A Noite passou mais devagar do que nunca, sentia o ar úmido do chão e o frio chegou. Mesmo sendo verão eu me arrepiei, acho que é pelo fato de estar muitos metros abaixo do chão. Minhas costas doíam demais. Por sorte tinha colocado em minha mochila uma lanterna. Quando liguei ela iluminei minha perna estava sangrando.  Quando fui iluminar o buraco, para minha sorte a pilha acabou e eu voltei a estar na totalmente escuridão. Meus pés doíam, minha cabeça latejava, e concerteza deveria ter quebrado minha coluna com o impacto do tombo. A noite seria muito longa, e nessa hora não deveriam nem ter sentido a minha falta. Me arrastei para um canto do buraco e escorei minhas costas naquela terra molhada. Comecei a pensar como faria para sair dali, ou melhor se eu conseguisse sair. Estava com tanta dor que acabei caindo no sono. Acordei muito tempo depois estava com sede procurei minha mochila com os pés pois não consegui me mexer. Puxei ela perto de mim e sequei minha garrafinha com um gole só.  Voltei a me recostar na parede do buraco. Não consegui mais pegar no sono.

Me virei de um lado ao outro, mas meu corpo inteiro doía.

E a noite passou assim, dormia um pouco acordava, dormia de novo. Mil pensamento, tentava gritar algumas vezes mas nada. Nem um som, além o da sombria floresta que se estendia acima de mim. Algumas vezes barulhos estranhos faziam me acordar.  Me encolhia e ficava ali pensando, pensando e pensando. Não sabendo a hora, nem quanto tempo mais iria agüentar. Será que estão me procurando? Será que sentiram minha falta? Acho que não.  Eram esses os pensamentos que passavam por mim.

Senti que minha barriga começou a roncar, não comia nada desde que chegamos ao acampamento, quando fui pegar minha mochila senti algo forte se aproximar de mim. Escutei o barulho. Sim era uma cobra.

Fiquei paralizada ela se aproximou e cravou forte em mim seu veneno. Gritei de dor. Já havia amanhecido nessa hora ela deu seu bote e entrou em um mini buraco que tinha ao lado de minha mochila. Gritava de dor. Senti o sangue percorrer em meu corpo. A Dor era intensa não ia agüentar, não tinha força pra gritar quando escutei:

- Sophia? Sophia é você?- Gritou Gustavo do alto do buraco.

Juntei todas as minhas forças e consegui falar:

- Gustavo me ajuda, estou aqui em baixo. Me ajuda, foi picada por uma cobra socorro.

- Calma, calma vou buscar ajuda. Uma corda. – Virou-se para trás e gritou a alguém- Achei Lucas, achei ela. Uma corda rápido.

- Eu não vou agüentar. AIII. – Não sentia mais meu corpo chorava, gritava de dor. Era horrível sentia que ia morrer.

- Calma Sophia, já vou te ajudar. Respira, um, dois, três. Lucas até que enfim trouxe a corda. Segura aqui vou buscar ela.

Ele desceu se pendurando na corda. Quando chegou até a mim, colocou a mão em minha testa, pegou me no colo e escalou o buraco. Eu já estava adormecendo tudo começou a ficar tremulo, as únicas coisas que escutei foi: Ela foi picada, precisamos logo ir a um hospital, está queimando de febre, Vamos.

Adormeci ali em seus braços quentes.