¿Qué Hay Detrás? escrita por Mari


Capítulo 2
Seus Olhos e Seus Olhares


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!
Ah, tô muito feliz pela repercussão do meu prólogo e consequentemente da minha fic, muito obrigada a todas que leram e comentaram. Aqui tem mais um capítulo, o primeiro dia da Naty na Universidade. Não ficou muito grande, mas vou tentar fazer caps maiores nessa fic.
Espero que gostem...



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POV Naty

Criei coragem para dar o primeiro passo rumo à nova vida, e caminhei em direção a grande porta a alguns metros a minha frente. Era uma porta toda de vidro, pelo lado de fora espelhado, logo, nada se podia enxergar, a não ser sua imagem refletida, e a minha não parecia nada agradável. Apesar de estar bem vestida, com os cabelos arrumados e com uma leve maquiagem em meu rosto, quem olhava em meus olhos via a tristeza e tudo que eles escondiam, por mais que o tempo passasse, eles continuavam fundos e tristes, como no dia em que recebi a notícia da morte de Joaquim.

Adentrei ao grande prédio bege com branco e segui pelos corredores procurando a secretaria. No dia que fiz minha matrícula, pediram-me para passar na secretaria no primeiro dia para organizar meus horários, afinal, algumas matérias do primeiro período eu já não precisaria fazer. Enquanto caminhava perdida pelos corredores notei que as pessoas me olhavam. Tudo bem que era meu primeiro dia e eu era uma desconhecida, mas não era só por isso, eu sabia. Alguns olhares eram de curiosidade, outros de espanto, e alguns ainda de dó, e esses é que acabavam comigo, eu não precisava do dó das pessoas, já tinha problemas demais comigo mesma.

Cansada dos olhares de todas as maneiras para o meu lado, andei mais rapidamente e entrei na primeira porta que vi, por sorte, o banheiro feminino. Coloquei as mãos sobre a pia e fiquei com a cabeça abaixada, quando senti alguém colocando a mão no meu ombro, levantei a cabeça e a encarei pelo espelho. A figura atrás de mim era morena de cabelos extremamente lisos e lindos, que estavam soltos, num primeiro momento ela mostrou aquele olhar surpreso, como era de se imaginar, mas depois abriu um sorriso, parecia sincero.

– Você está bem? – ela perguntou, preocupada.

– Sim.

– Precisa de alguma coisa?

– Onde fica a secretaria? – perguntei sem meia volta.

– Vem, te levo até lá – ela pegou minha mão e me puxou para fora do banheiro.

Ela notou que eu não andaria muito rápido, então, caminhamos lentamente pelo longo corredor, do qual eu havia saído anteriormente.

– Nem me apresentei... Meu nome é Francesca. Pode me chamar de Fran – ela falou sorridente, quebrando o silêncio.

– Natália, melhor, Naty – sorri de volta.

– De onde você vem? Porque você não é daqui.

– Sou de Buenos Aires, mas como você sabe que não sou daqui?

– Ah, pressentimento – ela riu. – E bom, eu nunca te vi aqui na Universidade também, todos os adolescentes estão aqui.

– É, hoje é meu primeiro dia, mas bem, você também não deve conhecer outros rostos por aqui né? Afinal, hoje é o primeiro dia de aula, tem gente nova.

– Na verdade, não, os alunos novos só entram no começo do ano, os que entram agora, na metade, são os de transferência ou alguma exceção – Fran comentou. – Qual o seu caso?

– Devo ser a exceção – eu ri.

– E o que você veio estudar?

– Psicologia. E você, o que faz?

– Eu faço Direito, então, se você quiser me encontrar, é só me procurar no bloco das Ciências Jurídicas.

De repente paramos de caminhar, estávamos em frente a uma porta de vidro escrito em letras garrafais: SECRETARIA, sim, eu poderia ter achado sozinha, se não tivesse desviado meu caminho, mas fiquei feliz, porque encontrei Fran no meio dele.

– Está entregue! – ela riu.

– Obrigada – sorri em agradecimento.

– Por nada! Bem, eu até te esperaria, mas tenho aula agora e não posso chegar atrasada. Uma dica, não chegue atrasada, os professores daqui odeiam!

– Não chegarei, obrigada mais uma vez.

– Até depois. Boa sorte e bem-vinda! – ela sorriu e virou as costas caminhando em direção a uma escada.

Assim que Fran sumiu entre os demais alunos, adentrei a secretaria, era uma sala grande, com um balcão separando o espaço entre duas mesas cheias de papéis e um espaço com alguns sofás, uma mesa com revistas e um filtro com água. Apenas uma das mesas atrás do balcão estava ocupada, por uma mulher aparentando pouco mais de 40 anos, cabelos pretos em um rabo, óculos e vestindo um blazer e uma saia do mesmo tecido na cor preta, assim que ela me viu entrar, levantou-se e encostou-se ao balcão para me atender.

– Posso ajudar? – perguntou gentilmente.

– Bom dia, hoje é meu primeiro dia, na verdade, não sei o porquê, acabei de descobrir que não entram novos alunos no meio do ano, mas enfim, quando fiz minha matrícula, pediram-me para passar aqui no primeiro dia – falei rapidamente e sorri no final da frase.

– Vamos com calma – ela riu. – Eu sou a Sra. Fontán. Qual o seu nome?

– Natália Rico.

– Ah sim, me falaram de você. Entrará agora, porque já fez o primeiro período em outra faculdade e não precisou passar por todo o processo de seleção da UNC. Pedimos para que passasse aqui, porque apesar de nosso currículo ser diferente da sua antiga faculdade, você já tem algumas matérias feitas, então, você pode optar por preencher seus horários vagos com outras matérias oferecidas pela Universidade.

– Imaginei – sorri. – Então, o que posso fazer?

Ela puxou uma folha com o nome de diversas disciplinas, eu estava com disponibilidade para fazer três delas, mas optei por pegar somente duas e dedicar o resto do meu tempo livre para fazer outras atividades acadêmicas. Após selecionar as matérias e organizar toda a papelada oficial, fui dispensada e poderia ir para minha primeira aula, que por incrível que pareça, era uma das quais eu havia acabo de optar e precisava levar minha liberação para entregar ao professor e assisti-la.

A secretária, Sra. Fontán, fora muito gentil e me explicou o caminho até minha sala, como já estava um pouco atrasada e me lembrei do conselho da Fran, não enrolei nem mais um minuto e fui até lá. Cheguei à porta da sala, que estava aberta, e entrei. Olhei para o púlpito em frente ao quadro onde deveria estar o professor, mas ele ainda não havia chegado, que sorte a minha! Deixei o papel com a minha liberação da secretaria para assistir àquela aula sobre o púlpito e fui procurar um lugar, já havia alguns alunos na sala que me olharam rapidamente, mas depois de metade da manhã passando pela chuva de olhares, já havia quase me acostumado. Sentei-me no meio da sala, ao meu lado e atrás de mim ainda não havia ninguém, mas a minha frente estava sentada uma menina de cabelos castanhos. Ela olhou para trás sorridente.

– Oi.

– Oi.

– Meu nome é Violetta, mas pode me chamar de Vilu – ela já foi logo se apresentando.

– Naty – sorri.

– Aluna nova, né? O que você vai estudar?

– Psicologia.

– Jura? – ela aumentou a voz. – Eu também faço Psicologia! Vamos ser colegas, vou te apresentar a Universidade depois e te apresento alguns amigos, você vai gostar deles...

Ela começou a falar incessantemente, quando um menino de topete parou ao seu lado.

– Já está cansando a aluna nova, meu amor? – ele falou para Violetta.

– Oi León, essa é Naty – ela falou nos apresentando e eu sorri para ele. – Ela vai cursar Psicologia também, olha que legal!

– Legal mesmo, Vilu. Agora a deixe respirar um pouco, porque a aula já vai começar – ele riu e sentou-se ao lado dela.

Violetta e León, aparentemente seu namorado, viraram-se para frente e começaram a conversar entre si, eu fiquei perdida em meus pensamentos olhando para porta os alunos que entravam e procuravam algum lugar para se sentarem, e logo o professor chegou, ele estava pouco mais de quinze minutos atrasado. Entrou e fechou a porta atrás de si.

– Bom dia turma, desculpe pelo atraso, mas tive que passar no hospital para visitar minha esposa antes de vir para cá.

– Ela está bem? – Violetta perguntou preocupada sentada a minha frente.

– Está ótima! Ela teve neném ontem – ele falou rindo.

– Awn, que lindo!

– Bem, o que temos aqui – ele falou pegando o papel que eu havia deixado em cima do púlpito e leu -, Natália Rico, levante-se, quero ver quem é você.

Eu me levantei morrendo de vergonha, e assim que o fiz, todos na sala se voltaram para mim, mas durou apenas alguns segundos, porque logo depois a porta se abriu e todos voltaram seu olhar a um menino de boné com fones no pescoço que adentara ofegante na sala.

– Maximiliano, eu cheguei atrasado, e você conseguiu chegar mais atrasado do que eu! Até quando? – o professor perguntou, mas ele não parecia bravo.

– Me desculpe professor, foi a última vez! – o menino respondeu.

– Você falou isso na semana passada – dessa vez o professor riu. – Vá se sentar antes que eu me arrependa de te aceitar!

O menino começou a caminhar em direção as mesas e parou quando me viu, ficou me encarando por alguns minutos e eu me prendi no olhar dele. Voltou a caminhar, mas com olhos fixos nos meus, passou ao meu lado e sentou-se na carteira vazia a direita da minha. Pude ouvir quando ele falou “oi” próximo ao meu ouvido antes de sentar.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Necessito dos reviews de vocês para poder continuar!
Obrigada, bjbj ♥

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