Pov Anne

Toc Toc

— Anne? Filha, já estou saindo, esta bem?

— Hm, ok mãe. – disse sonolenta tentando focalizar da mãe na porta.

— Segunda-feira! – exclamou colocando o travesseiro contra sua face observou o escuro de seu quarto tendo lembranças do dia anterior, Samantha tinha dado a ela algo que ninguém por vários anos não tinham dado, um pouco de pura diversão, agora tinha que se concentrar em seus estudos, o professor ‘’rígido’’ como todos falavam havia passado um projeto sobre ossos para cada um de seus alunos e para Anne terminar o seu faltava apenas à conclusão.

Levantou-se e foi para o banheiro fazer sua higiene pessoal e logo voltou para seu quarto, pegou o pen drive onde estava seu projeto que ainda hoje deveria ser apresentado. Conectou o objeto em seu computador, leu o conteúdo inteiro e por ultimo adicionou a conclusão que pelo seu perfeccionismo com suas notas aquilo estava bom. Tomou um banho rápido, estava quase na hora de seu ônibus passar, abriu o armário a fim de achar uma roupa, pegou uma calça jeans skinny e uma blusa lilás que gostava muito, apanhou o pen drive e o guardou dentro da bolça e rapidamente saiu pela porta trancando a mesma. Chegando ao ponto de ônibus Anne avista uma senhora que era sua vizinha a anos, cumprimentou a mulher com um belo bom dia e a senhora logo respondeu sorridente. Seu ônibus não demorou a chegar e Anne partiu para a faculdade, ainda com a lembrança do dia anterior Anne olhava pela janela da condução as pessoas pareciam mais felizes que o normal ou era seu estado emocional que estava mudado? Balançou com a cabeça negativamente com um sorriso torto, o dia estava claro no céu havia bando de passarinhos brincando e cantando entre as nuvens, se assustou com seu celular vibrando.

‘’Silêncio, tão ruim e em certos momentos tão necessário. ’’

Anne sorriu.

‘’Numa hora dessa acordada?’’

‘’Sim, o trabalho chama, espera alguém não estava devendo uma bebida?’’

‘’E a faculdade me chama apenas me fale o dia.’’

‘’Ainda tenho medo de quem você seja, uma pergunta, por que amar é uma coisa difícil? Devia ser a coisa mais fácil do mundo, não?’’

‘’Sou uma psicopata! Deveria? Ou não? Não sei oque te responder! E oque fazer quando seu coração diz algo e sua mente outra?’’

‘’Ah, é tão difícil, a luta eterna entre coração e mente. ’’

‘’Vou entrar na sala, depois nos falamos executiva apaixonada. ’’

‘’Okay, acho que não sou só eu que está apaixonada... ’’

— Apaixonada. – pensou e depois revirou os olhos.

Anne chegou no corredor que dava em sua sala e Kevin já estava esperando todo sorridente com uma sacola vermelha, Anne se aproximou do rapaz e a entregou o embrulho.

— Bom dia, isso é pra você Anne. – disse com sua voz estranha por causa do aparelho.

— Bom dia Kevin, nossa oque é isso? – começou desembrulhar o pacote ainda um pouco surpresa.

— Kevin não precisava. – disse olhando dentro do pacote e vendo que eram bombons.

— Claro que precisava você é uma amiga e tanto.

— Obrigada, agora vamos que estamos atrasados. – disse enganchando seu braço no dele com um afeto fraternal.

Anne entrou na sala e cumprimentou suas amigas que já estavam sentadas

— Oi, Laura, Melissa e Jane como estão?

— Oi – responderam todas.

Era nessa aula que ela iria apresentar o projeto e iria ser ela a primeira. O professor entrou na sala e pediu para que colocassem o pen drive em cima da mesa, pegou a lista de nomes e chamou por Anne, ela estava um tanto quanto nervosa, mas precisava se acostumar com aquilo, pois iria fazer muito quando começasse a trabalhar em um grande hospital era oque esperava.

Anne começou falando sobre as estruturas dos ossos superiores depois sobre os inferiores, explicando com eficiência e objetividade, terminou lendo sua conclusão olhou para o professor e ele sorriu para ela satisfeito, recebeu uma salva de palmas da turma foi para seu lugar e foi cumprimentada pelos colegas. Depois da maravilhosa apresentação de seu projeto Anne teve mais três aulas, logo depois de finalizadas foi embora para sua casa, pois Bia iria chegar.

Chegou em casa e seu pai já saia para mais um grande plantão.

— Olá filha. – deu um beijo na testa da loira.

— Oi pai, plantão de novo?

— Sim, grande cirurgia hoje. – disse com uma aparência cansada.

— Neurológica?

— Isso, me deixa ir se não me atraso, até mais.

— Tchau pai.

Entrou em casa e jogou sua bolça em cima da cama, ajeitou seu quarto colocando algumas coisas que se encontravam no chão dentro do armário, faltavam poucos minutos para que Bia chegasse então preparou um macarrão ao molho branco que a pequena amava, já com as panelas no fogo trocou sua roupa e voltou para o fogão certificando-se que nada havia queimado ou mudado de consistência.

Ding Dong

Foi rapidamente abrir a porta.

— Tia Anne! – a menina deu um grito e pulou no colo da loira.

A mãe de Bia que estava ao celular quando deixou a menina, deu um beijo na filha e saiu ainda com o celular no ouvido, Bia que já estava acostumada com a situação acenou para a mãe que nem ao menos olhou para a filha entrando no carro luxuoso.

— Eai garotinha como passou o dia? – disse erguendo a mão para um típico high five.

— Bem – disse olhando para baixo cabisbaixa.

— Olha para mim Bia! Oque esta sentindo? – disse encarando a menina séria.

— Queria ficar com a minha mãe hoje tia.

— Ah Bia não fica assim ela precisa trabalhar você sabe não é?

— Sim.

— Então e ficar comigo não é tão ruim assim ou é?

— Não.

— Agora vamos comer? Adivinha oque.

­— Macarrão molho branco? – disse já se animando.

— Yeah!

— Ebaa!

Anne levou a menina até a mesa para comer a massa feita com muito carinho.

— Oque tem para a sobremesa? – perguntou à pequena.

— Mas você nem comeu ainda e já quer a sobremesa?

A menina de cachos balançou a cabeça positivamente com um sorriso, sua expressão mudou com a ideia para uma sobremesa.

— Pipocas coloridas! – deu um grito de animação.

— Mas Bia as minhas pipocas grudam e não ficam coloridas e cheiram queimadas só se a gente...

— Tia Samantha! – gritou mais uma vez animada.

Ao ouvir o nome algo dentro da loira a alertou, um de seus braços arrepiaram e seu coração bateu alguns segundos mais rápidos.

— Não podemos incomoda-la Bia ela deve estar trabalhando e... – a pequena já fez um bico triste. Anne não poderia deixar a menina mais triste sua mãe não dava o mínimo de atenção para ela, ela deveria fazer isso por ela no lugar de sua mãe.

— Olha Bia tive uma ideia, por que não vamos naquela banca lá do central park?

— Stevi.

— É o Steve – disse rindo do modo que a pequena havia pronunciado. —Coma pra irmos.

Anne colocou o prato para a menor e pegou um para ela, tinha que admitir que estava bom, comeram a massa sempre conversando e contando piadas a maioria vinha de Bia que nesse dia aprendeu várias novas na escolinha, tirando risos da loira.

Pensou que Bia iria esquecer-se da ida para o central park depois da pequena cochilada no sofá, mas não, tirou os livros do colo de Anne e a arrastou para a porta.

— Calma Bia me deixa trocar de blusa.

Trocou sua blusa o mais rápido possível, pois a garotinha a puxava para fora da casa, trancou a porta e foi em direção ao central park, como era perto foram andando Bia sempre parava para ver uma flor ou um esquilo comendo uma noz ela amava a natureza podia notar. Chegaram ao parque e Anne foi direcionada por Bia que corria em direção a barraca de pipocas do Steve, chegando lá ela mesma fez questão de pedir.

— Stevi quero dois pacotes de pipocas coloridas!

— É para já! – disse ele sorrindo para Anne que estava vermelha por correr atrás de Bia.

Anne sentou ao lado de Bia na cadeira, esperando suas pipocas e se assustou com alguém que falou bem atrás delas.

— Ora... Ora!