O Pesadelo de Mil e Uma Noites. escrita por Lis


Capítulo 1
O Começo.


Notas iniciais do capítulo

Tem momentos clichês? Caguei. Não ligo. To nem aí. Fim.



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Se eu sou uma garota problemática? Sim, eu sou.
Bom, deixe eu me apresentar, me chamo Ramona Montgomery, tenho 16 anos, sou meio baixinha, com cabelos ruivos, que agora pintei de azul, que chegavam até quase a metade das minhas costas, mas eu cortei no ombro. Por que eu sou uma garota problemática? Eu tenho problemas pra controlar minha raiva, e distúrbios meio... Psicóticos, depressão, ficha na polícia, e mais um monte de ''problemas'' pros quais eu não dou a mínima.
Vamos ao que interessa, me mudei para uma nova escola meses atrás, até agora, fiz apenas uma amiga, Rose, ela é totalmente o contrário de mim, está sempre feliz, sorridente, só veste rosa, escuta coisas como Justin Bieber, One Direction, Demi Lovato, bom, sem preconceito, só digo que não gosto disso, prefiro punk rock, screamo ou coisas do tipo. As outras pessoas estão sempre tão felizes, por que só eu nunca estou? Por que só eu estou sempre entrando em confusão? Deuses, como eu queria minhas respostas!
–Rammy, vou dar uma festa hoje a noite lá em casa, quer ir?
–Olha pra minha cara de quem quer ir em festas, Rose...
–Meu irmão não está em casa, pode ficar no quarto dele jogando video-game.
–Então fechou, que horas apareço lá?
–19h30. E, pode levar salgadinhos, refrigerantes...?
–Sabe que posso. Estou indo pra casa, até mais.
–Até.
Mesmo eu detestando sair de casa, ficar num quarto jogando video-game a noite toda não era má ideia, não que eu fosse diferente na minha casa, mas os games do irmão dela eram melhores.
Deu 19h35 e eu estava a caminho da casa de Rose, quando ia entrar, fiquei parada na calçada alguns instantes, olhando para aquelas... Aquelas... Garotas, entrando na casa dela. Minha cabeça quase explodiu em chamas, não sei por que, mas não suporto elas. Enfim, entrei na casa, entreguei a Rose as bebidas e comidas, e subi para o quarto. Fiquei jogando por aproximadamente uma hora, quando desci pra buscar um refrigerante.Argh, sério? Com tantas pessoas na festa, justo "ela" tinha que estar lá? Isso mesmo, Janneth, a abelha rainha do colégio. Me aproximei das bebidas e peguei um copo, enchi ele com refrigerante e fui subir as escadas, de volta ao quarto. Porém no caminho, alguém, que eu tenho certeza ter sido a Janneth, colocou seu pé na minha frente, fazendo eu derramar o líquido na minha blusa. Subi as escadas correndo, sem olhar para trás, e entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim. Aquele quarto tinha um banheiro, e entrei lá para tirar minha blusa e secá-la; quando ela estava quase seca, alguém, bruscamente abriu a porta do banheiro. Era o irmão de Rose, Ash. Ash tem 17 anos, cabelos negros compridos, olhos azuis como o céu, e um sorriso que me deixava paralisada, até claro, eu perceber que estava sem camisa, e ficar vermelha como uma pimenta.

–Ai meu... O que você...
–Mesmo sendo seu quarto, ainda seria educado bater, já que as luzes estavam acesas, e o video-game ligado.
Disse isso no tom mais sarcástico que pude, Virada de costas para ele, mas claro, ele sendo mais alto, não acho que tenha adiantado algo.
–Vejo que sua camiseta está bem... Molhada.
–Ah, sério? Nem tinha percebido... -revirei os olhos
–Haha, idiota, isso aqui não vai secar tão rápido. Venha, eu devo ter alguma camiseta velha que lhe sirva. -Ash riu.
Ele puxou meu braço pra fora do banheiro, sabe, mesmo sendo gentil da parte dele, ainda era humilhante para mim.

Ele olhou algumas gavetas e cabides, até encontrar uma camiseta bem velha, com as mangas rasgadas.
–Pelo menos me diga que conhece a banda.
–Claro que conheço. -Eu estava começando a me irritar com ele- Bring Me The Horizon, tenho alguns cd's deles...
–Ah... Então você tem bom gosto musical, né tampinha?
Ele falando dessa maneira, era irritante, mas sexy.
–Enfim... Quer jogar mais um pouco de video-game? -Ash se sentou na cama, e colocou a mão ao seu lado, indicando onde eu poderia me sentar.
–Ah, pode ser.-Me sentei ao seu lado.
Nós jogamos quase a noite toda, e sempre que eu perdia, eu me irritava um pouco, mas ter ele ao meu lado, parece que me acalmava. Eu só não sei se isso é bom ou ruim.
–Eu vou lá em baixo comer alguma coisa, quer algo? -Ele se levantou e abriu a porta.
–Não, obrigada.
Ele desceu, nesse meio tempo eu fiquei parada com cara de boba, assim que ele voltou, sentou na cama e me deu um tapinha na cabeça.
–Eu peguei chocolates, tem certeza que não quer?
– Hm... Tanto faz, pode ser.
Me senti uma completa idiota, pois assim que eu fui pegar o chocolate da mão dele, ele desviou, e ficou fazendo isso, até eu "sem querer" derrubar ele na cama e pegar o chocolate. Algo que nem eu nem ele tínhamos percebido, é que eu estava em cima dele, eu nem tinha me tocado, pois estávamos ocupados morrendo de rir, mas, fomos despertados por um flash de luz branca.
–Ai meu Deus! Isso vai ser um babado e tanto! Imagina quando toda a escola souber disso! -Uma garota loira entrou no quarto, e tirou uma foto nossa.
E foi nesse momento que nós percebemos a posição que estávamos.
–Amber! Calma, isso foi só um mal entendido, não era para parecer que nós estávamos...
–Não importa, o que importa é o que parece ser. E, em quem as pessoas vão acreditar, numa foto que mostra o que aconteceu, ou em dois babacas que não sabem nem conversar direito? Pois é... Tenho que mostrar isso agora para Janneth.
Eu estava fervendo de raiva, não me aguentei, corri atrás dela, e quase a fiz rolar escada a baixo, se claro, ela não tivesse sido mais rápida, mas como sempre, eu cheguei tarde demais, Janneth e as outras já tinham visto a foto, e enviado por e-mail para toda a escola. É, eu estava ferrada, e queria matar aquelas meninas; mas eu estava cansada demais, e sai correndo da casa, corri quatro quarteirões, até chegar em um parque abandonado, na parte leste da cidade.

Era um parque pequeno, com dois lagos e um bosque, realmente grande, em comparação ao resto, com árvores finas e altas, e uma neblina por entre elas, um cenário perfeito para um game de terror. Não pensei duas vezes (eu nunca penso) corri até o bosque, e comecei a caminhar. Depois de alguns minutos de caminhada, escutei um barulho, algo como um galho se quebrando, eu nunca fui de sentir medo, mas algo naquele momento me dizia que alguma coisa ruim iria acontecer. Foi aí que, surgindo do nada, um homem vestido inteiro de preto, segurou meus braços, quando outro, vestido da mesma maneira, me amordaçou. Eles me fizeram andar pelo bosque, até chegar em uma cabana de madeira, onde tiraram minha mordaça.
–Mesmo que você grite, aqui e agora, não há ninguém que possa te ouvir.-Disse o homem que havia me segurado.
–E como ninguém pode te ouvir, que tal nos... Divertirmos, antes de mata-la, Roger? -Retrucou o que me amordaçou.
O Primeiro homem, identificado como Roger, tinha um sorriso malicioso em seus lábios.
–Claro que sim, Clark, vamos nos... Divertir.
Ah, ok, era palhaçada isso, só podia? Minha noite não podia ser pior. Nesse momento, percebi uma falha deles, eles eram realmente péssimos com nós. Foi extremamente fácil desatar a corda que prendia meus braços. Porém esperei um pouco para me mostrar livre. Eles ainda estavam conversando, quando acontece um desentendimento entre eles, e Clark começa a levantar a voz.
–Você pensa que, só por ser mais forte, tem que ser o líder, mas não é bem assim.
–Se não é assim, diga, no que você é melhor que eu, Clark?
–Sou mais inteligente.
E essa discussão boba e infantil seguiu por alguns minutos, até eu me cansar e dizer:
–Ahn, oi? Eu ainda estou aqui, mas já que as duas moçinhas estão discutindo, acho melhor eu...
Ao invés de terminar minha frase, soltei minhas mãos, e num movimento rápido, lancei uma cadeira na direção de Clark, que caiu no chão, desmaiado. Roger olhou para mim furioso, mas eu não deixaria ele se sair bem. Girei rapidamente e peguei uma das facas que estavam em cima da mesa, joguei ela na direção de Roger, que, ficou preso na parede, pela jaqueta.
Sai correndo de lá o mais rápido que eu pude, até trombar numa árvore, que juro não ter visto em meu caminho, e desmaiar.

Até ser acordada por uma voz calma, e de certa forma macia.

–Ei, pequena, você está bem?

–A-ash? O que você está fazendo aqui?

–Vim comprar cachorro-quente. -respondeu, irônico- Idiota, é claro que vim te procurar!
Ele veio... Me procurar? Eu sei que parece loucura mas, o Ash era tão...
–Obrigada, mesmo. -baixei a cabeça.
–Por nada, agora venha, vou te levar pra casa.
Andamos até a madrugada para chegar na minha casa, digo minha, por que, realmente, era só eu lá. Meu pai havia morrido quando eu ainda era bebê, e minha mãe fugiu do país, com medo de ser pega pela polícia, ela era drogada, eu a odiava, mas agradeço por ter a mínima consideração de, uma vez ao mês, me mandar dinheiro.
–Não é contra a lei? Digo, você com apenas 16 anos, morar aqui sozinha?
–É, deve ser, mas eu nem ligo, tendo comida e internet, pra mim está perfeito.
–Haha, boba, eu também penso assim. Gostaria de poder morar sozinho.
Ficamos ali, sentados na calçada, conversando até o nascer do sol, brincadeiras bobas, e conversas idiotas seguiram por toda a noite, sendo cortada pelo celular de Ash, tocando uma musica assustadoramente alta.
–Alô? Rose? Ah sim, eu estava... Não é da sua conta! Ah, claro, já estou voltando.
Ele desligou o celular com uma cara de quem preferia morrer ao fazer isso.

–Então... Eu preciso ir... Até... Hoje a noite? Como você mora sozinha, e, passou pelos prováveis piores momentos de sua vida hoje, quer jantar em algum restaurante?
–Claro, pode ser. -Eu estava me sentindo como se toda a minha raiva sumisse -Que horas?
–Tanto faz, depois eu te ligo, tchau.
–Tchau.
Ele já estava andando quando, parou, olhou para trás, voltou, me deu um beijo, e saiu correndo de volta para casa. Minha cara de tacho deve ter sido impagável.

De certo que hoje foi um dia estranho, muitas coisas aconteceram, e eu espero não ter que acordar amanhã, pois ou isso é um péssimo sonho, ou um lindo pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Ahh, depois de décadas eu vim fazer algumas modificações na história porque... Bem, porque a história é minha e eu posso.



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