50 Tons De Amor escrita por Flávia Lemes


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Sumi, ein? Comecei a fazer faculdade e nossa, tá tudo uma zona! Mas tive tempo de escrever para vocês! Me digam se gostaram de mais um capítulo! :) Espero que sim!
Se quiserem mais é só pedir! Divirtam-se! xxooxox



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Acordei com uma sensação de paz, mas foi só lembrar que tudo não foi um pesadelo que minha paz foi embora para bem longe. Comecei a me lembrar daquela cena nojenta que presenciei, do olhar bobo de Elena e da expressão do Christian quando me viu. Aquela expressão certamente entregou sua culpa no cartório. Tudo bem que eu não aceitaria aquilo tudo numa boa, mas ele não tinha me ligado ou aparecido para se explicar, ou pelo menos ter perguntando o porquê de ter ido embora da casa de seus pais sem me despedir de ninguém. De certa forma, aquilo doía.

Resolvi espairecer e fui tomar minha sagrada refeição da manhã no café perto de casa. Pedi um café bem forte e panquecas. Nada combinatório, mas tudo bem. Logo em frente da minha mesa havia um casal de jovens tomando seu café da manhã e o homem estava segurando a mão da menina fazendo movimentos para esquentá-la enquanto ela o olhava timidamente, mas com certeza deslumbrada. Aquilo me deixou desconsolada, pois um homem me tratando como uma princesa estava longe de aparecer na minha vida. Tomei meu café observando aqueles dois pombinhos e depois voltei para casa.

Christian foi o único homem que me deixou verdadeiramente intrigada e chateada. Decepcionada talvez, não sei, afinal o que eu poderia esperar de um cara rico, lindo e desejado pelo mundo todo? Talvez um autógrafo. Eu precisava urgentemente parar de pensar nos meus problemas, então decidi ligar para a mamãe. Incrível sua capacidade de saber quando não estou bem, mas decidi dizer que era pelo excesso de trabalhos da faculdade. Pelo menos conversamos e esqueci a minha vida um pouco.

O RELÓGIO MARCAVA SEIS E MEIA DA TARDE e era hora da Ana cozinheira entrar em ação. Era difícil pensar em algo para cozinhar sem ser macarrão, minha especialidade. Resolvi fazer frango grelhado com salada e também aproveitei a natureba e fiz suco de maracujá. Precisava me acalmar. Enquanto eu devorava meu jantar, ficava imaginando o que Christian fez o dia todo, o motivo de não ter me procurado, nem ele nem a Mia. E olha que ela foi praticamente a casamenteira. Queria saber o que aconteceu. Neste mesmo instante meu celular tocou. De início pensei que fosse minha mãe, mas quando peguei o telefone na mão me assustei com o causador do telefonema. Era Christian, mas não atendi. Eu estava muito chateada, me sentindo um lixo, um objeto, e de uma coisa eu sei: não merecia ter passado por aquele carão na frente da família dele. Pelo menos fosse homem e não se desse o trabalho de me apresentar para a sua própria família horas antes de se esfregar com outra mulher no meu próprio nariz. Fiz questão de desligar meu celular para que não me incomodasse mais e fui assistir a um filme para distrair. Tentativa frustrante de esquecê-lo.

Quando o filme chegou ao fim, desliguei a televisão e subi para o meu quarto. Já era tarde para quem precisava acordar junto com os galos no dia seguinte. Organizei todo o meu material para a faculdade e me joguei na cama. Por um momento pensei estar relaxada até que em um milésimo de segundo lembrei que iria ser obrigada a encontrar Mia no dia seguinte. Pensar nisso me bateu um pouco de ansiedade, angústia, não sei explicar, mas fiquei bem nervosa.

A MANHÃ CHEGOU e, como sempre, levantei num pulo quando vi que tinha desativado o despertador ao invés de colocar na soneca. Me arrumei correndo e fui direto pro ponto esperar meu ônibus. Acordei atrasada e ainda por cima consegui esperar mais de cinco minutos pelo ônibus. Quando cheguei à faculdade me lembrei de que não havia comido nada, mas naquele instante não dava tempo, eu tinha que correr para a sala de aula antes que o professor entrasse. Cheguei meio sem jeito e coloquei minhas coisas no mesmo lugar de sempre. Bill e Joe vieram me cumprimentar e aproveitei para ver se Mia estava por ali, mas me surpreendi quando não a avistei. Já pensei milhões de coisas, mas decidir ser uma pessoa normal e deduzir que ela só havia faltado porque quis ou ficou doente. Bill estava super entusiasmado falando do filme em que assistiu no fim de semana, algo sobre guerras, tiros, enfim, essa coisa toda que envolve sangue e já me embrulha o estômago só de imaginar. Já Joe ficou calado o tempo todo, só escutando Bill e eu conversarmos sobre os trabalhos. Ele estava totalmente fora de órbita, só concordava e sorria.

O professor chegou na sala pisando forte e em passos rápidos e largos, jogou um envelope cheio de papel em cima da mesa e já me assustei pensando que era uma prova surpresa. E eu estava certa.

― Se separem! Nada de ficar um colado no outro! ― gritou ― A sala é grande! Se espalhem!

Saí de perto de Joe e Bill e fui para o fundo da sala. Sorte que eu havia dado uma estudada, mas aquele professor com certeza arrumaria um jeito de complicar a matéria toda. Ele foi mesa por mesa entregando as folhas e, quando estava quase acabando, ouvimos uma batida bem desesperada na porta e logo em seguida Mia entrando.

― Professor, com licença, me desculpe. Eu me atrasei. ― Mia disse.

― Você está ― olhou em seu relógio de pulso ― vinte e cinco minutos atrasada e eu estou entregando provas. Lamento mocinha, mas conforme as ordens que vem lá de cima não posso permitir que você realize a prova.

Mia claramente ficou envergonhada e olhou para baixo demonstrando sua tristeza, e assim se dirigiu até porta, todos olhando fixamente e em silêncio para ela.

TERMINEI A PROVA em trinta minutos. Tempo recorde! Saí da sala e resolvi comprar alguma coisa para comer, pois eu estava a ponto de desmaiar de tanta fome! Peguei um pão de queijo na lanchonete da faculdade e me sentei para comer. De repente sinto um cutucão no meu ombro. Me virei e era Mia dando um sorriso amarelo.

― Oi, Mia, tudo bem? ― perguntei sorrindo.

― Ai, Anastacia! Acabei de perder uma prova porque cheguei atrasada e você acha que estou como? ― disse furiosa ― Vou matar meu irmão!

A palavra “irmão” me deu certo sentimento ruim, então perdi totalmente a vontade de prolongar aquele assunto e perguntar o porquê dela querer fazer isso.

― Desculpe. ― disse para Mia me virando em seguida.

Ficamos em silencio por alguns segundos enquanto eu comia aquele delicioso pão de queijo.

― Ana, me desculpe você. ― Mia disse ― Fui estúpida. É que mal dormi essa noite e ainda tive problemas agora de manhã, o que fez me atrasar. Estou péssima, precisando dormir um mês seguido.

― Bom, você já perdeu a coisa mais importante do dia, então vá para a casa e descanse, Mia.

― Não, Ana, na verdade se não fosse o recado que eu tenho pra te dar eu nem viria hoje. ― disse fazendo uma cara de desaprovação.

― Que recado? ― perguntei grosseiramente ― Se for do seu irmão eu sinceramente não quero saber. ― abaixei o tom.

― Não seja cabeça dura! Está acontecendo uma coisa muito séria com ele. E isso na verdade não é um recado dele, mas sim eu que como sempre vou dedurá-lo! Preciso que você saiba, Ana!

Não respondi. Decidi ficar quieta e só encará-la. Mia suspirou e disse:

― Se você quiser saber eu te explico quem é Elena e por que você viu ela se aproveitando do Chris! E também o porquê de querer te contar!

― Mia, não sei se devo.

― Claro que você deve! Por favor, me escute e depois tire suas próprias conclusões.

Fiz sim com a cabeça e Mia começou a falar.

― Ana, te contar isso é complicado porque é a vida pessoal do Christian e tanto eu quanto você sabemos que qualquer deslize pode arruinar sua carreira ou pelo menos fazer o maior estrago, certo?

― Claro. ― disse.

― Pois bem. Mas eu vou te contar porque confio, gosto de você e sei o quanto é importante para o Chris.

Fiquei em silêncio e Mia continuou.

― Elena é empresária do Christian, não da banda. Ela é filha de grandes amigos dos nossos pais e a família dela é muito sofisticada. Chris a deu esse emprego, pois Elena fez faculdade em uma das melhores universidades do mundo e também é uma ótima profissional. Eles viajam juntos, fazem programas juntos, fotos, são bem íntimos um do outro, Ana.

Abaixei a cabeça.

― O problema é que tiveram um caso há um tempo, mas nada sério, só um caso mesmo. Chris não era apaixonado, não gostava dela do jeito que deveria, era só uma relação profissional e nada mais. Então ele decidiu se expressar para a Elena e dizer que ela era a empresária dele e nada mais que isso, e que era impossível ele amá-la. Elena aceitou de princípio, mas ela nunca deixou de agir como “mais que uma amiga”. Ela tenta conquistar Christian a todo o momento. Aparece lá em casa de surpresa, chama minha mãe para jantar, se instala em casa como se fosse alguém da família.

― Entendi, Mia. Preciso ir para a aula. ― disse realmente triste.

― Não, Ana, não cheguei onde quero chegar. Quando Elena apareceu de surpresa aquele dia e viu você lá em casa, ela ficou louca! E tudo o que você viu foi uma armação dela. Christian não consegue ser firme e dizer não para ela quando precisa. Ela estava sentada no colo dele e o acariciando porque sabia que você veria e reagiria daquela forma. Elena não é boba, sabe muito bem disputar. E quando o Chris viu você, ficou paralisado, por que como ele iria se explicar? Você nunca iria acreditar nas suas palavras!

― Realmente. ― disse.

― Eu te contei isso tudo pra te dizer que o Christian tomou uma decisão. Decidiu despedir a Elena para que seus encontros diminuam. Ele fez isso por você, Ana! Ele te ama de verdade e não quer magoá-la. Não o ignore, por favor, deixe que ele converse com você. O Chris nunca levou nenhuma mulher na nossa casa para ser apresentada e você ele levou! Você é especial!

Eu não sabia nem o que pensar sobre aquelas palavras. Não conseguia acreditar, mas as ouvi atentamente. Mais tarde decidiria o que fazer.

― Obrigada, Mia. ― disse ― Depois peça para ele me procurar, pois realmente me chateei. E agora tenho que ir, me desculpe.

Mia fez que sim com a cabeça e me deu um abraço de despedida.


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