Sophie: Filha De Traidores escrita por Carolina Pietski


Capítulo 27
O Dia


Notas iniciais do capítulo

Olááá, meus amados! Acharam que eu abandonei vocês? Pois estão muitíssimo enganados u.u Estive um tempo sem postar, pois realmente precisei focar no meu TCC, MAS AGORA ACABOOOOU! Estou só pela formatura, então vou voltar a postar regularmente. Esse capítulo é um pouco mais curto que os demais, maaas o próximo será maior, pois será o capítulo da primeira tarefa do Torneio *-------* Espero que gostem da leitura e que não tenham me abandonado u.u



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Abri os olhos para uma atípica manhã nublada. Eu podia ver cada canto do céu encoberto por uma grossa camada de nuvens cinzentas. O ânimo para levantar era nulo. Ainda mais quando lembrei que dia era aquele. Era O Dia.

Aquele que poderia ser o último.

Sim, tudo bem, talvez eu estivesse exagerando e sendo excessivamente dramática, mas eu não podia deixar de ter aquela sensação. Daqui a algumas horas a primeira tarefa do Torneio Tribruxo deveria ser realizada. Eu nunca admitiria isso para ninguém, mas tinha que fazê-lo para mim mesma, para manter um mínimo de sanidade mental. Eu estava com medo.

Não. Eu estava aterrorizada.

Levantei-me lentamente, como se cada osso, cada centímetro de pele em meu corpo, pesasse uma tonelada. Eu sentia o pavor subindo pelo meu peito ao mesmo tempo em que sentia uma determinação implacável em permanecer viva. Eu faria de tudo para isso.

Vesti-me com roupas confortáveis, já que não sabia o que me esperava pelo menos queria estar minimamente preparada, peguei minha varinha de cima da mesa de cabeceira e saí do quarto sentindo o peso no peito aumentar a cada passo.

Ao invés de ir pelo caminho que levava ao Grande Salão para o café da manhã ao qual não estava nem um pouco a fim de comparecer, rumei por um corredor diferente. Havia mais uma coisa que eu queria fazer antes do grande Torneio começar.

*

– Oi, mãe – falei quietamente, aproximando-me da maca. – Hoje é o grande dia. Você deve saber do que estou falando... se estiver me ouvindo – parei um instante, esperando romper o nó que formava-se em minha garganta.

Olhei para a face de minha mãe, lentamente, focalizando cada uma de suas poucas rugas, para o cabelo loiro que espalhava-se pelo travesseiro. Detive-me um instante observando seus olhos fechados, sua boca ressecada. Minha mãe guerreira, que sempre cuidara de meus irmãos e de mim, praticamente sozinha, estava ali, deitada em uma maca, inconsciente, derrotada.

Lágrimas começaram a queimar em meus olhos, sem serem derramadas.

– Só queria passar aqui para dizer um olá... antes de tudo começar – limpei a garganta, engoli em seco e prossegui. Cada palavra parecia uma faca deixando meu coração. – E também um talvez adeus... caso tudo termine...mal.

Passei minha mão por sua face, sentindo cada pequeno detalhe, a essa altura mais de duas lágrimas já haviam escapado de meus olhos. Não pude segurar mais, era como se eu tentasse evitar a formação de um furacão. Inútil e potencialmente perigoso. Eu não podia me dar ao luxo de forçar ainda mais meu emocional, isso não poderia me fazer bem, ainda mais num momento daqueles.

– Imaginei que a encontraria aqui.

Olhei para cima rapidamente, na direção da porta da enfermaria, e vi Draco parado ali, observando-me com olhos graves. Ele aproximou-se somente mais alguns passos, parou e estendeu a mão.

– Vamos, Soph, você precisa se preparar antes de... enfrentar a primeira tarefa – ele soava hesitante, como se quisesse ir no meu lugar, se oferecer como voluntário, qualquer coisa para evitar que eu passasse por aquilo tudo.

O problema era que eu queria. Apesar de tudo eu queria passar por tudo aquilo, queria enfrentar meus medos e queria provar que eu tinha valor, que eu sou muito mais do que apenas a filha do meio de Sirius Black, “A menina que sobreviveu”, a aberração com um padrinho maluco.

Olhei novamente para minha mãe, ela parecia dormir. Inclinei-me para beijar o topo de sua cabeça e logo que me levantei quase virando-me na direção de Draco, vi uma coisa que não estava à vista nas outras vezes que a visitei. Um pequeno pedaço de pergaminho, dobrado várias vezes, estava parcialmente dentro de um dos bolsos das vestes que minha mãe usava no dia da invasão e que haviam sido deixadas ao lado da maca, a meu pedido, como se assim pudesse fazê-la despertar mais rápido, somente pela vontade de vestir-se como ela mais uma vez. Peguei-o antes que pudesse pensar no que fazia e abri-o com dedos ágeis e curiosos.

“Eu acredito em você.”

Simples palavras, escritas às pressas, com tinta vermelho-escura, mas ainda assim reconheci a letra dela. Reconheci aquela caligrafia desenhada e rebuscada como quem conhece a própria palma da mão. Era a letra de minha mãe. Aproximei-me das vestes, olhei para dentro de seu bolso. Uma longa pena negra com uma ponta afiadíssima estava dentro do mesmo bolso em que antes encontrava-se o pergaminho. Em outro dos bolsos, mais um pedaço de pergaminho, dessa vez em branco, mas com uma pequena parte faltando, o pedaço exato que agora estava em minha mão.

Repentinamente peguei a mão direita de minha mãe e analisei cuidadosamente cada traço. E lá estavam. Quase invisíveis por causa do decorrer do tempo e do processo de cura. As mesmas palavras escritas no pergaminho, agora em forma de cicatrizes quase totalmente curadas nas costas da mão dela.

Minha mãe possivelmente, ao ver que seu atacante, seja lá quem fosse, se aproximava, abriu mão de tentar defender-se para deixar aquele pequeno recado para mim. E eu sentia que era para mim.

As lágrimas jorraram com força e aquelas palavras escritas rapidamente me deram o impulso necessário para estender a mão para Draco, sair dali com a cabeça erguida e com fé de que sairia viva da tarefa de hoje. Viva e vencedora.


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Notas finais do capítulo

E então, me digam o que acharam, ok? Quero comentários comemorativos pela minha volta .qq



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