Sophie: Filha De Traidores escrita por Carolina Pietski


Capítulo 5
Reagir


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que favoritaram e agora estão acompanhando a fic, eu amo vocês



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Mesmo com Draco a meu lado minha confiança foi diminuindo conforme o vozerio, as risadas e o tilintar de talheres e taças começavam a soar mais altos aos meus ouvidos.

Comecei a tremer descontroladamente enquanto meus pés levavam-me ao Grande Salão. Meus passos ecoavam altos pelo chão.

Draco parou por um segundo para me deixar ultrapassá-lo. Então posicionou-se atrás de mim e colocou as duas mãos em meus ombros, massageando-os levemente, sem deixar de caminhar.

– Por Merlim, Soph! Com toda essa tensão em seus ombros saiba que você poderia quebrar uma parede facilmente - "Draco irônico, ora, mas que novidade!", penso maliciosamente.

– Então imagine o estrago que eu conseguiria fazer com sua cara, Malfoy - olho para trás, fito seus olhos que demonstravam diversão. Assim como os meus.

– Nossa, assim você me magoa, Black. Estamos um pouco agressivos hoje, hein? - ele agora sorri abertamente, obviamente achando graça do que eu havia dito. - Ainda bem que não sou eu quem vai competir com você no Torneio, imagine só o perigo.

Sem conseguir me conter, eu ri abertamente.

– Cala a boca, Malfoy, antes que eu a cale para você! - falo, tentando soar séria.

– Hmmm, e vai calar como, exatamente? - sua fala estava ainda mais arrastada, a voz um tom mais baixa que antes, levemente mais rouca. Malícia implícita em cada sílaba.

Ele estava tentando flertar deliberadamente para me deixar envergonhada. Canalha.

Ainda assim, corei. Eu amava ele, mas sinceramente, ele não prestava nem um pouco.

Baixei o rosto olhando meus pés enquanto eles davam um passo de cada vez, movendo-se no automático. Estou novamente trêmula. Droga. Maldito Malfoy. Mas então, antes que o constrangimento me tomasse por completo, lembrei-me de minha promessa íntima, feita de mim a mim mesma: C. O. R. A. G. E. M. Era esse que devia ser meu novo lema.

Levantei a cabeça. Virei-me por completo para ele, agora caminhando de costas, e lhe dei meu melhor sorriso. O de lado, com segredos nas beiradas, como disse meu pai numa das raras oportunidades em que me encontrei com ele.

– Você nem imaginaria, Draco - e, num arroubo de ousadia, me inclinei para frente e beijei uma de suas bochechas pálidas, quase perto demais de seus lábios.

Seus olhos azuis-acinzentados arregalaram-se de espanto e sua boca abriu-se involuntariamente em um cômico "O". Uma risadinha de diversão escapa por meus lábios e eu pisco para ele antes de me virar para frente novamente.

Draco não fala mais nada, nem eu. Andamos em silêncio por um tempo, somente ouvindo os ecos de nossos passos enquanto nos dirigíamos para a balbúrdia. Horário de almoço, só pode ser.

Sinto vontade de gemer alto, mas não o faço. Preciso manter minha máscara, mais do que nunca. Mas meu humor passa a ser mais sombrio.

Draco sente a mudança e, antes que eu ficasse diretamente em frente ao imenso portal com portas abertas que daria acesso ao Grande Salão, ele me puxa de encontro à parede pelo cotovelo e olha profundamente em meus olhos.

– Coragem - sussurra. - Eu sei que você tem de sobra.

Por um momento fico estarrecida. Apesar de meu primo e eu sempre termos sido próximos, nunca houve essa emoção toda, essa proximidade quase íntima. Nada de tão profundo. Passo então a sorrir lentamente com a ideia de nosso relacionamento fraternal ter alcançado um nível mais elevado.

– Certamente tenho mais coragem que você, Malfoy - sorrio ironicamente e ergo as sobrancelhas desafiando-o a me contrariar.

Seus olhos se suavizam, seus lábios se partem em mais um sorriso e ele levanta as mãos, levando-as aos lados de sua cabeça em sinal de rendição.

Olho então diretamente em seus olhos, com convicção. Afasto-me dele, indo em direção à porta. Paro bem no pórtico de entrada. Silêncio absoluto.

Então numa confiança que não me era conhecida até esse momento, ergo meus ombros, ficando completamente ereta, ergo então meu rosto para olhar tudo e todos presentes no Salão. Sorrio largamente enquanto adentro no recinto onde todos os olhos me acompanham assombrados.

Sim, que eles admirem uma parte de meu novo eu.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? *-*



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