Eu não sabia pra onde estava indo , e eu não tinha a mínima ideia de como chegar em casa , a unica coisa que eu desejava era me livrar do Steven. Como ele pode fazer aquilo comigo ? , logo quando eu pensei que ele estava sendo alguém legal... Logo quando eu... Mas o quê pensar de um idiota pervertido como aquele ? , não há nada de bom de se esperar de alguém assim.

Eram 23:00 horas , e apesar de Key West ser tão "badalada" à noite , não havia uma alma na rua. Eu estava só , a única coisa que queria era me enrolar nas cobertas e , quem sabe... chorar.

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[ -- Steven Pov's -- ]

Eu não parava de pensar no que tinha feito. Pode ser que até agora , todas as garotas com quem saí foram iguais , mas a Ariel era diferente. Eu sei que não posso ser perdoado , porém , não posso deixa-la sozinha na rua assim. Sei que ela nem deve saber pra que lado fica sua casa. Preciso encontrá-la... e então , sair da sua vida de uma vez por todas.

Dei a volta no quarteirão inteiro , e nada. Caminhei em direção a avenida central da cidade por alguns longos minutos. Sentei-me em um banco de frente pra praia , e senti o vento soprar , foi quando olhei para minha direita , e mais uns 2 bancos ao lado , pude ver um lindo cabelo de longos fios ruivos.

A garota estava à olhar o mar , ela sabia que eu me aproximava , porém , nada fez.

– Olha , sei que não vai me perdoar , e na verdade... nem vim aqui com essa intenção - comecei devagar - Mas eu também sei que você não faz a minima idéia de onde fica sua casa. O mínimo que posso fazer , é isso.

– Não pre.. - Ela se levantou e me olhou com um certo desprezo nos olhos - Não preciso.

– Sei que precisa , se me deixar fazer isso... eu prometo que nunca mais interfiro na sua vida.

Ela me olhou seriamente , parecia surpresa. E então , a deixou que eu levasse-a para casa. Não falamos nada dentro do carro , e chegando lá , simplesmente , saiu , fechou a porta sem nada a pronunciar. E finalmente , Ariel estava livre de mim.

[ -- Steven Pov's end -- ]

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Steven parecia ter cumprido sua promessa , nunca mais me seguiu ou me bisbilhotou. Passaram-se longos 2 meses , e a única pessoa com quem eu conversava era o Mark.

Ele dizia que foi o único separado do grupo e que era injusto , que estava sozinho e gostava da minha companhia. Acho que nos tornamos amigos , ele é muito divertido e eu pude esquecer tudo que passei desde quando cheguei aqui graças à ele. Elisabeth parou de andar com os meninos e agora estava sempre acompanhada de mais 2 garotas. Esses tempos ai ela veio me pedir desculpas pelo que fez , e que ia tentar conquistar Steven da sua própria maneira. Eu fiquei feliz , não pelo fato de ela ter vindo pedir desculpas , mas pelo fato de que agora , eu estava em paz. Finalmente , em paz.

– Ah , não adianta! não consigo , não consigo! - Mark se debruçou sobre o caderno e o livro de matemática.

– Olha , não é tão dificil assim , é só você prestar atenção nas fórmulas - Tentava explicar.

– Sou péssimo com matemática, não adianta. Vou fechar com zero esse bimestre.

– Calma , você vai passar na prova, - tentei acalma-lo o que parecia impossivel - acredito em você. - Sorri.

O garoto parecia corar um pouco , e logo virou o rosto rapido

– T-tudo bem... vou tentar mais uma vez.

Enquanto eu tentava ajudar Mark com sua prova recuperativa durante essa semana inteira , pude saber um pouco mais sobre ele , o garoto parecia alguém muito confiável. E eu gostava muito do jeito dele.

Cheguei em casa e na verdade eu desejei nunca ter chegado. Meu pai estava debruçado sobre a mesa , com algumas varias garrafas de cerveja ao lado. Eu odiava ver aquela cena , então subi logo pro meu quarto.

Minha relação com meu pai não era das melhores , mas também não era das piores. Eu não falava com ele , e ele não falava comigo. Vivíamos como quaisquer estranhos , morando na mesma casa.

Não tinha muito o que fazer esses dias , meses , enfim , esse tempo que estou aqui completamente isolada do mundo. Então passava minhas tardes na internet.

As férias de meio de ano estavam chegando, e se eu ja passo o tempo todo sem fazer nada agora , imagina quando elas chegarem. Precisava achar algo com que eu pudesse me ocupar.

A única coisa que me ocupava às vezes era olhar a imensidão do mar, eu ficava ali , encarando o mar , sentindo a doce brisa tocar meu rosto.

Enfim , dias depois chegaram as férias , e eu passei o tempo todo trancada no meu quarto. Sim , as férias inteira.

O novo semestre ia começar , e apesar de eu não ter muito o que fazer naquela escola além de estudar , eu queria muito que as aulas voltassem.

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– Bom pessoal , agora vamos escolher o representante de classe desse semestre - Quem ditava era o anterior representante de sala - Tenho o sorteio aqui em mãos , e nessa caixa estão todos os nomes dos alunos desta sala , quem sair , garante vaga.

Eu estava pouco ligando para aquilo , me perdia nas minhas músicas no fone de ouvido. Na verdade , faz tempo que eu não ligo para algo.

– Ariel Collins.

Claro que minha reação foi um susto , e acho que da sala também , afinal todos me encaravam assustados e surpresos. Mas é claro que eu não queria aquilo , não iria aceitar.

Foi o que pensei...

Infelizmente , era obrigatório , e acho que eu não me sai totalmente azarada , afinal , ser representante de sala ia elevar minha nota (puro interesse).

– Bom , finalizando , tenho mais um recado - o ex-presidente escrevia no quadro-negro uma programação - A nossa escola , ganhou uma viajem para ... Miami! - O quê ? , Miami ? , sempre quis visitar aquele lugar - A viajem tem duração de 7 dias , e vamos ficar hospedados em um luxuoso hotel onde tem piscina , parque , e restaurante. Também , iremos fazer um "tour" pela cidade com os professores conhecendo melhor o local.

A reação de todos naquela sala foi festejar , todos gritavam de alegria. Bom , até eu estava feliz , mesmo não tendo nenhum tipo de intimidade com ninguém ali , o que me importava era ir pra Miami.

– Vamos de ônibus escolar. São aproximadamente 3 horas de viajem e alguns minutos. Cada estudante pode levar 5 kilos de bagagem.

Finalmente , as coisas pareciam ficar melhores.