Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Relembrar que senhor dos aneis não me pertence e que eu tomei a liberdade de me apossar dos seus personagens, mas sem nenhuma finalidade a não ser divertir-me e abusar de certas personagens (sorriso malicioso ON)

Boa leitura!!



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Todos acordaram no dia seguinte às quatro e meia da madrugada para partirem assim que o sol nascesse no horizonte. Todos sentiam a nostalgia envolvendo as suas almas. Era a ida para a grande missão das suas vidas e eles sabiam disso.

A Irmandade já estava toda reunida. Junto a ela, estavam Arwen, Elrond, Ibetu e, por fim, Dithinia, que chorava serenamente pela neta que partia, e lhes disse a todos:

- Já todos sabem que a missão que enfrentam é muito perigosa. Eu quero que saibam lidar com isso.

- Sim… - Concordou Elrond. – Por isso, com sabedoria de muitos anos lhes aconselho que, quando olharem para o lado, não vejam um Elfo, um Anão, um Humano, um Mago, ou um Hobbit. Vejam um companheiro mas, mais que tudo, um amigo.

- Sabemos que dentro da Irmandade existem algumas divergências e que, ao início, verão pessoas de quem não gostam, mas isso mudará. Assim espero que seja! Espero também que esta missão vos ensine a viver sem olhar à raça, ao sexo, às diferenças. Espero que vos ensine o valor da união. – Concluiu Ibetu.

- Que Ilúvatar vos acompanhe! – Desejou Arwen. – Sejam fortes!

- Que Ilúvatar convosco fique e que a paz e o amor vos possuam! – Desejou Liz a eles os quatro.

- Temos que ir. – Disse Gandalf. – Despachemo-nos!

E assim eles partiram.

- Por onde é que vamos? – Perguntou Sam, passadas duas horas da partida de Rivendell.

- Pelos Montes Brancos é o melhor caminho, ainda que incerto. Mas nem sempre o incerto é mau, apesar de o temermos. – Gandalf respondeu. – O que achas, Frodo?

- Não sei… - Frodo parecia perdido nas palavras de Gandalf. – Liz?

- Eu concordo com Gandalf, Frodo. Dos caminhos que temos, esse é o menos incerto. – Ela respondeu.

- Anseio ir por Mória. – Gimli fez-se ouvir e Liz olhou-o. – Há muito que perdi o contacto com Balin.

- Moria não é certo, Mestre Gimli. Moria é escura e a minha visão me afasta de lá. – Gandalf respondeu ao Anão. – Mais que incerta, é como se Moria estivesse suspensa por toda a eternidade.

- Gimli, vamos pelos Montes, por favor… - Liz pediu, ele acenou, cedendo.

- Então os Montes serão! – Decidiu Frodo, e todos começaram a andar na direção da região.

- Não pude deixar de reparar que tens a confiança de Frodo… - Boromir aproximou-se dela. – E eu percebo o pequeno. – Ela sorriu. – Qual é a tua história, Liz? Tão enigmática me pareces… - Ele sorriu para ela, que mordeu os lábios sentido o olhar analisador do homem.

- Eu não sei se alguma vez saberei quem realmente sou. – Ela olhou-o.

- Preciso de descansar. – Frodo anunciou algum tempo depois para todos.

- Tudo bem! Todos precisamos de o fazer! – Gandalf concordou. – Já caminhamos há oito horas.

Eles procuraram um monte resguardado, pois tinham que ser discretos e fizeram um acampamento ali.

Liz abriu a sua mochila, vendo realmente muita comida e decidiu comer alguma coisa e beber água. Como Humano-Elfo-Feiticeira tinha que comer mais do que o normal, mas decidiu-se a comer apenas uma maçã e um pão élfico de Rivendell. No fim da refeição, Liz sentiu os seus dois anéis por baixo da roupa.

- O que tens ao pescoço, Liz? – Perguntou-lhe Frodo, que tinha reparado no seu gesto.

- Algo que me deram. – Ela respondeu, pensando no Anel de Paz.

- Quem? – Perguntou-lhe Boromir.

- Um amigo? – Perguntou Sam, sentando-se ao seu lado.

- Um irmão? – Perguntou Gimli.

- Um amante? – Perguntaram Pippin e Merry ao mesmo tempo a sorrir maliciosamente. Todos riram suavemente divertidos, exceto Legolas.

- Talvez uma mistura de tudo… - Ela respondeu, com um sorriso brincalhão nos lábios, lembrando-se de Doe, que lhe estipulara o Anel da Paz. – Não um amante muito exímio… - Todos se riram divertidos. – Não, ele é um bom amigo, quase um irmão.

- Mas não um amante? – Boromir perguntou, sentando-se ao seu lado.

- Não! – Ela sorriu para ele. – Ainda busco por esse amor de amantes.

- Como ainda não encontraste esse amor com toda essa beleza? – Perguntou ele, olhando-a fixamente.

- Não sei… - Ela olhou para o céu, diretamente para o sol, mas depressa desviou o olhar, dando-se conta de que tinha de agir como uma Humana, e os Humanos não têm a capacidade de olhar diretamente para o Astro-Rei. – Penso que a minha beleza cativa os demais que me fitam, mas o Amor é algo muito mais profundo na minha singela opinião. O meu pai estava sempre a recordar-me disso, de como o amor vai para além da Beleza.

- Ah, afinal tens pai! – O tom de Legolas era irónico, o que fez a ruiva erguer a sobrancelha, como se fosse demasiado óbvia a averiguação do loiro.

- Não! Eu caí do céu só para te vir dar cabo da cabeça. – Respondeu ela no mesmo tom.

- Ouve, eu quero dar-te um conselho, Liz! – Ele falou, olhando-a.

- Ah, sim? Que generoso, Legolas! Qual é? Não ligar a mínima para o que dizes, pois só saem disparates da tua boca? – Gimli riu com o tom irónico da mulher.

- Se queres tanto ajudar o Frodo, abandona a Companhia! Não atrapalhes! As mulheres não devem lutar, devem ficar em casa, bonitas para os seus maridos. E esta viagem é muito perigosa!

- Legolas, não pareces um Elfo a falar. – Liz olhou diretamente para ele. – Acaso nunca ouviste as canções élficas que glorificam as ações de Elfas, como Lúthien, Idril e Galadriel? Acaso eu, que Elfo não sou ao contrário de ti, sei mais da tua raça que tu?

- Como bem disseste, Elfa não és, és Humana, e não te queiras comparar a Lúthien, Idril ou Galadriel. – Ele falou seriamente.

- Tenho somente três coisas para te dizer. – Liz colocou um tom sério. – Primeira: eu não vou atrapalhar; segunda: eu não tenho marido; e terceira e mais importante de todas: mesmo que eu tivesse marido, eu sou maravilhosamente linda de qualquer jeito. – Ela sorriu, concluindo.

- É verdade! – Disse Boromir e todos os outros concordaram, menos Legolas que disse logo de seguida:

- A viagem continua a ser perigosa.

- Eu sei, Legolas, eu não sou tão ingénua como pareço.

- Oh, muito pelo contrário, eu diria… - Gandalf intrometeu-se. – Não pensa Legolas que sejas ingénua, e talvez ainda seja um mistério o que o nosso Elfo pensa.

- Aragorn, Boromir, ensinem-nos a combater! – Pediram Pippin e Merry ao mesmo tempo.

Os quatro levantaram-se e começaram a treinar e Liz começou a observá-los atentamente. Os outros foram-se dispersando e Legolas sentou-se a seu lado, perguntando-lhe:

- E tu? Sabes combater?

- Claro que sei, com a devida motivação guerreio melhor que ninguém. – Ela sorriu, olhando-o. – Por isso se me queres motivar, dá-me apenas uma arma para te matar! – Ela brincou.

- Toma! – Legolas deu-lhe o seu arco e setas. – Acerta naquela árvore ao fundo, que tem uma falha provocada por uma espada a meio do tronco! – Ela olhou para a árvore que ele via. – Consegues vê-la?

- Sim, consigo vê-la. – Com o arco de Legolas, acertou na árvore rapidamente.

- Muito bem! – Ele estava surpreendido e impressionado. – Espada. – Ele estendeu-lhe uma, desafiando-a mais uma vez. – Vai ter com o Boromir e desafia-o.

- Porque não te desafiar a ti? Tens medo de te render? – Perguntou ela, aproximando o seu rosto do dele.

- Quero observar os teus movimentos. – Respondeu ele calmamente.

- Percebido! – Ela olhou para Boromir, que treinava com Pippin e foi ter com ele. – Treinas comigo? – Ele sorriu-lhe acenando positivamente.

Os dois começaram a combater enquanto Legolas observava a mulher e a sua forma de combater. Liz, se não fosse mulher, poderia passar como alguém que tinha sangue de guerreiro nas veias, pois o balanço entre os seus movimentos era exemplar e o seu instinto de defesa parecia inato, pois sempre sabia como se defender dos duros golpes de Boromir, o invencível capitão da Torre Branca. A meio do duelo, Legolas deu por si a admirar o corpo de Liz e as suas curvas femininas. Não podia negar que ela era a criatura mais bela que já tinha visto em toda a sua vida. Todo o seu corpo era perfeito e o seu rosto era avalassadoramente belo. A cor do fogo dos seus cabelos, tudo estava em perfeita sintonia nela, e realmente ele bem entendia Gimli quando a tratava por a fogueira, ela com certeza sabe aquecer qualquer um. Legolas abanou a cabeça com os pensamentos impróprios e obrigou-se a prestar atenção ao duelo, a tempo de ver Boromir olhando para os olhos de Liz, que brilhavam. Ela passou a língua pelos lábios e isso foi fundamental para que Boromir se distraísse e ela o conseguisse vencer.

- Hey, isso foi muito injusto! – Boromir exclamou, vendo a sua espada deitada por terra.

Liz gargalhou com vontade, e o som da sua gargalhada era música para os ouvidos de todos.

- Quem diria que o temível capitão da Torre Branca poderia ser derrotado por alguém? – Ela perguntou-lhe, ajudando-o a levantar-se.

- Não foi uma verdadeira derrota. – Ele olhou-a intensamente.

- Não será o orgulho ferido a falar por ti, Boromir, filho de Denethor II? – Ela perguntou, divertida.

- Cada vez mais encantado por ti estou, Liz! – Ele sussurrou-lhe ao ouvido sedutoramente. Ela sorriu, afastando-se um pouco dele. – Combates muito bem!

- Obrigada! Tu também, mas tu já sabes isso! – Ela deu-lhe uma palmada nas costas e afastou-se dele, que começou a treinar Pippin de novo.

- Então, luto bem? Gostaste da vista? – Perguntou ela sorrindo para Legolas.

- Sim, lutas bem, mas não muito bem. – Legolas olhou-a friamente. – Se Boromir fosse menos tolo, teria saído vencedor. – Legolas passou ao seu lado. – Ou menos apaixonado… – Ela ouviu-o sussurrar.

- Espera aí, Legolas! – Liz virou-se para ele.

- Morcegos do inimigo! – Gritou Legolas, olhando para o longe. – Escondam-se! – Ele puxou Liz para debaixo de um rochedo. – Não faças barulho! – Sussurrou ele.

Devido ao pequeno espaço, os seus corpos estavam encostados e ele puxou-a ainda mais para si. O corpo da Humano-Elfo-Feiticeira não pôde deixar de tremer com o contacto dos seus corpos. Tinha plena noção da mão que abraçava a sua cintura e dos cabelos loiros com cheiro a rosas de Mirkwood no seu rosto. Liz colocou a sua mão em cima da de Legolas, olhando para o anel que ele tinha.

- Tenho medo, Legolas! – Ela sussurrou.

- Eu também. – Confessou ele, apertando-lhe a mão. – Mas não faças barulho.

Embora todos da Irmandade se tivessem escondido, os morcegos viram-nos e foram contar tudo ao seu senhor.

- Continuemos a caminhar! – Disse Frodo quando já todos estavam de pé com as coisas todas arrumadas. Gandalf caminhava à frente de todos.

Estavam a caminhar pela neve quando Liz se aproximou de Legolas e lhe agradeceu, tremendo de frio:

- Obrigada por me teres salvado e escondido naquele buraco, Legolas. Perdi a reação.

- Pois… Tens que te assegurar que é a última vez que isso acontece. – Falou ele indiferente. – Na próxima vez, posso não estar lá para te salvar.

- Eu sei… - Disse ela com os lábios tremendo.

- Acaso achas que este local é assim tão frio? – Perguntou-lhe ele com um sorriso de troça brincando nos seus lábios. – As roupas élficas de Arwen são demasiado leves para este mau tempo?

- Em muitos locais estive e, se não tivesse conhecido já o teu olhar de frieza, Legolas, poderia dizer que nunca tive tanto frio na vida. – Ele olhou-a nos olhos.

Ambos viraram os rostos ao mesmo tempo ao ouvir Frodo escorregar, mas logo de seguida o pequeno se levantou. No entanto, passando a mão pelo tronco, viu que já não tinha o Anel Um e começou a procura-lo pelo chão. A comitiva parou.

Boromir baixou-se e apanhou o Anel Um, olhando-o com cobiça e desejo à luz branca da neve. Liz levou a mão ao peito para conter o seu Anel de Paz e conseguiu-o. De seguida, virou todo o seu corpo para Boromir e falou:

- Boromir! – Ele olhou para ela, que colocou o seu sorriso mais doce. – Dá o Anel Um ao Frodo! – Carinho ela possuía na voz e o sorriso tornou-se convidativo.

- Toma, Frodo! – Boromir deu o Anel a Frodo que o meteu ao peito, enquanto olhava o Humano. – Pensavas que to iria tirar? Não! Nunca! – Respondeu ele com um sorriso despreocupado e nervoso ao mesmo tempo. – Continuemos a andar antes que anoiteça senão teremos que dormir na neve, e temo que, se o fizermos não acordemos tal o frio que está.

Eles viraram-se para a frente, andando. Uma hora depois, ela foi despertada por alguém que lhe falou.

- Talvez seria bom se falasses um pouco com Boromir, Liz! – Gimli alcançou-a.

- Gimli, filho de Glóin, considero precioso o teu conselho. – Liz sorriu, olhando para Boromir que lhe sorriu.

- Vejo muita maldade no ar, sinto magia! – Disse Legolas, pegando no braço de Liz, que se preparava para ir ter com Boromir. Ela olhou para o céu.

- Há uma voz no ar! – Liz percebeu, olhando de novo para Legolas, que olhou para o horizonte.

- Avalanche! – Gritou ele. – Abriguem-se!

Legolas puxou-a para perto do monte, enquanto Liz só pensava que, sem querer, Legolas já a havia salvado duas vezes. Estava tão agradecida a ele que só conseguia pensar em agradecer-lhe de novo.

Quando era seguro, eles saíram. Gandalf disse a todos eles:

- Nunca conseguiremos passar por esta neve. Para além da magia de Saruman, outras magias a suportam.

Aragorn olhou para Liz como que a perguntar se ela nada podia fazer. Ele entristeceu ao ver a resposta negativa da amiga, mas na Terra Média poucas criaturas podiam contra a magia de Magos como Saruman.

- Iremos por Moria, que é agora a nossa possibilidade. – Gandalf anunciou.

- Um caminho ainda mais perigoso que os Montes Brancos, Gandalf? – Liz perguntou, olhando dentro dos olhos do Feiticeiro.

- Queira Ilúvatar que Moria não seja assim tão perigosa! – Gimli falou. – Tenho primos lá, anseio por boas notícias deles.

- Moria será, Liz. É o único caminho. – Frodo olhou-a. – Vai à frente, Gandalf!

- Aviso, desde já, que o caminho até Moria, eu conheço muito bem. Uma vez lá dentro, eu também vos guiarei, mas na minha cabeça tereis de confiar.

Eles começaram a caminhar e Liz juntou-se a Boromir.

- Liz… Estás bem? – Perguntou-lhe ele, vendo um arranhão na mão da mulher feito pelas unhas de Legolas.

- Sim, estou. E tu? – Ela perguntou preocupadamente.

- Acho que sim… - Ele respondeu misteriosamente.

- Boromir, tenho-te grande carinho, penso que o sabes… - Liz olhou-o demoradamente, pensando bem nas palavras que diria a seguir. – Nesta caminhada qualquer um de nós poderá morrer, e não é ficando com o Anel Um como nosso, que nos vai proteger. Aliás, ele só nos coloca em perigo. Não há possibilidade alguma de ele beneficiar qualquer terra.

- Liz…

- Bem sei que amas Gondor, bem sei que queres proteger o reino ao qual pertences, mas não é com o Anel Um que o vais conseguir. Não te iludas! Gondor vai ser salvo, mas não pelo Anel. – Ela olhou para Aragorn.

- Achas que ele vai salvar o reino, tendo estado todo este tempo afastado? – Ele perguntou, descrente.

- Tu sabes bem quem ele é, Boromir, tens nobreza de espírito para o reconheceres. – Liz avisou-o, olhando-o. – Aragorn é herdeiro de Isildur e a ele cabe salvar Gondor na hora certa. Tem fé!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Comentários são bem vindos!

Quero agradecer aos seis leitores e aos seis reviews mandados por dois leitores. Nem sabem o quão contente me deixam!

Kiss kiss,

CR, a autora