A Segunda Short escrita por JuhAntunes


Capítulo 3
Por que!


Notas iniciais do capítulo

Genteee, desculpa tá legal? Eu abandonei as minhas histórias e tudo, e eu peço perdão de vocês. O que aconteceu foi um monte de coisas. Recuperação final do segundo ano, rotina de 3º ano, meu cachorro faleceu, notas baixas, enem, essas coisas.
Vou fazer o possível pra postar mais frequentemente.
Aproveitem!



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(POV Holly)

Estava muito tarde. Não tinha pregado no sono havia horas. Estava na mansão Fowl com Artemis em casa, já que ele não é mais inimigo do Povo, que concordou em nos ajudar a capturar fugitivos. Olhei para os lados e vi Artemis e seu guarda-costas, Butler, dormindo encima de papeis e mapas. Parece que esse tal de café não ajuda muito.

Estávamos a dias procurando um anão fugitivo, Saddler. Ele era exatamente o oposto de Palha. Tinha classe, era educado. Mas sabia fugir, e havia dias que ele foi para o mundo humano e não apareceu. Decidimos então procurar por toda Irlanda e seus vizinhos, e para isso precisaríamos de todos os mecanismos de Artemis acoplados com os mecanismos de Potrus (que por sinal, tem melhorado bastante em suas invenções).

Por mais que eu não estivesse cansada, não aguentava mais olhar mapas e monitores procurando um anão de terno que provavelmente não acharia hoje. Então decidi mudar um pouco o rumo das coisas e fui atrás de informação da minha irmã mais nova, Nakala. Ela deveria estar com uns 40 anos agora. Entrei no site do hospital St. Conal, o hospital psiquiátrico para onde o chefe da LEP mandou ela, e procurei algum modo de contato. Tinha alguns telefones, e-mails de contado, mas acho que eu não tinha coragem pra ver Nakala cara a cara ainda...

—Se algo está te assustando, deveria encará-lo de frente. Ignorar é o pior jeito. — uma voz grossa disse atrás de mim — É sobre aquela irmã sua não é? Por que não vai até ela com Artemis?

—Não quero colocar Fowl no meio de assuntos... familiares. Ele já tem o suficiente pra se preocupar. De Nakala cuido eu, sem falar que ela é... um pouco... irritada. Está tudo bem, eu só... preciso de coragem. Apenas disso. E pra essas coisas, é o que mais me falta...

—O que você precisa é de algum apoio. Não pode enfrentar isso sozinha. Não sei o que aconteceu entre vocês, nem o que ela fez, mas pra deixá-la num hospital psiquiátrico a coisa foi séria.

—E foi amigo... Mas temos outras coisas pra se preocupar. Vá dormir mais. Eu fico de olho aqui, procurando mais alguma coisa que pode nos dar mais alguma dica.

Butler ainda demorou alguns minutos, mas voltou a deitar no grande tapete. Desliguei as luzes restantes e a única iluminação foi a tela do monitor. Procurei um numero de contato do hospital e deixei salvo.

(...)

Acordei antes de todo mundo, e saí da mansão sem que me vissem. Claro, encontrei com Angeline, mas ela decidiu colaborar e não contar pra ninguém aonde eu ia. Fui andando até o hospital. Vesti algumas roupas humanas e um chapéu grande pra disfarçar as orelhas.

O dia estava frio. Muito frio. Casais e adultos estavam com cachecóis, meias, e casacos, rindo, divertindo. No passado, fui assim com Nakala. Éramos pequenas, e sempre brincávamos num grande jardim que nossos pais tinham. Mas aí o papai morreu, e depois a mamãe, e ficamos por nossa conta. Minha irmã, que sempre era divertida, espontânea, animada, de repente entrou em um estado profundo e assustador de tristeza, e eu, nunca percebi. Sempre foquei mais na minha entrada da polícia, e simplesmente esqueci que minha irmã precisava de ajuda...

Um dia, algo ruim aconteceu, e minha irmã foi tomada por uma energia malígna. Ela estava tão furiosa e transtornada que destruiu uma parte inteira do Povo. Sua sentença? A prisão era o mínimo, mas eu era da polícia quando aconteceu, e não queria minha irmã ao lado de criminosos qualificados. Então, a solução foi mandar ela para o hospital humano que está na minha frente.

Entrei na recepção e um frio percorreu minha espinha. Havia mulheres gritando, homens esperneando, mulheres chorando. É incrível como humanos chamam seus similares de loucos apenas para se livrar da responsabilidade de criá-los e ajudá-los a passar por um grave problema. Muitos não deveriam sequer estar na recepção daquele hospital! Fui chamada por uma mulher alta, um pouco gorda, com os cabelos bem curtos e encaracolados.

— Veio internar alguém aqui? — Essa palavra me deu calafrios...

— Não eu... Eu vim visitar minha irmã. Nakala Short.

— Ah sim — ela abriu uma pasta e remexeu alguns papeis — você é a irmã daquela "doida". Olha, ela foi sedada tem pouco tempo, mas acho que você está liberada para visitá-la.

Ela me deu um crachá com o nome visitante e me falou andar e quarto em que ela estava. Peguei o elevador e subi. Por alguma razão hospitais humanos sempre me deram um frio na espinha.

Cheguei no 3º andar, no quarto 643. É uma das salas "solitárias" onde só são colocados os pacientes considerados perigosos. Havia dois enfermeiros na porta do quarto dela, que permitiram minha passagem. Quando entrei, tive vontade de chorar, por todos os motivos possíveis. Havia anos que não via minha irmã, e agora ela está deitada na cama, assustadoramente magra e pálida.

Sentei-me ao seu lado, e ela me olhou, com uma expressão de horror e ódio.

— Oi maçãzinha...

— Por que está aqui?! Você estava lá embaixo! Com seu emprego! E agora está aqui?! Vai embora!

— Nakala calma, eu só vim conversar... Senti sua falta e quis saber se você estava bem. Só isso.

— Deixa de ser falsa! Desde quando se importa?! Você nunca ligou se eu estava precisando de ajuda ou não!

— Eu sempre me importei!

— Então por que me mandaram pra cá?! Por que você deixou?!

Fiquei em silencio. Honestamente, eu não sabia responder. Parte de mim achou que ela estaria mais segura aqui em cima, mas a outra parte diz que foi para não perder o emprego...

— Imaginei... Sai daqui! Não quero te ver! SAI!

Não disse nada. Apenas concordei com a cabeça e saí. Voltei pra casa de Artemis e não falei com ninguém. Entrei no meu quarto, deitei e chorei. Só queria ficar sozinha, pelo menos até a dor passar.

(...)

Eram 14h quando acordei. Peguei no sono de madrugada quando voltei do hospital. Minha cabeça latejava e eu só pensava em como minha irmã me odiava.

Voltei para a sala onde estava e fui ver os meninos.

— O que aconteceu? — perguntou Artemis — Butler disse que tinha saído, mas não disse pra onde.

— Eu precisava dar uma volta. Espairecer. Acharam alguma coisa?

— Bom, parece que nosso anão favorito está dando algumas voltas aqui em Dublin. Ele foi visto pela última vez no The Cake Café. Estava lá há pouco tempo.

— Vamos pra lá então. Ele não pode ter ido longe.

Chegamos ao bairro do café, e haviam milhares de pessoas andando fazendo compras e conversando. Separamos-nos para agilizar o trabalho, e eu fui pelos becos. Andei durante alguns minutos até ver a grande bunda do Saddler.

— Hey! Saddler! — e corri até ele.

— Droga!

Começou uma cena de perseguição típica daqueles filmes hollywoodianos. Butler e Artemis escutaram meu grito e vieram me ajudar. O anão entrou em vários becos e cada vez conseguíamos encurralá-lo, até que ele se viu preso em um beco sem saída.

— Holly, Artemis, é um prazer imenso revê-los nesse magnífico dia. Mudaram alguma coisa? Cabelo? Roupas? Estão melhores, mais arrumados.

— Chega de conversa Saddler! Holly e eu estamos aqui para prendê-lo e levar você de volta para a prisão.

— Ora, mas pra que essa violência criança? Quer dizer, podemos resolver isso de forma pacífica.

— Ou posso apenas algemar você. — disse sem paciência.

— Algo está te incomodando Holly? Está com a aparência abatida. Olheiras enormes, cabelos desarrumados e uma terrível voz de tristeza e desolação.

— E-Eu...

— Ah, imagino o que foi. Você viu ela não foi?

— Como sabe?

— Como assim? Quem é "ela"? — Artemis estava impaciente.

— Ah, o senhor não sabe. Holly tem uma irmã, chamada Nakala, que está internada no hospital St. Conal e que odeia nossa querida policial amargamente.

— Como você sabe Saddler! Minha vida pessoal é pra ser intocada! Escondida de criminosos como você!

— Por que eu conheço a mais antiga amiga e mais recente aliada dela. Opala Koboi.

— Não...

— Tem certeza disso? — foi a vez de Buttler se intrometer, enquanto algema o anão.

— Nunca tive tanta certeza.

É isso... se o que Saddler disse for verdade, o que os humanos e as criaturas estão prestes a encarar é pior e mais mortal do que nossos próprios demônios.


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