorando todas as outras. É claro, ela ainda não estava lá, mas Garry sabia que era uma questão de tempo até que ela aparecesse para tentar pegá-lo.

– Faz doze anos desde aquele dia – disse Garry, agora encarando o grande quadro ainda em branco – isso não vai acontecer de novo!

Assim que terminou, a sala começou a escurecer e o som ensurdecedor de um relógio começou a machucar os ouvidos de Garry, que saiu em disparada para tentar encontrar a chave que, obviamente, estava dentro de uma das bonecas da sala. O homem rasgou o tecido da primeira boneca, mas não havia nada dentro dela e então passou para outra. Tentou com várias delas até perceber que ainda restavam as bonecas perto do quadro, onde já começara a surgir à imagem da grande boneca, a mesma que o havia dado grandes problemas da primeira vez. Garry quase não conseguiu sair da sala aquela vez, e se ficasse por mais tempo ali, certamente acabaria morrendo. Correu o mais rápido que pôde até o quadro, ficou de joelhos no chão e começou a rasgar as bonecas, olhando de vez em quando para o quadro onde a grande e horrenda boneca tomava forma cada vez mais rápido. Garry quase nem percebeu que já havia rasgado quase todas as bonecas da sala e que a boneca do quadro quase o alcançava agora, olhou para os lados em desespero e finalmente avistou uma boneca de vestido verde, provavelmente a sua ultima esperança. Ela estava caída no canto da porta, como ele não havia pensado naquilo antes? Da última vez a chave estava dentro da boneca perto do quadro, agora poderia estar perto da porta. Quanto mais óbvio as coisas naquele lugar, mais eram descartadas. Garry se levantou de mau jeito, cambaleou na direção da porta enquanto a grande boneca, já quase completamente fora do quadro, tentava agarrá-lo. Finalmente chegou até a porta, pegou a boneca de vestido verde do chão, rezando para que a chave estivesse dentro dela e a rasgou o mais rápido que pôde. Para a sua sorte, a chave realmente estava lá. Garry deu um encontrão com a porta e colocou a chave na fechadura, mas não conseguiu girá-la a tempo, então tudo ficou escuro.

[...]

Mayu ficou parada á frente da porta enquanto Ib andava pela sala observando os espelhos. A menina estava tão preocupada com Garry quanto Mayu, mas pensou que seria melhor não entrar em pânico. Sentia-se mal por Mayu também, pois sentia o quanto a garota gostava de Garry. Foi até ela e segurou seu punho com cuidado.

– Ei, ele vai ficar bem – disse Ib.

– É que... – Mayu lançou um olhar preocupado para a menina – já se passaram três minutos.

Ib baixou a cabeça, resolveu ficar em silêncio por um tempo enquanto perto de Mayu. Perguntava-se o que deveriam fazer se Garry não conseguisse sair de lá.

A cabeça de Mayu não parava de girar, pensava rápido demais no que deveria fazer ou não. Não estava preocupada apenas com Garry, também pensava em Ib que poderia perder um amigo muito importante para ela. Enquanto pensava nisso, contava os segundos, quatro minutos agora.

“Mais um pouco, Mayu” pensou “Espere, ele irá sair daí”

Assim como a garota não conseguiu acreditar nas próprias palavras, as de Garry não se concretizaram. Cinco minutos se passaram e a porta continuava imóvel.

– Ib – disse Mayu – chegue para trás.

O que vai fazer? – perguntou obedecendo-a.

– Já se passaram cinco minutos – respondeu distanciando-se um pouco da porta – eu vou tirar o Garry de lá!

Ib não protestou, deixou que a garota o fizesse. Mayu pôs toda a sua força naquele chute, sem medo de se machucar ou fracassar, já que suas botas a protegiam. Chutou a primeira vez fazendo a porta tremer, a segunda mais perto da maçaneta e na terceira ela abriu. Ib não teve tempo de pensar de onde Mayu havia tirado tanta força, seguiu a garota ás pressas para dentro da sala em busca de Garry. De fato lá estava ele, sentado no chão rodeado de bonecas com olhos de botão, vestidos feitos de trapo e mal costuradas. O homem definitivamente não estava bem, falava com as bonecas e de vez em quando as movia de lugar, falando de um assunto completamente aleatório.

– Isso não pode ser verdade... – disse ele olhando para a boneca em sua frente – não, não. Um absurdo! Como um homem pode pensar assim?

Então fez uma pausa, como se esperasse uma resposta da boneca.

– Isso não importa, eu jamais faria uma coisa dessas! – ele fez uma cara feia – as pessoas precisam se respeitar. Se fosse comigo, eu não deixaria por isso mesmo...

Ele parecia não notar as duas meninas, estava completamente hipnotizado, mas agia como se conversasse normalmente com um amigo. Mayu e Ib se aproximaram.

– Garry? – chamou Mayu.

Ib colocou a mão direita em seu ombro e o sacudiu. Sem respostas, o homemcontinuava a conversar com as bonecas.

– Não brinque com isso – ele riu – é sério. Mas me diga, acredita mesmo que algo assim possa acontecer?

– Garry! – Mayu se ajoelhou ao lado dele – Garry está me ouvindo? Garry!

– As bonecas devem ter enlouquecido ele... – Ib se levantou e deu alguns passos para trás – essas coisas... porque eu ainda as vejo como coelhos?

Mayu lançou um olhar preocupado para Ib, a menina possuía uma expressão confusa no rosto e parecia tentar conter um soluço.

– Ele vai ficar bem, Ib – disse Mayu.

– Mas ele está louco! – retrucou ela – o que vamos fazer para fazer ele voltar ao normal?

Mayu encarou o homem que continuava a ignorá-las para ter uma conversa amigável com as bonecas de pano. De repente, Mayu começou a se sentir estranha, como quando via as bonecas gigantes nos espelhos. Segurou os ombros de Garry e o sacudiu.

Garry... GARRY! – chamou – Garry olhe para mim!

Ignorando completamente os pedidos de Mayu, Garry continuou a falar normalmente com as bonecas.

– Eu juro que não sei – disse ele encarando a boneca em sua frente – mas e se for verdade?

Mayu começou a entrar em desespero, não queria deixar Garry ali, principalmente com aquelas coisas. Inclinou-se, pegou a boneca com quem Garry “conversava” e a atirou para longe.

GARRY! - gritou, e continuou a sacudi-lo violentamente – Garry, a Ib e eu precisamos de você!

Pare com isso! – gritou ele – me largue!

– Mas, Garry...

– Ele ainda está louco, Mayu – disse Ib – ele acha que você o está atacando.

Fique longe de mim!– ele tentou afastar as mãos de Mayu.

Finalmente a garota perdeu a paciência, com lágrimas nos olhos, afastou as mãos de Garry e deu-lhe um tapa no rosto. O homem apenas repetiu para que ela ficasse longe dele, e mais uma vez, Mayu lhe deu um tapa, e quando estava pronta para aplicar-lhe o terceiro, Garry segurou suas mãos.

Espere, Mayu! – disse ele rapidamente – Que diabos está fazendo? Isso dói!

– Garry, você... – Mayu lançou um olhar assustado para Ib que parecia tão surpresa quando ela – você está bem, Garry?

– Claro que estou – disse ele colocando as mãos no rosto – por que está me estapeando? Você é forte demais, sabia?

Ib finalmente se acalmou, soltou uma pequena risada e logo se ajoelhou perto de Garry e Mayu, que não se conteve. A garota rompeu em lágrimas e abraçou Garry.

– M-Mayu – disse ele, surpreso – o que houve?

– As bonecas, Garry – disse Mayu ainda o abraçando – você não conseguiu sair e elas te enlouqueceram. Ib e eu achamos que você não voltaria mais ao normal...

– Essas malditas... – Garry se imaginou destruindo todas aquelas bonecas que restavam na sala – mas está tudo bem agora, ok? Eu estou aqui – ele abraçou Mayu de volta e lançou um olhar tranqüilizador para Ib – nós vamos ficar juntos, ta legal?

Mayu o largou lentamente e assentiu, logo o ajudou a levantar.

– Para onde vamos agora? – perguntou Ib.

– Sim... Não há outra porta do lado de fora, e nem nessa sala – disse Mayu.

– Talvez tenha algum jeit-

Garry foi interrompido pelo barulho de algo se quebrando, e logo toda a sala tremulou. O quarto das bonecas se fora junto com a sala dos espelhos, e agora os três se encontravam em um quarto branco coberto de rabiscos de giz de cera. Desenhos quase indecifráveis e alguns até mesmo assustadores, Mayu ficou pensando se aquilo poderia significar alguma coisa. Quando colocaram as idéias no lugar e se acostumaram com a sala, Garry, Ib e Mayu avistaram uma porta roxa no final da sala, encararam-se ainda meio atordoados com o que tinha acontecido, e então continuaram. Desta vez, Ib foi na frente, torcendo para que nada de muito ruim acontecesse quando passassem pela porta roxa.

Olhou mais uma vez para a sala colorida com giz de cera, respirou fundo e girou a maçaneta.


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Notas finais do capítulo

Comentem 8D gosto de saber o que acham da a história.



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