Apenas Uma Garota escrita por Bruna Lemos


Capítulo 11
Decepção e um ombro amigo


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Bem? Como prometido, vou matar a curiosidade kkkk. Espero que gostem. Boa leitura
OBS: quem quiser, leia minhas outras fics...
http://fanfiction.com.br/historia/409685/Dezesseis_Luas

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Quando meu celular despertou, eu acordei bem disposta e já com tudo na cabeça. Era o dia em que eu falaria com Marcelo. Estava decidida. Tomei café, coloquei meu uniforme, uma calça jeans rasgada no joelho, meu bracelete, all star e arrumei meu cabelo em uma trança de lado, um pouco mal feita. Peguei meus materiais e saí de casa ensaiando as palavras, mesmo sabendo que depois não iria sair como o planejado. Nunca sai.

Ao chegar na escola, estou com o pensamento longe. De repente, sinto que sou puxada para trás.

- Pra que a pressa?- disse Gustavo me dando um beijo na bochecha.

- Bom dia pra você também. Precisava me puxar assim?

- Precisava. Você não me escutou depois que gritei seu nome umas três vezes.

- Sério?

- Sim. Onde está com a cabeça?

- Nada demais.

- Sei. Lembra que to aqui viu? Precisando conversar.

- Tá bom. – sorri para ele

- Olha, depois falamos. Minha aula vai ser aqui em cima.

- Tudo bem. Boa aula.

- Obrigado. Pra você também.

Continuei descendo as escadas com meus pensamentos novamente ocupados pelo que eu planejava fazer hoje. Ao chegar à sala, o professor já estava lá. Só esperando todos chegarem para iniciar a aula.

- Que cara é essa?- dizia Isabella.

- Cara de quem não gostou do fim de semana.

Isabella sentava na minha frente. Consequentemente, depois de um tempo, fomos nos aproximando e eu me distanciei de Gabriela. Praticamente não nos olhávamos mais. Fazer o que.

Durante a aula, eu planejava e planejava. Refazia frases, sabendo que poderia não sair na hora. Quando acabou a aula, eu via que estava perto, cada vez mais perto da conversa acontecer. O almoço passou e do andar debaixo, vi que ele havia chegado. Meu coração disparou. Eu precisava ter aula agora? Segui para a sala cada vez mais apreensiva.

Assim que deu o intervalo, corri para conversar. Ao chegar à área de convivência, vi que ele conversava com seus amigos. Cada vez mais minhas mãos suavam. Quando me aproximei do grupo, ouvi a frase “Então você ganhou a aposta mesmo. Pensei que não conseguiria. Achei que a rockeira ia ser um desafio e tanto pra você”. Nesse momento, senti meus olhos encherem de lágrimas. Estavam falando de mim. Eu não acredito.

- Então era isso?- cheguei por trás dele quase chorando, interrompendo o que ele iria falar para os amigos.

- Bruna? Ei espera aí. - eu já me afastava deles.

- Não acredito que era tudo uma aposta.

- Para, me escuta- ele pegou meu braço.

- Me solta! Quem você acha que é pra fazer esse tipo de coisa?

- Me escuta caramba!!

- Não, não da pra te escutar. Nada que você fale, vai mudar o que é verdade. Eu fui sua aposta e você ganhou.

- Não. Tem que me escutar. – ele disse segurando minha mão.

- Nunca mais me toque.

- Por favor, me escuta.

- O que você quer dizer? Não adianta.

- Deixa eu falar. Quando você veio falar comigo pela primeira vez, eu logo contei pra eles. Eles começaram a falar que eu estava arrasando corações, que num sei o que. E procuraram saber sobre você. Aí fizeram a aposta. Eu aceitei e no mesmo dia a gente conversou. Eu tava levando na brincadeira, na aposta mesmo. Mas a cada dia que a gente se falava, eu via que aquilo era errado. Quando minha mãe piorou, você tava comigo. E quando ela se foi você ainda estava la. Eu ia te falar da aposta. Aí te convidei pra praça. Eu ia te contar, mas à medida que a gente conversava, eu vi que você não merecia isso. Pensei comigo mesmo e resolvi não te contar e falar pra eles que tinha desistido da aposta. Eles me falaram que se eu desistisse da posta, iam contar pra você. Eu de burro acabei não desistindo. Daí quando nos beijamos aquele dia, eles estavam lá, pois eu ia encontrar com eles. Tinha me esquecido. Aí eles viram. Eu ia te contar. Desculpa.

- Não da pra acreditar numa palavra.

- Mas é verdade. Bruna, você se tornou tão especial na minha vida. Eu fui um idiota, fui um fraco. Você não merece isso.

- Não se atreva a falar mais nada de mim. - eu chorava muito. - como eu fui burra meu Deus. Como das outras vezes, é sempre igual. Eu sempre quebro a cara. Eu não acredito.

- Você, você... Gosta de mim?

- Pro meu azar aconteceu Marcelo, eu fui muito trouxa de ser levada assim. Eu não aguento mais isso. Mas agora chega, não tem mais isso. Te agradeço por abrir meus olhos. Agora não vou cometer o mesmo erro de novo.

- Não fala isso Bruna. Por favor. Me desculpa.

- Olha, pode parar com seu teatrinho maldito tá bom? Aproveita seu intervalo. E nunca mais olha na minha cara.

- Pera aí. Não faz assim. - ele novamente pegou meu braço.

- Eu já disse pra não me encostar nunca mais. – disse me soltando e saindo de perto dele.

Ao deixa-lo pra trás, tentei secar as lágrimas pra ninguém me ver chorando e me perguntar o que foi. De nada adiantava. Quanto mais eu andava, mais dava vontade de chorar. De repente, sinto meu braço sendo puxado. Estava pronta para dar um tapa, mas logo vi que não se tratava de Marcelo.

- Que que foi?- era Gustavo.

- Nada.- disse me soltando e apressando os passos.

- Não tem isso de nada. Ninguém chora a toa. Que que houve?

- Não enche Gustavo. Me deixa.

Ele parou de vir atrás de mim. Eu sabia que tinha sido grosseira, mas não queria ninguém na minha cola. Mas de repente, ele simplesmente me puxou e me abraçou.

- Eu disse que sou seu amigo. Mesmo você não querendo. Eu sei que você não tá bem.

Tentei me soltar, mas foi em vão. Vi que ele não me soltaria, então desabei. Isso no meio de toda a escola.

- Vamos pra outro lugar. – disse ele me levando ainda abraçado a mim.

Ao encontrarmos um lugar onde ninguém atrapalharia, nos sentamos e eu só chorava.

- O que aconteceu? Nunca te vi assim.

- Eu sou muito idiota. Só isso.

- Que isso? Tá louca? Claro que não. Quem te falou isso?

- Ninguém. Eu percebi.

- Porque não me conta a história desde o começo? Isto é, se quiser.

Eu precisava contar a alguém. Aquilo estava acabando comigo. Eu teria algum tempo para contar a ele o que houve, já que tínhamos horário vago. O tempo todo ele me ouvia. Quanto mais eu chorava, mais ele me abraçava e enxugava minhas lágrimas.

- Não faz isso com você. Ele foi um fraco, um imbecil. Você não merece se culpar por isso.

- Mas foi culpa minha Gustavo. Eu entrei de cabeça nisso, achando que ele gostava de mim.

- A gente sempre erra. Mas é errando que a gente aprende. O que você tem que tirar disso é que não se deve confiar totalmente em alguém. Sempre ficar com um pé atrás. E não que deve se fechar e não se deixar permitir gostar de alguém.

- Mas eu não quero ninguém. Nunca mais.

- Calma. Sabe o que você faz? Deixa Deus agir. Só isso. Seu futuro tá nas mãos deles. Deixa ele moldar.

Depois dessa fala, eu não me contive e voltei a chorar. Ficamos ali, sentados e abraçados até o final do horário. Ele não dizia nada.

- Nossa, precisamos ir. O horário vago acabou. Vem- disse ele pegando minha mão e me levantando. - vai ao banheiro primeiro. Tem que melhorar essa cara.

- Tá bom.

Fomos até o banheiro. Ele me esperou do lado de fora. Olhando-me no espelho, vi que não era a Bruna que eu conhecia. Eu seria melhor que aquilo. Ao sair do banheiro, Gustavo estava sentado de cabeça baixa.

- Vamos?- disse estendo minha mão pra ele.

- Vamos- ele pegou minha mão e sorriu.

Ao chegarmos à porta da minha sala, ele se despediu de mim.

- Boa aula, não quero te ver assim mais. - me deu um beijo na bochecha.

- Tá bom. Boa aula.

- Obrigado-ele sorriu.

- Gustavo!

- Oi.

- Obrigada. - ele sorriu e voltou a caminhar em direção a sua sala.

Durante a aula, fiz o máximo pra não pensar no ocorrido. Ocupei-me com desenhos. Ao chegar a hora de ir embora, sabia de uma coisa que me ajudaria. Música. E rock. Coloquei “And One” da banda Linkin Park (https://www.youtube.com/watch?v=NonOrRzw16k ). Coloquei no último volume. Entrei dentro do ônibus que havia acabado de chegar e fiquei olhando o movimento pela janela.

Where should I start?

Onde devo começar?

Disjointed heart

Coração incoerente

I've got no commitment

Eu não tenho compromisso

To my own flesh and blood

Com minha própria carne e sangue

[...]

Cannot express

Não posso expressar

To the point I've regressed

A que ponto eu regredi

If anger's a gift, then I guess I've been blessed, I

Se raiva é um presente, então eu acho que eu fui abençoado, eu

Keep it locked up inside

Mantenho trancado por dentro

[...]

You helped me to show me

Você me ajudou a ver

It's too late to love me now

É muito tarde para me amar agora

You don't even know me

Você não me conhece mesmo

Breaking a part of my heart to find release

Quebrando uma parte do meu coração para encontrar liberação

Taking you out of my blood to bring me Peace

Levando-o para fora do meu sangue para me trazer paz

[...]

Dark all I do embark the shadows

Com toda escuridão eu embarco nas sombras

Involved with my thought catalog, analogue, rap catalog

Envolvido com meu catálogo de pensamentos, análogo, catálogo de rap

Aquilo nunca mais se repetiria. Nunca mais serei idiota. 


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Esperando os reviews...
=)



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