Angry Eyes escrita por Stifa Marchi


Capítulo 2
Capítulo 2




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Durante o jantar Sofia ficou pensativa o tempo inteiro, distante, como se eu, mesmo que quisesse, não conseguiria alcançá-la.

-Sofia?

Ela acorda de um evidente devaneio e me olha.

-Vamos para a festa?

-Ah sim, claro.

Ela se levanta e vai até o vestíbulo, onde pega o casaco preto que a vi usando mais cedo.

Todos se encontram na porta de casa, os guio então até a festa, mais especificadamente até meu pai.

-Boa noite papai, aqui estão, os Montescciano, a família que comprou a casa da ladeira.

-Ah sim, boa noite! Como estão se sentindo na nossa amável cidade?

Pela primeira vez escuto o pai de Sofia falando:

-Bom, a única pessoa que tivemos alguma interação social foi seu filho, e posso dizer que se todos forem como ele, finalmente teremos encontrado um lar.

Sofia revira os olhos, eu a encaro de canto, que menina insolente.

-Bom, a maioria é, mas aproveitem a festa, provem alguns de nossos vinhos, eles que atraem estes milhares de turistas para a cidade.

Sofia olha em volta, acompanho seu olhar e vejo que ela encontrou o olhar de Mariana que olha para ela magoada.

Aproximo-me de Sofia e coloco a mão em seu ombro, ela estremece, seu corpo é frio, enquanto o meu toque é quente, estranho?

-Não ligue para ela, ela está confusa com alguns acontecimentos recentes.

-Ela é sua namorada?

-É mais um tipo de amizade colorida do que namorada, porém ela não entende isso.

-É algo meio moderninho demais para uma garota do interior não acha?

-Percebi isso, meio tarde, mas percebi

Mariana continua nos encarando quando apresento um pouco da festa para Sofia, paro no estande da vinícola do meu pai.

-Quer provar um dos nossos vinhos?

-Ah que gentil você, me oferecendo álcool, assim vou acabar me apaixonando, ahahah.

Já disse que ela fica linda rindo? Bom, to dizendo agora, acho que estou encantado por essa garota.

-Não que eu queira te encaminhar para o caminho da beberrança, mas é meu dever te fazer provar nossos vinhos.

Ela pega a taça que ofereço e bebe, sorri para mim e diz:

-Pronto, seu dever foi cumprido, pode relaxar agora.

-Obrigado e voltem sempre a Garibaldi – digo galanteando.

-Oh sim, claro, será um prazer voltar para esta cidade tão amável.

-Bom, vamos deixar de ironias, Srta Montescciano, isso não é cortês de sua parte.

-Nunca disse que cortesia era um traço marcante da minha personalidade.

-Nunca esperei que fosse.

Eu sorrio para ela, ela me olha e balança a cabeça.

-O que foi?

-Nada, ou melhor, tem algo sim. Preciso que prometa uma coisa Caio.

-O quê?

-Preciso que prometa que não vai se apaixonar por mim.

Realmente, eu não esperava por aquilo, sim, eu estava encantado por aquela moça, com seus olhos azuis, sua risada, sua acidez e perspicácia, mas nenhuma menina havia sido tão direta assim antes, não entendo a razão que a leve a me pedir isso...

-Como assim Sofia?

-Eu sei o que está fazendo, está me tratando bem, tratando minha família bem, sorrindo e sendo extremamente interessante comigo, mas, por favor, Caio, não faça isso, não se apaixone por mim.

-Sofia eu não estou entendendo...

-Simples. Coisas ruins acontecem Caio, sempre acontecem com quem se envolve comigo, acho tu um jovem promissor demais para desperdiçar sua vida comigo.

-Isso foi muito nobre de sua parte, prometo tentar não me apaixonar por você, por mais tarde que tenha vindo este aviso.

-Não é possível que esteja apaixonado, visto que nos conhecemos há somente algumas horas.

-Sinto que te conheço a vida toda, ou todas as vidas Sofia, é estranho eu dizer isso, piegas até, mas é o que eu sinto.

-Então, caro rapaz, avise os seus pais que eles vão ficar órfãos.

Ela se vira e sai de perto de mim, andando pelo meio da multidão.

Eu pisco, sério que aquela conversa havia mesmo acontecido? Parece que eu estava em transe, algo assim. Como pude me expor tanto para ela? Apaixonado? É, não digo que o termo correto seja esse, mas encantado, com certeza. E o que tinha sido toda aquela conversa? Órfão? Pessoas se machucando? Preciso descobrir mais sobre essa garota!

Eu sigo pelo caminho que ela tinha partido, encontro o irmão dela.

-Oi, Marcus, por favor, você viu a Sofia por aí?

Notando o desespero em minha voz ele deduz:

-Ela te avisou não é? 

-Que história é essa cara?

-Se ela te avisou, que bom, poupa a nossa família de uma mudança e a sua de um sofrimento, pois sabendo que esse relacionamento estaria fadado ao desastre, creio que você é inteligente o suficiente para cair fora em quanto há tempo e sanidade, não é?

-Não sei cara, agora eu só sei que quero falar com a Sofia.

-Vá para casa e deixe minha irmã em paz.

Ele se aproxima de mim e diz, com os mesmos olhos de sua irmã gêmea.

-Deixe minha irmã ter uma vida normal nessa cidade, fique longe dela.

Ele se vira e sai andando, acho que era um dom dessa família, na verdade dois, me deixar confuso e falar e sair andando, como se não houvesse mais o que se falar.

Eu fico meio desnorteado, olho para os lados e percebo meu pai me observando, não quero ter de dar explicações para ele, então sigo o caminho contrário e decido ir até a propriedade da nossa família a pé.


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