( A partir daqui a história será contada pelo ponto de vista do “Chefe” )

Então, finalmente, depois de anos planejando, consegui sucesso. Foi até fácil, afinal de contas, Aizen me ajudou muito, acho que agora não tenho escolha a não ser virar sócio dele.

“Roubar o poderoso Kuchiki Byakuya”. Até parece brincadeira... Nunca imaginei ficar nessa posição, eu esperava fazer tudo de forma mais simples, bem mais rápido. Mas, sem dúvidas, com a ajuda do Aizen foi tudo mais interessante de ser realizado. Ele, ao contrário de mim, é um revolucionário, eu só quero me preocupar com o que me convêm... Não me importo com os demais. E só de pensar que quando eu ainda estava pensando em realizar meu plano, Aizen já tinha tudo planejando... No fim, eu só precisei contribuir com dinheiro. Apesar de meus objetivos serem individualistas, acho que ser ajudado pelos outros a conseguir o que quero não deve ser ruim...

O melhor de tudo foi que até mesmo o próprio destino me ajudou, com a ‘morte’ de Kaien, o caso do Isshin, a ambição de Aizen... Tudo veio a calhar. É até irônico. Logo eu que fui tão independente.

Pelo menos Isshin não esta no meu caminho, muito pelo contrário... Assim, tudo será mais fácil!

Agora meu único objetivo é chegar até o galpão o mais rápido possível, não posso os deixar matarem a Rukia, ela ainda tem muita serventia para meu plano. Se ela morrer, provavelmente Isshin vai aparecer de qualquer forma, até porque a Rukia que o mantêm “preso” por assim dizer. Afinal, o caso que Rukia teve com Shiba Kaien no passado a fez saber algumas coisas sobre o Isshin que ninguém suspeitaria. Deve ser por isso que Isshin não falava ou ao menos citava a Rukia, ela e Kaien são uns dos poucos que sabem seu segredo... Infelizmente, tropeçamos no próprio pé, ao fazer a ‘guerra’ em Karakura, perdemos Isshin de vista, e agora, ele esta por ai, fazendo o que quiser. Isso é um problema. Grande problema.

Após eu despistar os que me procuram e deixar para trás os que não me devem me ver no momento, rumei lenta e calmamente para o galpão, apesar de eu precisava chegar lá logo. Ah, não estou com tanta pressa. Cada vez mais, infelizmente, estou ficando cego pelo meu objetivo, mas, retroceder não é uma opção. Nem pensar.

No caminho até o galpão, vi um outdoor do banco G13 com a foto do “ilustríssimo Kuchiki Byakuya”, o homem que foi ‘roubado’, não pude deixar de dar uma pequena gargalhada. Realmente, a ganância esta mudando minha personalidade...

E pensar que Ichigo me atrapalharia tanto, bom, não posso culpá-lo, ele apenas quer a Rukia, mas, já o Isshin... Eu não sei como agir, afinal de contas, ele pode ser um grande inimigo, ou talvez, seja apenas um desocupado... Hahaha. Será mesmo que Isshin me trará problemas? Se não fosse por aquele dia, ele não seria uma dúvida como é hoje, seria tão fácil simplesmente matá-lo, mas, nem isso o maldito permite que eu faça sem revelar meus planos, e durante meses estamos nesse jogo de xadrez, quem mexer a peça errada perde, por isso, foi melhor eu aumentar minhas quantidades de peças, assim tenho mais movimentos, por outro lado, tenho mais possibilidades de erro. No fim, independente do que aconteça, eu só procuro o lucro, então, sairei vencedor...

Irônico é que eu tenho ouvido muitos perguntarem quem sou eu... Não é óbvio? Não é tão difícil de descobrir, olhe ao redor, observe bem, o que falta ao cenário? Quem deveria estar mexendo as peças do tabuleiro? Quem é Deus? Ele move as peças? Ou Deus é só quem tem mais poder? O que acha que farei?

Todas essas perguntas, eu mesmo as faço, para todos os que acham que não tenho o poder. E, ter tudo de todos, controlar tudo de todos, esse foi o último desejo dela, e, agora, irei cumpri-lo. Porque ela é meu único objetivo, mesmo que eu tenha que sacrificar todos... Mesmo que tenha que sacrificar quem não devo...

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[ Proximidades do galpão abandonado de Las Noches. 19:00 hrs ]

Em meio às ruas vazias e escuras da cidade de Karakura, gritos ainda podiam ser ouvidos depois de tanto tormento causado pela gangue de Grimmjow, de fato, o caos era muito maior do que se podia imaginar, sons de sirenes de ambulâncias eram predominantes na cidade. Urahara, juntamente com Tessai e Yoruichi, seguia em direção ao local onde Rukia estava, andando o mais rápido que podiam dentro do Jeep que estavam. Tessai dirigia. Assim que avistaram o galpão ao longe, também puderam notar que, não se podia continuar o trajeto motorizado, carros em chamas bloqueavam as ruas e, logo à frente, tinha um pequeno ronco de motor de moto, Starrk e Halibel aguardavam a chegada de Urahara, provavelmente, já tinham armado essa “armadilha” assim que Szayel os notificou que eles estavam a caminho e deviam impedi-los. O farol forte da moto cegou Tessai imediatamente, que logo parou o veículo. Sem escolha, Urahara desceu do Jeep enquanto Yoruichi o lançava um olhar de desaprovação. Starrk também desceu da moto.

–Olá! –Urahara falou, segurando o chapéu para evitar que ele voasse com o vento forte que havia soprado por ali- Como vai Senhor...

–Meu nome é Starrk.

–Starrk! Oh! Que belo nome! Estou lisonjeado em conhecê-lo! Como vai?

–Vou muito bem e você? –Starrk respondeu com um olhar entretido, ele realmente parecia se interessar até Halibel o chamar de forma autoritária, ela agora descia da moto lentamente, olhando Urahara com atenção-

–Urahara é seu nome né? Não irá passar daqui, estou sendo direta. Nem tente passar, não permitirei, se tentar, terei e poderei usar força. Entendeu?

–Hohoho. Como ela é direta! –Urahara disse olhando Halibel curioso, enquanto cobria parte do rosto com o leque que sempre carrega junto de si- Vocês são namorados Starrk?

Starrk não pareceu ligar muito para a pergunta de Urahara, porém, olhando-o um pouco mais, coçou a cabeça de leve e deu um pequeno sorriso. Uma idéia não muito genial havia lhe invadido a mente.

–Eu e a loira?! –Starrk falou observando a reação de Halibel pelo canto dos olhos- Não, não. Ela é só uma amante mesmo...

Urahara, agora mais sério, encarava os olhos penetrantes de Halibel, que se enchiam de raiva cada vez mais.

–Não me chame de loira Starrk... Nunca mais na sua vida...

Logo atrás, Yoruichi observava a ‘atuação’ de Urahara.

–Parece que isso não irá terminar muito bem. –Yoruichi disse quase que em pensamento- Urahara é louco mesmo...

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[ Antigo galpão de Las Noches, atualmente abandonado –Lado leste de Karakura. 20:00 hrs ]

Szayel ainda estava ao telefone. Ele parecia dar ordens a muitas pessoas ao mesmo tempo. Finalmente, após um tempo, ele desligou o celular.

–Pronto... –Disse satisfeito- Ta tudo certo. Agora é só tirar a Rukia daqui e finalizei o meu serviço! –Falou ainda mais satisfeito-

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Dentro da sala de reuniões do galpão, Rukia tentava, sem sucesso, fugir das mãos de Nnoitra, que a segurava com força.

–Ah, não corra pequena! Eu sou gentil! –Disse ele, puxando-a violentamente-

–Me solta. Por favor. –Suplicando e já em prantos, Rukia disse essas palavras, sua voz falhava devido ao choro e, sem animo algum, ela já estava desistindo de lutar. Suas forças sumiram de repente e, sem poder reagir, ficou a mercê do homem alto e magro que lhe encarava com prazer.

–Você realmente é bem ‘bunitinha’. –Disse Nnoitra a avaliando novamente- Terei o maior prazer em provar cada centímetro desse seu pequeno corpo macio...

–Se a...fas...te...de...mim! –Rukia suplicou, usando suas últimas forças antes de ajoelhar no chão devido ao cansaço-

–Me afastar? Não, porque o que quero fazer vai precisar dos nossos corpos bem juntinhos. –Disse Nnoitra com um olhar assustador, olhando-a de cima- Nem precisa se levantar, pode ficar ajoelhada mesmo...

~~x~~

–E ai grandão. Vamos começar logo isso ou não? –Yammy falou olhando Sado com a habitual raiva- Quero muito experimentar o som de seus ossos quebrando!

–Desculpe-me. Não te darei tal prazer. –Sado respondeu-

Sado, depois de avaliar Yammy, avançou em direção ao mesmo, mantendo a postura de pugilista, com intuito de desferir um violento soco. Yammy não se intimidou, e também avançou em direção a Sado, gritando muito, como se estivesse esperando por esse momento a vida inteira. A distância entre os dois diminuiu rápido, e ao mesmo tempo, ambos trocaram violentos socos em suas faces, os fazendo caírem simultaneamente no chão. O impacto do soco foi realmente descomunal, dentes saíram facilmente da boca de ambos, acompanhado de um bocado de sangue. A queda foi rápida, ambos deram um soco muito poderoso e era impraticável se manter de pé. Depois de alguns segundos deitado, Yammy ainda um bocado tonto se levantou.

–Quem diria que esse desgraçado teria um soco tão forte. Deslocou meu maxilar e quebrou um dente. –Disse, cuspindo sangue ao chão cinza do galpão- E então, grandão! –Chamou olhando o corpo imóvel de Sado ao chão- Já acabou?

–Não acabou. –Sado respondeu imediatamente- Eu só estou pensando. –Falou ainda deitado olhando o teto do galpão- Eu pus muita força nesse último soco, e você esta de pé, realmente você é muito forte.

–Digo o mesmo. –Retrucou Yammy sorrindo-

–O meu avô, ele me ensinou a não brigar com ninguém, porém, -Fez uma pausa e se levantou lentamente, limpando o sangue que escorria de sua boca- Se for uma luta por seus amigos, você não somente pode como deve usar toda a força!

–ÓTIMO! –Yammy falou com o olhar amedrontador- Venha! Quem tiver mais resistência vencerá! –Gritou-

Novamente, ambos preparam suas guardas e vieram de encontro um ao outro rapidamente, porém, no último instante, Yammy desviou do golpe de Sado com uma grande agilidade, seu movimento era claro de ser visto, mas quase que impossível de ser acompanhado. Após a esquiva, Yammy acertou um soco no estomago de Sado, porém, Chad nem esboçou alguma reação, deixando Yammy assustado. Um leve sorriso surgiu repentinamente no rosto de Sado enquanto ele segurava o braço de Yammy com força.

–Agora você não poderá fugir... –Disse Chad com um sorriso vitorioso- Essa luta acaba agora!

Sado segurando o braço direito de Yammy o puxou para baixo, fazendo-o se chocar com seu joelho, logo depois, socou o rosto dele com um gancho de direita e o puxou novamente para baixo, dando mais uma joelhada, completando a seqüência de golpes com uma cotovelada nas costas dele seguido de um violento chute, que o arremessou a alguns metros de distância.

–Esta acabado. –Sado disse ofegante, olhando o corpo imóvel de Yammy no chão-

–NÃO MESMO! –Yammy gritou levantando-se rapidamente- VOCÊ ACHA QUE ESSES GOLPES DE MENININHA VÃO ME DERRUBAR? EU VOU TE MOSTRAR O QUE É UMA LUTA!

–Como você ainda esta de pé?! –Sado disse espantado, a violência com que ele tinha dado os golpes foi fora do comum, qualquer um estaria inconsciente a essa altura-

–Pode vim sua marica. –Zombou Yammy- Eu vou acabar com você...

Sado sem demorar, avançou novamente contra Yammy, porém dessa vez Yammy não correspondeu à investida de Chad, ficou parado esperando-o, com uma posição de combate diferente, ele mantinha seu punho esquerdo na altura do rosto, e o direito próximo a cintura. Não tardou pra novamente Sado socar Yammy com fúria e violência descomunal, mas dessa vez, surpreendentemente Yammy bloqueava todos os golpes de Sado sem muitas dificuldades, mantendo sempre sua posição de combate mais firme e rígida, fazendo Chad recuar aos poucos.

– O estilo de luta dele mudou completamente, parece que depois de tomar aquela seqüência de golpes ele ‘acordou’! Não vou poder errar os próximos golpes, já estou muito cansado para manter a força dos ataques, então, o próximo deverá ser o último... O grande problema é como passar por essa posição defensiva... Só tenho uma chance...

– Vai ficar ai parado me olhando? –Zombou Yammy- Venha Sado! Eu irei quebrá-lo em dois!

–O próximo golpe será o último... –Chad disse em aviso, relaxando os braços e sacudindo-os para liberar a tensão- Eu já sei como te pegar...

–Chega de papo... VENHA! VAMOS, VENHA! –Yammy gritou-

E mais uma vez Sado correu em direção a Yammy, preparando um agressivo, poderoso e violento golpe de direita. Yammy dessa vez flexionou os joelhos e preparou-se para o impacto, deixando a mão esquerda frente ao corpo, ele bloqueou o golpe de Sado com dificuldades, porém, sem perder tempo, Sado segurou o braço esquerdo dele e tentou socá-lo com a guarda baixa. Yammy girou o corpo para o lado, soltando-se de Sado e logo em seguida, segurou-o pelo pescoço violentamente, arremessando ele no chão; Yasutora ainda no ar agarrou-se nos braços de Yammy para diminuir o impacto, enquanto prendia a cabeça de seu oponente entre as pernas durante um giro rápido, algo semelhante a uma chave de braço, logo em seguida, Chad girou o próprio corpo para o lado rapidamente, podendo-se ouvir um estalo alto, enquanto o corpo de Yammy caia lentamente no chão.

Uma grande poça de sangue formou-se ao redor da cabeça de Sado, que tinha se chocado violentamente no chão. Sem muitas forças restantes, Chad virou-se para o lado, olhando a entrada do galpão já sem esperanças de uma sobrevida. O sangue rubro que não parava de sair de seu crânio entrava em um grande contraste com a cor cinzenta do chão do local.

– Eu acredito que minha vida tenha valido a pena... –Pensou olhando para o teto do galpão- Não me arrependo de nada, minha alma esta em paz. Cumpri com o meu desejo e agora posso realmente descansar. Minha visão esta ficando embaçada; Meu corpo dormente e frio. Sinto que vou perder a consciência, mas se a morte me levar agora, minha alma esta satisfeita. Mesmo que nessa fria noite todos os meus amigos morram... NÃO! Não devo pensar assim. Se meus amigos morrerem terá tudo sido em vão... Ao menos sei que se eu tombar primeiro não vou precisar ver meus camaradas tombando... Pelo menos... Pelo menos minha alma esta feliz em ajudar o Ichigo de novo... Desde aquele dia eu jurei ajudá-lo...

( Três anos atrás, em algum lugar de Karakura )

–Hey, Hey! Chad! Onde é que você estava?! – Ichigo perguntava isso, após um longo tempo de procura, ele havia encontrado Chad em um pequeno bairro de Karakura, onde ele estava refugiado após simplesmente ter parado de ir às aulas- Eu andei te procurando a semana inteira! O que aconteceu?

–Não é nada... –Sado disse em resposta-

–Diga-me, sou seu melhor amigo! O que aconteceu?

–Meu avô... Ele esta doente. – Lamentou Sado-

–Ah... –Suspirou Ichigo- Desejo melhoras a ele.

–Não. Não haverá melhoras. O caso dele é grave. O médico deu mais dois meses para ele... Não sei mais o que fazer! Ele vai morrer! E eu não posso fazer nada! –Disse Chad, deixando sua tristeza vim à tona-

– Quanto à saúde do seu avô não podemos fazer nada pelo visto. Mas, nesse período de tempo, você pode alegrar a alma de seu avô. Faça algo que ele queira que faça, eu sei que ele jamais desejaria te ver fora do colégio. Sabe, depois da morte da minha mãe eu fiz o mesmo. Eu fiquei frustrado, e não sabia o que fazer, perdi todo o sentido da vida e comecei a fazer besteiras por ai... Mas, depois eu percebi que isso só entristecia a alma da minha mãe. O que ela gostaria que eu fizesse era proteger minhas irmãs, assim como ela me protegeu. Esse era o desejo da alma dela. E é isso que faço, protejo a todos. Então faça algo que agrade seu avô, com certeza isso é o que ele deseja.

–Fazer algo que meu avô queira? –Sado retrucou-

–Sim, tem algo que ele quer que você faça...

–Jogar basquete assim como meu pai. Ele quer que eu siga os passos do meu pai e siga a carreira profissional.

–Faça isso! –Ichigo disse sorrindo- Ele se alegrará.

–Farei isso pelo meu avô...

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–Aquelas palavras que Ichigo me disse naquele dia, salvaram minha vida. Ele pode até não saber, mas eu queria me suicidar naquele dia... Devo minha vida aquelas palavras, mas agora, minha alma esta satisfeita da vida que levei e das decisões que tomei... Obrigado, Ichigo.