Uma Garota Fora Da Lei escrita por Bia Alves


Capítulo 40
Hospital Part. 2


Notas iniciais do capítulo

Hi gente! Estavam com saudades? Porque eu sim, o Nyah resolveu tirar férias e nós fomos os prejudicados haha. Mas o importante é que estamos de volta. Eu não tenho nem um pingo de culpa sobre a demora. Bom, não sei se vão gostar do capítulo, mas eu espero que sim.
Que as novas leitoras sejam bem-vindas, e tem uma "surpresa" no final do capítulo nada a ver com a historia. Aproveitando o feriado, irei responder TODOS os reviews, dessa vez dou minha palavra. Mais tarde respondo todos u.u
Boa leitura!



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O médico nos fita, Marcela vai até ele.

– Diz logo. Cadê o meu filho? – Ela pergunta chorando.

Ele ri abaixando a cabeça e depois nos fita novamente.

– Por favor, se for mesmo para demorar... – O pai do David começa, mas o médico interrompe.

– O tanto de sangue que tínhamos não é o suficiente para ele... Então, se o David não receber imediatamente sangue, ele morre. – Mesmo a noticia não sendo boa, um enorme sorriso volta a tomar conta dos meus lábios, eu levanto e corro em sua direção parando em sua frente.

– Ele está vivo? – Pergunto sorrindo, a mãe dele também levanta.

– Sim, é claro que sim, mas precisamos de sangue... – Todos começam a se abraçar, povo estranho, e eu fiquei encarando o médico, mais conhecido como Peter, com o sorriso enorme nos lábios.

– Posso ver meu filho? – Marcela pergunta.

– Depois que receber sangue, ele tem que descansar. Será que ninguém doa sangue aqui?

– Obrigada, obrigada, obrigada! – Digo abraçando o Peter tão forte que por sorte ele não desmaiou por falta de ar.

– Tudo bem, eu já entendi que está feliz pelo seu namorado está vivo... – Franzo o cenho.

– Não somos namorados. – Digo soltando uma risada.

– Você é a Emily?

– Sim – respondo.

– Desde que ele acordou da pequena cirurgia que fizemos, ele não para de pedir para falar com você – Involuntariamente deixo um enorme sorriso tomar conta dos meus lábios.

– Sério? – Ele assente, sorrio mais ainda e depois abaixo a cabeça tentando disfarçar.

– Bom, agora alguém que tem o sangue compatível pode se pronunciar, o David ainda precisa de sangue. – Peter diz em um tom mais alto, porque todos estavam conversando comemorando.

– Eu posso... – A mãe dele diz.

– Ótimo, vem comigo para... – Gregori interrompe o médico.

– Amor... – Ele fala diretamente para Marcela. – Você não pode!

– Mas é claro que eu posso, ele é meu filho.

– Não, não... Você não pode

– Mas... – Ele coloca a mão sobre a barriga dela. Ela sorri.

– Eu esqueci. – Ela diz... – Eu estou grávida – Arregalo os olhos e entreabro a boca.

– Você...? O quê? – Eu digo. E todos que estavam ali ficam surpresos.

– Pessoas com mais de trinta deveriam ser proibidas de fazer sexo – Luther diz.

– Como assim grávida? – Pergunto eu.

– Como assim o quê? Grávida, sabe? O David vai ter um irmão. Apenas.

– Mas é que... Não sei você estava toda estressada e... Não é tão jovem.

– Acontece minha querida, que eu só tenho 36.

– 36? – Arregalo os olhos – Você teve o David com dezoito anos? Que belo exemplo.

– Por favor, quando vão entender que o David precisa de sangue? Depois vocês discutem se pessoas com mais de trinta devem, ou não fazer sexo. – Peter diz e todos ficam em silêncio – Você não pode doar sangue está grávida, porque você comprometer seu “estoque” de ferro no organismo, o que pode evoluir para um quadro de anemia trazendo riscos ao feto. – O médico explica – E parabéns pelo bebê, mas então, quem ai pode?

Todos ficam em silêncio, será que ninguém podia?

– O tipo sanguíneo dele é “B”, então ele só pode receber do mesmo ou “O”.

– Eu tenho, o meu é O, eu posso doar para o David – Digo e o médico sorri.

– Ela quase mata o garoto e agora ela quer dar uma de super-heroína – Respiro fundo e seguro muito para não dar uma resposta a minha mãe.

– Venha comigo, Emily... – O Peter me chama, olho para trás fitando minha mãe, ela sorri ironicamente, eu ignoro e vou com ele até uma das salas.

Sento em uma cadeira e a mesma enfermeira que havia feito os curativos vem tirar meu sangue.

– O que aconteceu agora? – Ela ri assim como eu.

– Nada de mais, só tem que tirar um pouco de mim e pôr no David. – Ela ri novamente.

– Vamos lá! – Ela pega uma ficha. – Já tem 18 anos?

– Daqui a seis meses.

– Tudo bem. Pesa quantos quilos?

– Acho que... 55? 60?! Não me lembro a ultima vez.

– Tá... Esteve gripada há alguns dias? – Ela continua a fazer uma sessão de perguntas e pelo que eu via, eu me encaixava no padrão “você pode doar sangue”.

Deito-me em uma cama, e ela começa a pender coisas em meu braço, me entrega uma bolinha para que eu fique a apertando.

– São quarenta minutos.

– O quê? Vão tirar meu sangue todo ou quê?

– Fica tranquila, ainda terá sangue para a vida toda.

– Assim eu espero.

– Agora relaxe... – Diz ela.

Fecho os olhos esperando os quarenta minutos passarem, mas acabo dormindo.

[...]

Acordo com alguém me cutucando, é estranho dormir enquanto doa sangue, tipo, você está perdendo sangue e dorme.

– Vamos lá mocinha, já perdeu sangue demais – Abro os olhos meio sonolenta e depois desperto por completo.

– Já se passaram quarenta minutos?

– Sim! – Diz ela, óbvia.

– Tudo bem, eu estou meio tonta! – Ela ri.

– Está tudo bem, você perdeu sangue. Beba bastante liquido, evite pegar peso com esse braço e beba mais liquido. – Sorrio.

– Tudo bem, será que eu posso começar agora? – Ela ri novamente.

– Tá aqui – Ela me entrega uma caixinha de suco e alguns biscoitos. – Coma tudo!

– Quando eu vou poder ir ver o David?

– Eu venho avisar.

– Ok! – Pego a bolacha.

– Coma tudo.

– Pode deixar – Começo a comer tudo que estava na bandeja, bebo o suco, como as bolachas e assim sucessivamente. Saio da minha distração quando ouço três batidas na porta. Luther estava lá. Aceno para que ele entre.

– Está tudo bem? – Ele senta na ponta da cama.

– Poderia está pior.

Ele fica em silêncio.

– Por que nunca me disse que era envolvida em crimes? – Sorrio.

– Desde sempre eu te dizia para olhar minha ficha, você ia ver tudo que eu fiz.

– Matar um namorado?

– Nunca matei ninguém. E nunca vou matar... A não ser que tente algo comigo, eu mato – Ele ri.

– Tranquilo. Mas o que realmente houve com o David? E por que ele estava envolvido nisso também?

– Ah Luther, é uma grande historia, eu... Eu não queria envolvê-lo em nada, até por que eu nunca fiz questão de que alguém se preocupasse comigo, mas ele insistiu, ele meio que sacou” tudo quando ele dormiu lá em casa, tinha policiais lá, ele ouviu conversa e tudo o mais, daí aos poucos ele foi se envolvendo em toda a historia e eu tive que contar.

– E por que não contou para mim?

– Luther, eu... Eu não sei.

– Não confia em mim?

– Não é isso, é que a gente nunca foi tão próximo, como eu sou com o David, ele sempre perguntava por isso, e aos poucos fui contando.

– Mas se confiasse em mim contaria sem que eu precisasse perguntar.

– Tudo bem, Luther. Desculpe-me, mas agora todos já sabem de tudo, não precisa fazer drama por isso. – Reviro os olhos. Ele sorri.

Eu volto a comer. Ele ficou lá, me fitando por minutos enquanto eu me alimentava para não desmaiar ali mesmo.

Ele viajava nos pensamentos e depois voltava, eu estava distraída e ao mesmo tempo ali, eu pensava no David, e ficava atenta para não fazer cara de idiota pensando nele.

– Gosta do David? – Começo a engasgar.

– O quê? – Pergunto quando consigo recuperar-me.

– Você ouviu Emily. – Suspiro. E penso bem na resposta.

– Eu não diria que o odeio, mas eu... – Ele me interrompe

– Por favor, eu quero a verdade. – Me conserto na cama.

– Luther, eu não sei.

– Como assim não sabe?

– Eu não sei, eu gosto do David, eu gosto muito dele, mas... Eu não sei de qual jeito eu gosto.

– Ahn? – Bufo e reviro os olhos.

– Eu não sei tá legal? Eu apenas gosto dele, pode ser que eu goste mais do que devia ou pode ser que eu goste apenas pelo que ele fez por mim durante todo esse tempo, eu ainda não quero amar ninguém.

– Ele me disse que era apaixonado por você! – Engulo em seco, fico sem reação, apenas fitando o Luther e pensando no que ele disse.

O David não gostava de mim, ele gosta, ele disse, mas como um amigo e não como um... Namorado?!

– Ele não me ama. – Luther revira os olhos.

– Não vou ficar te adulando, e nem vou ficar falando que o meu melhor amigo acabou ficando com a garota que eu quis ficar desde a primeira vez que a vi. O David sempre consegue o que quer.

– Ele não conseguiu nada de mais de mim. Nós somos apenas amigos, ele não é apaixonado por mim.

– Faça-me o favor, Emily. Todos nós sabemos que o David falta ficar de quatro por você. – Franzo o cenho.

– Só acho que devia ser ao contrario... – Rimos e depois voltamos a ficar sérios. – É sério, seria muito estranho ele ficar de quatro para mim... – Rimos de novo.

– É sério loirinha – Sorrio – Ele te ama. Agora falta ele ter coragem e te dizer, ou você dizer a ele. – Ele se aproxima segurando meu queixo e se aproximando.

Por um segundo eu achei que o Luther iria me beijar ali mesmo, mas ele apenas dá um beijo em minha testa e alisa meu rosto.

– Boa sorte em conseguir ficar com aquilo que eu chamo de amigo. – Sorrio.

– Nunca disse que iria ficar com ele.

– Todos nós sabemos o que irá acontecer no final. A menos que você o mate. Ele estressa qualquer um.

– Eu sei – Digo rindo.

– Mas ele sabe dar valor a uma garota quando a ama de verdade. – Nos abraçamos e ele me olha nos olhos – Sabe que está doendo falar isso não é?

– Eu sei, mas...

– Tudo bem, termine de comer e vá ver o seu príncipe encantado que deu uma de herói. Até mais.

– Até mais. – Sorrimos e ele sai da sala.

Eu realmente não entendo o Luther, até pouco tempo atrás ele estava totalmente contra o David, querendo matá-lo por ele está comigo e tudo mais, mas agora ele me apoia com ele. Vai entender os homens. Depois dizem que as mulheres que são complicadas.

Mas eu fiquei muito feliz que ele não ficou com raiva do David, e eu espero que eles voltem a ter a amizade que tinham antes.

E espero que o David não me ame de verdade.

[...]

Estávamos na sala de espera, madrugamos sentados esperando noticias do David, eu estava com o meu pai, a minha mãe, que por acaso ainda não havia trocado mais uma palavra se quer comigo, os pais do David e o Luther.

A Marcela continuava irritada comigo, mesmo eu tirando boa parte do meu sangue para doar ao filho daquela mulher, o Gregori me agradeceu umas cem vezes. Eu acho mesmo que ele tem uma queda por mim. Perguntei por que ele não doou, e ele disse que tinha diabetes, não acreditei, depois ele me disse que não se candidatou porque adoraria que depois de que o David quase morreu por minha culpa, eu pelo menos ter a boa vontade de doar o sangue.

Luther toda hora me olhava e ria, eu fazia o mesmo. Não sei por que, mas estava com vontade de rir da cara dele. Recebemos vários telefonemas de parentes entre outros, e estávamos esperando há horas noticias do David.

Até que o médico vem até nós.

– Boa... Madrugada?! – Ele diz e todos respondem – Eu peço desculpas por ter demorado, mas é que o David estava dormindo e acaba de acordar! – Anuncia sorrindo.

Sorrio disfarçadamente, mas meu pai me lança um olhar tipo: “Eu sei que você gostou de saber que ele está vivo”. Ou talvez: “Agora que sabe que ele está vivo, sei o que quer fazer”.

– E agora ele já pode receber visitas – O médico continua.

– Ótimo! – A mãe dele diz – Eu estava louca para ver meu filho, eu não aguentava mais... – Ela levanta puxando o marido, mas o médico a para.

– Ele pediu para a Emily ir lá – Fico vermelha, igual à mãe dele, só que ela estava por raiva, e eu por vergonha.

– Ela não vai ver meu filho primeiro que eu.

– Mas ele pediu.

– Ele não tem escolhas, eu vou ver o David. Você querendo, ou não! – Ele coloca mais uma vez o braço na frente dela.

– O hospital tem regras senhora Marcela, o paciente pode sim escolher quem deve entrar em seu quarto, ou não.

– Agora você vai impedir a própria mãe de ir ver o filho? – Ela grita – Escuta aqui, o filho é meu, e eu estou pagando esse hospital, eu tenho escolhas e eu vou ver o meu filho.

– Você não...

– Por favor, deixe-a ir. É melhor para todos... – Digo. O médico pensa bem.

– Está certo, pode ir visitar o seu filho.

– Mais do que sua obrigação deixar – Ela empina o nariz e depois vai andando até o quarto, dou risada da cena.

– Essa mulher é louca. – Meu pai diz.

– Eu sei...

– Ela é sua sogra – Ele diz e eu viro dando um tapa em seu ombro – E eu sou seu pai.

– Por isso mesmo eu lhe bato. – Sorrimos. – E ela não é minha sogra.

– Ainda... – Ela volta a ler a revista. Sorrio da reação dele, meu pai era realmente um... Bom pai?!

Estava apenas esperando minha vez de ir visitar o David.

[...]

A Marcela ficou muito tempo lá, muito tempo mesmo, e eu já estava me arrependendo de tê-la deixado ir em meu lugar. Eu precisava falar com o David, eu precisa ouvir a voz dele e poder falar que ele é um idiota.

Por sorte, minhas preces foram ouvidas e ela chega à sala de espera.

– A nojentinha ai pode ir falar com meu filho, só espero que não o mate! – Reviro os olhos e levanto seguindo o médico até o quarto onde o David estava.

Eu paro enfrente a porta e não me movo.

– Não vai entrar? – O médico pergunta.

– Sim, é que... Ele quase morreu por minha culpa, e eu tenho medo de que ele queira apenas brigar comigo.

– Na hora que a mãe dele chegou, ele disse que te chamou que queria falar com você e não com ela. – Entreabro a boca.

– Ele não disse isso?!

– Pergunte a ele! – Respiro fundo e empurro a porta entrando e ele vira o rosto me fitando.

Ele não sorri, assim como eu, ele não expressava nada. Eu tento abrir um meio sorriso, mas não saia nada.

– Não mordo! – Ele diz e eu sorrio, eu me aproximo da cama onde ele estava – Só se você deixar – Reviro os olhos ao mesmo tempo em que eu rio.

– Você quase morre e mesmo assim continua safado.

– É o extinto, fazer o quê... – Fico ao lado da cama, ele faz esforço para sentar. – Meu ombro dói.

– Não faz esforço.

– Quero sentar... – Olho em volta do quarto e vejo um controle.

– Aquele seria o controle para levantar a cama? – Ele olha para onde eu estava apontando.

– Acho que sim – Pego o controle e começo a mexer, e a cama começa a subir, eu sento na ponta bem perto dele. Ficamos nos fitando por um bom tempo. Até que ele quebra o silêncio.

– Eu sobrevivi...

– Sério? – Pergunto irônica.

– Não tinha o que dizer.

– Nem percebi... – Continuo com a ironia.

– Pode parar! – Sorrimos.

– Desculpa! – Digo.

– Pelo quê? – Ele franze o cenho.

– Você sabe David. Por tudo, desde o começo, desde que você começou a se envolver em minha historia e... Começar a se envolver até com o Félix, e olha aonde paramos?! Em um hospital, se não tivesse se interessado por mim estaria em casa, ou talvez na cama com alguma qualquer do internato. Mas não, você tinha que me conhecer, tinha que se envolver comigo e tinha que acabar parando em um hospital por minha culpa.

– Não é sua culpa.

– Imagina... – Reviro os olhos.

– Eu que quis te seguir, eu sabia que era o Félix, eu sabia que você iria mentir para mim, e essa foi a parte que mais me magoou. Você ainda disse que não mentiria, me prometeu que iria contar se fosse ele. – Abaixo a cabeça.

– Eu sei, eu sou uma idiota. Se eu tivesse contado não estaríamos aqui, poderíamos está lá no internato... Conversando sobre reprodução dos peixes – Ele ri e faz uma cara confusa.

– Está tudo bem, você estava com medo. Eu entendo, mas foi errado.

– Eu sei, para de colocar mais culpa em cima de mim, eu já estou me sentindo super mal e você ainda diz isso.

– Desculpa! – Ele diz.

– A única que tem que pedir desculpas é eu.

– Não tem que pedir desculpas, não foi você.

– Mas foi por minha culpa.

– Não foi bem assim, eu quis ir para lá.

– Por mim.

– Exatamente, eu não queria que o pior acontecesse.

– Mas aconteceu e foi logo em quem mais se preocupa comigo. – Ele sorri e leva sua mão até meu rosto.

– Ele te machucou demais.

– David, você levou um tiro, nenhum desses hematomas em mim é muita coisa...

– Eu sei, mas ele te machucou e doeu, é claro – Ele começa a falar tudo embolado e gaguejando – E eu me preocupo com você, e... E... Você está machucada, e eu não gosto de te ver assim, e... Sei lá, deve está doendo, e... Não gosto de... – Eu não sei o que eu em mim. Eu realmente não sei o que deu em mim.

Mas eu olhei para a boca do David, e me deu uma louca vontade de beijá-lo, e foi o que eu fiz, sim, eu fui na velocidade da luz levando minha boca de encontro a dele. Podem me internar, eu preciso que me internem. Eu nunca fiz isso, por que eu beijei o David? Sempre é ele que me beija.

Ele estava correspondendo, o que é obvio. Eu segurava seu rosto com as duas mãos o puxando para mais perto e ele usava somente uma mão segurando minha cintura – até porque ele mal podia mexer o outro braço – Ele apertava minha cintura, e eu não conseguia parar de beijá-lo, mas somos impedidos de continuar, por falta de ar e por que alguém bate na porta. Separamos-nos, sorrimos e olhamos para a porta.

– Emily, o policial disse que tem mais quinze minutos. – Meu pai estava lá. – Está tudo bem?

– Sim! – Respondo.

– Está... Ah! Tudo bem, quinze minutos...

– Ok! – Respiro fundo e viro-me de volta para David.

– Por que fez isso? E por que tem quinze minutos? Você vai ser presa? – Ela aumenta o tom de voz na ultima pergunta.

– Não, calma tá? Bom, eu vou ter que fazer “serviços comunitários”, porque eu fui a cúmplice do Félix e não contei nada para os policias sobre as ligações e tal, mesmo eu não tendo atirado em você e tudo mais, eu vou fazer serviços por duas semanas e depois eu volto.

– Ah tá! Melhor assim, duas semanas?

– Sim, duas semanas – Reviro os olhos.

– Entendo, daqui para lá eu já tenho muita disposição e quando voltar poderíamos fazer coisas diferentes... – Franzo o cenho assustada. – Tipo, ir à praia, em um cinema. Ahn... Viajar. – Começo a rir.

– Idiota, mas tudo bem, poderíamos fazer coisas diferentes. – Ele sorri.

– Ainda não me respondeu o porquê de ter me beijado. – Pigarreio.

– Bom, é que... Sei lá, eu estava preocupada com você. – respondo sem ter outra coisa para falar.

– E me beijar diminui a sua preocupação? – Dou um tapa em seu ombro.

– Faça-me o favor David, vai dizer que não queria me beijar?

– Bom... Um pouquinho só.

– Sei, sei... Mas ainda bem que meu pai chegou, imagine se ele demorasse mais um pouco.

– O que acha que iríamos fazer?

– Você sabe, e eu realmente acho que faria mesmo nessa sua situação... Ia ser esquisito. – Ele segura meu braço e me puxa para mais perto falando em meu ouvido:

– Quanto mais perigoso, mais excitante. – Afasto-me com a boca entreaberta e dou mais um tapa em seu ombro. Só que dessa vez, sem querer foi no que estava machucado.

– Au! – Ela coloca a mão por cima do ombro. E eu reviro os olhos.

– Nem vem, para safadezas não dói nada – Ele ri e eu continuo seria, mas depois começo a rir também. Olhamos para a porta e o pai do David estava lá.

– Atrapalhando alguma coisa? – O pai do David pergunta.

– Não! Pode entrar – Assim que ele passa pela porta vemos um buquê de flores em sua mão.

– Para quem é isso? – O David pergunta.

– Para você! – Ele responde e eu começo a rir.

– Ui! Quem é o homem que roubou seu coração, hein? – Ele fica sério e pega o buquê.

– Foi de uma garota – O pai responde – Eu estou lá fora, qualquer coisa é só chamar.

Ele sai do quarto e eu fico fitando o David procurando o bilhete nas flores. Até que ele acha e começa a ler.

– Leia em voz alta! – Peço. Ele me olha e ri.

– Tudo bem... – Ele começa – “Querido David, eu estou mesmo preocupada com você, depois que me contaram que você levou um tiro eu fiquei louca em casa querendo saber o que realmente aconteceu com você, até a sua mãe me contar que tinha a ver com a tal da Emily. David, você vê que eu sou melhor que ela, se quiser voltar comigo, sabe aonde me encontrar, eu espero que depois disso, veja quem te faz bem, e quem te faz mal. Melhoras meu amor, te amo. Com amor: Maria Marie”.

Ele me olha com a sobrancelha arqueada e eu reviro os olhos.

– Nunca gostei dessa garota.

– Isso se chama ciúmes.

– Isso se chama: Eu odeio essa garota.

– Ciúmes.

– Ódio.

– Ciúmes.

– Ódio.

– Ciúmes.

– Para sentir ciúmes de você, eu precisaria te amar. – Ele ri. E eu fico séria lembrando-me do que o Luther disse. – David... Você disse ao... – Não estava com coragem de continuar.

– O quê?

– Nada, esquece.

– Diz.

– Não é nada demais, se for mesmo verdade um dia você diz, mas eu acho que está na hora de eu ir.

– Duas semanas Emily?

– Sim, mas você aguenta ficar longe de mim por duas semanas.

– E se eu disser que não?

– É bom que você economize energia para quando eu voltar – Abro um sorriso safado assim como ele. – Até mais.

Dou as costas e vou andando até a porta, quando ia abrir, ele diz:

– Emily? – Viro-me, ele fica em silêncio – Eu... Desejo tudo de bom para você – Franzo o cenho e depois sorrio.

– Para você também, melhoras e prepare-se, sua mãe vai me difamar para você.

– Eu sei, mas eu aguento. – Sorrimos e eu saio do quarto antes que desse vontade de voltar e agarrar o David, novamente.

Vou andando para a sala de espera.

Eu queria voltar lá e perguntar ao David se o que o Luther me disse era verdade, eu estava preocupada com isso, eu não queria que ele me amasse, eu só queria... Eu não queria nada, mas poderia ser tudo, menos o David me amar.

Eu sei que eu não sou mais aquela de antes, mas eu ainda não quero ficar com o David.

Aconteceu tudo de novo, mais uma vez eu quase perdi quem eu mais... Gostava, quem eu mais queria o bem, e acabou que aconteceu tudo de mal, e eu sei que eu me envolvesse com o David, mais coisas que não seriam nada boas aconteceriam, eu sabia que o Félix não ia me deixar em paz, eu sabia, mas por enquanto eu estava de bem com a situação. Pelo menos o David não morreu, o que não aconteceu com o Guilherme.

Mas às vezes eu me pego pensando que se nada do que aconteceu no passado, não poderia ter tido esse presente.

Se eu não tivesse conhecido o Guilherme, talvez eu não conheceria o Félix, que me traria para esse mundo da “rebeldia”, e se eu não tivesse vindo para esse mundo, eu não atacaria a boate, eu não tentaria matar o David, e no fim acabaria o encontrando no mesmo internato que eu. E eu não estaria aqui hoje...

Gostando tanto de quem eu tive tanto ódio.

Nova fic: http://fanfiction.com.br/historia/435419/Criminal/


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Notas finais do capítulo

Bom, aqui está o capítulo, vou tentar não demorar para o próximo ok? Está quase pronto.
Gostaram? Espero que sim, porque eu não gostei muito dele, mas espero que tenham gostado.
Emily sempre se contradizendo... hsuahsu
Eu pensei em matar o David, sim, eu iria matar o David, but... Eu decidir deixá-lo vivo, se eu o matasse, era possível uma segunda temporada, curta, mas uma segunda temporada, mas eu decidi deixá-lo vivo mesmo, e eu me matei de pesquisar essas coisas de tiro, de onde mata e onde não mata, deu o maior trabalho, eu estudei mais para isso do que para as minhas provas ahsuah
Então tenham compaixão ok? Deixem reviews!
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Eu decidi, sim, postar uma nova fic, eu iria mesmo parar de escrever, porque eu não estava mais conseguindo fazer nada e nada, mas eu estava com a ideia dessa tal de Criminal na mente, ai eu conversei com a minha amiga(bitch), a Bella, a gente organizou tudo, e decidimos postar a fic, e foi isso pessoal! Eu não vou deixar vocês, vão ter que me aturar Aêê! Eu espero que gostem dela, não irei abandonar essa daqui, mas vou me dedicar as duas quanto eu puder.
Espero que gostem dela também... Espero vocês lá, ok?
(http://fanfiction.com.br/historia/435419/Criminal/)
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Bom, até o próximo, deixem reviews amores. Irei responder os outros depois, prometo!
Até o próximo!