Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

os avisos da fic são bem leves e só acontecerão em capítulos mais avançados



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Tudo começa no início…

Num bar numa estalagem, Liz trabalhava. Liz era uma mulher de trinta e cinco anos, tinha cabelos ruivos e perfeitamente encaracolados, olhos azuis e pele clara, com leves sardas no rosto. Ela era muito bela. Mas Liz tinha um segredo. Aparentemente ela era humana, mas isso não era verdade.

Por baixo da blusa impecavelmente branca que ela envergava, Liz tinha três fios. Um fio tinha um anel de ouro branco, outro tinha a estrela da Vida dos Eldar e outro tinha também um anel muito especial para ela. Os dois primeiros fios podiam significar alguma coisa para poucos e determinados Humanos. É claro que eles achariam estranho uma estrela da imortalidade ser de uma Humana mas, se a vissem, pensariam que tinha sido dada por algum elfo que se apaixonara por ela, pois ela possuía tanta beleza… No entanto, essa não era a verdadeira razão. E era o outro fio que ela tinha que, se alguém soubesse bem tal história, era a chave da sua verdadeira pessoa. Liz era a Guardião do Anel da Última Esperança de Paz. A Guardiã, para simplificar.

A sua verdadeira raça era Humano-Elfo-Feiticeira. O pai era Elfo e Feiticeiro e a mãe era Humana. No entanto esta fora morta quando Liz tinha doze anos, porque queriam o anel de Liz. Depois dessa perda, Liz nunca mais sorriu para o pai, mas fazia de tudo para não chorar à sua frente. O pai também sofrera muito e Liz tinha a certeza que ele ainda sofria. Ao catorze anos, ao fim de muitas tentativas para permanecer em casa, Liz fugiu sem aviso algum. Fugiu porque não queria que mais alguém morresse por causa do Anel de Paz que ela carregava. Durante doze anos escondeu-se. Andava de cidade em cidade sem que ninguém se desse conta dela. Enquanto passava de terra em terra, tentava descobrir novidades sobre o povo elfo pois ela sabia que seriam eles que falariam mais dela, apesar de não haver parecença física entre eles, exceto talvez a beleza. Mas os elfos falavam mais dela, porque havia sido Doe, rei de todos os elfos daquela Era, a atribuir-lhe o anel. O seu povo tinha opiniões diferentes sobre ela. Uns compreendiam-na pois ela perdera a mãe, outros não, porque ela era fraca por se ter deixado levar. Liz compreendia e respeitava ambos os lados.

Ao fim desses doze anos, Liz achou seguro não se esconder mais. Ela crescera e era agora uma linda mulher. Ninguém a reconheceria a não ser talvez a sua avó materna Dithinia, mas esta não a iria ver até Liz se decidir revelar.

Ora vamos ao significado do Anel de ouro branco que Liz carregava. Aquele anel era a hipótese que o mundo tinha para destruir o Olho e Sauron desta vez para sempre, mas apenas quando o Anel Um fosse destruído no monte da Perdição em Mordor.

Agora, passados vinte e um anos da sua fuga, na estalagem, Liz recordava-se da sua história e, rapidamente, foi até ao seu quarto e chorou. Ela tinha escondido tudo sobre as suas origens, a sua história, tudo, mas nunca o seu nome. Isso ela nunca faria. O nome Liz tinha sido a mãe a escolher e disso ela não podia largar mão.

Durante longo tempo, toda a gente estivera segura, até ela, pois o Anel Um estivera desaparecido, mas o Mal acorda sempre e Ele reaparecera. Agora já ninguém estava seguro, muito menos ela e quatro hobbits que transportavam o Anel Um, principalmente Frodo, cuja missão era carregar o Anel em segurança até Rivendell, o reino de Elfos pertencente a Elrond.

Liz desceu para o bar e recomeçou a atender os clientes. Liz trabalhava lá havia quatro anos juntamente com a dona da estalagem, Midernia. Midernia atendia os clientes da ala esquerda e Liz os da direita.

Estavam as duas ao balcão quando Midernia lhe perguntou:

– Já atendeste todos os clientes do teu lado?

– Já! E tu?

Midernia olhou para o extremo do bar, onde estava aquele que é chamado de Strider, que escondia a cara de todos.

– Não, falta-me aquele. Já olhaste bem para ele? Estamos num bar. Toda a gente se ri, quase toda a gente, mas todos estamos bem dispostos, menos ele. Chamam-lhe Strider, dizem que é um caminhante com um feitio horrível. Estou com medo, Liz. Tenho quarente e um anos, mas ainda não quero morrer.

– Não sejas estúpida! Ele não te vai matar. Só sabe que vivemos tempos difíceis e muito perigosos, tal e qual eu sei.

– Pois, mas tu já ris!

Era verdade. Liz já conseguia rir e sorrir graças a Ilúvatar, a Eru, o Único, o Criador, mas também graças a Midernia que lhe fizera ver que a força de vontade consegue tudo, e que o sorriso era algo divino.

– Está bem. Eu vou atendê-lo. – Disse Liz, mas Midernia interrompeu-a:

– Talvez depois eu vá lá. Ele parece lindo apesar de não conseguir ver o seu rosto…

Liz riu divertida e foi até à mesa de Strider, perguntando-lhe:

– O que deseja, senhor? – Liz tentava ver-lhe a cara.

– Nada vindo de si, menina. – Liz sorriu surpreendida, não estava nada à espera daquilo.

– Fala como se fosse muito mais velho do que eu… Mas eu não percebo, o senhor é tão tolo… Se não quer nada, veio aqui para quê?

– Não me chame de tolo! – Falou ele calmamente, sem nunca mostrar o seu rosto. – E eu vim para o que isto está destinado.

– Ótimo, começamos a nos entender. – Ela sabia que ele a observava, conseguia sentir o olhar analisador do homem escondido. – Então vai querer o quê? E é para agora ou para depois?

– Eu já disse que não quero os seus serviços! – Gritou o homem, mostrando-lhe finalmente a cara.

Mal Strider mostrou a sua cara, Liz sorriu, sentindo que a sua hora tinha chegado. O destino estava a chamá-la para tomar o papel que ela devia na História daquela Era. Strider era Aragorn, o sucessor do reino de Gondor, que esperava até a sua hora chegar para tomar Gondor da linhagem de Mordomos em que ela estava.

Quando viu ele a levantar-se e a gritar, Midernia foi logo em socorro de Liz e perguntou:

– O que é que se passa aqui?

– Ele não quer os meus serviços. – Informou Liz, olhando para Aragorn. – É melhor seres tu a atendê-lo.

– Se não quer tomar nada, o que é que veio fazer aqui?

Aragorn analisou Liz e perguntou:

– Então a menina serve bebidas? – Midernia abandonou-os e foi atender outra pessoa.

– Sim, sirvo bebidas e comida também. Não sou nenhuma prostituta se era isso que estava a pensar, senhor.

– Desculpe, mas é o que parece. – Pediu ele, arrependido.

– As aparências iludem, não é, caminhante? Devia saber isso melhor do que ninguém.

– Por que é que diz isso? – Perguntou ele, sentando-se desconfiado.

– O senhor também não parece muito mais velho do que eu fisicamente, e na verdade é bem mais velho, certo? Chama-me de menina… O que quer? – Liz obrigou-se a parar.

– Um copo do vinho daqui. – Pediu ele mais desconfiado do que nunca.

Quando Liz se estava a virar para ir buscar o vinho, viu os quatro hobbits, Sam, Frodo, Pippin e Merry. Quando estava a olhar para Frodo, este olhou para ela e, ao vê-la a olhar para ele, Frodo desviou o olhar.

Liz foi atender os quatro Hobbits. Chegada à mesa deles, perguntou-lhes:

– O que é que vão querer?

– Cerveja! – Responderam Pippin e Merry ao mesmo tempo. Liz sorriu com a cumplicidade dos amigos.

– Para mim também pode ser. – Disse Sam. Liz olhou então para Frodo que olhava para a mesa.

– Mr. Frodo, o que quer? – Perguntou-lhe Sam. Frodo olhou para Liz e disse:

– Cerveja. Por acaso não viu Gandalf, o Cinzento? – Perguntou ele.

– O Feiticeiro? Não! E olhe que ele não deve estar por aqui. Quando Gandalf aparece as pessoas dizem que ele traz sempre sarilhos. Se ele estivesse cá já toda a gente saberia. – Liz sorriu, saindo de ao pé deles.

Liz levou a cerveja aos hobbits e, de seguida, o vinho a Aragorn.

– Por que razão atendeu a eles primeiro do que a mim? Eu estava aqui há mais tempo.

– Eles são mais simpáticos que o senhor. – Liz sorriu quando Aragorn não a contrariou. – Gostava de saber quem são.

– Não percebo porquê.

– Não tem de perceber.

Liz e Aragorn olharam-se nos olhos. Aragorn desconfiava da mulher, mas algo lhe dizia que ele estava a ser estúpido por pensar assim.

Eles quebraram o olhar mesmo a tempo de ver Frodo cair e o Anel enfiar-se no seu dedo, fazendo-o desaparecer. Quando tal aconteceu, Liz meteu a mão tentando esconder algo. Tal gesto não passou despercebido a Aragorn, mas ele agora não tinha tempo para perguntas e, depressa, levou Frodo para um quarto. Os outros três seguiram-no prontos para defender o amigo, mesmo que não tivessem arma alguma para derrubar o inimigo.

– Calma! Eu não quero fazer nada de mal ao vosso amigo. Confiem em mim!

– Confiar num caminhante com má fama? Onde já se viu? – Liz entrou no quarto. – Se, ao menos, fosse um rei… - Ela abaixou-se diante dos hobbits e olhou para Frodo ao lado de Aragorn. Mal ela olhou para ele, Frodo foi para junto dos hobbits. – Ouçam, eu sei que é difícil confiar nas pessoas principalmente agora, mas eu sei que ele é boa pessoa. Podem confiar nele. Por Ilúvatar, confiem nele! Façam tudo o que ele disser! – Frodo olhava desconfiado para Liz. Esta percebia-o. Apetecia-lhe abraçá-lo, mas ela não lhe podia tocar por causa do Anel. – Oh, eu entendo a sua desconfiança, senhor Frodo, mas os Cavaleiros Negros não tardam aí. Agora tenho de ir.

Mal ela saiu, Frodo virou-se para Aragorn pedindo-lhe explicações com o olhar.

Aragorn estava confuso com aquela mulher, mas agradecido, porque ela fizera com que Frodo o quisesse ouvir.

– Eu vim cá a pedido de Gandalf. Ele não pôde vir ter convosco. É por isso que vos quero ajudar. – Frodo resolveu acreditar nas palavras de Strider, aliviando-o. – Depressa os Cavaleiros Negros chegarão. Temos que nos preparar. – Disse ele.

Nesse momento, Liz entrou no quarto e disse apontando para Aragorn:

– Vamos deixar-nos de formalidades. Faz o que tens a fazer!

Aragorn acenou, saindo já não tão desconfiado da mulher, o que Liz estranhou. No entanto, ela não estava com cabeça para pensar nisso e perguntou aos quatro hobbits:

– Algum de vocês sabe cavalgar? Eu tenho um pónei que é tão veloz como os cavalos. – Pippin ergueu a mão. – Ótimo! Levas o Merry, eu levo o Sam e o Strider leva o Frodo. Pode ser?

– Sim. – Responderam todos.

– O meu nome é Liz, só para saberem.

– Para onde é que vocês nos levam? – Perguntou Frodo.

– Gandalf não te disse? – Ela sabia que ele a estava a testar. – Pois bem, eu não tenho a certeza, o Strider é que sabe, mas penso que vamos para Rivendell, um reino de Elfos. – O sorriso dela abriu-se para os Hobbits que sorriram. – É o sítio mais indicado para a segurança do Anel Um.

Ao acabar de dizer isto, Aragorn entrou no quarto e disse:

– É melhor ir andando. – Liz acenou com a cabeça.

– Eu já preparei cavalos para nós.

– Ótimo! – Liz estranhou de novo a confiança de Aragorn nela, mas agradeceu. – Vamos para Rivendell. – E, dito isto, os seis deixaram a estalagem.



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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei o nosso arqueiro favorito ainda não apareceu, mas ele vai aparecer, prometo