Anteriormente...

-Ei não me chama de idiota- falou ele agora parando de rir.

-Porque? O que vai fazer comigo? Estamos fora da escola, eu te chamo do que eu quiser!!!- falei furiosa, agora ele vai ver, apesar de achar infantil, continuei-Idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota...- nisso eu ia falando, tá bem praticamente gritando, mais dá um desconto eu queria mais era gritar de tanta raiva que eu tava dele, estava tão distraída “gritando”, que nem percebi que ele havia parado sua caminhonete, foi tudo tão rápido, mal tive tempo de sentir a mão dele no me braço, eu só sei que escorreguei naquele barro, puxando ele comigo. Caímos os dois no chão, adivinhem só, pois é, ele caiu em cima de mim, e estava me apertando com seu peso, nossos rostos estavam muito próximos, olhei nos seus olhos e vi ele mudar seu olhar do meu, para minha boca, e as poucos ele estava se aproximando mais, e mais e...

Seu rosto estava muito próximo do meu, então fiz a única coisa que passou pela minha cabeça, passei minha mão no chão e peguei um pouco de barro, adivinhem só o que fiz com o barro??? Pois é, passei na cara dele, isso vez com que ele levantasse e  olhasse para mim completamente furioso.

-Você sim que é idiota- falou ele, passando a mão na cara tentando tirar o barro. Eu só ria, sentia-me vingada.

-Eu sou idiota, e olha só quem estava quase me beijando!

-Eu não ia te beijar- falou.

-Ah não, então porque estava se aproximando tanto do meu rosto?

-Eu tava era curtindo com a sua cara- falou.

-E o que foi aquilo que você fez comigo hoje de manhã? Porque faz isso? Me confunde, faz com que fique querendo te bater, muda de um dia pro outro completamente!

-Você quer bater em mim?- ele perguntou com aquela maldita sobrancelha levantada.

-Eu até queria, mais passar barro na sua cara já me deixou feliz- falei e me abaixei pra pegar minha mochila que estava no chão, e que coisa ela estava embarrada, aff, foi nesse meio tempo, que uma coisa passou pela minha cabeça- Pera aí, você começou a me tratar mal depois que chegamos e minha mãe falou do Lipe- virei pra ele, que ficou me olhando- Parecia até que estava com ciúmes- falando isso vi o modo como desviou seu olhar do meu, olhando para outro lado- É isso, você está com ciúmes, mais isso não faz sentido, porque você ficaria com ciúmes de mim? Só se você ...- falei meio pensativa, nisso ele olhou novamente pra mim.

-O quê? Vai dizer que eu gosto de você agora!- falou ele.

-É, é isso mesmo que estou dizendo, que você gosta de mim e está com ciúmes!

-Bom pense o que quiser, já que parece tão importante pra você acreditar que gosto de você, não vou ficar aqui perdendo o meu tempo com uma criança- falou ele indo em direção da caminhonete, entrou, deu partida e foi embora sem ao menos se despedir, que pensamento irônico esse meu hein?

Bem, arrumei a mochila nas costas, já que estava imunda mesmo, nem dei muita bola, e fui caminhando seguindo meu caminho pra casa, não chegou a dar 10 minutos e olha o que eu vejo se aproximar, pois é o Fred novamente, que coisa mais estranha essa, deve ter pesado na consciência. Ele passou por mim na caminhonete, para fazer a volta, nisso ele quase parou do meu lado pra falar comigo.

-Esqueceu o caminho pra casa foi?- pois é, não podia perder a oportunidade.

-Haha, sem gracinhas, sobe logo na caminhonete.

-Não você não manda em mim- faleie ouvi ele bufar.

Segui caminhando sem olhar para trás, foi aí que percebi que ele havia parado e descido da caminhonete, veio andando até chegar em mim.

-Se não vem por bem, vem por mal!- falou ele pegando-me e colocando em suas costas.

-Me solta idiota- falei gritando, me debatendo nele, fazer o que, ele é forte demais. Então ele abriu a porta e colocou-me sentada no banco.

-Não levanta, se não vou contar pra tia Marcela umas boas histórias suas que eu sei- não precisou mais nada, viu o que dá ser uma peste quando criança, ainda mais quando se tem testemunhas, elas podem usar isso a seu favor e fazer chantagens, fiquei bem quietinha. Ele fez a volta na caminhonete e então deu a partida. Passou-se um tempinho e eu permanecia calada.

-Nossa não acredito que consegui deixar você calada, agora já sei o que tenho que fazer, basta dizer que vou contar umas “coisinhas” pra sua mãe que fica assim.

-Haha, mais agora me conta porque você voltou? Foi peso na consciência é?

-Mais claro, imagina só você não chegar em casa nunca, daí tia Marcela liga pra escola, e eles dizem que ficou um tempão conversando com o diretor, perdeu o ônibus, e eu saí no mesmo horário que você e não te trouxe, iria pegar mal pro meu lado- disse ele dando de ombros.

-Ah tem razão, ainda mais que o motivo desse meu “atraso” tem nome e está bem na minha frete.

-Que isso, sem ressentimentos- falou.

-Que seja!- falei e virei novamente para a janela.

-Amanhã é sábado?- perguntei.

-É sim, porquê?

-Além de ter que fazer um trabalho tem a festa de sábado que vem na comunidade, daí tenho que ajudar – falei.

-Sério e o que vai fazer?- perguntou.

-Eu tenho que ajudar na decoração, além de ter que ficar na banquinha da pescaria, acredita que ainda fazem isso na festa- falei e ele riu.

-Não acredito, mais então a gente vai se ver por lá- falou ele.

-Vai ir na festinha é?- perguntei rindo.

-Vou, ainda mais você falando que ainda tem pescaria, adorava quando era mais novo- ri lembrando que era verdade, me lembro dele indo, e entrando na fila de novo, e de novo. Continuamos rindo e lembrando de coisas da infância, até chegarmos na frente da minha casa. Fui sair da caminhonete ...

-Ei espera- falou e olhei pra ele- Eu queria pedir desculpa por hoje, você tem razão fui um idiota, nem sei porque fiz isso, mais não vem me dizer que são ciúmes- falou rindo- Pra te provar que não tenho nada contra esse tal de “Lipe”, quero que me apresente ele, assim você não fica pensando bobagens.

-Tá vou falar com ele, acho que essa semana ele está cheio de prova, mais pra festa eu dou um jeitinho de arrastar ele- falei.

-Tá bem , era isso- falou ele meio sem jeito.

-Tchau então- falei.

-Tchau- falou. Me virei e depois de fechar a porta, me inclinei no vidro que estava aberto.

-Acho que não me desculpei pelo barro, então foi mal!- falei e ele rio.

-Eu mereci.

-É você mereceu...ah e a propósito, está desculpado, mais não seja mais aquele idiota!

-Está bem - falou e abriu aquele maldito sorriso lindo dele, aff.

-Até mais Pernudo.

-Até mais Banana.

Com isso fui em direção da minha casa. Entrei e fui tomar um banho pra tirar a roupa suja e molhada. Coloquei uma roupa bem confortável, e me joguei no sofá pra assistir TV, mais estava tão cansada da corrida, que acabei pegando no sono.