Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 5
V - Oscilando


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus jovens? Estão gostando da história? Como me foi requisitado, dei uma esticadinha básica na história o máximo que pude pra afastar o final da mesma. Espero que não se torne algo chato para a leitura de vocês. Criei várias surpresas e mistérios ao longo de toda a história para mantê-los curiosos, hehe. Segue mais um capítulo. Boa leitura!



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Agora as lembranças tomavam um tom diferente. Talvez ali começasse a ver a lembranças pelo lado de sua amiga Granger. Isso era bom, pois ele poderia enxergar seu lado das coisas e, assim, talvez entender o motivo de tudo aquilo ter acontecido daquela forma.

“Hermione estava lendo um livro sobre herbologia na biblioteca. Estava sozinha. Ron conversava com Neville em algum lugar de Hogwarts. Harry acabara de sair de um dos seus costumeiros encontros com Malfoy na sala precisa e seguiu em direção á amiga.

– Mione? – sussurrou Harry perto da amiga que lia.

– Diga, Harry – disse, Hermione, olhando-o com um sorriso.

– Preciso conversar com você – pestanejou o jovem.

Hermione apontou para a cadeira na sua frente. Ele negou com a cabeça, olhando para os lados.

– Há muita gente aqui – ele apontou para a fora – Prefiro que falemos em particular.

Ela assentiu com a cabeça, mantendo o sorriso e fechou livro, que seguiu para a prateleira sozinho.

Foram juntos até o Corujal e sentaram-se na frente dele, lugar que estava vazio.

– E então, Harry? É algo sobre Voldemort? – falou Granger, puxando o assunto.

– Não – falou pausadamente – É sobre o Draco.

– Descobriram algum jeito d’ele não precisar servir ao Voldemort?

– Na verdade, não – ele respirou fundo.

– Então o que é? – a menina parecia curiosa.

Por mais complicado que parecesse, Harry Potter decidiu falar tudo de uma vez e suportar qualquer rejeição possível que viesse de sua até então, amiga.

– Estamos envolvidos – ele desviou o olhar.

– Envolvidos...? – Hermione franziu o cenho.

– Do jeito que você pensou.

Hermione parou. Precisou de alguns segundos para processar aquelas palavras. Harry ficou sem-graça e precisou se levantar, parando em frente à entrada da floresta, de costas para Hermione. Após um momento de silêncio, Hermione também se levantou e abraçou o amigo por trás. Harry ficou surpreso com a atitude.

– Harry, você é meu melhor amigo – disse Hermione, com um sorriso no rosto.

Ele se virou e também a abraçou.

– Se você estiver feliz, eu também estarei feliz. Te apoiarei em qualquer coisa que não ponha sua vida em risco.

Os ficaram abraçados alguns instantes. Harry estava aliviado ao saber que sua amiga lhe confortara e o apoiara naquela situação.

– Preciso falar com o Ron sobre isso – falou o garoto.

– Verdade – ela se soltou do abraço – Prometo te ajudar com isso também.”

Confuso de novo. Hermione estava o apoiando quanto ao seu relacionamento com Draco. Portanto, o que estava acontecendo? Será que Rony teria desaprovado e influenciado Hermione a fazer alguma coisa contra os dois? Pouco provável também. Não é da índole de seu amigo fazer esse tipo de coisa.

Transferido para outra memória.

“Ron e Luna estavam com Neville à beira do lago negro, ajudando-o a coletar algumas algas para um trabalho que a professora Sprout lhe passara. Harry e Hermione se aproximavam tranquilamente, de braços dados.

– Obrigado, pessoal – disse Neville, saindo da parte rasa do lago e indo para a terra seca. – sua ajuda foi muito útil.

– De nada, Neville – respondeu Luna.

– Precisando, estamos aí – disse Rony, após isso avistou Harry e Hermione se aproximando.

– E aí pessoal – disse Harry, chegando ao lado de Hermione.

– Oi – respondeu Neville, com um sorriso – me desculpem, preciso ir. Falo com vocês depois – e saiu andando com um balde nas mãos.

– Tudo bem – respondeu Harry.

– Rony, precisamos falar com você – falou Granger.

– Hm, pelo visto eu não deveria estar aqui – pestanejou Luna.

– Não, Luna. Você também faz parte da Ordem e vai acabar sabendo de tudo – disse Harry, segurando-a pelo braço. – E acredito que não se chocará com nada que eu disser. – Primeiramente, preciso que saiba que Draco está do nosso lado agora.

Ela assentiu e sorria. Ron e Hermione apenas observavam.

– E, bem – disse Hermione abraçando Rony – eles estão juntos.

– “Juntos” como? – perguntou Ron, atordoado.

Luna apenas observava.

– Eu estou apaixonado, Ron – respondeu Harry.

Ron ficou quieto. Hermione o apertou em um abraço forte. Luna decidiu se pronunciar.

– Não sei quanto ao senhor Weasley, mas eu não vejo problema nisso. Afinal de contas, existe algo mais belo que o amor sincero? Acredito que não. Como você sabe, Harry, eu nunca ligo para o que as pessoas falam de mim e acho que você deveria fazer o mesmo – ela sorriu e deu um beijo na bochecha do jovem bruxo.

– Obrigado, Luna – respondeu, dando-lhe um breve abraço.

– Não entendo – disse Ron – ele era seu pior inimigo. Um homem...? – ele pausou.

Todos escutavam a Rony.

– Mas, Rony – iniciou Potter.

– Me deixe terminar – interrompeu Ron.

Harry apenas assentiu.

– Entendendo ou não, você é meu melhor amigo e eu sinto que devo apoiá-lo. Admito que não acho isso muito comum, mas estarei aqui para o que der e vier – ele abriu um sorriso amarelo.

– Sério mesmo? – Potter abriu um pequeno sorriso.

Rony sinalizou para que Potter se juntasse ao abraço dele com Hermione. Harry se aproximou, puxando Luna pelo braço, fazendo com que os quatros dessem um grande abraço em grupo.”

Ron também aparentou ser complacente com tudo o que estava acontecendo até então. A dúvida permanecia: Por que fizeram aquilo? Como puderam ser tão egoístas e cruéis?

Algumas lembranças seguiram. Momentos felizes dos dois juntos. Os dois praticando feitiços na sala precisa, rindo, se abraçando. Malfoy havia mudado seu semblante. Ele estava menos triste, menos pálido. Com o passar dos flashs, era perceptível que Draco até estava se vestindo de maneira mais despojada também – a gravata mais solta, os primeiros botões da blusa ficavam abertos e as mangas dobradas até os cotovelos. A única coisa que não mudara era o modo como usava seu cabelo louro. Coisa que Harry achava charmosa, pois sua franja já estava um pouco grande e toda vez que iria beijar seu amado, era necessário tirar o cabelo que cobria seus olhos.

Mais lembranças passearam pela frente de Potter. Dessa vez, alguns momento dos dois junto com seus amigos – Hermione, Ron e Luna – fazendo coisas divertidas – desde praticar transfiguração juntos à coisas mais sérias, como quando Malfoy lhes contava tudo o que ouvira em casa sobre algum plano dos Comensais da Morte. Dentre as várias lembranças que se seguiram, uma em especial lhe chamou à atenção. A memória do bar.

“Era um sábado qualquer após as cinco da tarde. Harry e Draco queriam confraternizar-se com seus amigos como sempre faziam nos tempos livres. Como era o de praxe, os quatro saíram na frente, deixando para que o sonserino os encontrasse depois. Mesmo com tudo o que já havia sido jeito enquanto estavam juntos, ninguém – além dos três amigos dos dois – sabia que Malfoy estava do lado bom. Muito menos imaginavam que Potter e Malfoy poderiam estar tendo algum tipo de envolvimento muito mais íntimo.

Estavam sentados numa mesa afastada, que se localizava no canto de um bar pouco frequentado em Hogsmeade. Era costume do trio ir àquele bar em seus tempos livres, agora, também havia se tornado um hábito de Luna e Malfoy. Era um dos poucos lugares onde os três poderiam se divertir tranquilamente, sem se preocupar com qualquer coisa. Luna estava achando aquilo tudo muito divertido. Era a primeira vez que experimentava fazer parte integralmente de um grupo de amigos e se sentia verdadeiramente acolhida.

Harry olhava ansiosamente para a porta enquanto conversava com seus amigos. Mal podia esperar para estar na presença de seu amado – mesmo que tenham se visto há menos de uma hora na sala precisa, quando combinaram de se encontrar ali. Não muito tempo depois, Malfoy entrou cautelosamente pela porta do recinto – estava com medo de ser visto por qualquer pessoa que o denunciasse a seu pai. Harry acenou com um sorriso, guiando o loiro até a mesa em que se sentava com seus amigos.

– Vocês não sabem o quão difícil foi sair daquela escola sozinho – disse Malfoy, se aproximando da mesa.

– Ah, é? O que aconteceu? – respondeu Harry, puxando uma cadeira para que o outro se sentasse do seu lado.

– Pansy cismou que queria vir comigo seja-lá-aonde-fosse. Depois, chamou Crabbe e Goyle, que ficaram me enchendo de perguntas, perguntando o motivo de eu ter me distanciado e coisas do tipo. Mantive a compostura de sempre e os deixei lá, falando com as paredes – contou enquanto se ajeitava na cadeira.

– Não sei como você aguentou esse pessoal todos esses anos – comentou Ron.

– Não era difícil – replicou – nunca prestei atenção neles. Sempre faziam o que eu mandava e, caso não o estivessem fazendo, nunca prestava atenção no que falavam – fez uma cara de deboche.

Todos riram. Harry pediu uma caneca de cerveja amanteigada para cada.

– Ei, por que você pediu isso pra mim? Já te disse que não bebo essas coisas – enfatizou Malfoy, analisando a caneca que lhe foi entregue.

– Vamos, você vai experimentar uma nova sensação na sua vida – respondeu Harry, segurando a caneca e colocando na frente do rosto de Malfoy.

– Eu não gosto disso. Eu nunca vou beber isso. O que vão pensar de um Malfoy num lugar como esse, bebendo esse tipo de coisa? – dizia Draco, olhando com asco para a caneca.

– Vamos, Draco! Pare de ser preconceituoso. Você vai gostar. Além do mais, você já está aqui conosco, não está? – disse Harry, apontando para Hermione, Ron e Luna.

– Mas ninguém me viu com vocês ainda. E se virem? Pior: E se me virem com vocês bebendo – ele deu ênfase e fez uma careta - cerveja amanteigada?

– Se o problema é esse... Hermione, por favor? – disse o menino de óculos, apontando para a bolsa de Hermione.

A garota lhe entregou a bolsa com um sorrisinho no rosto. Ron e Luna apenas observavam tudo rindo, estavam achando aquela situação completamente cômica e inimaginável.

– Accio capa! – conjurou Potter, apontando sua varinha para o interior da bolsa da menina.

O moreno retirou sua capa da invisibilidade do interior da bolsa de Granger, enquanto Malfoy apenas observava aquilo abismado.

– Como é que isso coube aí? – o loiro parecia perplexo.

– Feitiço de extensão – respondeu prontamente a garota, como se aquela fosse uma pergunta comum.

Harry esticou sua capa e colocou sobre os dois, que logo desapareceram da mesa.

– Sente- se melhor para experimentar agora? Ninguém vai te ver com exceção de mim.

Draco, convencido, abriu um pequeno sorriso e disse, arfante:

– Você não presta, testa rachada! – Ele segurou a caneca e tomou um gole. E mais um. E mais um.

– Vai com calma – disse Harry, tomando a caneca para si – você está apenas começando.

Malfoy manteve o pequeno sorriso, quando Harry percebeu que os lábios de Draco estavam completamente cobertos de espuma.

– Ei, está sujo – disse Harry, passando o polegar em volta dos lábios do loiro e dando-lhe um selinho demorado.

Draco procurou se desvencilhar daquele beijo, afinal de contas, ninguém poderia pegar um Malfoy de surpresa. Com um pouco mais de luta, Draco conseguiu se soltar de Harry e o fitou.

– E se alguém nos vir? – disse ele, olhando para os lados.

– Estamos completamente invisíveis, esqueceu? – respondeu Harry sem tirar os olhos de Malfoy.

Hermione, Ron e Luna puderam escutar o barulho que os beijos faziam e começaram a tentar conter suas risadas.

E aquela lembrança terminou com todos rindo e conversando sobre assuntos leves e que os fazia sentirem-se bem.”

Harry não entendeu o motivo daquela lembrança ter sido mais longa e detalhada que todas as outras. Por isso, deixou-se levar por mais uma lembrança. Mas, enquanto viajava de uma à outra, percebeu o quanto de sua vida havia esquecido. Muitas lembranças, muitos momentos bons lhes foram tirados sem qualquer cerimônia. Mais uma vez, pensou em Ron e Hermione.

As coisas tomaram um tom mais escuro. Harry estava com Draco na torre de astronomia. Era noite.

“- O que houve? – disse Harry, acabando de subir as escadas.

Draco olhava para a lua apreensivo. Estava apoiado no parapeito.

– Será essa semana – disse Draco, num tom preocupado.

– Já? Mas... como? Você tem certeza? – perguntou Harry, se aproximando do outro que estava de costas.

– Eu ouvi meu pai conversar com a Belatriz – ele se desencostou do parapeito – Me escolheram para fazê-lo.

Harry abraçou seu amado por trás e deixou um beijo em sua bochecha.

– Nós iremos dar um jeito nisso. Você não vai precisar fazer isso. Vou te defender, custe o que custar.

Malfoy se virou para Harry, encaixando-se no abraço e escondendo seu rosto no ombro do rapaz.

xXx

– Harry, você não pode fazer isso! – disse Hermione, em tom de surpresa.

– Hermione, não há outra maneira de acabarmos com essa situação – respondeu Harry.

– Harry, entenda, isso é maior que vocês dois. Não podem colocar suas vidas em risco, principalmente a sua. Você sabe o quão suicida é isso?

– Hermione, não me obrigue a ser grosseiro. Só estou lhe comunicando, não vou voltar atrás.

– Mas Harry, ele é só o Malfoy, aquele garoto arrogante de sempre – murmurou Rony.

– Cala a boca! - Exclamou Harry, visivelmente exaltado.

Ron saiu da sala comunal onde estavam em direção a algum lugar. Hermione apenas se sentou no sofá apoiando sua cabeça nos joelhos e começou a chorar em silêncio.

– Me desculpe, mas é preciso – disse Harry, passando a mão na cabeça da amiga.

– Eu me preocupo com você, Harry – respondeu a menina com uma voz chorosa.

– Eu sei e sou grato por isso – ele respirou fundo – mas serei obrigado á lutar vorazmente para viver esse sentimento.”

De súbito, Harry foi sugado para fora da penseira. Draco o havia puxado de lá.

– O que houve? – indagou Harry, pouco exaltado por ter sido tirado de lá.

– Alguém está chegando – responde Malfoy olhando para a porta e puxando-o pelo braço.

– Espera – disse Harry, segurando-o – Por que você não me contou antes? – ele olhou nos olhos de seu amado.

– Eu não tinha certeza se seria o melhor para você – respondeu, emocionado.

Os dois se olharam alguns segundos. Harry deu-lhe um beijo. Não durou muito, mais foi o suficiente para os corações de ambos se acelerarem num ritmo frenético. Foram interrompidos pelo barulho da estátua na entrada do escritório. Caminharam até um armário e se esconderam lá dentro. Viram Dumbledore entrar na sala.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade: Perceberam qual era o Patrono de Draco? Sim, um dragão da espécie Rabo-córneo húngaro. Como se sabe, seu Patrono tem a ver com aquilo que você mais ama naquele momento (como aconteceu com Tonks, que quando se apaixonou por Lupin seu Patrono se tornou algo parecido com um lobisomem) e aquele dragão foi uma grande demonstração da coragem de Potter, por isso esse é o Patrono do Malfoy. =)Espero que estejam achando a história interessante e instigadora. Peço pedir dois favores a vocês? Primeiramente, lhes convido a deixar reviews e recomendações sobre a fanfiction com opiniões e sugestões (e o de sempre). Em segundo lugar, queria que seguissem meu novo tumblr i-livepotter.tumblr.com.. Obrigado! Até o capítulo 6!