Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 1
O Ataque dos Canadenses Canibais


Notas iniciais do capítulo

Fala ae povão, ai estão vocês e aqui estou eu. Nem acredito que cheguei até a segunda temporada, isso deve ser bom sinal... Enfim eu cumpri minha promessa por metade da metade da metade. que fiz lá no estige. Vamos ao primeiro capítulo? Vamos?



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Para Wagner



Aonde quer que esteja no Elísio.



Era uma vez... Um mundo dividido pela névoa mágica, um mundo de mortais e imortais, o comum entre esses é que partes dos dois estão sempre de sacanagem com a minha cara... Bom, continuando. Um Mundo onde criaturas "pacificas" e sanguinárias vivem atrás de mim tentando me devorar pela minha espécie... Na Língua dos meio-sangues, nos chamamos isso de "problema"... Era uma vez um mundo aonde viviam criaturas de traseiros um pouco anormais... Onde eu estava mesmo? Ah sim... Eu?




Talvez você se lembre de mim, as pessoas me chamam de Megan, mas este não é o meu nome verdadeiro, o meu nome verdadeiro eu não sei, antes dos meus dez anos de idade eu tive a minha memória apagada. Mas às vezes tenho pequenos flashes chamados "Lembranças perdidas" entre elas, acho que vocês se lembram do Percy, aquele garoto que eu encontrei nas garras do deus da morte no mundo inferior... Lembram? Bom... Se vocês esqueceram e acharam que isso não era importante... Só digo e acho que deve ser importante para ele.




Mas enfim, eu sou uma meio-sangue, ou semideusa, metade deusa e metade mortal, sou uma campista de verão do acampamento meio sangue, mas você deve estar se perguntando aonde eu estou agora, certo?


Meu segundo Lar seria o orfanato Dixon, mas eu não voltei para lá. Acho que em partes vocês sabem o que acontecem com crianças de rua como eu não? Bom, a maioria que não consegue se cuidar, é levada para um orfanato e foi isso que aconteceu, vá em frente, me chame de idiota! Mas eu já fui resgatada pelo meu sátiro e você? Ha! - Essa pergunta não vale para quem não me chamou de idiota.

O colégio Meriwether me adotara em virtude de um projeto de serviço comunitário, para que todos os alunos pudessem se sentir bem consigo mesmos. Mas eu em partes vivo no orfanato St. Ângelus, a maioria das pessoas nesse orfanato não liga muito para mim, eu sou apenas mais uma estranha muda. Já no colégio Meriwether as pessoas me ignoram mais ainda e me tormentam.

Mas o lado bom é que eu não sou a unica adotada nesse projeto. Um garoto que usava jeans esfarrapados, tênis imundos tamanho cinquenta e dois e uma camisa de flanela xadrez esburacada. Tinha o cheiro dos becos de Nova York, porque era lá que vivia, em uma caixa de geladeira de papelão, perto da Rua 72.

Seu nome era Tyler, Tinha um metro e noventa de altura e o físico do Abominável Homem das Neves, mas chorava muito e tinha medo de praticamente tudo, inclusive do próprio reflexo.

Seu rosto era meio disforme e abrutalhado. Não sei dizer de que cor eram seus olhos porque nunca consegui ver além de seus dentes tortos. Sua voz era profunda, mas ele falava de um jeito engraçado, como um menino muito mais jovem.

Eu era praticamente sua única amiga, o que significava que ele era o meu único amigo. E também havia a peste da escola como sempre... O seu nome era Craig Baker, ele não era grande nem forte, mas agia como se fosse...

Ele Tinha olhos de pit bull e um cabelo preto desgrenhado, e sempre vestia roupas caras, mas amarfanhadas, como se quisesse que todo o mundo visse como ele se lixava para o dinheiro da família. Tinha um dente da frente lascado, de uma vez em que pegara o Porsche do pai para dar umas voltas e batera numa placa de DEVAGAR – CRIANÇAS BRINCANDO.

De qualquer jeito, Baker estava dando "cuecão" em todo o mundo, até que cometeu o erro de tentar puxar a cueca do meu amigo Tyler. Tyler entrou em pânico e tentou afastar Baker com um tapa... Um tapinha de nada que levou Baker para a parede do outro lado do pátio.

E é ai que eu entro na cena, sentada nas sombras de uma arvore qualquer esta uma garota de cabelos negros ondulados e olhos verdes. Megan. Eu.

– Monstrengo Maldito! – berrou Baker. – Por que não volta para sua caixa de papelão?

Tyler começou a soluçar, sentou-se no chão com tanta força que tive certeza de que ele tremeu, e Tyler enterrou o rosto nas mãos.

Ergui-me do gramado e me coloquei na frente de Tyler.

– O Monstrengo aqui é você, porque não retira o que disse Baker! - gritei.

– O que você tem com isso, hein? Poderia até ter amigos se não tomasse as dores desse monstrengo. Pelo o que fiquei sabendo... Nem mesmo seus pais quiseram você. - provocou.

Fechei os punhos. Sem pensar empurrei Baker com tanta força que ele foi ao chão. Então seus brutamontes se afastaram, eu estava mais forte desde o treinamento no acampamento.

– Nunca mais... Fale dos meus pais.

Por um momento ele pareceu assustado, pensei em mais alguma coisa para falar, mas ele e seus amigos estavam ocupados demais rindo.

– Ela ficou nervosinha... - ria Craig Baker agora já de pé. - A Verdade dói não é esquisita?

– Sabe o que dói mais? O meu punho na sua cara! - falei em um ataque de raiva.

Ele riu debochado.

– Guarde para a aula de Educação Física, Estranha. - disse ele. - Você já esta morta.

Tive de prometer que compraria um sanduíche extra de manteiga de amendoim para Tyler no almoço, para ele parar de soluçar. Oh, Pobre Homem...

– Eu... Eu sou um monstrengo? – ele me perguntou.

– Não... Eu sou estranha? - perguntei.

– Um pouco... Assusta-me às vezes... Mas você é uma boa estranha, Megan. - disse ele.

Eu ri.

– Obrigada, eu acho...

– Vou sentir saudades de você no ano que vem se... se eu não puder...

A Voz dele Tremeu. Percebi que ele não sabia se no ano seguinte seria novamente convidado para o projeto comunitário. Imaginei se o diretor ao menos teria se dado ao trabalho de conversar com ele sobre isso.

– Relaxa grandão... Vai ficar tudo bem. - tranquilizei.

Quando ele me olhou agradecido foi ai que eu me senti uma verdadeira mentirosa.

Aliás, também havia possibilidade de eu não voltar no ano que vem. Oh! Se havia.


No dia seguinte nossa última aula foi de Educação Física e jogaríamos queimado. E eu tinha a terrível sensação de que algo ia dar errado. Só não pensei na parte de eu estar certa a respeito disso... Até demais.




E eu tinha a impressão de que Baker estava com mais brutamontes do que o normal. Ele estava com cinco e normalmente estava com dois... Ou Três. Eram alunos novos que deviam estar de visita, porque todos usavam aquelas etiquetas idiotas de "OI! MEU NOME É:" entregues na recepção. Também deviam ter um senso de humor meio esquisito, porque todas elas estavam preenchidas com nomes estranhos, como CHUPA-TUTANO, COME-CRÂNIOS E ZÉ-MANÉ. Não existem seres humanos com nomes assim.




– Esses caras vão se mudar para cá no ano que vem – alardeou Baker, como se aquilo devesse me assustar. – Aposto que eles podem pagar a escola, ao contrário de você e seu amiguinho retardado.


– Ele não é retardado. E o que você tem com isso? – perguntei.

– A sorte que me livro de você no próximo ano. – disse ele.

– Querias... – murmurei.

A campainha tocou. Eu e Tyler estávamos saindo da classe, uma voz de menino sussurrou:

– Megan!

Corri os olhos pela área dos vestiários, mas ninguém estava prestando nenhuma atenção a mim. Como se algum menino em Meriwether fosse um dia chamar meu nome. Antes que eu tivesse tempo de avaliar se estava ou não imaginando coisas, uma multidão de adolescentes de treze anos disparou para o ginásio, arrastando-me com ela. Era hora da educação física. O treinador nos prometera um jogo de queimado vale-tudo, e Craig Baker prometera me matar.

O uniforme de ginástica de Meriwether é short azul-celeste e camiseta desbotada. A Sorte é que eu gostava da cor, por isso diferente de outras meninas, eu não tinha problemas em usar aquele uniforme... Depois de tudo o que passei a última coisa que eu deveria me preocupar é com minha roupa ou cabelo.

Quando entramos no ginásio, o treinador Nunley estava sentado à sua mesinha lendo a Sports Illustrated. Nunley tinha cerca de um milhão de anos de idade, usava óculos bifocais e não tinha dentes, e tinha um topete grisalho ensebado.

Lembrava-me de Rachel Elizabeth Dare. – Que por acaso era uma múmia. – Só que Nunley se mexia menos e não soltava fumaça verde pela boca, ou previa o futuro e tal...

Todos os atletas e os garotos mais populares passavam para o lado de Baker. E também o grupo grande de visitantes. Incluindo Callie Evans, que era uma loira oxigenada que não ia muito com a minha cara.

Do meu lado, eu tinha Tyler; Mary Bailer, a nerd de computadores; Raj Mandali, o fenômeno dos cálculos, e meia dúzia de outros que eram sempre atormentados por Baker e sua gangue.

Normalmente, eu me daria bem só com Tyler – ele, sozinho, valia por meio time – mas os visitantes do lado de Baker eram quase tão altos e fortes quanto Tyler, e havia cinco deles. Craig Baker espalhou um engradado de bolas no meio do ginásio.

– Megan, estou com medo. – disse Tyler. – Cheiro engraçado.

Me virei para ele.

– O que tem cheiro engraçado?

– Eles. – ele apontou para a linha de brutamontes.

Os visitantes estavam estalando os dedos e olhando para nós como se fosse à hora do massacre ou do jantar... Isso não me deixou nem um pouco mais calma. Baker soprou o apito do treinador e o jogo começou. O time de Baker correu para a linha de centro. Do meu lado, Raj Man-dali gritou alguma coisa em outra língua, provavelmente: "Preciso de um penico!", e correu para a saída. Mary Bailer tentou engatinhar para trás da forração da parede e se esconder. O restante do time fez o melhor que pôde para se encolher de medo e não ficar parecendo alvo.

Realmente, não tínhamos chance.

– Tyler... A Gente vai... – comecei a falar.

Uma bola me atingiu violentamente na barriga. Eu cai e rolei no meio da quadra. O outro time explodiu em gargalhadas. Minha visão ficou turva. Como se eu tivesse recebido uma bola de boliche e não de queimado. Fiquei de joelhos para levantar.

– Megan! Se abaixe! – gritou Tyler.

Rolei enquanto outra bola passava zunindo por meu ouvido, na velocidade do som. Vuuuuuml Ela atingiu a forração da parede, e Mary Bailer ganiu. Levantei-me.

– Ei! Vocês vão matar alguém assim! – gritei.

O visitante chamado Zé-Mané sorriu para mim de um jeito perverso. De algum modo, ele parecia muito maior agora... Ainda mais alto que Tyler. Seus bíceps se destacavam embaixo da camiseta.

– A Ideia é essa, Filha do Mar...

Opa! 50% das coisas que me chamam assim são deuses que querem me matar, e os outros 50% são... O que Tyler disse sobre eles? Cheiro Engraçado?... Monstros.

Oh-Oh, isso é verdadeiramente um problema.

Em volta de Craig Baker, os visitantes estavam ficando maiores. Não eram mais garotos. Eram gigantes de dois metros e meio de altura, com olhos selvagens, dentes pontudos e braços peludos, tatuados com cobras, dançarinas havaianas e corações.

– Vocês não são de Detroid... Quem... – gaguejava Craig Baker.

Os outros garotos do time começaram a gritar e a recuar para saída, mas o gigante chamado Chupa-Tutano lançou uma bola com pontaria certeira. Ela passou como um raio por Raj Mandali quando ele estava quase saindo e atingiu a porta, fechando-a como num passe de mágica. Raj e alguns dos outros garotos a esmurraram, desesperados, mas ela não cedeu.

– Liberte eles! – gritei.

O que se chamava Zé-Mané rosnou para mim. Tinha uma tatuagem no bíceps que dizia: ZM ama Fofinha. Eu acharia isso fofo... MAS PRECISO DIZER POR QUE NÃO ACHEI?

– E perder os nossos petiscos? Não, Filha do Mar. Nós, lestrigões, não estamos jogando só para matá-la. Queremos almoçar! – rugia ele.

Lesmões?

Ele acenou e um novo lote de bolas de queimado apareceu na linha de centro – mas aquelas não eram feitas de borracha vermelha. Eram de bronze, do tamanho de balas de canhão, perfuradas, com fogo saindo dos buracos. Deviam ser muito quentes, mas os gigantes as pegavam com as mãos nuas.

– Treinador! – gritei.

Nunley ergueu os olhos, sonolento, mas, se viu algo de anormal no jogo de queimado, não demonstrou. Esse é o problema com os mortais. Uma força mágica chamada Névoa disfarça a seus olhos a verdadeira aparência dos monstros e dos deuses, e assim eles tendem a ver apenas o que conseguem compreender.

Talvez o treinador tivesse visto alguns garotos da oitava série batendo nas crianças menores, como de costume. De qualquer modo, eu tinha certeza de que ninguém mais se dava conta de que estávamos lidando com genuínos monstros comedores de gente e Canibais sedentos de sangue.

– Sim. Hmm-mmm – resmungou o treinador. – Joguem direito.

Ah eles estão... Treinador... Tão jogando “Direito” em mim!

O gigante chamado Come-Crânios lançou a bola. Mergulhei de lado enquanto o cometa de bronze chamejante passava junto ao meu ombro.

– Mary! – gritei.

Tyler a puxou de trás da forração da parede bem no momento em que a bola explodiu contra ela, transformando o acolchoado em farrapos fumegantes.

– Rápido! A Outra saída! – guiei-os.

Eles correram para o vestiário, mas outro aceno da mão de Zé-Mané fez bater aquela porta também.

– Ninguém sai ou entra se você não estiver fora... E Você não estará fora enquanto não os comermos! – disse Zé Mané.

– Você realmente esta levando esse jogo a sério... – falei.

Ele lançou sua bola de fogo. Meus companheiros de time se espalharam enquanto ela abria uma cratera no piso do ginásio. Procurei por Anklusmos, minha espada-caneta, mas tinha um problema... Assim... Nada importante como...

EU NÃO TINHA BOLSOS!

Anaklusmos estava enfiada no bolso da calça jeans, dentro do armário no vestiário. E a porta do vestiário estava trancada. Eu estava completamente indefesa. Outra bola de fogo veio como um raio em minha direção. Tyler me empurrou para fora do caminho, mas a explosão ainda me atirou longe. Fiquei esparramada no chão do ginásio, com a vista embaçada pela fumaça, e uma tira de tecido ficou pendendo a cair da camisa desbotada.

Logo depois da linha de centro, dois gigantes famintos me olhavam de cima.

– Carne de meio-sangue! Para o almoço. – gritou um deles.

– Megan precisa de ajuda! – gritou Tyler.

E Ele pulou na minha frente bem no momento em que eles lançaram suas bolas.

– NÃO! – berrei.

As duas bolas o atingiram... Mas, não... Ele as agarrou. Ele tinha agarrado as duas bolas chamejantes de metal que vinham em sua direção a um zilhão de quilômetros por hora. Ele as atirou de volta para seus donos surpresos, que gritaram "AAAAAARGH!" quando as esferas de bronze explodiram contra seus peitos.

Os gigantes se desintegraram em colunas gêmeas de chamas – um sinal seguro de que eram monstros, certo. Monstros não morrem. Simplesmente se dissipam em fumaça e pó, o que poupa aos heróis um bocado de trabalho de limpeza depois de uma luta.

– Você vai pagar por tê-los destruído! – gritou Zé-Mane.

– Espera! – gritei.

Outro cometa disparou em nossa direção. Tyler só teve tempo de desviá-lo com um tapa. Passou voando por cima da cabeça do treinador Nunley e aterrissou na arquibancada com um imenso CABUUUUM! Crianças corriam de um lado para o outro gritando, tentando evitar as crateras fumegantes no piso.

O treinador Nunley ainda não via nada. Deu uma batidinha em seu aparelho de surdez, como se as explosões estivessem causando interferência, mas não desviou os olhos da revista. Certamente a escola inteira podia ouvir o barulho. O diretor, a polícia, alguém iria nos ajudar.

– A Vitoria será nossa! Vamos nos banquetear com seus ossos! Filha de Poseidon! – gritou Zé-mané.

– Realmente... – gemi. – Os Monstros me amam não é?

Ele e os três gigantes nos lançaram mais bolas.

Tyler não poderia desviar todas aquelas bolas ao mesmo tempo. Suas mãos deviam estar com queimaduras sérias por ter bloqueado a primeira saraivada. Sem a minha espada... Trim! Que horas são?

Hora das Ideias Suicidas da Megan.

– Com Licença! – gritei para o meu time, mas ninguém fez nada, estavam paralisados de medo, então eu berrei. – SAIAM DA FRENTE CARAMBA! TÁ VENDO QUE EU QUERO PASSAR NÃO?

Explosões atrás de mim. Tyler rebatera duas das bolas a seus donos e os fizera explodir em cinzas. Restavam dois gigantes em pé. Uma terceira bola veio voando diretamente para mim. Eu me forcei a esperar – um, dois, três – e então me atirei para o lado, enquanto a esfera chamejante demolia a porta do vestiário. A Bola chamejante zuniu e explodiu tipo...

ZIIIIIMMMM... BUUUUUUUUM!

A parede explodiu. Portas de armários, meias, suportes atléticos e vários outros apetrechos pessoais fedorentos choveram por todo o ginásio.

Virei-me bem a tempo de ver Tyler dar um soco na cara do Come-Crânios. O gigante desmoronou. Mas o último gigante, Zé-Mané, esperto, continuava segurando sua bola, esperando uma oportunidade. Ele a lançou justamente quando Tyler se virava para ele.

– Não! – gritei.

A bola atingiu Tyler bem no peito. Ele deslizou por toda a extensão da quadra e bateu na parede do fundo, que rachou. Parte desmoronou em cima dele, abrindo um buraco que dava direto para a Rua Church. Não entendia como Tyler ainda podia estar vivo, mas ele parecia apenas atordoado com varias estrelinhas voando em volta da sua cabeça. A bola de bronze fumegava a seus pés. Tyler tentou pegá-la, mas caiu para trás, aturdido, em uma pilha de blocos de concreto.

– Tyler! – berrei.

– Sou o último de pé! Vou ter carne suficiente para levar uma quentinha para Fofinha! – disse Zé-Mané vitorioso.

Definitivamente... EU. ODEIO. EDUCAÇÃO. FÍSICA.

Ele pegou outra bola e mirou Tyler.

– Não! – me coloquei na frente de Tyler. – Você quer a mim!

– Quer morrer primeiro, heroinazinha? Bom... Que assim seja.

Eu precisava fazer alguma coisa. Anaklusmos devia estar por ali, em algum lugar. Então avistei meus jeans em uma pilha fumegante de roupas bem aos pés do gigante. Se eu ao menos conseguisse chegar lá... Sabia que era inútil, mas mesmo assim investi. O gigante riu.

No meio do caminho ele lançou sua penúltima bola, que passou raspando, eu cai e escorreguei bem na sua frente. Eu. Ia. Morrer.

Ele ergueu o braço para lançar. Eu me preparei para morrer. De repente o corpo do gigante enrijeceu-se. Sua expressão mudou de triunfante para surpresa. Bem no lugar onde deveria estar seu umbigo, a camiseta se rasgou e surgiu ali algo como um chifre – não, um chifre não: a ponta brilhante de uma lâmina.

– Maldade... – gemeu ele e explodiu numa nuvem de chamas verdes.

Atrás das chamas estava com seu sabre celestial. Jake Turne, meu amigo filho de Ares.

Seu rosto estava sujo e arranhado. Carregava uma mochila esfarrapada pendurada no ombro, O Casaco que o deixava invisível estava em suas costas. Um olhar selvagem nos olhos negros, como se fantasmas o tivessem perseguido por mil quilômetros.

Craig Baker apontou para Jake.

– Onde... O que... Quem...

– Então... – disse Jake. – É você que esta atormentando minha amiga?

Craig recuou, mas Jake deu um soco bem dado no nariz de Baker.

O ginásio estava em chamas. Crianças ainda corriam de um lado para o outro, gritando. Ouvi sirenes que uivavam e uma voz distorcida no alto-falante. Através das janelas de vidro nas portas de saída pude ver o diretor, Sr. Bonsai, brigando com a fechadura, e uma multidão de professores amontoada atrás dele.

– Belo soco. – falei enquanto ele me ajudava a levantar. – Desde quando?

– A Manhã toda. – ele guardou o sabre no bolso. – Porque que quando tem algo pegando fogo... Você sempre esta por perto?

Não respondi.

– Tyler... – me virei me dando conta de que ele ainda existia.

A Postura de Jake enrijeceu.

– Ah... Esse. – disse ele.

– O que quer dizer? – perguntei.

– Me encontre lá fora... Melhor levar seu amiguinho ai também. – disse ele.

Ele colocou o capuz e desapareceu. Com isso, fiquei sozinha no meio do ginásio em chamas, quando o diretor investiu para dentro com metade do corpo docente e dois policiais.

– Megan? O que raios... – era o Sr. Bonsai.

– Ferro... – murmurei.

Fui até Tyler e o arrastei junto pelo buraco na parede.

Mas é... Nada melhor do que ser atacada por gigantes brutamontes sedentos de sangue e canibais por carne humana para começar uma nova temporada...











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