Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 2
Panico Geral! Oh Não... Táxi da Danação!


Notas iniciais do capítulo

Volteei povããão. Obrigada a Kristy Di Ângelo e a Juliana Az Moreira pelos comentários.



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Uma coisa Jake realmente tinha razão... Na maioria das vezes em que algo pegava fogo era por minha causa, não faria mais sentido se eu fosse filha de Hestia? Ou Apolo? Ou até Hefesto? Aliás, eu acho que preferia desse modo mesmo talvez se eu não fosse filha de um dos três grandes eu não atraísse tanta confusão... Tá bom, pode até ser mentira de a minha parte dizer algo assim...

É claro que Craig abriu o bicão dele e colocou a culpa em mim, mas quem sou eu para dizer que é mentira? Eu arrastei o grandão, Tyler, até um beco mais adiante na Rua Church aonde Jake nos esperava com a cara de irritadinho. O meu reencontro com ele foi meio esquisito primeiro foi “Então é você que fica atormentando minha amiga?” e POW! Soco no nariz do Baker e depois eu falo sobre Tyler e Jake fica assim... Bipolaridade. Nunca vou entender esse filho de Ares.

– Certo, onde você o encontrou? – perguntou Jake apontando para Tyler.

Eu admito realmente senti saudades, mais do que deveria, de Jake. Mas realmente qual é dessa implicância com Tyler?

– Não fale como se Tyler fosse o problema! – exclamei. – Ele é meu amigo!

– Eu... – ele hesitou. – Ele é um sem-teto?

– O que isso tem haver? Tecnicamente eu também sou! – perguntei. – Aliás, sabia que ele pode ouvir? Por que não pergunta para ele?

Ele pareceu surpreso.

– Ele sabe falar?

– Eu falo! – disse Tyler animado. – Oi namorado da Megan!

Jake ergueu a sobrancelha.

– Tyler, Jake não é meu namorado. – esclareci, aliás, Jake parecia vermelho demais para falar... Como se eu não tivesse ficado vermelha...

– Ah... – disse Tyler erguendo a mão para Jake apertar (Ele recusou...) – P-Prazer.

Então eu olhei melhor as mãos de Tyler.

– Tyler... Suas mãos não estão queimadas.

– Obvio que não! – disse Jake. – Estou surpreendido pelos lestrigões atacarem você com isso por perto. Deveriam estar realmente famintos.

Ele por perto. – corrigi. – E Lesma-o-que?

– Lestrigões.

– Não consigo nem falar isso... – falei. – Enfim. Como você os chamaria em inglês?

– Canadenses – concluiu. – Agora vamos sair daqui.

Ele agarrou minha mão em um gesto para me puxar.

– A Policia vai vir atrás de mim! – exclamei.

– Que Novidade... – disse ele irônico. – O que você anda sonhando?

– O Mesmo de sempre... – falei.

Os Olhos dele pareciam tempestuosos agora.

– O Acampamento! – exclamou ele. – Tem um problemão no acampamento, muita coisa mudou desde que você... fugiu.

– Eu não fugi. – falei.

– Sair sem avisar, é fugir! – explicou ele. –Tem algo realmente errado, não tenho tempo para explicar isso aqui. Monstros me perseguiram o caminho todo até aqui... Você sofreu algum tipo de ataque?

– Monstruoso... Não. Até agora.

– Nenhum? Mas como... – então o olhar dele recaiu sobre Tyler. – Ah!

– O que quer dizer com “Ah!”? – perguntei.

Tyler ergueu a mão como quem ainda esta na sala de aula. (Jake... Solta minha mão?)

– Os Canadenses no ginásio chamaram Megan de alguma coisa... Filha de Poseidon? – disse ele.

Eu troquei olhares com Jake.

– Resuma. – disse ele largando finalmente minha mão.

– É o seguinte grandão... – falei. – Já ouviu aquelas histórias sobre deuses gregos, Como Atena, Zeus e tal?

– Sim. – disse ele.

– Bem... Eles ainda existem. Vão seguindo a civilização ocidental de um lado para o outro e vivendo nos países mais poderosos, por tanto, eles agora estão aqui, nos estados unidos, um papo de coração da chama que um cavalo me disse.

– Sim. – concordou ele.

– Bom. Esses deuses às vezes tem filhos com mortais. Eles são chamados de Meio-sangue ou Semideus. – expliquei.

– Sim. – disse ele como se ainda esperasse que eu chegasse no ponto principal.

– Eu e Jake somos semideuses, somos como guerreiros em treinamento e sempre quando um monstro como aqueles no ginásio sente nosso cheiro, Atacam. – falei.

– Sim!

O que me deixou mais surpresa e confusa foi que Tyler não parecia surpreso ou confuso com o que eu contava.

– Você acredita?

– Sim. – disse Tyler. – Mas você é filha do deus do Mar...

– Meu pai é Poseidon. – falei.

– Mas então... – ele franziu a testa, Agora chega à confusão.

Uma Sirene uivou por perto, Um carro de Policia passou pelo beco.

– Não temos tempo para isso! – Jake agarrou meu pulso. – Conversamos sobre isso no Táxi.

– Vamos de Táxi para Long Island? – perguntei. – Sabe o quanto...

– Deixe comigo. – interrompeu ele.

– E Tyler? Não podemos deixa-lo aqui! Ele vai estar encrencado. – falei.

Jake analisou Tyler.

– Sim... – disse ele contrariado. – Vamos leva-lo junto... Agora vamos!

Não curti nem um pouco o jeito que ele falou, de qualquer modo ele meio que me puxou e eu puxei Tyler junto, atrás de nos havia uma enorme coluna de fumaça que se erguia do ginásio do colégio.

Jake nos arrastou até a esquina da Thomas com a Trimble. E vasculhou o bolso e de lá tirou um Dracma com a cara de Atena nele. Agora eu via em seu rosto um corte no queixo e rasgos nas barras da calça jeans parecia feita por garras.

– Jake eu realmente não acho que os Taxistas de Nova York aceitaram isso.

Stêthi! – gritou ele em grego antigo. – Ô hárma diabolês!

Como de costume, na maioria das vezes em que eu ouvia a língua olimpíana, de certo modo, eu entendia. Ele disse: Pare! Carruagem da Danação!

– Jake... O que exatamente...

Então ele jogou a dracma no meio da rua, e esta afundou e desapareceu. Apontei o lugar em que o Dracma tinha desaparecido, abri a boca para falar alguma coisa quando, bem no lugar em que o dracma caiu, escureceu e se fundiu em uma poça retangular mas ou menos do tamanho de uma vaga de estacionamento borbulhando em um liquido vermelho. Então um taxi escuro interrompeu aquilo tudo.

– O Taxi da Danação. – anunciou Jake.

– Parece um Taxi de Nova York Normal...

Ele virou a cabeça para um lado e depois recuperou a postura.

– Quase a mesma coisa. – disse ele. – Só que... Mais divertido.

Aprendam comigo, quando um filho de Ares fica animado não vem coisa boa por ai.

O Táxi parecia feito de fumaça, mas não parecia que eu poderia atravessa-lo, havia palavras impressas na porta, mas graças a Dislexia eu não consegui ler...

A Janela do passageiro desceu e uma velha pós a cabeça para fora, havia um tufo de cabelos grisalhos cobrindo seus olhos.

– Passagem? Passagem?

– Três para o acampamento meio-sangue. – falou Jake.

Ele abriu a porta do táxi e acenou para eu entrar, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Não levamos a espécie dele! – ela apontou o dedo ossudo para Tyler.

– Ei! – Protestei.

– Eu pago mais. – disse Jake. – Mais Três dracmas quando chegarmos.

– Feito! – disse a senhora.

Hesitante eu entrei no taxi. Tyler se espremeu no meio e Jake foi por último.

O Interior também era cinza escuro, Não havia uma divisória nos separando da velha... Mas havia três velhas! E Não uma... Todas as três amontoadas no assento dianteiro. Indênticas.

Cabelos pegajosos cobrindo os olhos, mãos ossudas e vestidos de tecido grosso com a cor de carvão.

– LONG ISLAND! BANDEIRA DOIS! HÁ-HÁ! – berrou a que estava na direção.

Ela pisou fundo no acelerador e minha cabeça foi ao encontro do encosto.

– Ai! – gemi massageando a testa.

Uma voz gravada veio do alto falante.

Olá! Aqui é Ganimedes, sommelier de Zeus e quando saio para comprar vinhopara o senhor dos céus, sempre ponho o cinto de segurança!

– Legal! Agora que ele avisa! – exclamei.

Abaixo de mim havia uma corrente grande e preta no lugar de cinto. Nem estou tão desesperada não é?... Ainda...

O Taxi disparou na direção da esquina da West Broadway, e a velha cinzenta sentada no meio disparou:

– VÁ PARA A ESQUERDA!

– SE VOCÊ TIVESSE ME DADO O OLHO EU SABERIA TEMPESTADE. – reclamou a motorista.

– Dar o olho? – perguntei a Jake.

A Motorista guinou para desviar de um caminhão de entregas, passou por cima do meio-fio com um tranco de fazer bater os dentes (ou saírem voando...) e entrou voando no quarteirão seguinte.

– VESPA! - berrou a terceira mulher para a motorista. – PASSE A MOEDA DO MENINO EU QUERO MORDE-LA.

– O que ela quis dizer com... – comecei. Mas o berro da Motorista em deteu.

– VOCÊ MORDEU DA ÚLTIMA VEZ, IRA! É A MINHA VEZ!

– NÃO É NÃO! – berrou Ira.

– SINAL VERMELHO! – berrou Tempestade.

– FREEEEEEIA ESSA JOÇA! – berrou Ira.

E foi isso que a motorista fez. Um pouco brusco demais, o bastante para minha cabeça ir de novo ao encontro no assento dianteiro e derrubar uma banca de jornal.

– Desculpe... – falei para Vespa. – Mas você enxerga?

– Não! – disse ela normalmente.

– Não! – disse a do meio. Tempestade.

– É Claro! – disse Ira.

– Acho que não me sinto muito bem... – reclamou Tyler.

Virei-me para Jake que por acaso estava sorrindo.

– Elas enchergam? – perguntei.

– Não... Quer dizer... Só tem um olho ao todo. – disse ele.

Tyler gemeu:

– Esta tudo girando...

– Aguenta firme ai grandão! – falei. – Alguém tem um saco de lixo ou algo assim?

As Três senhoras cinzentas ainda discutiam. Olhei novamente para Jake que tinha a cara de quem estava se divertindo demais. Olhei para ele com cara de Porque-você-me-odeia-tanto?

– O Taxi das Irmãs Cinzentas é o meio mais rápido de se chegar ao acampamento. – disse ele

– ME DÊ O DENTE!!! – Berrou Ira tentando alcançar a boca de vespa que afastou a mão de Ira com um tapa.

Só eu que estou confusa com esses nomes?

– SÓ SE TEMPESTADE ME DER O OLHO!

– VOCÊ O USOU ONTEM! SOCEGA A BUNDA AI! – berrou tempestade.

– MAS ESTOU DIRIGINDO SUA BRUXA VELHA! – gritou Vespa.

– Vire! Era sua entrada! – exclamou tempestade.

Vespa entrou com violência na rua Delancey, me espremendo entre Tyler e a Porta. Pisou no acelerador e disparamos pela ponte de Williamsburg a oitenta quilômetros por hora ou segundo... Sério, desculpem. Minha cabeça esta doendo de tanto girar.

As três irmãs estavam agora brigando mesmo, estapeando-se, enquanto Ira tentava agarrar a cara de Vespa e Vespa tentava agarrar a de Tempestade. Com os cabelos esvoaçando e a boca aberta, berrando uma com a outra, percebi que nenhuma das irmãs tinha dentes, com exceção de Vespa, que tinha um incisivo amarelo embolorado. Mas realmente, aquilo ali parecia um UFC do Olimpo.

Em vez de olhos, elas tinham apenas pálpebras fechadas e afundadas, com exceção de Ira, que tinha um olho verde injetado que olhava para tudo avidamente, como se nada que visse fosse o bastante. Por fim, Ira, que tinha a vantagem da visão, conseguiu arrancar o dente da boca da irmã Vespa. Isso a deixou tão furiosa que ela deu uma guinada para a beirada da ponte Williamsburg, gritando:

Tyler estava ficando verde ao meu lado.

– DEVOLVA SUA LESMA DESNATURADA!

– UHUUUUUUUUUU! - ah! Esse era Jake, já disse que nunca vou entender esse filho de Ares?

– Ah quem se interessar. - falei. - A GENTE VAI MORRER!

– Relaxe! - gritou Jake. – As Irmãs Cinzentas sabem o que estão fazendo. Elas são muito sábias mesmo.

Estávamos derrapando ao longo da beira de uma ponte, quarenta metros acima do rio East. Tá... Posso colocar aquela corrente de segurança agora?

– A gente sabe das coisas! - Ira arregalou um sorriso de um dente só.

– Todas as ruas de Manhattan! – vangloriou-se Vespa, ainda dando bifa na irmã. – A capital do Nepal!

– O Lugar que você procura. - acrescentou Tempestade. Imediatamente, as irmãs a socaram, uma de cada lado, gritando:

– CALA A BOCA, ELA AINDA NÃO PERGUNTOU!

– O que? Que lugar? Não estou procurando nada... - falei.

– Nada! – disse Tempestade. – Você está certa, menina. Não é nada!

– Diga.

– NÃO! - todas elas gritaram.

– Na última vez que contamos, foi horrível! – disse Tempestade.

– O Olho foi parar em um lago... – concordou Ira.

– Anos para encontrá-lo de novo! – queixou-se Vespa. – E falando nisso... DEVOLVA!

– Não! – berrou Ira.

– ME DÊ O OLHO SUA HIENA TAPADA! - berrou Vespa.

E... Lá vamos nos de novo...

Ela bateu com força nas costas da irmã Ira. Ouviu-se um pop nauseante e algo saiu voando da cara de Ira. Ela começou a apalpar procurando, tentando agarrá-lo, mas só conseguiu rebatê-lo com as costas da mão. O globo verde e viscoso passou voando por cima de seu ombro e veio parar bem no meu colo. Dei um pulo tão alto que minha cabeça atingiu o teto, gemi e o globo ocular saiu rolando.

– Não consigo enxergar! – berraram as três irmãs.

– Dê o olho para mim! – gemeu Vespa.

– Dê o olho para ela! – gritou Jake.

– NÃO ESTA COMIGO CARAMBA! - berrei.

– Ali, perto do seu pé – disse Jake. – Não pise! Pegue!

– Não vou tocar naquilo! - exclamei.

O táxi colidiu com a grade de segurança e arrastou-se por ela com um ruído horrível. O carro inteiro estremeceu, soltando fumaça cinzenta como se fosse se dissolver com o esforço.

– Acho que vou vomitar... - gemeu Tyler.

– Jake deixe Tyler usar sua mochila! - exclamei.

– Tá doida! Nem por Mil dracmas... Agora deixa de ser fresca e dê o olho para ela!

Vespa deu uma puxada violenta no volante e o táxi se afastou da grade. Disparamos pela ponte em direção ao Brooklyn, mais rápido que qualquer táxi humano.

As Irmãs Cinzentas guinchavam, e se esmurravam, e clamavam pelo olho. Por fim, tomei coragem. Arranquei um pedaço da minha camisa desbotada, que já estava se desfazendo por causa de todos os buracos de queimadura, e usei-o para pegar o olho no chão.

– Boa Garota. - disse Ira como se de certo modo soubesse que eu estava com seu olho. – Devolva!

– Não... Enquanto não me explicarem! O que vocês estavam falando, o lugar que eu procuro?

– Não dá tempo! Acelerando! - disse tempestade.

Olhei pela janela. Com certeza, árvores, carros e bairros inteiros passavam ventando, em um borrão cinzento. Já tínhamos saído do Brooklyn e atravessávamos Long Island.

– Megan! - chamou Jake - Estou pedindo, devolva o olho, sem o olho ela não podem encontrar nosso destino.

– Primeiro elas têm de me dizer. Ou então vou abrir a janela e jogar o olho no meio do trânsito. - falei teimosa.

– Não! – gemeram as Irmãs Cinzentas. – É perigoso demais!

– Estou abaixando a Janela... - cantarolei.

– 30, 31, 75,12! – Elas bradaram como um zagueiro de futebol americano cantando a jogada.

– Isso não faz sentido! - exclamei.

– É tudo o que podemos dizer... 30! 31! 75!12! - gemeu Ira. – Agora, devolva-nos o olho! Estamos quase no acampamento!

– Dê o olho a elas agora! - disse Jake em um tom mais urgente.

Decidi não discutir. Joguei o olho no colo de Vespa. A velha o agarrou, empurrou-o para dentro da órbita como alguém que coloca uma lente de contato, e piscou.

– EIAA! - urrou ela.

Ela pisou o freio. O táxi rodopiou quatro ou cinco vezes em uma nuvem de fumaça e guinchou até parar no meio da estrada vicinal na base da Colina Meio-Sangue. Tyler soltou um enorme arroto.

– Melhor agora... - disse ele.

– Agora me digam o que querem dizer aqueles números. - pedi.

– Não temos tempo para isso! - disse Jake me puxando do carro.

Eu ia perguntar por quê, quando ergui os olhos para a Colina Meio-Sangue e entendi. No topo da colina havia um grupo de campistas. E eles estavam sob ataque.

O que os atacava? Uns Primos de segundo grau de um velho amigo meu... Acho que vocês sabem e... É... Parece que tem fogo de novo incluído nisso.



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Notas finais do capítulo

Enfim... ~Jake retardado que nunca foi em uma montanha russa.
~ Megan dando paniquete
e ~ Tyler cover de Tyson passando mal.
Como fui?



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