50 Tons De Amor escrita por Flávia Lemes


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o site voltou a normal e consegui postar mais um capítulo. Como o sugerido, estou tentando escrever capítulos mais longos, mas com certeza não vão passar de 2.000 palavras, até por que fica enjoativo para quem lê e também para quem faz. Espero que gostem desse capítulo, pois foi feito com muito amor - e muita vontade de ser a Ana, rs.



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A expressão de Cristian parecia estar adorando a situação constrangedora. Mia estava sorrindo de orelha a orelha com aquela eletricidade toda, e os pais deles apenas se levantaram com uma classe imensa, calmos e sorrindo.

— Ana! — Grace me abraçou — Você não faz ideia de como eu queria conhecer você pessoalmente!

Senti minha pele queimar e, com certeza, eu estava toda vermelha.

— É um prazer conhecê-la, senhora Gr...

— Me chame apenas de Grace, Ana. Bem-vinda a nossa casa! — sorriu.

Carrick afastou Grace carinhosamente e me abraçou.

— A famosa Ana! É um prazer conhecê-la, querida. Cristian e Mia falam muito bem de você. — disse me dando um beijo leve na bochecha.

— O prazer é todo meu! — sorri.

Cristian me segurou pela cintura e me deu um beijo na têmpora, o que me fez arrepiar inteiramente. Era incrível seu poder sobre mim.

— Olá, Ana. — me cumprimentou Elliot.

— Olá! Muito prazer!

Nos demos beijinhos no rosto e Elliot subiu as escadas. Não parecia estar interessado nessa “festinha” em família.

— Crianças, venham para a varanda. Carrick vai começar o churrasco! — disse a charmosa Grace.

Sinceramente? Não sabia nem o que pensar. Eu definitivamente não estava vivendo no mundo real. Como de uma hora para a outra a minha vida pôde mudar tanto? Eu apenas me mudei para Cheshire com a esperança de fazer uma ótima faculdade da profissão que amo e acabei conhecendo o cara mais lindo, rico e cobiçado da cidade. Ou talvez do país. Ou quem sabe do mundo. Cristian era apenas Cristian. Sedutor, misterioso, charmoso... Exatamente do jeito que eu sempre quis ser.

— Vamos, Ana.

Sua voz soava como música em meus ouvidos. Era como uma hipnose perfeita. Ele ordena, eu obedeço.

Acompanhei Cristian até a varanda e nos deparamos com uma cena curiosa. Carrick estava vestindo um avental ridículo e uma touca mais ridícula ainda. Eu, Cristian e Mia demos muita risada.

— Ana, não ligue para Carrick. É que ele sabe ser brega às vezes. — Grace disse rindo.

— Às vezes, mãe? — Mia retrucou dando risada também.

Todos nós rimos novamente. Isso era bom. Eu conseguia ver o sorriso perfeito de Cristian praticamente em câmera lenta. Era a cena mais linda que eu poderia ver. Ele me guiou até uma mesinha de madeira e me sentei.

— Você quer beber alguma coisa, Ana? Vinho, refrigerante, cerveja? — Cristian perguntou.

— Aceitaria um refrigerante. Tenho 17 anos ainda, querido. Eu não bebo. — sorri.

Isso mesmo, dei ênfase no “querido”. Eu estava sacaneando Cristian na maior cara de pau, só porque os pais dele me chamam de “querida”. Ele sorriu e foi em direção à cozinha da casa.

Quando Cristian chegou com o meu refrigerante, eu estava batendo um papo com Mia sobre a faculdade, as provas, os trabalhos... E chegamos a uma conclusão: realmente tempo era ouro. Cristian se enturmou conosco rapidamente e começou a discutir também sobre notícias interessantes de psicologia. Tanta coisa para fazer e ele ainda arrumava tempo para se perder em jornalismo.

Carrick começou a servir as carnes assadas enquanto Grace trazia da cozinha grandes vasilhas de arroz, salada e afins. Nós cinco comemos conversando sobre o tempo, sobre minha cidade e coisas diversas. Não posso nem reclamar porque eu achei super divertido. Me senti agregada no mundo novamente, com uma família.

Comecei a observar o céu e vi nuvens bem cinzas e concentradas se formando em cima do quintal, e também avistei um raio bem distante.

— Será que vai chover de novo? — perguntei indignada.

— Querida, aqui chove direto. Ainda mais nessa época do ano. — respondeu Cristian — Mas na previsão do tempo não estava marcando chuva para este horário.

Ele tinha tanta firmeza na voz que até me fazia crer que era impossível chover naquele instante.

Alguns minutos se passaram e bingo! Pingos fortes começaram a cair lentamente sobre nós. Grace e eu tiramos as vasilhas da mesa e levamos até a cozinha enquanto Cristian e Carrick carregavam as duas mesinhas de madeira para a área coberta.

— Poxa, que pena! Mas pelo menos deu para comermos! — disse Grace — Agora todos para a cozinha porque tem sobremesa!

Todos seguiram animados até o cômodo. Mia e Carrick sentaram-se à mesa redonda, já eu e Cristian nos sentamos no balcão. A sobremesa era mousse de chocolate. Meu Deus! Que sonho! Fazia tempos que não comia um delicioso mousse.

— Parece que adivinhou, Grace. Está uma delícia! — disse.

— Que bom que gostou, Ana! Se quiser eu passo a receita, e quando quiser é só pedir que eu faço.

Sorri em resposta deliciando aquele doce maravilhoso. Comi três vezes e parei quando Cristian disse “brincando” que eu ficaria uma baleia comendo daquele jeito.

Dirigimos-nos até a sala e ficamos conversando sentados no sofá branco lindíssimo. Papo vai, papo vem, quando de repente o interfone tocou. Grace se levantou pedindo licença e foi à cozinha atender. Na sala, Carrick e Mia discutiam quem poderia ser a uma hora daquelas, e Cristian e eu ficamos em silêncio. Grace voltou sorrindo.

— Que ótimo! A Elena veio nos fazer uma visita! — contou-nos.

Eu vi Mia paralisar seu corpo todo e olhar impassivamente para sua mãe. Foi como se fosse uma má notícia. Observei Cristian e ele estava da mesma forma, mas, ao invés de encarar Grace, estava encarando o chão.

Quem é Elena? Nunca tinha ouvido falar dela. Claro, Ana. Você mal conhece a família Grey direito. A porta abriu e uma linda mulher de cabelo louro entrou no cômodo. Ela era elegante, mas tinha uma aparência mais madura.

— Boa noite, gente! — Elena falou animadamente.

Carrick e Grace abriram um grande sorriso e foram até ela cumprimentá-la. Mia e Cristian continuavam tensos e sérios, sem dizer uma única palavra.

— Boa noite, Cris! — Elena cumprimentou Cristian com um beijo na bochecha molhado e carinhoso até demais.

Ele sorriu falsamente em resposta sem dizer nada. Elena cumprimentou a mim e, logo após Mia, e ela reagiu da mesma forma. Algo estranho estava acontecendo e eu estava fula da vida por não saber. Aliás, por que diabos ela chamou o meu Cristian de Cris? Grace pediu para que ela se juntasse a nós.

— Elena, essa é a Anastacia, namorada de Cristian. — Grace disse.

Ela sorriu em resposta ao meu sorriso, mas dava para perceber claramente que era um sorriso maldoso e falso.

— Que bom que arrumou uma namorada, Cris. — disse secamente.

— Demorou, mas é a certa. — Cristian sorriu sarcasticamente.

O que era aquilo? Será algum tipo de disputa? Pelo amor de Deus. Alguma coisa muito séria estava no meio daquilo tudo. Enquanto Grace, Carrick e a senhora emburrada conversavam animadamente, Cristian suplicou para que fossemos embora. Eu disse que era feio sair dali daquele jeito e que precisávamos esperar mais um pouco. Ele fechou a cara e encostou bruscamente no sofá. Um rapaz de dezoito anos fazendo manha, vê se pode...

Grace avisou que iria buscar umas taças de vinho e eu me ofereci para ajudá-la. Enquanto estávamos indo até a cozinha, Carrick saiu do sofá e subiu as escadas. Grace e eu batemos um papo enquanto colocávamos as taças numa bandeja. O papo até que foi longo. Tempo suficiente de escolher um bom vinho dentre vários, escolher as taças e enche-las.

Quando saímos da cozinha com as bandejas pratas nas mãos, Cristian e Elena estavam sozinhos na sala e, como se já não bastasse, ela estava sentada do lado dele. Cristian estava de mãos cruzadas em cima dos joelhos e olhando fixamente para o chão, e Elena estava próxima dele com um braço em cima de suas costas e a mão fazendo carícias em seu braço forte. Me senti mal, quis sair correndo, chorar, gritar, espernear, qualquer coisa que me deixasse menos brava. Mas o que eu poderia cobrar? Cristian e eu não estávamos namorando firmemente. Não teve nem um pedido, só um “vamos nos conhecer melhor”. Eu e Grace paramos na porta da cozinha e Elena me encarou rapidamente, voltando o olhar para Cristian e dando vários beijinhos na sua bochecha. Sussurrou algumas coisas e desencostou dele. O ódio era tão grande que não respondi por mim.

Me dirigi até a mesa de centro, que ficava em frente ao sofá, batendo os pés fortes para que ele percebesse minha presença. Quando ele me olhou, seus olhos duplicaram de tamanho. Uma expressão de susto tomou conta de seu rosto, mas não disse nada. Coloquei a bandeja na mesa e fui até o aparador que havia perto da porta de saída da casa. Peguei a minha bolsa da faculdade que estava em cima e, sem dizer uma mísera palavra, abri a porta e saí.

Eu estava nervosa e triste, mas o ódio com certeza era maior do que qualquer outro sentimento. Lágrimas angustiadas caíam dos meus olhos enquanto eu me distanciava daquela maldita casa e me aproximava mais da minha pequena casinha que ficava a alguns metros dali. Entrei em casa e tranquei as portas. Não queria que Cristian invadisse meu espaço novamente e me assustasse. Subi para o meu quarto e caí na cama. Como pude ser tão ingênua, meu Deus?

Tudo estava claro. Certamente Elena e Cristian já tiveram um caso antes, ou quem sabe ainda tem. Ela é bonita, elegante, mais velha, já eu... Totalmente ao contrário. Era óbvio que Cristian pensava em mim apenas como um passatempo e nada mais, mas pra quê me fazer passar por isso?

E em lágrimas caí num sono triste e tenebroso, aliviando todo o cansaço do dia, na esperança de que eu acordasse no dia seguinte e percebesse que tudo não passou de um sonho.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso. Esperam que tenham gostado da forma que inseri a Elena na história. Claro que ainda tenho que contar o que realmente aconteceu com os dois, mas isso só nos próximos capítulos. Dentro de alguns dias publico mais um capítulo. Paciência...
Se gostou, por favor favorite e acompanhe a fic. Se quiser comentar algo também, é sempre bem-vindo - e como. Me digam se preciso melhorar algo, por favor. Sugestões são SEMPRE bem-vindas. Beijos e obrigada por lerem! Xxx