A Filha De Héstia escrita por Mrs Isa


Capítulo 9
Enfim a caixa! Porém uma perda...


Notas iniciais do capítulo

Pessoal eu estou me entristecendo... Cadê os comentários? Nos dois últimos capítulos senti a falta de vocês!!! Eu necessito deles para continuar escrevendo!!!!
Esse capítulo é um pouco dramático, vocês verão porque...
LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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-Então quer dizer, que o seu nome na verdade é Lara? - Fernanda disse um pouco desconfiada, sinceramente, ficou parecendo o líder dos centauros há alguns minutos atrás.

-Isso! Mas... - 'Lara' falou meio cabisbaixa - faz tanto que ninguém me chama assim. Até me desacostumei.

-Hm... -Fernanda murmurou - Lara! Soa melhor que Joe, mesmo! Mas por que todo mundo te chama só pelo outro nome?

-Porque eu me apresentei assim, no Acampamento Meio-Sangue!

-Você não foi encontrada por um sátiro? - perguntei confusa.

-Não. Minha mãe me levou ao Acampamento depois que uma Fú... Uma Benevolente invadiu minha casa, quando eu tinha 8 anos. - ela praticamente cuspiu a palavra 'Benevolente'.

Fiquei pensando. Se ela tinha 8 anos, na primeira vez no acampamento, e agora ela tinha 16, então... Então fazia 8 anos que ela estava no Acampamento! Deuses, era por isso que era tão habilidosa no ataque e defesa. Além de, claro, ser filha do deus da guerra, que influenciava muito, ela ainda tinha um treinamento de 8 anos! Olhei para ela perplexa. Ela estava guardando suas coisas, assim como Fernanda. Para onde nós tínhamos que  ir mesmo? Ah, sim! Encontrar Milena e depois a tal caixa dos deuses. Me perguntava toda hora, o que teria na tal caixa... Mas eu sabia que eu não poderia olhar, mesmo sabendo que não tinha nada lá, isso era provavelmente um teste de coragem e determinação que os Olimpianos fizeram para que nós demonstrassem coragem. Pelo menos é o que estava entendido na minha cabeça... Se não fosse isso, ou havia algo sério dentro da caixa ou os deuses estavam brincando conosco, mas a segunda hipótese era praticamente impossível de acontecer...

Quando nós três já estávamos prontas, saímos da caverna e fomos procurar a caixa. Depois de uma hora caminhando e conversando, estávamos cansadas e péssimas, paramos para descansar. Fernanda tirou de dentro da bolsa uma garrafa com  suco de uva(novidade?!) e um pacote de biscoitos recheados de chocolate, ela dividiu entre nós.

-Sabe! Eu acho que nós esquecemos de alguma coisa! Alguma coisa muito importante! Eu tenho uma sensação esquisita... - Lara falou.

-Verdade! Eu também me sinto assim... Como se eu tivesse esquecido de algo ou de uma pessoa muito especial! - falei confusa.

De fato eu não lembrava o que, mas havia mais uma coisa que deveríamos fazer, encontrar algo, talvez, ou alguém. Mas eu só lembrava da caixa, que tínhamos de achar a caixa e entregar ao Olimpo. E esquecer aquilo me fazia me sentir egoísta, mas por quê egoísmo? Estava pensando nisso, quando um barulho numa clareira próxima chamou nossa atenção. Nós corremos para lá. E encontramos o que procurávamos! Uma garota loira estava segurando uma caixa nas mãos, e ao mesmo tempo lutava contra três Benevolentes e um cão infernal. Como ela conseguiu sobreviver? Era de se ver que ela já estava bem machucada! Seus braços e pernas sangravam com cortes e queimaduras. Aí, eu me lembrei do que tinha esquecido.

-Milena! - eu gritei correndo na direção dela, quando cheguei ao seu lado transformei minha espada, e me armei defendendo-a.

-ÃH! Quem é você? E como sabe meu nome?

Como assim? Epa! Será que ela tinha se esquecido da gente? Será que todo esses momentos de esquecimentos tinham relação com a tentação da floresta?

-Peraí! Você não se lembra da gente? - Fernanda e Lara perguntaram em coro, depois que ouviram.

-Não. E quem são vocês? - Milena disse enquanto tentava um golpe numa Fúria que escapou por pouco.

Eu desviei de uma chicotada que ia queimar minha perna, mas Milena não foi assim, tão rápida e acabou ganhando mais uma queimadura.

-Fique aqui. Nós cuidamos deles para você!- Lara falou correndo na direção do cão infernal.

Ele ia pular em cima dela, quase a esmagando, porém ela escorregou por debaixo dele e empurrou a ponta elétrica na barriga do cão, que gemeu, uivou e explodiu em poeira. Lara se levantou e fez um sinal para Fernanda, que correu para lá com suas adagas em mãos. Lara prendeu sua lança no cinto e fez pesinho para Fernanda. Eu, a partir dai, não entendi mais nada do que elas iam fazer. Fernanda girou as adagas nos dedos, e com o impulso da corrida, pulou nas mãos de Lara que a impulsionou para cima e frente. Então Fernanda deu um salto incrível e um mortal no ar, e quando ia começar a cair, girou novamente as adagas nos dedos e atirou uma para cada lado. As facas pontiagudas giraram com um silvo metálico e foram parar no corpo de duas fúrias, que logo em seguida explodiram em poeira, assim como o cão infernal. Eu ergui as sobrancelhas. As duas, mesmo diferentes, sabiam lutar muito bem juntas, formavam uma bela dupla. Lara pegou seu bastão e girou nas mãos, apontou para mim e depois para a outra fúria que estava indo na minha direção. Fernanda caiu no chão num baque surdo, mas não se feriu, caiu em pé. Pegou suas adagas e jogou na minha direção. O que ela queria? Me matar. Então eu peguei minha espada, e, quando as adagas iam parar fincadas no meu rosto, desviei seu curso a redirecionando para a Benevolente que urrava de raiva. Uma das adagas atingiu a fúria que explodiu na mesma poeira de sempre. Porém a outra bateu com o cabo numa árvore, mudando o rumo. Ela agora ia na minha direção, bem na hora me abaixei, a faca passou a centímetros de minha cabeça e foi para atrás de mim, onde estava Milena. Sem muita força, pelos ferimentos, ela não conseguiu reagir a tempo, e a faca parou em seu pescoço.

Estremeci sentindo o sangue respingar em minha blusa.

-Milena!- Gritou Fernanda espantada.

Ela e Lara correram para nossa direção. Eu me virei para ver o estrago. A faca atingiu uma artéria importante e o corte jorrava sangue. Meus estômago revirou, como se estivesse cheio de borboletas, quando um jato de sangue jorrou em minha blusa. Minhas pernas estremeceram e eu senti elas cederem. Minha visão girou, e minhas pálpebras fecharam.

*POV Lara.

Lira caiu com um baque pesado no chão. Ela desmaiara ao ver o sangue jorrando do pescoço de Milena. Olhei para Fernanda que enrolava seu casaco no pescoço de Milena para tentar segurar o sangue.

-Não adianta, ela se fora! - falei cabisbaixa andando na direção da Lira.

Fernanda não me ouviu, ou fingiu que não me ouviu. Continuou tentando segurar o sangramento. Eu vi as lágrimas que escorriam em seu rosto enquanto ela segurava o pulos de Milena sentindo os batimentos cardíacos..

-Fernanda! Entenda! Ela já perdeu muito sangue! Nem ambrosia, nem néctar e nem o melhor médico do mundo pode ajuda-la agora!

-Não... Não. Não! - Ela gritou na floresta, tão alto que os pássaros voaram da clareira.

Suspirei, Fernanda desistiu de segurar o sangramento, provavelmente porque o coração de Milena não era mais ativo, não estava batendo mais. Mas deixou enrolado o casaco, pois o sangue ainda jorrava, um pouco mais devagar e menos, mais continuava. Logo o casaco dela já estava ensopado de sangue. E ela deixou suas mão caírem ao lado do corpo. Sua cabeça baixa, seus olhos chorosos, seus longos cabelos incrivelmente arroxeados desgrenhados e bagunçados. As bochechas coradas estavam úmidas pelas lágrimas que escorriam. Eu olhei para Lira desacordada no chão. Eu tinha que acalmar Fernanda, mas não podia deixar de ficar de olho na ruiva. Então fui até Fernanda e a abracei tentando acalma-la. A levantei.

-Vamos! Pare de chorar por favor! Está me chateando com essa manha. Eu entendo que Milena era uma grande amiga sua, mas nós precisamos ir em frente.

Ela me olhou com aqueles olhos escuros e arroxeados, úmidos, cheios de dor. Parecia um bebê que chora por que perdeu o doce. Ela fez que sim com a cabeça e se levantou e foi ai que percebeu que Lira estava desmaiada. Ela andou até ela e tomou seu pulso, respirou aliviada ao sentir o leve bater. Eu fui até as duas, e peguei na mochila um pouco de ambrosia e dei a Fernanda, ela comeu um pouco e depois eu comi. Senti as dores sumirem, os ferimentos melhorarem, os cortes pararem de sangrar aos poucos. Logo Lira começava a abrir os olhos, e já estava se recompondo.

-O que aconteceu? Por que eu estou no chão?

-Bom. Você desmaiou, e outras coisas aconteceram! - falei rápido demais.

Lira se sentou encostando-se numa pedra. Seu olhar rodeou o local, e então ela viu o corpo de Milena estirado no chão, o pescoço e a blusa dela estavam ensanguentados. Ela colocou a mão na barriga ao ver aquilo, mas não parecia enojada, parecia triste.  E então ela se levantou e abraçou Fernanda que soluçava.

-E agora? O que vamos fazer, Lira?

-Não sei... Eu só sei que a culpa é minha...

-Não, a culpa é minha...

-Minha.

Só o que me faltava as duas começarem a brigar para descobrir quem tinha matado Milena. Aff! Numa daquelas!

-Parem vocês duas! - disse interferindo, mesmo que aquilo fosse contrário ao meu espírito.

Enfim, elas pararam, mas trocaram olhares desconfiados. Eu respirei fundo, e olhei para o corpo de Milena.

-O que nós vamos fazer com o corpo? - perguntou Fernanda desanimada.

Está ai, uma das coisas que nem tinha passado pela minha cabeça.

-Nós podemos pedir a Quíron, que mande uma equipe de busca, para busca-la... - falou Lira pensativa.

-Não acho que isso possa nos ajudar. Se ele teve receio em nos mandar para essa missão, imagino o receio que terá para mandar outro grupo. - disse Fernanda se aproximando do corpo de Milena.

-Fernanda, já te falei que não tem mais jeito. - disse a ela.

Ela ignorou, e abriu as mãos da garota que segurava algo. Ah. A caixa dourada, a perigosa caixa da tentação que era o objetivo de nossa missão.

-Milena tinha a encontrado! - Lira arfou ao ver o brilho dourado que caiu da caixa.

Me aproximei e peguei a caixa nas mãos.

-E agora? - olhei impaciente para as duas.

-A abrimos? - disse Fernanda com um olhar curioso e tentado sobre o item.

Eu sabia que a tentação da floresta voltara. Aquilo me deixava louca! Como uma floresta poderia assumir tanto poder contra nós? Só existia uma resposta, eu já havia a descoberto através de câmeras escondidas em troncos de árvores ou em arbustos: os deuses armaram uma para nós. Mas eu me perguntava para quê. Por que queriam um ânimo diversão? Ou porque gostariam de ver seus filhos morrendo? Aff. Esses malditos deuses. Eu tinha vontade de gritar e falar tudo o que pensava sobre eles, a floresta me tentava a fazer isso. Mas eu sabia que de nada adiantaria. Porém, além de tudo isso, a maldita tentação também me fazia pensar sem parar sobre o que deveria estar naquela caixa. O que tornaria aquela caixa tão procurada pelos deuses. Seria mais uma armação do Olimpo? Sim. Só podia ser.

-Não. Não vamos abri-la agora. Vamos esperar e tentar sair da floresta. - Lira disse mordendo os lábios para não falar besteira.

Talvez, também estivesse tentada a abri a caixa. O que era quase uma certeza. E também poderia estar tentada a gritar loucamente, procurando ajuda para fugirmos daquela maldita floresta da tentação. O ódio me dominou, assim do nada, num simples segundo em que pensei o quanto eu odiava os deuses naquele momento.

-Sabe? Acho que Lira está certa. Devemos sair daqui primeiro, se conseguirmos entregamos a caixa em segurança para o Olimpo, se não a abrimos. - Fernanda disse inquieta, e depois de uma pequena pausa continuou - Se abrimos tenho quase certeza de que iremos nos ferrar. Mas estamos mortas de qualquer forma! Fracas e impossibilitadas de tomar decisões certas. Tudo por causa dessa porcaria de tentação dessa porcaria de floresta.

Ok! Agora Fernanda saiu do descontrole normal e já chutava pedras, Lira também começava a morder a língua para não gritar que também odiava aquilo tudo. Pelo menos foi isso que eu compreendi. Eu também estava a ponto de gritar e espernear com raiva. Sair quebrando tudo.

*POV Fernanda

Maldita Tentação! Maldita floresta da Tentação! Malditos deuses por terem criados essa maldita floresta! Eu não parei para contar quantas insinuações eu tive vontade de gritar para os deuses. Pois eu sabia que seriam milhares.

-Fernanda, calma! Eu sei que tudo vai acabar bem.. - Lira tentou me acalmar, mas pareceu que seus dons de alegrar o grupo não deu muito resultado.

-Não sei se vai terminar assim tão bem! Já perdemos Milena, pense no que pode nos acontecer agora. - falei tristemente.

Lira respirou fundo.

-Não podemos nos desanimar. É isso que a floresta quer, lembrem-se que é essa a nossa missão. Levar a caixa ao Olimpo, e chegar lá sã e salvas! - ela falou, mas parecia que nem ela acreditava nas próprias palavras.

As palavras dela eram verdadeiras. Aquela era a nossa missão. Porém não íamos conseguir chegar sã e salvas. Perdemos uma integrante a missão, o que mais poderia nos acontecer? Será que nos tornaríamos somente uma dupla? Ou então uma só? Será que continuaremos um trio? Porque eu sabia que 'quarteto', agora, já não era mais apropriado para o nosso grupo!

Respirei fundo, e enxuguei minhas lágrimas, peguei a caixa em mãos.

-Bom. Você está certa! Vamos. Precisamos achar um jeito e sair daqui! - disse pensativa.

Nós pegamos nossa coisa, eu e Lira colocamos o corpo de Milena dentro de um saco de dormir e fechamos o zíper por completo, colocamos seus espelhinho de bolso, que virava sua espada com ela e o resto de suas coisas junto. Enquanto isso, Lara tentava mandar uma mensagem de Íris para o Acampamento, junto de um pequeno laguinho ali perto.

-Meninas! Venham aqui, eu consegui. - ela nos chamou e nós fomos até ela.

A imagem recém se tornava nítida, e logo a imagem de Quíron apareceu.

-Meninas! Vocês estão bem! Que bom. - a expressão dele era de alívio.

Eu suspirei.

-Quíron! Nós precisamos de ajuda aqui, precisamos achar um jeito de sair da floresta. E um jeito de carregar a... - Lira começou a dizer, mas sua voz falhou na vez de falar de Milena.

Quíron assumiu uma expressão entristecida.

-É uma grande pena, mas eu não posso as ajudar, a floresta é nova, e não sabemos muito sobre ela... - ele estava pensativo, mas então percebeu uma coisa - Ei. Onde está Milena?

Eu troquei um olhar choroso com as duas. Lira não conseguiu responder e levou a mão no estômago de novo, provavelmente lembrando da terrível cena. Eu não tive coragem de dizer. Então Lara tomou a vez:

-Digamos que Milena está dormindo profundamente... - Quíron desabou ao ouvir aquilo.

-Oh! Sinto muito por não poder ajuda-las, gostaria de saber alguma forma que as ajudassem. - ele entristeceu mais ainda.

-É... Pelo menos encontramos a caixa! - eu disse erguendo a caixa nas mãos.

Quíron arregalou os olhos.

-Vocês encontraram! Pelo menos terão chances de sobreviver mais um pouco. Esqueçam tudo que eu disse sobre a caixa, era tudo errado, eu descobri mais sobre a caixa e...

Mas o tempo se esgotara, e a imagem se misturou a imagem do lago e das árvores.

-O que ele quis dizer com era tudo errado? - Lara perguntou fitando a caixa desconfiada.

-Acho que ele quis falar para esquecermos tudo aquilo que ele falou. Ou seja, que não deveríamos abrir a caixa... - começou Lira.

-Então nós temos que abrir a caixa! - completei espantada.

Lira suspirou. E nos fitou.

-Então o que estamos esperando?

Tomei coragem e ergui a tampa da pequena caixinha dourada...


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Notas finais do capítulo

E ai? Bom eu quero lhes dizer que a fic estará a partir do próximo capítulo em reta final!!! Pois é, eu sei que é um pouco cedo, mas a fic nunca foi para ser longa.. mas não se desapontem, pois muitas confusões ainda virão, eu ainda não esqueci da confusão dos olimpianos.... muito ainda lhes espera :D



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