Logan abriu um sorriso apaixonante, e me soltou. Devolvi sua expressão com um sorriso e uma piscada de olho. Virei-me de costas e continuei caminhando para fora do corredor que estava sendo iluminado apenas com a luz lunar. Notei, pelo som dos passos, que Logan estava me seguindo como um cachorro atrás de seu dono.

Ao sairmos do corredor e chegarmos ao campus, Logan se apoiou no tronco de uma árvore próxima a nós e confessou.

–Vejo que cumpriu direito o tutorial. –Sorriu.

–Vejo que estou ganhando no jogo. –Respondi sorrindo.

–Não concordo.

–O jogo termina quando um dos jogadores morre, não é?

–Sim, e neste caso, continua em desvantagem.

–Não concordo.

Logan sorriu.

–E por que não?

–Por que descobri sua fraqueza.

–É? Então qual é?

–Eu.

Logan soltou uma gargalhada alta.

–Não seja tola Sophia. De onde tirou isso?

–Pensei bem Logan, pensei muito até chegar no dia em que você estava prestes a me matar e nos beijamos. Não me matou, apenas retrucou com um longo beijo e um palavrão. Isso tudo leva à um argumento... –Fui interrompida por ele não me deixando terminar de concluir minha frase.

–Sabe que são duas possibilidades, não é?

–Sim, ou isso, ou estava atuando. Mas eu confio em meus instintos de mulher.

–Convenhamos que isso não seja uma boa ideia. –Disse tirando sarro de minha cara.

–Convenhamos que você não quer admitir que está apaixo... –Me interrompeu novamente.

–Acho melhor você ir dormir, o sono deve estar afetando sua mente e lhe fazendo dizer tolices. –Sugeriu.

–Não sigo ordens vindas de você, Loganzinho. –Sorri.

–Bom, se você não vai, eu vou.

–Está mentindo.

–Como sabe? Deu para adivinhar o futuro?

–Não sou idiota Logan, você dormiu o dia inteiro, até parece que vai dormir.

Logan elevou uma de suas sobrancelhas.

–Eu não disse nada sobre dormir Sophia.

Aquilo me pareceu uma ameaça, ou seja, se eu não me recolhesse, Logan me morderia por estar com fome, então, pensando nisso, finalizei nossa conversa.

–Vou sair daqui, esse lugar está muito morto. –Dei ênfase na ultima palavra.

–Foi horrível essa indireta. –Logan falou rindo.

–A intenção era que fosse uma direta. –Retruquei mordendo meu lábio inferior. –Adeus Logan. –Caminhei junto ao seu corpo e dei um beijo em sua bochecha de leve.

Me virei de costas e fui em direção ao caminho para o dormitório feminino. Não olhei para traz porque Logan já deveria ter saído de lá.

Ao longo do caminho fui pensando no que tinha acontecido e cheguei a conclusão que não me divertia com um cara assim há muito tempo.

***

Chegando em meu quarto fui direto me deitar, não por estar com sono e sim para poder relaxar. Neste momento todas as cenas que ocorreram anteriormente começaram a repassar em minha mente. Um sorriso se formou no canto de meus lábios sem que eu percebesse quando lembrei dos olhares de Logan, seu jeito de sorrir e agir, o modo em que ele me puxava junto a seu corpo sem brutalidade. Todos aqueles detalhes que acontecera estavam começando a me deixar em desvantagem no jogo. Posso, na hora, não ter percebido, mas parecia que eu e Logan, da mesma forma que eu, queria me conquistar. Suspirei profundamente e sorri por completa quando me recordei do beijo de Logan Confesso que eu queria aquilo novamente mas sem ser como um beijo de despedida como aquele quase foi. E sim um beijo sincero, sem risco de morte.

Tudo o que eu queria naquele momento era ter os lábios frios de Logan nos meus.

–Merda. Sophia. Presta atenção! Foca no objetivo! –E na grana.-. Logan está fazendo sua cabeça, afinal, ele deixou bem claro de que aquilo não passava de um jogo. –Disse para mim mesma. Mas claro, eu não dispensaria outro beijo de Logan. Ok, já estou passando dos limites, vou parar.

Minutos depois do meu deslize recebi duas mensagens no meu celular, uma de meu pai e outra de Logan.

“-Sophia, diga para mim que não se apaixonou pelo seu alvo!” –Pai, meia noite.

“-De que está rindo?” –Logan, meia noite e dez.

Respondi ambos me surpreendendo; exclusivamente com a mensagem de meu pai. Se bem que me lembro de algo sobre ele estar falando sobre os poderes que ele tem de prever o futuro, mas, apaixonada? Será? Acho que não. Enviei ao meu pai que aquilo era loucura e disse que não interessava o meu motivo por estar rindo, para Logan. Decidi ir tomar meu banho e me preparar para acordar de manhã. Feito isto, escovei meus dentes e fui dormir; não demorou muito, em certo ponto Logan estava certo, eu estava com sono.

***

Desta vez meu sono não foi interrompido com batidas em minha porta e sim com a música de Grace Potter, Paris (ohh la la); embora estava de manhã e meu humor não é muito agradável, senti que meu dia seria bom no sentido de não acontecer nada demais como ter que dar uma de vulgar. Levantei-me e, ainda com a música tocando, mudei de roupa cantando e escovando meus dentes rebolando. Fiz isto até perceber que teria de aturar aulas de português, matemática, e outras, as quais eu estava totalmente desanimada. Detalhe, aulas acabam com o bom de humor, pelo menos comigo funciona deste jeito.

***

Chegando na sala alguns alunos me olharam e voltaram a fazer fofocas, mas não era de mim. Na verdade, parece que meu recado deixou claro do que eu me referia e o quão eu não me importava com eles a não ser que façam algo que me envolva, principalmente quando se trata de relacionamentos amorosos.

Sentei-me na última carteira no canto esquerdo da sala, longe da porta. Meus olhos estavam fundos, aliás, dava para sentir isso e eu já sabia que ocorreria tal tragédia, ficar acordada até tarde e ter de acordar às seis e meia da manhã é apenas para os fortes, a não ser que durma no meio da aula.

Olhei para a janela e conclui que Logan apareceria na classe, tudo o que eu queria era que ele explodisse, seria tão mais fácil... Não demorou muito e logo o fardo entrou pela porta e me olhou. Abriu um leve sorriso no canto dos lábios e veio em minha direção. DROGA! Devia ter pedido para Melissa ocupar o lugar a minha frente. Talvez se pergunte se Melissa era de minha sala na primeira aula, e a resposta é sim, ela era.

–Vejo que não dormiu bem... –Logan disse percebendo minha cara de tédio, sono, preguiça e mal-humorada, e claro, não deixando de sorrir.

–Sério? Nem tinha percebido... –Falei com os olhos quase se fechando pelo fato de eu estar encostada na parede e quase na posição perfeita para dormir.

Involuntariamente bocejei e pisquei meus olhos lentamente, como se fosse uma criança com um sono suportável fazendo de tudo para ficar acordada e não perder nada do que estava acontecendo. E no meu caso, era a aula que acabara de começar.

–Não me importo se achar isto esquisito, mas seu bocejo é lindo. –Logan confessou rindo.

Criei rugas em minha testa tentando acreditar no que ele havia dito.

–Que bom que sabe que acho isso esquisito.

–Não sou de ajudar os outros, mas estou percebendo que o seu estado está terrível. –Logan disse pegando o óculos escuro que estava na gola de sua blusa e o esticando para eu pegá-lo. –Tente isto, vai disfarçar e poderá completar suas horas de sono tomadas por minha causa.

Por um momento pensei em recusar e me fazer de difícil, mas eu estava com muito sono para isto. Peguei seu óculos e o botei.

–Bem melhor. –Ele disse quase em um sussurro para não atrapalhar a aula do professor e ainda tirando sarro de minha cara. –Parecia que estava morta, terrível, um horror.

–Olha quem fala... –Sussurrei em resposta com o tom de voz quase rouco e tive o prazer de completar. –Já se olhou no espelho? Depois olhe e me diga quem é a aberração aqui. –Ao finalizar a frase Logan sorriu mostrando seus dentes incrivelmente brancos e se virando imediatamente para frente quando o professor nos chamou a atenção.

–Senhorita Sophia Vennon e Logan Foster; se for para atrapalhar a minha aula era melhor que nem tivessem comparecido, mas se continuarem a tagarelar terei de expulsá-los de minha classe. –Alertou. E a ideia de ser expulsa não era ruim, mas eu não queria sujar meu nome com o diretor.

Concordamos com a cabeça que não iríamos mais falar voltei a minha posição escorada na parede, sem poder controlar mais meu sono acabei esquecendo da aula e fechando meus olhos para um transe calmo e silencio dentro de minha mente, sonhos para os leigos.

***

Acordei com sacolejos e cutucões não brutos, mas que incomodavam acompanhando com a voz ímpar de Logan dizendo as palavras.

–Acorde Bela Adormecida, já faz dez minutos que a aula acabou, logo entrará a próxima turma do próximo horário, é melhor despertar.

Abri meus olhos e gemi como uma pessoa que não quer ser interrompida quando está confortável e não quer ser incomodada por ninguém. Esfreguei meus olhos sem tirar o óculos e bocejei, Logan se tornou previsível quando eu fazia algo que ele gostava e eu sabia que iria comentar algo sobre o mesmo.

–Preciso tirar uma foto de você bocejando depois, mas não agora. –Comentou. –Mas não agora, vamos vazar daqui.

Levantei da cadeira sem falar nada, com os ombros curvados fui rastejando meu pé até a porta, lentamente, dando a sensação de que eu preferia morrer do que frequentar as aulas. Pra minha surpresa, o que não foi agradável, Logan tomou algumas providências em relação à minha lentidão.

–Nossa como você está lerda! Ou você anda mais rápido ou vou ter que tomar medidas drásticas para agilizar seu passo.

Não liguei para o que ele disse e continuei meu rumo, lento e cansado. Foi nesta parte de Logan fez a loucura de me pagar no colo. Eu levei um susto no começo e depois fiquei com raiva por ele ter feito aquilo sem avisar.

–Logan, me põe de no chão! –Comecei a me espernear desde o caminho da sala anterior, passando pelo corredor com os alunos rindo e algumas meninas me olhando com caras fechadas e outras achando aquilo a coisa mais idiota do mundo, até chegarmos à sala de nossa próxima aula.

Ao chegarmos na sala Logan me colocou e quando já ia fazer um comentário sobre meu peso, “enfiei” minha mão em sua face dando um estalo alto. Juro. Não foi de propósito a força, eu queria apenas dar um tapa de leve mas saiu mais forte do que eu esperava. Logan logo colocou suas mãos onde eu havia batido para tentar amenizar a dor.

–Nossa você tem uma mão pesada! –Logan exclamou.

Comecei a dizer descontroladamente pedidos de desculpa e Logan repetia que estava tudo bem. Qual seria o nível de estar tudo bem para ele? Um rosto com uma marca vermelha de minha mão?

Depois de dizer quinhentas vezes um pedido de desculpas ele conseguiu me acalmar dizendo que me desculpava.

–AI MEU DEUS! –Escutei a voz de alguma menina gritando da porta da sala. –Loganzinho, você está bem?! E o que essa delinquente está fazendo com seu óculos?

Mais uma das tietes de Logan. Decidi ignorar tudo aquilo e me sentar no meu lugar de sempre. Não demorou muito para que Logan ficasse rodeado por adolescentes preocupadas e estridentes as quais o sufocavam e tocavam o local do machucado tentando fazer sumir a marca vermelha. Era esquisito aquilo. Digo. Aquelas garotas tratavam Logan como se fosse o Deus delas sendo que nunca conversaram com ele e só arranjam confusões –Ok, nesta parte eu tenho um pouco de culpa, afinal, só porque consegui conversar com ele elas pensam que tem o direito de inventar mil coisas sobre mim?-. No final de tudo isto, acho patético o que elas fazem, está estampado no rosto de Logan para quem quiser ver que ele não gosta desse exagero de afeição. Bom, pelo menos, se fosse comigo eu mandaria todo mundo se foder.

Até que o professor de teatro chegasse Logan permanecia sufocado pelos apelidos idiotas, questionamentos óbvios e carinhos, os quais só pioravam, na parte atingida.

–O que está acontecendo aqui? –O professor questionou em alto e bom tom.

–Não é nada Professor Wallet. –Logan disse caminhando para se assentar na minha frente.

–Com nada você quer dizer esta marca vermelha no seu rosto que julgo ser a mão de alguma pessoa? –Professor Wallet questionou.

–Pode parecer que preciso de cuidados, mas está tudo bem. –Logan reconfirmou sua frase anterior.

–Sendo assim, Fãs-Lunáticas-de-Logan podem se sentar, por favor! –Wallet ordenou me fazendo sorrir com o rótulo dado às tietes.

Como ordenado todas se sentaram e pareciam estar revezando os olhares, em minutos olhavam para Logan com paixão, e em segundos me olhavam com fúria. Não liguei para elas por estar prestando atenção na aula de teatro, afinal, eu teria que saber interpretar e comover as pessoas quando subisse ao palco. O inesperado foi que Wallet resolveu começar a planejar a peça e pedir ideias para a mesma.

–Acho que o tema de nossa próxima peça será excitante para todos, inclusive para as garotas. Bom, o assunto que pensei é algo bem atual mas com um apitada de drama. –Fiquei curiosa com qual tema seria e acabei me decepcionando pela animação. –Vampiro... –Wallet foi interrompido pelo grito histérico das garotas, as quais pareciam estar morrendo pelo tema da peça, e eu? Achei aquilo o cúmulo da ironia. Logo Logan olhou para mim virando sua cabeça para traz e sorriu quando pus uma de minhas mãos em minha testa e movendo minha cabeça negativamente. –Continuando. Percebi que os vampiros fazem sucesso com os jovens atualmente e conclui que temas de hoje em dia colocadas em peças de teatro atraem mais o público alvo. E foi com esse pensamento que pr3eparei a nossa PATUS.

PATUS? Que diabos era isso? Uma banda teatral? Só sabia que era uma sigla, apenas.

–Perguntas? –Professor Wallet questionou e logo em seguida se surpreendeu com a quantidade de alunos com uma das mãos levantadas simbolizando que queriam perguntar algo. Organizadamente, Wallet foi os respondendo por ordem de fila.

–Quando a PATUS vai acontecer esse ano? –Uma garota negra com o cabelo extremamente cacheado fez a primeira pergunta. Embora não seja de muita importância, eu gostei dela por não ser uma das tietes de Logan e por ser linda.

–Daqui a um mês.

A resposta do mesmo jeito que atingiu e causou alvoroço aos alunos, afetou com nervosismo em mim. Claro, havia uma exceção, Logan não reclamava nem comentava, não parecia estar nervoso com o pequeno prazo dado para o ensaio da peça.

–Silêncio! –Wallet ordenou. –Vamos treinar duro e dará tudo certo! Mais alguma pergunta?

Alguns alunos levaram a mão.

–Quando sairá quem irá ficar com que papel? –Um garoto que vestia uma blusa polo e um óculos parecido com o de Logan questionou.

–Hoje mesmo, quando o Diretor Ian me entregar a lista com os papéis colocarei no mural da Universidade. –Wallet disse me causando um frio na barriga antecipado.

–E quanto à história, qual vai ser a trama? –Uma das tietes de Logan perguntou logo o olhando e tentando sensualizar mordendo uma caneta. Uma palavra para isso, desagradável.

–Bom, acho que vão gostar. Baseei-me primeiramente em na saga famosa, Crepúsculo. Sei que muitos não gostam, ou até odeiam, mas eu mudei um pouco o roteiro e acho que vai ter o mínimo de aprovações. É o seguinte, a garota principal é uma vampira a qual acaba tendo de ser caçada por um caçador experiente, nisso, apesar dos problemas e façanhas que ela causa à ele, o caçador acaba se rendendo e se apaixona pela vampira. Ao longo da peça, um dos amigos caçadores descobre que o atual caçador da vampira se apaixonou e acaba indo por conta própria acabar com tudo. No final da peça, este amigo se torna um inimigo, a vampira se rende ao caçador que sofre de amor mas acaba morrendo no final pelo seus inimigo. –Wallet termina de descrever a peça e me fazendo desejar com que a morte seria a melhor opção ao invés de fazer esse tema. Mas eu ainda tinha esperanças até a lista chegar e sabia também que até a tarde Logan encheria meu saco dizendo “Que coincidência não?!”.

Não demorou muito Logan olhou para mim e soltou um riso e se virou para frente. Logan, tão previsível nesse quesito.

–Mais alguma pergunta?

Pensei um pouco e a tal sigla voltou em minha mente e resolvi levantar uma de minhas mãos para perguntar o que era a tal.

–Foge um pouco do assunto, mas o que é PATUS?

As tietes começaram a gargalhar e alguns outros alunos começaram a comentar sobre minha pergunta.

–Você está na PATUS e não sabe o que é? –Uma das tietes disse mascando um chiclete descaradamente. Ignorei-a e revirei meus olhos.

–Não achei graça. –Wallet me defendeu. –Bom, PATUS significa Peça Anual Teatral da Universidade de Sidney, ou seja, o próprio nome já lhe dá a resposta. É isso. –Respondeu compreensivo pela minha dúvida.

O agradeci pela resposta e ele nos liberou da aula mais cedo. Levantei da minha carteira ao mesmo tempo que Logan. Olhou para as lentes de seu óculos em minha face e esperou a sala esvaziar. Eu poderia me desviar e sair, mas quem sabe ele, dessa vez, dissesse algo interessante.

–Coincidência não? A única coisa que separa a peça da realidade é que eu sou você e que o caçador é experiente. –Bufei e constatei que ter ficado não foi uma boa ideia.

–Logan, precisa trabalhar mais nas suas frases, está muito previsível; e quanto à peça, não, eu não estou apaixonada por você, e também acho que não é legal ficar jogando na cara das pessoas que ela é uma péssima caçadora, alias, sou novata nisso. E, de um certo ponto concordo com a história, no final, já que estamos invertidos, você morre. E eu? Fico com o dinheiro que o Governo me paga por ter lhe matado. –Logan ergueu uma de suas sobrancelhas mostrando que estava surpreendido com minha resposta. E finalizei com um toque especial. –Mas claro, não vou deixar que você passe em branco na minha vida, pegarei uma de suas presas e guardarei como lembrança.

–Veremos... –Logan disse passando lentamente uma de suas mãos percorrendo meu braço esquerdo, acarretando um leve arrepio por todo o meu corpo.

Sou do tipo de mulher que se tocada leve e lentamente acarreta frios na espinha.

Parecia que Logan percebeu meu leve arrepio e acabou sorrindo docemente. Parecia que ficava mais sensível, bonito, sensual e atencioso a cada dia. Aquilo já estava virando uma tortura para mim.

***

Depois de assistirmos entediantes aulas, e comermos nosso almoço, eu e Logan fomos criando conversas mais interessantes do que apenas aquele papo de caçado e caçadora, conversamos sobre livros, filmes, séries e outras coisas mais humanas de se papear.

Quando íamos para a próxima aula percebi olhares voltados para nós, mas não com revolta por eu estar andando com Logan e rindo de suas piadas infames e sim com olhares de decepção.

–O que será que aconteceu dessa vez? –Logan questionou.

–Você é quem deveria saber, só arranja problemas para mim. –O respondi.

Quando menos esperávamos Cristinna e suas cadelas de guarda, se é que posso chamar Kara e Rachel assim, nos pararam e começaram a tagarelar. Eu não escutei nada do que elas estavam resmungando e sim segurando meu riso para não arranjar confusão. O motivo? Cristinna estava com uma compressa de gaze no nariz. Meu soco foi tão forte a ponto de deixar lesões nela. Uma das melhores coisas que me aconteceram desde que eu vim para Sidney.

Depois que elas foram embora, Logan olhou para mim rindo maleficamente, segurou em meu pulso direito e foi me conduzindo até o mural. E, para minha surpresa estava deste jeito.

“Caros alunos, esta é a lista da PATUS, os papéis foram distribuídos da seguinte forma:

>Caçador: Logan Foster.

>Vampira: Sophia Vennon.

>Amigo do caçador: Dimitri Writh.

(Com o resto dos personagens)

[...]”

Olhei para Logan e ele olhou para as lentes do óculos.

–Professor Wallet quer ver o circo pegar fogo! –Logan disse sorrindo, como sempre, maliciosamente.