Liz Ou A Guardiã escrita por CR
Notas iniciais do capítulo
Oi oi oi! Desculpa a demora mesmo! Mas eu atualizarei o próximo mais rápido
Eu respondi a alguns comentários, mas o meu pc tá com problemas, então responderei mais tarde aos outros.
Boa leitura!
A Revelação
Liz caminhava serenamente pela floresta, demorando-se a olhar as flores. Conhecia a maior parte delas, mas algumas pareciam únicas aos seus olhos. Sabia que a floresta de Lórien tinha muitas espécies de flores únicas, mas nunca imaginara que eram tão belas. Era o sítio mais belo que alguma vez conhecera, e Liz já conhecera muitos sítios.
Toda a floresta tinha uma aura de imponência e parecia que tirava de cima qualquer fardo que poderia ter. No entanto, Liz sabia que nem ali se podia esquecer da sua missão. Apertou o Anel da Paz na sua mão e viu-o brilhar serenamente. Aragorn havia-lho dado na noite anterior, quando ela chegara à floresta, e desde esse momento, ela apertara o Anel com toda a força possível.
- Acho que percebo… Finalmente… - Ela sussurrou para si própria, vertendo algumas lágrimas. – Não sou Liz, mas a Guardiã. Não sou eu, mas a minha missão.
Os seus olhos fecharam-se e viram toda a Irmandade. À parte Aragorn, mais ninguém sabia quem ela era realmente. Será que lhes devia contar? Não o havia feito inicialmente porque acreditara que ela era alguém para além da sua missão, mas agora ela sabia a verdade. Às portas da morte, ela, por fim, entendera. Ela apenas sobrevivera, não porque faria falta às pessoas, mas porque toda a humanidade depositava a sua esperança nela, e a esperança é a última a morrer. Ela estava condenada a morrer sozinha. Provavelmente, morreria depois de destruir Sauron para sempre e ela sabia que essa era a melhor coisa que lhe podia acontecer. Com a morte, não viria a dor de abandonar pessoas queridas para nunca mais voltar a ver. Com a morte, o seu coração deixaria de bater e, assim, deixaria de doer.
- Quão enganada eu estava! – Liz exclamou. – Não há lugar algum para mim no amor… - Liz sentiu o anel na sua mão. – Eu perdi todo o amor que alguma vez tive, já nem o amor de meu pai eu tenho… - Ela sussurrou, sentindo sufocar-se. – Amor algum me resta, e eu vivo. Ou talvez não, talvez apenas sobreviva.
- Liz… - Boromir chamou-a. – O que se passa? Não chores, por favor!
- Boromir… - Liz tentou acalmar as suas lágrimas. – Desculpa, ainda tenho algumas dores! É por isso que choro, mas vai passar…
- Que marcas são essas em teu pescoço? – Perguntou ele, tocando no seu pescoço.
- Marcas da vida. – Ela respondeu simplesmente. – Boromir… - Ela colocou o seu Anel de Paz na corrente. – Podes colocar-me este fio?
- Claro… - Ele trincou o fio, e ela escondeu o anel. – Tens três fios? O que têm eles? E que anel é esse?
Liz olhou à sua volta, e apurou os seus sentidos. Não havia ninguém que os pudesse ouvir.
- Eu não sei por que razão me importo com o facto de os outros descobrirem, vão todos saber brevemente, mas, já que perguntas… - Liz olhou-o. – Quando estiveste em Rivendell devem ter-te falado do Anel que foi criado para destruir Sauron para sempre.
- Sim, falaram-me da Guardiã. Pensei em procura-la para que ela nos salvasse. – Boromir confessou-lhe e Liz sorriu.
- Sou eu, Boromir. – Ela revelou, depois de respirar fundo.
- Tu? – Boromir estava surpreendido. – Mas por que razão me contas isso agora?
- Porque, de todos os presentes da Irmandade, creio que serás tu o que mais saudades vai sentir de mim. – Ela respondeu simplesmente. – Pois amas-me verdadeiramente, consigo perceber que não é uma coisa somente física. E eu também te amo, não da mesma maneira, mas como a um amigo.
- Mas saudades de ti? Liz, eu não percebo…
- Quando o Anel Um for destruído e eu matar aquele bastardo do Sauron de uma vez por todas, eu partirei. Não sei se morrerei, mas partirei para as Terras Eternas, pois lá será a minha última residência.
- Não o podes fazer! – Ele exclamou. – Vais abandonar todos os teus amigos?
- É assim que tem de ser, Boromir. – Liz falou calmamente. – Eu não passo da Guardiã. O que me prende na Terra-Média é a minha missão. Foi isso que me fez sobreviver até aqui.
- Liz! – Boromir deu-lhe as suas mãos. – Tu és tu! Nada de missões! És tu! E és uma pessoa extraordinária, com ou sem anéis. És extraordinária. E eu amo-te! Fica por mim! Vamos tentar ter uma vida juntos! Eu prometo que vou fazer de tudo para que sejas feliz.
- Infelizmente as coisas não são assim tão simples, pois eu não te amo com a mesma intensidade ou da mesma maneira. – Ela soltou uma mão e acariciou a face do capitão. – Conheço os teus anseios em torno do Anel Um e sei que o desejas para salvar Gondor…
- Não mais! – Ele exclamou, beijando-lhe a mão. – Quero terminar isto, Liz! Quero acabar brevemente com o Anel Um para que termines a tua missão e possamos ficar juntos.
- Não! – Liz olhou-o firmemente. – Nunca poderemos ficar juntos, pois em meu coração já habita alguém no espaço que tu desejas…
- Mas… - Os olhos de Boromir tinham uma tristeza profunda. – Mas então…
- Desculpa! – Ela pediu, abraçando-o sem se importar com as dores a intensificar-se por apertar Boromir tão fortemente. – Não duvides da vontade que tenho de retribuir a esse sentimento, mas eu não consigo controlar o meu coração.
- Então não vás para as Terras Imortais! – Ele sussurrou-lhe ao ouvido e separou-se do abraço. – Fica, e encontra o amor correspondido.
- Não existe tal amor para mim, porque não é esse o meu propósito. – Liz explicou-lhe.
- O propósito de todas as criaturas é o amor! – Ele exclamou, sorrindo. – Liz… eu amo-te e eu quero que sejas feliz ao lado de alguém que tu ames e que te ame com maior intensidade do que eu.
- Desculpa, Boromir, mas isso não vai acontecer… - Liz virou-lhe as costas. – Desde pequena que sofro, e sabes porquê? Porque é esse o meu papel no mundo. Eu preciso de sofrer para que os outros sejam felizes.
- Isso é absurdo! – Boromir exclamou. – Uma criatura tão bela como tu não pode ter sido feita para sofrer. Liz… - Boromir abraçou-a por trás, subindo a sua mão direita até ao lado esquerdo, sentindo o bater do coração da ruiva. – Quem é que faz o teu coração doer tanto? Quem te invadiu de uma maneira tão profunda sem sequer tocar em teu corpo de maneira íntima?
- O meu destino está selado, Boromir! – Ela falou, fechando os olhos e parando as suas lágrimas. – Vou juntar toda a Irmandade para contar…
- Não! – Boromir disse com urgência. – Não o faças! Precisas de mais tempo para descobrires quem realmente és.
- Eu já o…
- Cala-te, e ouve este conselho amigo, Liz, a fogueira! O que te custa dizê-lo mais tarde? Espera, pois o segredo da vida é saber esperar!
Liz sorriu e virou-se para ele, os seus rostos pertíssimo, tão perto que os seus narizes se tocavam, e os seus olhares se demoraram eternamente um no outro, sem palavras ou gestos.
- És bela, Liz, e desejo-te, amo-te! – Ele confessou. – Por ti vou lutar, mas quero que te mantenhas em silêncio até ao momento certo.
- E quando será esse momento?
- Quando o teu coração sentir que a hora chegou verdadeiramente.
Liz abraçou-o fortemente, fechando os olhos, que já não tinham lágrimas e pensando calmamente no que o amigo dissera. Sabia que ele não ia desistir de conquistar o seu amor e Liz torceria para que o coração cedesse. No entanto, ela sabia qual o seu destino, e o amor não estava incluído nele. Mas Boromir tinha razão, ela podia esperar, não importava realmente o tempo. É claro que havia o inconveniente de ter que estar sempre a esconder o Anel de Paz de todos, mas ela já estava habituada a isso.
- Preciso de descansar. – Liz suspirou ao fim de cinco minutos abraçada a Boromir. – Ainda tenho alguns cortes feios. – Ela respirou fundo e separou-se repentinamente do abraço, olhando em redor.
- O que foi? – Perguntou Boromir, assustado com a sua ação. – Passa-se algo?
- Parece que o Legolas ainda desconfia de mim. Eu acho que ele pensa que o inimigo se mascarou de mim para vos enganar.
Legolas apareceu por trás de uma árvore, olhando-os longamente.
- Não é nada disso, Liz, eu só vos vim chamar, porque vamos almoçar e procurávamos por vocês. – Legolas respondeu-lhe friamente e quase a podia matar com o olhar.
- Ah, ainda bem! Estou esfomeado! – Boromir falou, rindo suavemente. Liz sorriu, enquanto o capitão seguia o caminho para o local em que eles estavam instalados.
Legolas e Liz ficaram para trás, olhando um para o outro.
- Do que é que estás à espera? – Perguntou-lhe ele.
- De que não mostres tanto o quanto me odeias. – Ela respondeu simplesmente, passando por ele furiosamente.
- Ah, Liz, ainda bem que chegaste! – Exclamou Pippin quando ela apareceu logo seguida de Legolas. – Olha o que Galadriel nos veio dar… Morangos! Diz que são dos morangos mais saborosos de toda a Terra-Média, e deu-os para ti.
Liz sorriu ao ver na mão de Pippin uma enorme taça de morangos vermelhos e que realmente pareciam saborosos. Ela colocou o seu cabelo a tapar o pescoço quando se lembrou das marcas de Galadriel. Não é que aquelas marcas fossem justificáveis, mas Liz até conseguia compreender o porquê de Galadriel as ter feito.
- Obrigada, Pippin! Mais tarde agradecerei a Galadriel. – Ela afirmou, aceitando a taça de morangos. – Hum… Vamos comer primeiro, certo? – Perguntou ela, olhando para a sopa que estava no meio deles.
- Claro! – Aragorn sorriu para ela. Não podia esconder a alegria de a ver viva.
- Eu sirvo-te, Liz! – Exclamou Sam com um sorriso.
- Não, não, eu faço… - Disse Gimli e, no minuto seguinte, já todos discutiam sobre quem serviria Liz.
- Calma! – Aragorn exclamou imponentemente, fazendo com que todos voltassem ao silêncio. – É óbvio que todos estamos preenchidos de felicidade com o retorno de Liz à nossa Companhia! Muito estimada ela é entre nós. – Aragorn sorriu para a ruiva. – E é evidente que todos sentimos a necessidade de a servir, pois temos noção do que lhe devemos. No entanto, penso que eu, como líder do grupo, tenho mais direito que os demais. – Todos iam começar a reclamar de novo, mas Aragorn ergueu a mão, interrompendo-os: - Eu sei que vocês pensam que não estou a ser justo, e eu tenho que concordar com vocês. – Ele sorriu, brincando. – Por isso, acho que tem de ser Liz a escolher quem a servirá.
- Oh… - Ela viu todos os olhos postos nela, exceto os de Legolas, que não se pronunciara uma única vez. – Oh, eu já sei! – Legolas levou os olhos até ela. – Legolas, por favor! – Ela estendeu-lhe a taça de louça branca.
- Tu não podes estar a falar a sério! – Ele ergueu a sobrancelha. – Eu não me ofereci para te servir.
- Legolas, serve a Liz! – Gimli falou, começando a irritar-se.
- Mas… - Legolas respirou fundo e pegou, irritado, na taça de Liz, pondo uma concha de sopa.
- Ah, eu não gosto do feijão riscado, faz-me impressão desde criança.
O gesto de Legolas parou por um tempo, e Liz arrependeu-se imediatamente do que dissera. Não estava a dizer aquilo para irritar Legolas, era mesmo verdade, mas o loiro provavelmente recordara-se dela em criança apesar de pensar que ela e a Guardiã não eram a mesma pessoa.
- Desculpa, estava só a brincar! – Ela riu suavemente. – Eu adoro feijão! Principalmente o riscado!
- Aqui tens! – Ele deu-lhe a taça visivelmente irritado.
- Obrigada! – Ela respondeu, pegando numa colher.
- Vá, vamos lá! – Exclamou Pippin, e todos se serviram.
- Então, Liz… Queres dizer-nos como escapaste dos Orcs? – Perguntou Merry, enquanto todos comiam e bebiam.
- Eu não sei explicar! – Ela respondeu. – Eu estava ferida, vocês viram, mas ainda conseguia andar e atirar muito bem. No entanto, os Orcs conseguiram ferir o meu braço esquerdo e tive que usar a espada.
- Tu também és excelente em espada! – Boromir disse prontamente, sorrindo.
- Obrigada, é verdade! – Ela olhou para o céu e, de seguida, baixou o olhar. – Eram tantos e confesso que tive medo e eles sentiram o meu medo. No entanto, eu sabia o que fazia. Então, depois de conseguir derrubar todos os que pude, corri, e corri como não o fazia há muito tempo. Nunca pensei ser capaz de correr tanto com a perna como estava.
- És muito forte, Liz! – Frodo falou serenamente. – E eu devo-te um pedido de desculpas! Tenho noção que foi por minha causa que estiveste às portas da morte.
- Frodo… - Liz abanou a cabeça negativamente. – Eu sei que, de todos nós, és aquele que tem o fardo mais pesado. A ti cabe-te a parte mais negra de toda a nossa missão. – Ela olhou profundamente para ele. – Mas nunca penses que a culpa é tua. Estou aqui por ti, como estou por todos os habitantes da minha querida Terra-Média. Eu acredito em ti, Frodo! Acredito que és tu quem vai conseguir destruir esse Anel para sempre.
- E Sauron acabará também? – Perguntou-lhe Frodo.
- Sem a mínima dúvida que sim. – Ela sorriu, bebendo um pouco de vinho. – Ah, mas estamos a beber vinho que só os reis devem tomar… - Liz pareceu surpreendida, olhando para o seu vinho. – Galadriel é, com certeza, muito gentil! Este pertence à safra inebriante dos grandes jardins de Dorwinion. – Ela riu, bebendo mais um pouco. – Um vinho trazido de tão longe… Ah, os Elfos com certeza sabem apreciar um bom vinho!
- E que tal fazermos um concurso? Quem mais quantidade aguenta de vinho? – Perguntou Gimli para todos, que se mostraram entusiasmados com a ideia. – Temos muito vinho.
- Não! – Liz respondeu rapidamente. – Não quero um bando de machos bêbedos em redor de mim. – Falou ela divertida. – Além disso, com este vinho facilmente se fica bêbado.
- Oh, mas… - Sam começou.
- Nem mas nem meio mas! – Liz estava imponente. – Guardemos o bom vinho e não o desperdicemos com concursos tolos!
- Liz tem razão! – Legolas pronunciou-se, deixando todos surpreendidos por ele estar a concordar com ela. – Este vinho é muito forte.
- Faremos como Liz diz! – Aragorn falou.
- Ainda bem que temos um líder com bom senso. – Liz sorriu para Aragorn.
- Só digo isto, porque tu bebeste um ou dois goles e já me pareces bem afetada! – Aragorn respondeu imediatamente.
- Eu comi pouco, e estou mais fraca que vocês. É normal! – Ela riu suavemente. – Alguém quer morangos? – Ela perguntou, comendo um. – Ah, é delicioso!
- Deixa-me experimentar! – Legolas comeu um lentamente. – Não tão delicioso quanto os de Mirkwood.
- Os de Rivendell são muito doces, estes são ácidos! – Liz comentou, abrindo os olhos. – Os de Mirkwood são uma mistura deles.
Legolas olhou-a imediatamente e Liz sentiu que o vinho estava a agir sobre ela.
- Como é que sabes? – Perguntou ele, desconfiado.
- Elrond deu-me um a provar. – Ela respondeu prontamente. – Ao que parece, tu e os teus companheiros levaram alguns morangos para Rivendell.
- Sim, é verdade! – Legolas sorriu, bebendo um pouco de vinho e olhando para o grupo. – Nós temos muito orgulho dos nossos morangos.
- Eu gostei dos morangos de Mirkwood. – Liz explicou, bebendo um pouco de vinho e Legolas voltou o olhar para ela. – São doces, mas têm um toque ácido, e isso torna-os viciantes.
- Vocês não vão ter uma conversa especializada em morangos, pois não? – Sam perguntou, sorrindo. – Até porque eu tenho a certeza que não há morangos melhores do que os do Shire!
- Sim, os do Shire! – Bradaram os Hobbits, com sorrisos nos rostos e experimentando os morangos.
Liz riu suavemente, comendo outro morango e olhando para o grupo reunido ali. Uma imensa alegria envolvia todos os presentes. Alegria que poderia ser explicada pelo vinho ou por aquela cidade bela. Liz estava contente por ter voltado a juntar-se a eles. Enquanto via Boromir falar animadamente com Aragorn, ela pensou no que ele lhe dissera sobre não revelar por enquanto que era a Guardiã. Ela prometera não o fazer por enquanto, mas a verdade é que ela sabia que Legolas desconfiava cada vez mais, e a culpa era dela por se descair tantas vezes.
- Aragorn, passa a minha mala, por favor! – Liz pediu, e Aragorn estendeu-lhe a mochila, olhando-a interrogadoramente. – Ah, eu tenho que trocar de vestido. Este que eu tenho foi emprestado por Galadriel. Aliás, eu acho que vou procurá-la e assim troco-me lá. Já volto!
Liz dirigiu-se até ao compartimento dos reis de Lothlórien. Bateu à porta e depressa ouviu a voz de Galadriel, dando-lhe permissão para entrar.
- Cara Liz, estava preocupado! – Celeborn avançou para ela com um sorriso. – Depois de Galadriel te levar ao lago, não vieste ter connosco, de maneira que fiquei um pouco preocupado.
- Obrigada pela preocupação, mas estou bem! – Ela sorriu igualmente. – Um pouco zonza devido ao vinho, mas até é melhor porque já não sinto tantas dores.
- Ainda bem! – Ele abraçou-a suavemente, pois não a queria magoar. – O teu segredo está guardado connosco. Se não queres que se saiba que és a Guardiã, nós não o diremos a ninguém! – Ele separou-se do abraço. – Linda como sempre! – Celeborn olhou para Galadriel que estava imponente. – Ah, mas ela não se deve lembrar de nós. Era uma criança quando nos viu pela primeira vez, e única, se Ilúvatar não a tivesse posto na nossa trilha.
- Com certeza que não se lembra. – Galadriel falou. – Tinha quatro primaveras! Era muito alegre nessa altura.
- Creio que esse foi um fado que teu pai te transmitiu, cara Liz! – Celeborn virou-se de novo para ela. – A maior parte dos Elfos de Noergiell andam tristes!
- Não o meu pai! – Ela sorriu docemente. – Nunca vi meu pai triste até ao dia em que minha mãe morreu.
- Não falemos disso, pois sabemos como nos afeta, principalmente a ti, cara Liz! – Celeborn acariciou-lhe o rosto gentilmente. – Mas… Que marcas são essas em teu pescoço? Os Orcs tocaram em ti?
- Hum… - Liz ficou séria de repente. – Não, não foram os Orcs que me tocaram.
- Foram feitas por minhas mãos, amado Celeborn! – Respondeu Galadriel, aproximando-se deles.
- Como pudeste magoar tão bela criatura? – Ele perguntou seriamente.
- Celeborn, não foram as suas mãos que me magoaram, mas as suas palavras. – Liz respondeu. – No entanto, já esqueci isso, porque compreendo Galadriel.
- Eu peço perdão, Liz! – Galadriel falou, olhando-a. – Perdoas-me?
- Já o fiz! – Ela sorriu. – Eu quero entregar-te o vestido. E aproveito para me trocar aqui mesmo.
- Claro! – Celeborn abriu os braços. – Fica à vontade, Liz! Eu vou sair e caminhar por entre as árvores.
Liz e Galadriel viram-se sozinhas quando Celeborn saiu.
- Vamos até ao quarto! – Galadriel falou imponentemente. – Terás mais privacidade lá.
Elas entraram no quarto e Galadriel fechou a porta enquanto Liz despia o vestido azul que lhe havia sido emprestado.
- Não é emprestado! – Galadriel afirmou, sentando-se e olhando-a despir-se. – É dado, pois é meu desejo que te lembres para sempre de Lothlórien.
Liz deixou o vestido cair aos seus pés, surpreendida. Galadriel estava diferente da noite passada e ela não conhecia a Elfo para saber se isso era um bom ou um mau sinal.
- É um bom sinal estar assim, Guardiã! – Ela levantou-se com um sorriso. – Pois a noite passada fez-me refletir sobre as tuas palavras, e elas estão corretas. – Ela tocou as correntes de Liz com o seu dedo indicador, contornando os anéis e a estrela dos Eldar. – Ao poder eu temo sucumbir, pois tenho curiosidade em saber como é a magia do Anel Um. Sabes que aos Elfos foram dados três anéis, mas o Anel Um é muito mais poderoso. O teu próprio Anel é mais poderoso!
- Penso que não sucumbirás. – Liz afirmou com alguma segurança na voz.
- Obrigada, Liz! – Ela passou o dedo indicador pelo outro anel de Liz. – Queres contar-me a história desse anel completa? Estou morta por a saber…
Espaço de Agradecimentos:
Elven Princess of Mirkwood: Eu acho que me esqueci de agradecer a você no capítulo anterior. Peço desculpa. Quero que fique claro que você é uma leitora espetacular, que me acompanha desde o capítulo cinco com comentários maravilhosos. Muito obrigada!
Tathiane Rodrigues de Souza: Muito obrigada pelo comentário e por achar que foi o melhor capítulo da fic o anterior, pois realmente trabalhei muito nele.
Black Angel: Muito obrigada pelo comentário sempre enorme. Continue assim!
Quel: Muito obrigada pelo comentário e pela recomendação do livro.
Nathalia Lopez Lobo: Muito obrigada! Eu li sua MP e responderei quando tiver mais tempo, prometo!
Nanda Baggins: Muito obrigada pelo comentário e recomendação. Maravilhosos mesmo!
Aline: Muito obrigada! O Boromir? Não sei... Vou decidir ainda.
Uchiha Alexia: Muito obrigada! Sim, o clima está mais forte. Vamos ver.
Fernanda Salvatore: Bem vinda e muito obrigada pelo carinho!
Yana: Muito obrigada! E continue a amá-la!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, o que acharam? Mais uma vez peço desculpa!
Kiss kiss,
CR, a autora