A Lágrima Escarlate escrita por SorahKetsu


Capítulo 34
A herdeira de um fardo




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Quão grande era a tensão em que viviam?

Sabrina se perguntava o que era pior. A luta contra Nacknar ou os dias que se seguiram. Não queria encarar Dart. Não queria ter de olhar novamente naqueles olhos. Sua tristeza era incalculável. Na verdade, o lifing havia sido seu primeiro namorado. Não era assim que imaginava. Terminar de forma tão fria e em tão pouco tempo. Onze dias e nada mais. E uma traição! Fora traída e não podia imaginar, antes do fato, o quanto isso doía. O quanto se sentiria inútil.

Belthor estava furioso com Dart. Ver uma humana sofrer por causa de um lifing, aos seus olhos, era como se ele tivesse matado-a. Íris, sempre muito preocupada com Sabrina, não saíra de perto dela desde a ocasião, juntamente a Mirian que, de uma forma ou de outra, já previa aquilo tudo. Mia, por sua vez, trazia comida e água para a humana que não saía de seu quarto na torre de forma alguma.

Sabiam que deveriam deixar o local, uma vez que o torneio já acabara. Mas a torre tornara-se um refugio, um lugar para ir quando estavam na Ilha Eid. Se a deixassem, teriam que passar todas as noites e a maior parte do tempo no mundo normal. E isso era horrível.

Dart até saía do quarto. Ia tomar sol, achando que o dia ria dele, fazendo questão do céu estar limpo e radiante diante de sua tristeza.

Mas não comia, não sentia fome. Alguma coisa faltava, algo lhe incomodava. Nunca se sentira tão sozinho, desprotegido, fraco… inútil.

Caminhava alheio ao mundo. O que mais importava? Seus passos eram lentos e instintivos, como se suas pernas o carregassem a lugar nenhum.

Jogou-se no meio da floresta e ali passou o resto do dia. Imóvel, como uma pedra, chorando, lamentando, tendo alucinações, desejando que qualquer criatura o matasse. Sorah o odiava. Pra que viver?

A noite chegou como não podia deixar de acontecer. Mas Dart sequer notou. Pra ele tudo já havia se tornado escuridão há muito tempo.

 

Ele acordou e teve de se lembrar por que estava na floresta, pois antes disso tentara se convencer de que tudo havia sido um sonho. Um pesadelo, dos piores possíveis.

Mas era realidade.

Ficou ali até começar a escurecer novamente. E a chuva parecia ameaçar repetir a cena de dois dias antes.

Olhava para cima, se remexia, chorava. A vida não tinha mais sentido.

E pôs se a imaginar o que ela estaria fazendo naquele momento exato em que pensava nela.

Fleches de memória lhe vinham constantemente. Cenas de quando eram crianças tolas. Brincando, rindo, sendo felizes. Será que ela teria mudado desde então? Quem a mudou?

Dart olhou para o céu escuro de chuva mais uma vez, e viu a face de Sorah sorrir-lhe. Já não se assustava mais com esse tipo de coisa, uma vez que as ilusões vão e vem constantemente. Baixou os olhos e passou uma das mãos pelos cabelos. Suspirou fundo, inconformado. Se fechasse os olhos, ainda podia ouvir a música tocando e Sorah dançando perfeitamente bem em seus braços. Jamais lhe fizera falta nenhum tipo de maquiagem, ou vestido. Mas estava mais bela do que nunca naquela noite em especial. Com parte do cabelo preso e uma presilha de cristal. O belíssimo vestido azul marinho, vermelho e branco, inteiramente feito a mão. Um colar de diamantes do reino da noite combinando com um brinco desta mesma pedra. Simplesmente perfeita. A música lenta pedia uma dança calma e romântica. Tentava Dart a trair Sabrina. Uma tentação que não pôde resistir. E este fora seu maior erro. Agora não falava com nenhuma das duas. E Kiev, o verdadeiro grande amor de Sorah devia abandoná-la de vez, pois assistira tudo.

E aquele mesmo momento lhe rodeando, prendendo-o a um único instante.

Sabia que se houvesse outra chance… teria feito exatamente a mesma coisa.

Não podia mentir. Não podia esconder mais… Se ela ao menos soubesse…

Se soubesse o quanto precisava dela!

 

Dart, absorto em pensamentos e memórias, mal pode ouvir passos lentos se aproximando. Só notou quando já estavam pertos demais.

Kiev mirou Dart com o mesmo olhar de desdém de sempre. Sem mudar a face fria, pôs a mão sobre o cabo da espada em sua cintura, ameaçando tirá-la.

- Suma daqui. – mandou Kiev cheio de ódio.

Dart se levantou, apoiando-se numa árvore. Nem tinha idéia do quanto estava fraco. Surpreendeu-se pelo esforço que fez em agüentar seu próprio peso.

- Honestamente, - começou Kiev – eu achei que você quisesse matá-la. Mas você é mais idiota do que imaginei. O herdeiro do reino Antigo deixando-se levar por sentimentos… Provavelmente não tem idéia do mal que está fazendo a ela.

- Você vai castigá-la?

Após alguns segundos de silêncio, Kiev lhe respondeu:

- Por que deveria? É você quem está acabando com a vida dela.

- Tentar cuidar para que ela não sofra é acabar com a vida dela?

- Cuidar para que não sofra? – Kiev permitiu-se dar uma curta risada – Ela está chorando há dois dias e acha que está cuidando para que ela não sofra?

Dart baixou a cabeça. Então ela também estava chorando.

- Além do que, já sei que você é a décima quarta geração herdeira do reino Antigo.

Mais alguns segundos se passaram, com os dois se encarando e tornando o ar pesado.

- Fique longe dela. – avisou Kiev. – Se gosta de Sorah, fique longe dela.

Kiev virou-se, dando a conversa por encerrado e preparava-se para ir embora.

- Você a ama? – perguntou Dart, impedindo-o de partir. – Você lá sabe o que é amar alguém?

- O que eu sinto por ela, e o que você sente é completamente diferente.

- Eu não duvido. A questão é: quem a ama mais?

Kiev deixou seu rosto tomar-se de fúria. Num único movimento, levantou Dart pelo pescoço, antes que este pudesse ver qualquer ato.

- Ninguém questiona meu amor por Sorah! Ninguém!

- O que você já fez por ela!? Esteve longe por todo esse tempo! Nem se importava se estava viva ou morta!

- O que EU fiz por ela? EU MORRI POR ELA! Verme maldito, como ousa dizer que não me importei com a vida de Sorah? Passei a vida procurando por ela. E o que VOCÊ fez? Ficou do lado dela? Até um cachorro pode fazer isso! O que eu sinto por Sorah, é óbvio, é algo muito além do que aquilo que um lifing nojento do reino Antigo poderia sentir! Se você amasse Sorah, ficaria longe dela. – sua voz era carregada de ódio – Tudo que você quer é nos destruir. Você e sua rele. O bando de lifings inúteis que é sua família. Quer destruir nossa herdeira. Quer destruir tudo sobre nós! Você não a ama, você a odeia.

Dart não fazia a mínima idéia do que Kiev estava falando. Não havia nenhum motivo para que ele achasse que Dart odiava Sorah. Mas as garras afiadas de Kiev o impediram de falar imediatamente.

- O que você quer dizer com isso?

- Sorah é a herdeira décima quarta do reino da noite.

O rosto de Dart tornou-se pálido de repente. Sentiu um gelo correr pela espinha e parar no cérebro.

- Quer dizer que o…

- Quer dizer que Sorah tem escrituras marcadas em suas costas, dizendo que seu filho será a décima quinta geração. A geração que, de acordo com a lenda, será a criatura perfeita. Guerreará com os demais herdeiros dos outros reinos e o vencedor reinará por todo o território da Ilha Eid. E você é o herdeiro correspondente ao reino Antigo. Ou seja, seu filho será morto pelo filho de Sorah. O que impede que seu filho e o dela sejam a mesma criança por infortúnio do destino.

Kiev soltou o pescoço de Dart no chão.

- Eu o matarei se for preciso, mas não permitirei que você acabe com a décima quarta geração do meu reino. Então, se você a ama, deixe-a em paz.

- Eu não… eu fiz uma promessa. E EU NÃO VOU ABANDONÁ-LA ENQUANTO AINDA PRECISAR DE MIM!

Kiev pareceu surpreso por alguns instantes.

- Ela não precisa de você. Ela tem a mim.

 

Virou-se finalmente e sumiu na floresta, deixando Dart caído de joelhos no chão, percebendo, e vendo, que tudo que deseja, lhe escapa das mãos devagar. Diria adeus a Sorah naquela tarde. Diria adeus à própria vida.

Caminhava alheio ao resto do mundo pela estrada marcada pelos passos de tantos outros lifings. Com os olhos baixos e o cabelo sobre o rosto, sentia-se fraco e mal podia caminhar. Avistou longe dali, uma face tão familiar. Arriscou ser mais uma ilusão. Forçou os olhos e teve certeza de que era Sorah, sentada sob uma árvore, bem mais para o centro da mata, onde olhos humanos não alcançariam dali. Os braços envoltos na espada, como apoio. Parecia doente absolutamente inexpressiva. Tão parecida com ele, momentos antes…

Caminhou até ela com o coração na boca. A lifing apenas levantou os olhos na direção de Dart, vagarosamente. Sua expressão não mudou.

- Sorah…

Ela ergueu os olhos ao ouvir seu nome. Vendo Dart, passou a mão sobre o rosto, limpando as lágrimas. Tentava manter a figura controlada de quem nunca chora mesmo diante de tal situação.

Ele refletiu alguns instantes. Até pouco tempo, ela era imune à tristeza. Talvez sua depressão tivesse sido tão grande que não conseguiu transformá-la em ódio automaticamente.

Dart ajoelhou-se e buscou os olhos fundos e já inchados de chorar.

Ela finalmente o encarou. Sua mão delicada tocou a face do rapaz. Talvez não tivesse acreditado de início que era ele mesmo quem estava ali, e não simplesmente mais uma ilusão.

- Você não me contou que era herdeira décima quarta de seu reino. – disse Dart num lamento profundo.

Sorah se levantou. Dart a seguiu.

- Você também não me contou sobre você. – retrucou Sorah entre soluços.

- Mas você viu as escrituras em minhas costas! Você as viu e mesmo assim não contou nada sobre você!

Sorah baixou os olhos de raiva. Num movimento súbito, arrancou a blusa, estando protegida agora apenas pelas faixas que cobriam todo seu tronco. Desde os seios até o fim da cintura. Pôs a mão sobre o nó que segurava as faixas e gritou:

- SÃO AS ESCRITURAS QUE VOCÊ QUER VER? SE FOR ISSO QUE VOCÊ QUER, EU AS MOSTRO!

Dart pasmou-se com a atitude de Sorah e não sabia o que fazer. Estava branco, diante da lifing, que ameaçava ficar seminua. Passado o espanto, correu e a abraçou fortemente, apertando a mão que ameaçava desfazer o nó. Sentiu o coração dela bater mais rápido e seu corpo ficar mais quente, junto ao seu. Nos primeiros instantes, ela tentou se livrar. Depois, aceitou e retribuiu.

- Tantas vezes eu prometi a mim mesmo que jamais iria deixar que te machucassem… pra olhar no espelho e ver que sou eu quem te faz chorar…

Sorah permaneceu quieta, abraçada a ele.

- E é por isso mesmo que devo ir embora… - continuou Dart – Como você mesma disse… eu não faço diferença para as guardiãs. Estava aqui só pra cuidar de você. E uma vez que falho nisso, não tenho mais utilidade nenhuma. Não peço que me perdoe. Eu… só queria te dizer… antes de ir… que… eu te amo. Que você é a garota a quem reservei esta frase por toda minha vida. Que dentre todas as paixões, você é a única que eu amo. E isso quer dizer que estarei feliz se você estiver, mesmo se não for comigo. Agora devo ir. Prometo que não sentirá minha falta.

Dart se desviou do abraço dela e a olhou nos olhos. Tinham adquirido um jeito brilhante, triste, incrédulo com estas últimas palavras.

Deu uma última olhada e se virou. Ia caminhando pela floresta. Quando foi finalmente impedido por Sorah, que gritara:

- Dart! – ao ter a atenção do rapaz, continuou: - Por que deveria acreditar numa promessa feita com a quebra de outra?

Esta frase veio à mente de Dart exatamente como suas palavras vieram à mente de Sorah, momentos antes. Eram as palavras que usara muito tempo atrás quando a deixara e partira para seu reino. Traziam-lhe lembranças boas, do tempo em que ainda não tinham de passar por nada disso.

- Não estou quebrando nenhuma promessa. – defendeu-se Dart. – Prometi que ficaria com você até que não precisasse mais de mim.

- E quem foi que disse que não preciso mais de você?

Novamente, essas palavras cruzaram sua mente como uma flecha.

- Sorah… - Dart voltou-se a ela, ofegante dos gritos e caminhou de volta. Segurou suas mãos firmemente – Ficar com você é o que eu mais queria. Mas não posso. De forma alguma. Deveríamos estar tentando nos matar afinal!

Sorah fechou os olhos fortemente, evitando qualquer lágrima de rolar. Bateu no peito de Dart, protestando.

- Aqui e agora é exatamente onde eu devo estar. E eu ainda preciso de você! Não quero que você se vá de novo! Você prometeu que nunca mais me deixaria! Não quero ter que fingir novamente pra mim mesmo que não sinto sua falta! Não quero mentir na sua cara que não fiquei feliz quando voltou! Não quero te perder! Dart… por favor, não se vá… Foi só descobrir que tenho essas malditas escrituras pra resolver me deixar? É esse o limite da sua promessa? Nossa relação é tão fraca assim? E ainda pergunta por que eu não te contei antes!

Dart baixou os olhos.

- Você deve ficar aqui com Kiev…

- NÃO ME DIGA O QUE EU DEVO FAZER!

Dart parou alguns segundos, em seguida, continuou:

- Vocês ficarão juntos e… criarão esse herdeiro – os olhos de Dart começaram a lacrimejar com a idéia de Sorah tendo um filho com outro, mas eles estavam escondidos pelos cabelos – que governará todos os reinos. Eu prometo que não terei um filho com nenhuma outra mulher e… o seu não precisará se preocupar com uma luta dessas.

- Dart…? – o rosto de Sorah era confuso.

- Eu desejo que você e Kiev sejam felizes juntos – uma lágrima atravessou a face de Dart – e que me perdoem por me intrometer na vida de vocês. Eu jamais deveria… você e Kiev se amam desde a infância…

- Dart…? – chamou Sorah, com uma expressão de repugnância.

- Casem-se. E sejam felizes, como tudo tem de ser.

- Dart… eu não vou me casar com Kiev.

Dart olhou para Sorah finalmente, com os olhos ainda vermelhos.

- Mas…

- É por causa disso que está indo embora? Por que acha que eu vou me casar com Kiev?

- Na verdade…

Sorah não esperou que ele terminasse de falar e o abraçou fortemente. Ele ainda abaixou-se, uma vez que era um pouco mais alto que ela, apesar de ambos serem muito altos.

- Que bom… então você não precisa ir. – sussurrou Sorah – Não vou me casar com Kiev. Não ficarei longe de você nenhum segundo a mais.

Minutos depois, enquanto voltavam para junto das demais guardiãs, o silêncio predominava. A única coisa que Dart teve coragem de perguntar foi devido a uma curiosidade que lhe martelava constantemente.

- Sorah… você me disse que amava Kiev desde os quatro anos. Por que não vai se casar com ele?

- Por que Kiev é meu irmão.

Dart ficou branco e parou de andar. Tinha cara de bobo.

- O… o que?

- Dart é meu irmão, não meu noivo. Você acha mesmo que uma criança de quatro anos amaria um garoto? – Sorah riu da tolice de Dart, enquanto este continuava parado no meio da estrada.

- Quer dizer então que… você…

- Kiev e eu fomos encontrados pelo humano que tentou me matar. Eu te contei isso. Achei que ele tinha sido morto pelo humano, mas como descobri esses dias, ele pôde sobreviver.

- Mas você nunca me disse que o nome do seu irmão era Kiev!

- Opa… Falha minha.

Sorah riu e continuou andando, sem se importar com o lifing que permanecia sentindo-se a maior idiota do universo.

Após alguns segundos, Dart meio que acordou e percebeu que Sorah já estava muito distante. Correu para alcançá-la e passou a caminhar ao seu lado.

- A relação entre nós vai mudar muito de agora em diante, não vai? – sorriu Sorah, inocente.

Dart sentiu uma imensa felicidade em ver o sorriso na face de Sorah. Era raro, puro e verdadeiro. Um sorriso que a lifing jamais havia se permitido dar. Era o sorriso que há muito, Dart prometera fazer nascer e que agora cumprira. Retribuiu-o e afirmou com a cabeça. Pôs o braço em volta do pescoço dela e lhe disse:

- Já mudou.

Após alguns minutos, já alcançavam a masmorra e a chuva caía pesadamente sem que eles se importassem. Pra quê se importar?

- E quanto à Kiev? – mencionou Dart após refletir alguns segundos.

- O que tem ele?

- Na verdade, ele me ameaçou de morte caso não ficasse longe de você…

- Kiev é um bom irmão. Acredite em mim. Ele não vai ficar muito feliz em saber que não foi embora, mas basta que eu peça e ele não chegará perto de você.

- Irmão… não acredito nisso ainda… Então quando ele dizia que o que sentia por você e o que eu sentia era completamente diferente… referia-se… a isso? Francamente tantas coisas passaram pela minha cabeça… Ainda mais quando ele usou o poder da sua família. Jamais me ocorreu que ele fosse seu irmão. Pra mim ele usou seu poder porque já eram noivos.

- Pensa sempre na pior hipótese?

- Então isso quer dizer que… eu fui o primeiro a te beijar?

Sorah não respondeu. No lugar seu rosto ficou vermelho e ela abaixou a cabeça tímida.

- Por que você ficou tão triste quando eu fiz aquilo se Kiev é seu irmão?

Ela ainda demorou alguns instantes pensando para responder.

- Em parte porque você faz me sentir fraca.

- Fraca?

- Não confio em mim mesma quando está por perto. Já me levou a fazer coisas que eu jamais pensaria em fazer. Às vezes tenho medo disso.


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Notas finais do capítulo

HAAAA pegadinha do malandro....
Sorah e Kiev brothers!



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