Pai,

Casamento... Certo! Eu gostaria de te pedir para que me envie o anel da nossa família, o mais rápido que você puder.

Sei que tem algumas semanas que você me mandou aquela carta, e algumas semanas que eu só lhe escrevi uma carta, peço desculpas, nesse último mês, pensei muito no que você me escreveu, e apesar de todo o meu medo de fazer tal pedido, acho que meu sangue Grifinório tornou-se presente.

Mas ainda assim, eu precisarei de muita coragem para fazer o pedido para aquela ruiva. Mas... Já estou no caminho, já tive a ideia de como irei fazer, já bolei um plano, e deixei tudo arquitetado. Os marotos e as amigas da Lily tem me ajudado com isso.

Acho que meu medo de perder ela para guerra se tornou tão grande, que o medo dela não aceitar meu pedido passou a ser menor. Além disso, e mais importante de tudo EU AMO LILY EVANS!

De um jeito imaginável. Pois bem, eu gostaria de te pedir para enviar o anel, com a próxima carta. Eu e Sirius gostaríamos de saber como vocês dois estão, algum de vocês está machucado? Algo ruim aconteceu? Estamos preocupados!

Com amor,

James Potter.

James acordou cinco horas da manhã, o sol nem havia aparecido ainda, todos os garotos de seu dormitório estavam dormido, mas sua ansiedade era tanta que ele acordara duas horas antes do que havia programado.

Derrotado, ele se levantou, se arrumou, tentando fazer o mínimo possível de barulho. Saiu de fininho pelo quadro da Mulher Gorda, e se encaminhou para o sétimo andar. Passou três vezes na frente de uma parede lisa, com um único pensamento na cabeça e de repente uma porta apareceu na sua frente.

James entrou pela porta, se deparando com todos os tipos de decorações que se pode imaginar, organizadas em prateleiras e mais prateleiras.James coçou a cabeça, estava perdido, nunca iria conseguir pensar em algo bonito para fazer no campo de Quadribol.

Ele tinha pedido para McGonagall o campo durante aquela manhã de sábado, já que os alunos do terceiro ano para cima iriam para Hogsmeade. Assim não seria a escola inteira que iria ver o pedido de casamento que ele faria à Lily.

Suspirou então, se lembrando de que havia pedido ajuda a Lene e a Alice para arrumar o campo, mas naquele momento elas deveriam estar dormindo perdidas em seus sonhos. Derrotado por sua incapacidade de decoração, James simplesmente pegou a capa que havia levado junto com ele para que ninguém o visse e pôs-se a andar por Hogwarts.

Os corredores estavam "desertos", até que James chegou perto de uma das saídas do castelo que levavam até o jardim. Alguns Sonserinos madrugavam conversando ali.

–O Lord das Trevas parece interessado no Potter.- o irmão mais novo de Sirius, Regulus Black comentava com um garoto mais velho do que ele.

–O Potter nunca iria aceitar, ele não serve para nada mesmo.- a voz do Ranhoso se fez presente, e com desgosto continuou.- Ele logo, logo morrerá, afinal ele escolheu o lado mais fraco.

–Você diz isso porque quer aquele sangue ruim só para você.- a voz esganiçada de Belatrix apareceu debochando do Ranhoso.

–Isso não tem nada a ver com ela.- Severus cortou-a.- Mas meu maior desejo é ter a chance de assistir o Potter morrer, me fará muito bem.

O sangue de James subiu, sua vontade de estuporar cada um dos Sonserinos ali era muito, muito grande. Mas ele se conteve.

–Ouvi dizer que mesmo sendo uma sangue ruim Lord das Trevas quer recrutar aquela garoa com quem você andava Severus.- Regulus acrescentou.- Claro que ele não a deixaria viva por muito tempo, mas convenhamos que ela é boa em qualquer tipo de feitiço, depois que ele usasse ela para conseguir o que queria ele a descartaria. Dizem que os comensais fizeram uma votação, Lucius Malfoy estava lá, ele disse que a maioria foi contra, mas que tiveram alguns que aceitaram a ideia de recrutar alguém da escória com ela. Veja que ousadia!

–Então, o que Lord guarda para ela?- James viu Snape engolir em seco, mas o ato pareceu passar despercebido por seus colegas.

–Ele com certeza deve mata-lá, junto com aquela amiguinha dela também, aquela tal de Alice namorada do Longbotton.- Belatrix riu um riso gostoso. Ela parecia realmente uma psicopata enquanto falava coisas como aquela.

Não aguentando mais, James saiu dali o mais rápido possível, dando a volta na escola, e se encaminhando para o outro lado do jardim, até a cabana de Hagrid. Bateu na porta e foi recebido pelo famoso gigante de Hogwarts.

–James! Entre, entre. A que devo a honra de sua visita a essa hora?- ele parecia surpreso de ver o garoto ali, acordado tão cedo.

–Eu vim lhe avisar Hagrid, eu pedirei Lily em casamento hoje.- James tentou não transparecer o quão ansioso estava.

–Mas já?- Hagrid parecia surpreso.- Parece que foi ontem que você implicava com ela nos primeiros anos.

–Eu realmente amo ela.- James disse distraído, ele já tinha dado toda uma gigantesca explicação para McDonagall, não gostaria de dar uma grande explicação para Hagrid também.

–Bom... Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.- agora ele comentava com um toque paternal na voz, parecendo o Hagrid sempre animado que ele era.- Desejo-lhe felicidades James.

–Tendo a Lily ao meu lado eu serei.- James afirmou.

A conversa com Hagrid se estendeu de ima forma que James não previa, e quando ele olhou para o relógio tomou um susto,o café já havia começado a uma hora. Despedindo-se de Hagrid, James correu até o grande salão.

–Até que enfim! Estávamos começando a achar que você havia sumido.-Sirius comentou quando viu o amigo.

–Foi mal. Acordei cedo e passei na cabana de Hagrid e acabei perdendo a hora.- James se explicou enquanto dava um beijo de bom dia na namorada.

–Cedo?- Lily perguntou um pouco preocupada.- Aconteceu alguma coisa?

Os marotas, Frank, Alice e Lene trocaram olhares significativos, mas tiveram o cuidado de fazer com que Lily não percebesse.

–Não aconteceu nada meu amor. Eu apenas fiquei sem sono.-James tranquilizou-a.-Aonde vai depois do café?

–Pensei em ir a biblioteca, estou precisando rever a matéria de feitiços e....

–Blah, Blah, Blah!- Sirius a interrompeu.- Você sabe que eu te amo não ê Lilyzinha?!- ele perguntou logo em seguida, em resposta a ara ameaçadora que ela havia mandado para ele.

–Posso rever com você essa matéria Lily? Eu também não estou entendendo nada.- Peter perguntou.

Eles haviam combinado isso. Todos haviam falado que focariam em Hogwarts para estudar, inclusive James, de modo que Lily foi "obrigada" a ficar também. Então Peter perguntaria se Lily poderia ajuda-lo em alguma matéria, e enrolaria ela até a hora em que tudo estivesse pronto.

Peter e Lily partiram em direção a biblioteca minutos depois, e os amigos ali sentados a mesa suspiraram de alívio, uma parte já havia dado certo. Eles se levantaram e seguiram os marotos pelo castelo, até chegarem na famosa sala precisa. De novo James pensou em um lugar cheio de enfeites para decoração, de novo a sala se encheu de estantes, com varias caixas contendo todos os tipos de enfeites.

As meninas demoraram meia hora para separarem o que precisariam, sendo sempre interrompidas pela opinião de Frank, Sirius, James e Remus. Nas duas horas seguintes elas "escravizaram" os quatros, mas no final o resultado de todo o trabalho havia sido muito bom.

Alice havia feito com que o céu no campo de Quadribol se enchesse de pequenas gosta d'água flutuantes que não caiam, mas focavam paradas no ar refletindo o lindo sol que brilhava no céu. Arranjos com as flores preferidas de Lily, lírios brancos se encontravam em grandes vasos distribuídos pela grama do campo. Uma toalha de piquenique estava estendida no chão, má ano final das conta James desistiu da toalha e de mais de um tanto de enfeites, porque ele não queria na muito exagerado.

Lene saiu a procura de Lily, ela avisou a amiga que os meninos iriam jogar uma pequena partida de Quadribol e perguntou se a amiga não queria assistir. Deu sorte de Lily estar saindo do banho e conseguiu dar um jeito de fazer Lily se arrumar melhor. Quando estavam saindo do dormitório, Marlene deu um jeito de surrupiar a máquina fotográfica do quarto.

–Por que está levando a máquina, Lene?

–Para registrar os momentos, esse é nosso ultimo amo aqui em Hogwarts, eu quero ter fotos para me lembrar dele.- Marlene tinha um sorriso um pouquinho afetado no rosto, mas Lily interpretou aquilo como a melancólica do final do ano escolar.

Foi pega de surpresa quando entrou no campo e viu seu namorado pagado no meio do campo. James chamou com as mãos Lily para que ela fosse mais perto dele.

–Prometa-me que vai me deixar falar tudo que eu quero falar antes.- ele mexia no cabelo nervoso. Lily balançou a cabeça em afirmação sem conseguir pronunciar qualquer palavra.

–Só para você saber, sim isso é um pedido de casamento, e antes de dizer não, por favor ouça meus motivos.- ele começou.- Eu não estou te pedindo por causa da guerra. Bem, esse é só um dos motivos... Mas na verdade eu não vou conseguir conviver com a ideia de te perder, eu quero estar ao seu lado 24 horas por dia te protegendo e te mantendo segura, e eu sei, você sabe se cuidar eu tenho plena confiança em você, você sabe se virar muito bem sozinha. Lily eu quero fazer parte da sua vida e quero que você faça parte da minha vida! Eu quero acordar todas as manhãs e ver você deitada ao meu lado, eu quero comprar uma casa para a gente morar, eu quero escutar seu bom dia, boa noite. Eu quero montar uma família com você. Mas cedo ou mais tarde isso ia acontecer, eu iria te pedir, porque eu sempre te amei. Então... Lily Evans, você aceita se tornar Lily Evans Potter?

Lily parecia sem palavras, aliás ela estava sem palavras, ela olhava para a cara de expectativa de James, lágrimas desciam pela face dela, ela estava confusa e se julgava muito nova para se casar.

–Por favor...- James sussurrou tão baixo que ela não sabia como havia escutado.

Nesse momento todas as suas dúvidas se sanaram. Por mais que ela não soubesse e não tivesse experiência nenhuma em avançar mais em um namoro, ela estava disposta a desvendar este próximo passo com James ao lado dela.

–Sim.- ela sussurrou no ouvido de James um segundo antes de abraça-lo e beija-lo.- Eu aceito ser uma Potter.- ela certificou ao garoto que mesmo depois do beijo ainda parecia meio confuso com a resposta dela.

O sorriso de James era imedivel, ia de uma orelha até a outra, ele girou Lily no ar a beijo e finalmente ajoelhado. (Do modo mais clichê possível). Ele colocou o anel da sua família no dedo de Lily.

Ao longe, nem tão longe assim, eles ouviram as palmas de seus amigos e de seus colegas, o som da máquina de retrato que Lene havia levado, além de se surpreenderem ao ver Hagrid, McGonagall e Dumbledore ali sorrindo para eles, como se aprovassem tudo o que presenciaram.