That's Why They Are Gods escrita por Ana Barbieri
Notas iniciais do capítulo
Mais uma one shot sobre Cersei, sim eu gosto da personagem. Espero que gostem da one!
That’s why they are Gods
Sua mãe estivera em trabalho de parto desde a madrugada, e Cersei manteve-se do lado de fora do quarto desde a primeira vez que a ouvira gritar. Certa vez, ouvira-a dizer que a vida de uma mulher se resumia a alguns momentos de magia e muitos de sujeira, naquele dia, a jovem Lannister entendeu o que sua mãe queria dizer com aquelas palavras. Os gritos de Joanna Lannister continuaram a repercutir pelas paredes de Rochedo Casterly...
...Mas pararam de repente.
Quando o que parecia ser uma carnificina passou, o castelo ficou estranhamente silencioso e Cersei não conseguia entender por que. Daí então, sua ama saiu de dentro dos aposentos da matriarca Lannister aos prantos e a menina passou despercebida para dentro. Encontrou sua mãe deitada na cama com os braços estirados e de olhar vazio, na direção de onde agora estava seu pai segurando o bebê muito pequeno. Tywin fazia menção a jogá-lo pela janela e aquilo assustou a pequena leoa.
_ Papai! – gritou chamando a atenção dele, fazendo-o voltar à realidade. Os olhos do grande leão Lannister estavam vermelhos, mas nenhuma lágrima estava à mostra e aquilo fez Cersei engolir em seco.
_ Cuide disso e o mantenha longe da minha vista. – disse ele entregando o bebê para outra das amas que estava no quarto, deixando-os.
Cersei acompanhou os passos de seu pai até ouvi-los se dissiparem no final do corredor, para somente então caminhar em direção a sua mãe. Os olhos ainda estavam abertos e logo foram fechados pelo Meistre quando ela segurou a mão gelada de Joanna.
_ Eu sinto muito, milady. – disse ele com profundo pesar.
Não poderia estar acontecendo, não com os Lannister. Mulheres fracas morriam ao dar a luz, sua mãe não era uma mulher fraca. Então Cersei mirou a cama, como não havia feito até então, e percebeu todo o sangue que se alastrava entre as pernas da falecida. Aquela criatura que seu pai segurava matara sua mãe e a jovem permitiu que vivesse ao impedi-lo de realizar seu desejo... aquilo não era seu irmão. Aquilo era um assassino que rasgara sua mãe ao meio e a destruíra.
_ Mamãe... – chamou-a num sussurro de partir o mais gelado dos corações. – Traga-a de volta. – implorou a jovem Lady ao Meistre.
_ Eu receio que seja tarde, milady, os deuses já a levaram. Não há nada que eu possa fazer para trazer Lady Joanna de volta. – desculpou-se o sábio senhor, o que fez com que Cersei chorasse mais e saísse do quarto correndo.
Jaime? Onde estava Jaime? Buscou-o por todos os lados do castelo, mas não o encontrou. Deveria estar com algum professor... sua mãe estava morta e ele sequer tentara procurar a irmã... Então, Cersei caminhou em direção ao pequeno Septo de Rochedo Casterly e ajoelhou-se sobre as frias pedras, mirando a luz colorida que provinha das vidraças. “Os deuses a levaram”, o meistre dissera, por que então não poderiam devolvê-la? Sua mãe a ensinara o quanto era importante sempre mostrar respeito e orar para os deuses antigos, e Cersei sempre o fez. Quem sabe agora eles não retribuiriam?
Então para isso ela precisaria fazer uma oferta e promessas que lhe custariam talvez um pouco de sua felicidade, mas naquele momento estava disposta a dar-lhes qualquer coisa para ter sua mãe de volta. Fechando os olhos, ela começou a murmurar suas preces: “Prometo não mais tratar Jaime como se fosse alguém além de meu irmão, prometo que sempre obedecerei àquilo que me for imposto e tentarei sempre ser a melhor Lannister que posso ser. Serei uma boa esposa, honrarei meu marido e darei a ele quantos filhos pudermos ter... Apenas... Devolvam minha mãe para mim.” Rezava com afinco.
_ O que está fazendo? – a tom mordaz de seu pai cortou toda a concentração dela, que se virou para encará-lo com dificuldade.
_ Estou pedindo aos velhos deuses para que tragam mamãe de volta. – respondeu sem se levantar. – Estou pedindo piedade a eles. – acrescentou.
A expressão de Tywin endurecia à medida que ele se aproximava de sua filha e nunca antes em sua vida, seu pai lhe parecera mais assustador. Quando estavam já próximos, ele a fez se levantar e a segurou pelos ombros.
_ Os deuses não tem piedade. É por isso que são deuses. – disse ele soltando-a em seguida. – Agora pare com essa bobagem, sua mãe está morta e nada irá trazê-la de volta. – as últimas palavras foram ditas com dificuldade, Cersei reparou, mas seu pai jamais admitiria o quanto à perda de Joanna significara para ele.
Anos mais tarde, ela entendeu o significado das palavras de seu pai. Quando achou que realizaria seu sonho e se casaria com o príncipe Rhaegar, contudo, o que aconteceu foi que acabou sendo embarcada para outro homem. Ele também era um rei, mas não o rei que Cersei queria que fosse. Robert não tinha nada que Rhaegar tinha, e para piorar, confundiu-a com outra quando montou nela pela primeira vez. E, de fato, a cada vez em que se via obrigada a aguentar os abusos de seu marido e permitir que ele fizesse o que quisesse com ela, Cersei ouvi-a a voz de seu pai em sua cabeça: “É por isso que eles são deuses.”.
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Oiiiiii... eu sinceramente adorei escrever esse flashback. Espero que tenham gostado de lê-lo! Reviews sempre animam qualquer autora! Bjiiinhos!