Anteriormente...

Sentei ao seu lado e ela me abraçou, retribuí ao abraço dela. Ficamos assim por um bom tempo, em silêncio, pensando, até o tempo passar e dar o sinal para a segunda aula. Levantamos e fomos até a entrada do ginásio, ao qual fomos recebidas por ele na porta.

–Olha só temos até recepção?- falei querendo irritá-lo.

–Acho melhor entrarem antes que recebam falta de novo- falou ele com aquele maldito sorriso de lado, pois é, minha tentativa de irritá-lo foi fracassada...

Bem fazer o que né? Entramos, e adivinhem só, ele aproveitou pra nos mostras como mal exemplo pra turma, dizendo que não deveríamos chegar atrasados na aula, porque ele não iria deixar passar. Aff.

–Bem turma, enquanto eu falo com elas, vocês podem começar a fazer uma corrida leve na volta da quadra, eu quero 5 voltas tá?- falou ele pro restante da turma, eles assentiram e começaram a correr. Nisso o Fred se vira para nós, só imagino , lá vem bomba.

–Já que vocês chegaram atrasadas, e sabem que eu não gosto disso, bem eu acho que o mais justo seria usar vocês como modelo, para que isso não se repita, então são 10 voltas pra vocês- falou ele, fiquei indignada.

–O quê? Porque isso, nós vamos fazer o dobro de voltas deles!!!- falei

–Olha só ela sabe matemática- falou ele irônico, e cada vez me irritava mais.

–Tá bem, eu não sei bem qual o motivo, mais sei que isso tudo é por minha causa, então não desconta na Paula, ela não tem nada a ver com isso!- falei, estava me sentindo mal, no fundo sabia que era implicância dele comigo, e a Paula não merecia passar por isso .

–E agora por acaso você é o centro das atenções, vê se cresce garota!- falou ele furioso.

–Mais...- nem terminei de falar.

–Tá bem você está achando injusto- falou e eu concordei- Então tá, já que é assim que você quer- ele parou um pouco e olhou pra Paula- Você vai fazer 8 voltas- ela concordou, nisso ele virou pra mim- Já você, vai fazer suas 10 voltas mais as duas que eu descontei dela, já que é a favor dos injustiçados- eu olhei bem pra cara dele e vi que ele não estava brincando, então concordei.

Então que comece meu sacrifício. Comecei correndo, a Paula estava ao meu lado me acompanhando.

–Amiga, não precisava ter feito isso- falou ela.

–Claro que precisava, só você que não percebeu que aquilo tudo foi por minha causa?- falei.

–É quem sabe- falou ela.

–Eu sei- falando isso continuamos nossa corrida, todos os outros já haviam terminado, e estavam sentados, apenas nos assistindo. Mundo cruel!!

Passou-se um tempo e a Paula terminou sua corrida. Pois é, continuei sozinha, durante esse tempo, até tive a brilhante ideia de mentir que tinha corrido todas as minhas voltas já, mais adivinhem só, o Fred nem reparava no que os outros alunos estavam fazendo, podiam estar até se matando (brincadeira, tá isso é exagero), mais ele não desgrudava os olhos de mim nem por um segundo, ou seja, vai correndo Anna, porque não vai adiantar essa brilhante ideia. Nesse momento já estava quase morrendo, minhas pernas, e minha barriga doíam, minha boca estava seca, estava toda suada, mais ainda faltavam duas voltas, corri mais um pouco e graças a deus, consegui, cheguei perto da Paula quase morrendo e me atirei no chão mesmo.

–Bem agora vocês tem um bom exemplo do que vai acontecer se alguém chegar atrasado na minha aula, como vocês mesmos viram, essas duas...- ele falava, me irritei de vez, levantei e cheguei bem perto dele.

–Essa duas não, nós temos nome, e não se faça de bobo pois já nos conhece a anos, não fale de nós como se fossemos qualquer uma- falei furiosa, nisso vi que ele fechou a cara, na hora percebi que não deveria ter falado isso, só estava piorando pro meu lado.

–Já que é assim que pensa de mim, que me faço de bobo, vem comigo que vamos dar um jeito nisso lá na secretaria- falou, tô ferrada, foi a única coisa que passou pela minha cabeça, ele se virou pra turma- Todos estão dispensados, até você Paula- falou, pelo menos não tinha ferrado com ela também, virou novamente pra mim- E você vem comigo- falando isso ele me pegou pelo braço, e estava me apertando.

–Solta o meu braço, eu sei andar sozinha, e além do mais está me machucando- falei.

–Fica quieta - falou.

–Ei não me manda ficar quieta- falei, não foi preciso mais nada, ele só olhou pra mim, e aquele olhar dele, meu deus quase saí correndo de medo, então me calei.

Chegamos na secretaria e nos mandaram para a sala do diretor. Ouvi tanta reclamação, do tipo “Cadê a educação com o professor”, “Cadê a responsabilidade com os horários”, foram tantas reclamações que pra terem uma ideia eu passei o resto das três ultimas aulas ali, com o Fred sentado na cadeira do meu lado, nossa ele devia estarse divertindo muito com isso. Por fim só sei que quando saí na rua, cadê todo mundo??? Pois é, o ônibus já havia ido embora, e eu? Eu fui andando, mesmo morrendo de tão cansada que estava, e para melhorar, o tempo começou a ficar armado, e pela que vi, um temporal estava por vim, me preocupei e comecei a andar mais rápido, nisso comecei a sentir os pingos de água caindo, e eles foram aumentando, e eu aumentando os passos, ou seja, não demorou nem um minuto para ficar encharcada. Foi aí que eu percebi que vinha vindo um carro, logo pensei, pode ser alguém conhecido, ainda mais nessa cidade, onde todo mundo se conhece, então resolvi me virar para pedir carona, e não é que o carro passou com tudo e me jogou barro. Foi aí que vi o tal carro dando ré, e para minha alegria, era o Fred, que morria de rir de mim cheia de barro, arrumei minha mochila e continuei andando sem ao menos olhar pra ele, que nesse momento andava me acompanhando com seu carro.

–Entra que eu te dou uma carona- falou, eu fingi que não era comigo- vai se fazer de boba agora, deixa de ser orgulhosa e entra logo.

–Não.

–Eu tô até me sentindo mal por ter te embarrado- falou e começou a rir, ele não parava de rir.

–Isso vai rindo seu idiota.

–Ei não me chama de idiota- falou ele agora parando de rir.

–Porque? O que vai fazer comigo? Estamos fora da escola, eu te chamo do que eu quiser!!!- falei furiosa, agora ele vai ver, apesar de achar infantil, continuei-Idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota...- nisso eu ia falando, tá bem praticamente gritando, mais dá um desconto eu queria mais era gritar de tanta raiva que eu tava dele, estava tão distraída “gritando”, que nem percebi que ele havia parado sua caminhonete, foi tudo tão rápido, mal tive tempo de sentir a mão dele no me braço, eu só sei que escorreguei naquele barro, puxando ele comigo. Caímos os dois no chão, adivinhem só, pois é, ele caiu em cima de mim, e estava me apertando com seu peso, nossos rostos estavam muito próximos, olhei nos seus olhos e vi ele mudar seu olhar do meu, para minha boca, e as poucos ele estava se aproximando mais, e mais e...