Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 13
Jake - Mais que Algas na Cabeça


Notas iniciais do capítulo

Voltei semideuses, enfim, desculpem o atraso, vamos dizer que eu estava em uma missão beleza :) e ainda bem que acabou, achei que nunca fosse postar este capítulo a tempo.

Mas agora estou de volta ao Acampamento, e é meu último dia aqui... T.T amanha voltarei ao mundo dos mortais e dever de casa... agora vcs perguntam como estou no computador? Bom, Quiron tem um e eu ameacei contar pra todo mundo q ele usa Bobes e... Esquecem, pois estou quebrando minha promessa agora. Então SHH!

*Jake narra este capítulo... mais um Cabeça de Javali virando roedor, mas será que ele tão esperto com a benção, cairá nessa?



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A Tal de Hylla levou Megan para sei lá aonde, e eu fiquei aqui ao lado da maluca da C.C. Megan parecia meio desconfiada o tempo todo, mas eu realmente não queria ficar, quer dizer... Spa? Eu nunca fui em um, mas depois de ver o que eles fizeram com aquelas mulheres com pasta verde na cara... Não fiquei muito animado para isso.

Depois que Megan se foi, C.C. pegou meu braço e me colocou na frente da parede de espelhos.

- Enfim Jake, O que você vê? - perguntou C.C.

Franzi o cenho. Odiava pensar na minha aparência, filhos de Ares não são muito vaidosos. Quando a minha mãe era uma mãe de verdade ela vivia tentando me mudar, as minhas roupas não eram legais, e eu realmente gostaria de não ter espinhas, ou uma marca delas na minha testa. Lembrando daqueles tempos me senti depressivo, quis esmurrar aquele espelho na hora, mas C.C. disse:

- Vamos, Vamos... E se tentarmos algo assim?

Ela bateu palmas uma vez e uma cortina azul desceu como um passe de mágica.

- E agora? - perguntou. - O que você vê?

O que eu vejo? O que eu deveria ver? Um pano azul, oras! Mas não foi isso que eu vi... Um reflexo, mas... Não o meu reflexo e sim o de um Jake Turner melhorado e mais confiante. Eu vi a mim com as roupas certas, um sorriso confiante no rosto, nenhuma marca de espinha... Um Eu perfeito.

- Que tal? - perguntou C.C.

- Isso... É... Uau.

Mas o pensamento seguinte me deu um frio na espinha, eu realmente queria aquilo? Quer dizer, eu sou um filho de Ares e filhos de Ares não ligam para aparência. Você é quem você é e como você é e ninguém lá liga para isso e essa é uma das melhores coisas que o chalé 5 tem... Disse a Clarisse um dia: "Boa Aparência não te ajuda em batalhas."

- Você quer assim? - perguntou C.C. - Ou eu deveria tentar fazer diferente?

Não respondi, o que eu disse antes? "Como um passe de mágica"... Mágica... Será que a Cabeça de Alga poderia estar certa em desconfiar? Vejamos, estou no Mar de Monstros em um Spa e tem uma maluca tentando me "ajudar"... Estamos em perigo? Deveria me preocupar?

- Bem... - comecei. - Não precisa disso Senhora C.C. eu estou bem do jeito que sou.

C.C. nem estava mais do meu lado, ela estava no seu bar enchendo um copo de água, ela bebericou a água e depois se virou para mim.

- Eu vejo a verdade em seus olhos, Jake Turner. - disse ela.

Epa... Não lembro de ter dito o meu sobrenome.

Ela rasgou um envelope de mistura para refresco e despejou um pouco de pó vermelho. A mistura começou a brilhar. Depois que o brilho se extinguiu, a bebida parecia um milk-shake de morango.

- Admita! - exclamou ela.

Recuei, os porquinhos-da-índia se agitaram mais.

- Eu... É...

- Admita logo, Filho de Ares... - agora, eu tinha completa certeza de que isso não era normal.

- Não entendo...

Na hora em que abri a boca ela enfiou o liquido no copo para minha boca, a coisa entrou pelo meu nariz de tanto que ela forçou,  de inicio não senti nada. Depois veio sensação calorosa se espalhou pelas minhas entranhas: agradável de início, depois dolorosamente quente, escaldante, como se a mistura estivesse fervendo dentro de mim.

- O que você fez?! - exclamei.

- Oh... Nada que a Madame C.C. não possa resolver. - se gabou.

A Cortina azul caiu e eu vi a mim mesmo, mas algo estava errado, minhas mãos murchavam e se esticavam enquanto cresciam garras compridas e delicadas, pelos brotavam nos braços, pernas, rosto... E outros lugares... Minhas roupas pareciam grandes demais, não... Eu estava diminuindo? Talvez pois C.C. estava ficando mais alta que eu (O que ela não é...Claro.) De repente meus dentes pesavam na minha boca. Tudo ficou escuro, eu estava em uma caverna de pano, minha camisa! Tentei fugir, mas duas mãos geladas me agarraram.

Queria jogar uma boa dose de palavrões gregos para C.C. mas tudo que saiu da minha pequena boca foi:

- iik, iik, iik! 

As mãos gigantes me espremeram pelo tronco, me erguendo no ar. Eu me debati e esperneei com pernas e braços que pareciam muito curtos e grossos, e então eu estava olhando, aterrorizado, para a enorme cara de C.C...

C.C... Circe! Oh deuses, o que eu fiz para merecer isso? 

- Perfeitamente Perfeito! - exclamou ela. Eu me contorci, alarmado, mas ela apenas me apertou mais em volta da barriga peluda. - Vê Jake? Apenas libertou seu verdadeiro eu!

Ela me segurou diante do espelho, e o que vi me fez gritar de terror.

 liik, iiik, iiik!

Ali estava a feiticeira, linda e sorrindo, segurando uma criatura dentuça, de garras pequeninas e pelagem branca e preta. Quando me torci, a criatura peluda no espelho fez o mesmo. Eu era... eu era...

- Um porquinho-da-índia! - disse ela. - Não é fofo? Os homens são porcos, Jake Turner. Eu costumava transformá-los em porcos de verdade, mas eles eram tão fedidos e grandes, e difíceis de manter... Porquinhos-da-índia são muito mais convenientes! Agora venha, e conheça os outros...

Tentei arranha-la protestando "iik!" mas tudo o que ela fez foi me apertar mais, quase desmaiei.

– Nada disso, pequenino – repreendeu ela – senão vou oferecê-lo às corujas. Entre na gaiola como um bom animalzinho. Amanhã, se você se comportar, poderá ir embora. Há sempre uma sala de aula precisando de um novo porquinho-da-índia.

Ela ria da minha indefesa, minha cabeça estava tão disparada quanto meu coraçãozinho. Precisava voltar até as minhas roupas, que estavam amontoadas no chão. Mas e ai? Eu não conseguiria sacar o meu sabre com essas mãozinhas malditas e fofas...

Eu me contorci, indefeso, enquanto C.C. me levava para a gaiola de porquinhos-da-índia e abria a porta de arame e me jogava lá dentro fechando a grade branca e roída provavelmente pelos "outros".

- Agora veja, Jake Turner. - disse a Bruxa má do oeste. - Eles nunca serão bons animaizinhos de sala de aula, mas podem lhe ensinar algo sobre boas maneiras. A maior parte já está nessa gaiola há trezentos anos. Se não quiser ficar com eles para sempre, aconselho que você...

A Voz de Megan a calou.

- Senhorita C.C.? - era a Megan, mas... Não!

Guinchei e arranhei as barras, mas não adiantava nada. Fiquei olhando enquanto C.C. chutava depressa minhas roupas para baixo do tear bem no momento em que Megan adentrava na sala. 

Megan usava um vestido de magas parecido com o de Circe, mas este era Branco e... Ficava até bonito nela e... Estou prevendo que vou ser zoado nos comentários... (Lay : Oh! Vai...) O Cabelo preto e lavado estava preso em uma trança espinha de peixe (Combina com ela... Literalmente falando.), e havia uma mecha azul em seu cabelo e fios de ouro pela sua trança que se destacavam na escuridão, sua franja estava bem feita e ela usava maquiagem...

Estava bonita, até eu tenho que admitir, mas aquela não era a Megan. Mas bonita, bonita à beça. Eu fiquei até sem fala, admito... Como se eu pudesse dizer algo além de "iiik, iik!". Eu  assistia tudo como um telespectador. Megan franzia a testa e perguntou:

- Cadê Jake?

Eu guinchei uma tempestade, mas ela pareceu não me ouvir. C.C. sorriu.

 Ele está passando por um dos nossos tratamentos, minha querida. Não se preocupe. Você está maravilhosa! 

- É... Eu realmente gostei dessa mecha. - disse ela passando a mão pelo cabelo. - E esse lugar... Incrível!

Circe sorriu para ela.

- De fato é sim. - disse ela. - Aqui minha querida você pode ser importante, ser o que você quiser ser. me diga... O que você quer ser Megan?

- Eu... Nunca pensei nisso. - pelo visto era só a aparência que estava diferente... - Eu gosto de esgrima e...

A Feiticeira bufou.

Você, minha querida, tem tudo o que é preciso para ser uma feiticeira. Como eu. Talento desperdiçado.

Megan recuou devagar.

- F-Feiticeira? - gaguejou.

- Sim! - exclamou Circe. - Eu sou Circe. Minha mãe é Hécate, a deusa da mágica. E você deve ser filha de Poseidon... Mas tem tudo o que eu não esperava de uma.

- O que quer dizer? - perguntou Megan parecendo ofendida, acho quer ela não reconheceu um elogio. Mas Circe acabou de ofender todas as cabeças de alga. (Lay : Não mexe com meus irmãos não!)

- Você é especial, Megan.  - disse Circe. - Não somos muito diferentes... Nenhuma de nós precisa ficar à sombra de homens. Se ficar comigo pode ser imortal! Pode ter Poder!

- Desculpe... Eu... Não entendi. - disse Megan. - Eu... Preciso pensar...

Nesse meio-tempo, os outros porquinhos-da-índia estavam saindo de sua casinha para me examinar. Não imaginava que porquinhos-da-índia pudessem parecer maus, mas aqueles pareciam. Havia meia dúzia, com o pelo sujo, dentes rachados e olhos redondos e vermelhos. Estavam cobertos de serragem e o cheiro era de quem realmente estava ali havia trezentos anos, sem que ninguém limpasse a gaiola.

– Pode fazer mais do que apostar naquele acampamento bobo de heróis. Quantas grandes mulheres heroínas meio-sangue você pode citar?

Megan pareceu pensar.

- Você sabe quem sou não é? - perguntou mesmo. - Se há heroínas desse tipo, eu não sei.

– O único caminho das mulheres para o poder é a feitiçaria. Medeia, Calipso, essas eram mulheres poderosas! E eu, é claro. A maior de todas. 

Megan recuou mais.

- Não tema. - disse Circe. - Eu quero apenas te ajudar.

- O que fez com Jake? - perguntou Megan. - O que fez com meu amigo?

– Só o ajudei a concretizar sua verdadeira forma.

Megan finalmente viu a gaiola, ela deu um risinho de canto... DO QUE ELA ESTAVA RINDO? ISSO AQUI NÃO É NADA ENGRAÇADO!

Mas Circe ignorou. 

Esqueça-o – disse Circe. – Junte-se a mim e aprenda os caminhos da feitiçaria. Você pode ser importante.

Megan tinha uma expressão sonhadora no rosto, mas ainda olhava para mim. Absolutamente avoada.

– Só... preciso de um minuto. Para dizer adeus.

– É claro, minha querida – arrulhou Circe. – Um minuto. Ah!... e para que você tenha privacidade absoluta... – Ela acenou a mão e barras de ferro desceram nas janelas. Saiu da sala e ouvi as trancas da porta se fecharem atrás dela.

O Ar sonhador derreteu-se do rosto de Megan, ela suspirou irritada e correu até a gaiola.

- Certo... Qual de vocês é o Jake? - perguntou ela.

Eu guinchei, mas todos os outros porquinhos-da-índia também guincharam ao mesmo tempo.

Megan parecia em pânico, uma luz se acendeu em seus olhos, ela mexeu no bolso do vestido e retirou de lá as pílulas de Hermes...

Tive vontade de gritar para ela que aquele não era o momento para tomar suplementos! Ela tinha que sacar Anaklusmos nessas horas... Vida de porquinho-da-índia não é fácil mesmo.

 Ela jogou uma pastilha de limão na boca no momento em que a porta se abriu e Circe voltou, a seu lado duas das assistentes de tailleur.

- Nossa! Como um minuto passa rápido! - disse Circe. - Qual é sua resposta, minha querida?

- Bem... - Megan parecia pensativa por um instante, então ela tirou a caneta de trás da orelha e destampou, em suas mãos estava Anaklusmos.

A feiticeira deu um passo atrás, mas sua surpresa logo passou. Olhou-a com desprezo.

- Pense bem no que esta fazendo, querida. - disse Circe. - Nenhum lâmina pode contra a minha mágica.

- Tenho certeza que sim. - disse Megan. - Mas eu sou do tipo que acredita vendo.

Circe olhou para as assistentes atrás dela, que sorriram. Elas ergueram as mãos como se estivessem se preparando para lançar um feitiço.

- Que desperdício!

Os outros porquinhos-da-índia guincharam aterrorizados e correram pela gaiola. Meu impulso foi entrar em pânico e me esconder também, mas tinha de pensar em alguma coisa... Mas o que eu poderia fazer?!

- Como será a transformação de Megan? - perguntou-se Circe. - Algo pequeno e mal-humorado. Já sei... um musaranho!

Chamas azuis se contorceram dos dedos da feiticeiras e se enroscavam como serpentes em Megan. Eu fiquei olhando, horrorizado, mas nada aconteceu. Megan ainda era Megan, ela bocejou:

- Já terminou? - perguntou a Cabeça de alga.

Eu estava completamente confuso. Megan apontou a ponta da espada para a garganta de Circe.

- Agora vou lhe dar uma sugestão. - disse Megan. - Que tal me transformar em uma Pantera que esta com as garras na sua presa? Traga Jake de volta!

- Como você... - gemia a feiticeira.

Megan ergueu meu frasco de vitaminas para a feiticeira ver. Circe uivou de frustração.

- Maldito seja Hermes! Essas pílulas malditas nada farão por você!

- Acabou bruxa. - disse Megan. - Traga Jake de volta!

– Eu não posso!

 As assistentes de Circe avançaram um passo, mas sua senhora disse:

– Recuem! Ela é imune à mágica até que passe o efeito daquela maldita vitamina.

Megan arrastou Circe até a gaiola dos porquinhos-da-índia, derrubou a parte de cima e despejou o restante das pastilhas lá dentro.

- Não! Você não entende! - gemeu Circe. - Aqueles são os piores!

- Bom saber. - disse Megan.

Eu fui o primeiro a conseguir uma vitamina, mas todos os outros porquinhos-da-índia também quiseram experimentar o novo alimento, primeiramente eu senti que estava pegando fogo por dentro,  roí a pílula até que não parecesse mais tão enorme, eu fui esticando e esticando junto com os outros caras, então BUM! a gaiola explodiu... 

Eu estava de joelhos no chão, de volta com as minhas roupas. - Obrigado deuses... - com seis outros caras que pareciam todos desorientados, piscando e sacudindo a serragem dos cabelos.

Um dos homens se pôs em pé – um cara enorme, com uma barba comprida e emaranhada e negra, e dentes da mesma cor. Usava roupas que não combinavam, de lã e couro, botas até os joelhos e um chapéu de feltro mole. Os outros homens estavam vestidos de maneira mais simples – calções amarrados abaixo do joelho e camisas brancas manchadas. Todos estavam descalços.

- Arrrrgh! - rugiu ele. - O que a bruxa velha fez comigo?!

– Não! – gemeu Circe.

- Obrigado garotinha... - ele disse para Megan. - Eu sou Edward Teach, filho de Ares, mas a maioria me chama de Barba-negra! E aquela é a feiticeira que nos capturou, rapazes. Acabem com ela, e depois quero arranjar uma grande tigela de aipo para mim. Arggggh!

- Suave, Suave. - disse Megan. - Então... - ela libertou Circe. - Deixo ela com vocês, Cabeças-de-Javalis.

Circe gritou. Ela e suas assistentes saíram correndo da sala, perseguidas pelos piratas. Megan tampou Anaklusmos e colocou atrás da orelha de volta, ela me ajudou a levantar e depois desfez a trança se livrando dos fios de ouro, mas a mecha continuava ali.

- Eu disse que realmente gostei dessa mecha. - disse ela.

- Eu... Sinto muito. - falei hesitando.

Então ela fez uma das coisas que eu realmente não esperava, Megan me abraçou, e forte, eu realmente não pensei que ela tinha tanta força assim, para uma garota... Ou uma filha de Poseidon. (Lay e as Girls do chalé 3: EI!) Antes que eu pudesse pensar em um jeito de me desculpar por ter sido tão idiota, ela se afastou com a mesma velocidade.

Não sei qual de nos estava mais vermelho.

– Estou feliz por você não ser mas um porquinho-da-índia. - disse ela. - Como eu ia lutar com você na esgrima?

Eu ri.

- É... Idem. - falei. - Obrigado, alias... É assim que dizem?

Megan revirou os olhos.

- Vamos Cabeça-de-Javali, temos um menino-jegue para salvar.

Corremos colina abaixo pelos terraços, passando por funcionárias do spa aos berros e piratas saqueando o resort. Os homens do Barba-Negra quebraram as tochas polinésias do luau, jogaram emplastros de ervas na piscina e chutaram mesas com toalhas de sauna. Imaginei Ares vendo aquilo e pensando "Esse é o meu garoto!" é um pouco bizarro... Pais normais não diriam isso, mas fazer o que!

Assim que chegamos no cais. Perguntei:

- Qual navio?

- Eu que sei? - perguntou Megan.

- A Filha de Poseidon aqui não sou eu!

Olhei em volta atordoado. Não podíamos pegar nosso velho bote a remo. Tínhamos de escapar da ilha depressa, mas o que mais poderíamos usar? Megan olhava ao redor, sem saber o que estávamos procurando, então ela apontou.

- Ali! - ela me puxou. - Posso faze-lo funcionar!

- O que?! Esta louca?

- Confia em mim? - perguntou ela me encarando.

- Não... Eu tenho escolha?

- Não.

Então ela me arrastou para o navio de três mastros. Pintado na proa estava o nome que eu só iria decifrar mais tarde: Vingança da Rainha Ana.

– Argggh! – berrou Barba-Negra em algum lugar atrás de nós. – Aqueles patifes estão tomando meu navio! Peguem-nos, rapazes!

- Não vamos zapar a tempo! - exclamei. - Estamos mortos!

Mas Megan me ignorou. Ela olhou em volta para o impossível emaranhado de velas e cordas. 

- Tem que ter um jeito... - ela andou mais para o centro do navio e foi para a frente se agarrando na amurada.

O navio estava em ótimas condições para seus trezentos anos, mas mesmo uma tripulação de cinquenta homens levaria várias horas para colocá-lo em movimento. Não tínhamos várias horas. Eu podia ver os piratas correndo escadas abaixo, agitando tochas e talos de aipo.

- Megan!

Ela estava dormindo? Por que não me respondia.

Eu ainda ouvia os gritos, eles estavam bem perto, não tínhamos mais tempo, então eu ouvi Megan gritar:

- MASTRODAMEZENA!  

Olhei para ela como se fosse louca, de inicio nada aconteceu. mas no segundo seguinte o ar se encheu com o assobio das cordas sendo bruscamente esticadas, o barulho de lonas se desfraldando e polias de madeira rangendo. Eu desviei uma vez quando um cabo voou por cima da minha cabeça.

Eu estava sem fala, Megan estava de braços erguidos e o navio todo parecia ao comando dela. O Leme virou, Vingança da Rainha Ana afastou-se do cais numa guinada, cambaleei com o movimento do navio.

Deixamos a ilha de Circe invadida pelos piratas a seguir, sem saber o que vinha, estávamos seguindo em pleno Mar de Monstros.


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Notas finais do capítulo

Então? Como eu fui?



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